Amarrados ( Segundo Livro Dos Dois Filhos De Kalel)
Oi, tudo bem? Então, esse livro aqui é autônomo, mas se você quiser saber mais sugiro ler primeiro Predestinados pra conhecer melhor sobre o primeiro filho de Kalel. Boa leitura! ♥️
_______________________________________
Olá, eu me chamo Aestas* e vim contar pra você como o outro filho de Kalel entrou em sua vida naquela noite chuvosa. Vim dizer também como um jovem alegre, destemido e sem tempo para compromissos se viu completamente envolvido por aquela a qual se viu amarrado. Vocês podem chamar de destino, predestinação, amor ou seja lá o que for. Já eu chamo de "Era assim que tinha que ser." Afinal de contas tudo é exatamente como tem que ser, e nem tudo que parece é!
Então se você me permitir, vou fazer o mesmo que Sidereum fez: vou puxar uma cadeira e me sentar ao seu lado, pra te contar tim tim por tim tim sobre essa outra parte da história de Niger et Albus.
__________________________________________
Vaticano, vinte e sete anos atrás.
A mulher jovem gritava com as dores no parto. O suor escorria por sua pele e ela sabia que não ia ser fácil colocar essa criança no mundo.
Olhou pra sua prima e ela disse:
- Vamos Julietta, falta pouco, você consegue.
Já estavam naquilo há horas, mas simplesmente a criança não saía. Não havia ajuda, o parto estava sendo feito de maneira escondida. Diferentemente de Niger, Albus viria ao mundo em uma casa simples e sem luxos. A criança era fruto de um escândalo, um religioso jovem havia cedido aos desejos da carne e se deixado levar com a bela jovem de cabelos claros e olhos azuis.
- Eu não aguento mais Henriqueta.
O choro era evidente, a dor aguda e Julietta sabia que não sairia viva dessa noite. Tudo que queria era pôr o filho no mundo e segura-lo pelo menos uma vez em seus braços. Estava convencida de que era um menino. Havia sonhado duas luas atrás com uma criança loira de olhos iguais aos seus.
Fez um esforço, naquele que era o movimento indicativo de que junto com a nova vida que colocava no mundo, a sua também se esvairia. Henriqueta colocou a criança sobre o peito da prima e a mulher no limiar da vida beijou a cabeça do fruto do seu ventre, para logo em seguida desfalecer sendo vencida pelo cansaço e o parto dificil. Heriqueta enrolou a criança depois de limpa-la de maneira rápida e mal feita e colocou em um cesto de vime. Olhou para o bebê inocente sentindo-se impotente e tentando saber o que faria com ele agora.
Foi quando ouviu uma voz masculina falando:
- Leve ele até o casarão antigo no final da rua. Bata a campainha e vá embora.
Henriqueta olhou de um lado para o outro e depois de constatar que não havia ninguém ali além da prima já morta, ela e o bebê, soube que era uma providência Divina. Se enrolou em uma capa e protegeu ao máximo o pequeno da chuva forte que caía do lado de fora da pequena casa de funcionários onde elas moravam.
Andou pela rua e fez como fora instruída, mergulhando na densa escuridão chuvosa, deixando aos cuidados do destino o pequeno ser inocente que agora dormia.
Voltou pra casa e enquanto preparava a prima para o descanso eterno, disse:
- Não se preocupe, Julietta, ele vai ficar bem.
********
Albus foi acolhido como filho por aquele que era rei. Colocado na linha direta de sucessão do trono cumprindo o papel para o qual foi separado e chamado desde o ventre da sua mãe. Não nasceu na mesma noite que Niger por um acaso, não existem acasos quando se trata dos Greco. Foi colocado alí naquele cesto de vime envernizado com um propósito claro como água.
Apresentados juntos ao Conselho, quando já era manhã alta, Niger et Albus estavam ali ligados para sempre em um compromisso perante Deus e os homens.
Não havia como fugir ou recuar.
Aliás, nunca há quando se já tem um destino completamente traçado.
__________________________________________
Tempo presente.
É noite. Lua nova no céu brilhando em seu ápice. A criança fruto do pecado agora é um homem feito, anda com uma bengala de madeira nobre e cabeça de prata, assoviando e avisando que o juiz e carrasco chegou portando a morte. Pula um dos corpos ensanguentados no chão e se direciona até a cozinha.
- Ah, eu já havia me esquecido completamente de você, Madox.
Está falando com o homem amarrado na cadeira. É um traficante de pedras preciosas, que possui uma extensa cadeia de prostíbulos pela Europa com uma ampla rede de escravas s*xuais.
Angelus, como é conhecida a morte inteiramente vestida de branco, se senta e serve um pouco de vinho. Pegou o homem durante o jantar.
- Adoro Chatêau Baret. Você tem bom gosto pra vinhos, mas para seguranças é péssimo. Trinta e dois homens na casa e todos eles estão mortos. Que coisa!
Madox não esboça reação. Sabe que não adianta. Foi alertado sobre os filhos de Kalel e sabia que qualquer um dos dois podia lhe fazer uma visita a qualquer momento. O reforço na segurança, que obviamente não valeu de nada, foi justamente por isso.
Vê a morte bebendo o vinho calmamente e depois que a última gota da taça é seca, ouve o seguinte:
- *Bom senhor Madox, é de meu conhecimento que o senhor tem muitos negócios ilícitos, mas o que mais te dá dinheiro é exploração s*xual. Procede*?
A morte espera pela resposta do homem, mas ela não vem.
- Bom, quem cala consente.
A morte se levanta e bate a bengala uma vez no chão enquanto pensa sobre qual sentença vai aplicar no réu.
Enquanto a idéia se forma em sua mente, ele bate uma segunda vez a madeira no chão de mármore cinza.
O desespero invade Madox e ele finalmente começa a perceber o quão rápido seu fim está próximo.
- Já sei!
Não tem tempo de dizer nada. Madox grita.
- Por favor Angelus, tende piedade da minha alma.
A morte ri com escárnio.
- Eu não sei se você sabe, mas eu só cumpro ordens...
Aponta o dedo esquerdo pra cima e diz:
-... é com Ele que você tem que se resolver. O máximo que posso fazer é uma encomenda de alma. Sugiro que quando estiver em Sua presença você se humilhe de verdade e peça perdão. Ele é mais do que bondoso e misericordioso, eu, não.
Angelus deixa a bengala em cima da mesa depois de bater uma terceira vez no chão e desabotoa o terno impecavelmente branco, que por incrível que pareça não possui gota alguma de sangue ou qualquer outra sujeira.
- *Você foi julgado e condenado por mim a ser emasculado e d*captado*.
Desacopla a cabeça da bengala e deixa o homem ver a adaga que porta escondida. Angelus empurra com a perna direita a cadeira e faz Madox entrar em desespero quando corta a calça que o homem veste.
Escuta a encomenda de alma enquanto tem seu membro arrancado e sua vida vai embora de seu corpo quando sente o fio do corte passando por seu pescoço.
Angelus se veste, limpa a adaga e depois anda pela casa enorme conferindo se não resta nenhum vivo. Na mão direita a cabeça que acabou de arr*ncar segurada pelos cabelos já que precisa despachar essa encomenda.
💭Fico impressionado em como você é discreto. Um verdadeiro ninja!💭
Angelus solta uma risada alta vendo o tom que o homem que habita o corpo usa. É puro sarcasmo. E enquanto percebe um se movimentando de maneira arrastada pra sair da casa, pega a adaga de novo.
- É lógico que não sou um ninja, sou um anjo.
Enfia a faca nas costas do homem e depois limpa na roupa dele mesmo. Saca o celular e liga pra alguém.
📲🔊*- Dário? Quanto tempo meu amigo!
O homem do outro lado da linha sabe imediatamente que não está falando com o homem. Foi chamado pelo nome de serviço.
📲🔊 - Qual o tamanho do estrago dessa vez, Angelus?
Quase nunca precisa se preocupar em limpar o serviço de Legio, mas o irmão é espalhafatoso. Geralmente Niger dá jeito sozinho com fogo e gasolina, mas Albus sempre faz um grande espectáculo, são evidências demais. Dário possui uma empresa de faxina, é ele quem limpa os rastros da irmandade, tem funcionários em várias partes do mundo.
📲🔊 - Bom, é um estrago a minha altura.
📲🔊 - Hum, então é sangue pra todo lado.
Angelus fornece o endereço.
📲🔊 - Meu pessoal chega aí em trinta minutos.
******
Depois de tudo limpo Angelus faz uma transação bancária.
- Os velhos de batina vão adorar mais esse gasto.
Tira a bengala de baixo do braço e se encaminha pra fora da casa, voltando a assoviar enquanto contempla a lua alta no céu.
___________________________________________
Aestas: Brisa de verão.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 45
Comments
Rose Gandarillas
Nunca tinha lido ou mesmo ouvido o termo *emasculado que por acaso combina 100% com os crimes que cometia.
2024-11-01
0
Renascida das cinzas
Angelus
2024-08-20
0
Alzenir Gianiselle
eu estou começando a ler dia 09/07/2024
2024-07-09
0