Uma hóspede na minha casa

...ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ...

Estou sentado no avião observando a garota na minha frente. Ela está bastante machucada no rosto, é pequena e frágil demais e até antes de dormir não emitiu uma palavra sequer.

💭Se eu soubesse que era alguém tão frágil assim teria vindo antes💭

Foi tocada de maneira inapropriada mais de uma vez. Pelo que pude observar tem marcas de diferentes tonalidades pelo corpo. Principalmente na curva dos s*ios.

Assim que o jatinho pousa eu mando uma mensagem pra meu pai.

📱- Acabei de chegar. O que faço com a garota?

Ele não me responde e eu resolvo ligar, mas o velho custa a atender. Quando faz eu já disparo:

📲🔊 - Pai, cheguei. Pra onde eu levo Yuliya?

📲🔊 - Ah meu filho, leve-a pra sua casa mesmo. As coisas estão tumultuadas demais por enquanto com essa coisa toda do casamento do seu irmão.

COMO É QUE É?!

📲🔊 - Pai, eu não sou uma babá!

📲🔊- Yuli não é uma criança, Gideon. Não precisa de babá. Colabora comigo e com sua mãe, meu filho, por favor.

Desligo o telefone sem nem me despedir.

Meus pais estão no meio de um surto.

Promeiro obrigam Álister a se casar com Lilibeth, e agora me amarram em uma garota que eu nunca vi na vida.

Inferno!

Olho pra moça pequena encolhida na poltrona. Não quis ir dormir na cama do avião por medo de mim. A acordo e ela caminha sonolenta e sem raciocinar muito.

Quando Elijah, meu guarda costas, para em frente de casa eu me pego pensando em como vou fazer pra tirar Yuliya do carro.

Coço meu queixo e decido pega-la no colo. Desconfio de que tenha passado dias de privação forte, mesmo comigo a carregando não acorda de jeito nenhum. A levo pra um quarto de hóspedes e a deito na cama antes de sair fechando a porta.

*********

- Bom dia meu querido!

Abro um sorriso pra Carmen e dou um abraço nela.

- Correu tudo bem na sua viagem?

Me sento na cadeira enquanto ela me serve um café.

- *Correu sim. Escuta, Carmen, preciso que você ligue em uma loja dessas e peça pra trazerem roupas pra uma garota manequim 3**8*.

Minha governanta arqueia uma sobrancelha pra mim.

- Você geralmente só as despe. Vestir é novidade.

Não seguro a risada e nem ela.

- Não meu amor, ela é o trabalho que fui fazer. Tive que trazer pra cá enquanto meus pais resolvem as coisas com Áli.

Imediatamente Carmen entende que a situação vai ser difícil.

- Vou providenciar agora mesmo.

Estou comendo em silêncio quando escuto um grito.

- SOCORRO!

Corro escada acima e entro de uma vez no quarto em que Yuliya dorme.

- O que foi?!

Procuro com os olhos e não vejo nada. Só aí que percebo que ela está deitada ainda, tem os cabelos grudados na testa de suor e muito provavelmente está saindo de um pesadelo.

- Tive um sonho ruim.

Passo as mãos no meu rosto e cabelo.

- Quem é você? Onde eu tô?

Yuliya aperta a capa branca em volta de si. Está com medo de mim.

- Escuta, eu sou filho de um parceiro de negócios do seu pai. Me chamo Gideon.

Ela franze a testa confusa.

- Ontem você se apresentou com outro nome.

Fala tão baixo que eu mal escuto a sua voz.

- Bom, porque ontem eu usava outro nome. Escuta Yuliya, você provavelmente deve ter ouvido falar de Kalel.

Ela arregala os olhos.

- Ouvi sim. Papai mencionou sobre ele algumas vezes.

Faço um gesto de cabeça concordando.

- Pois bem, ele é meu pai. Mas quando você o vir vai chama-lo por Cesare. Entendeu?

Yuliya é obediente, concorda com a cabeça.

- Você não pode contar nunca pra ninguém o que ouviu e viu ontem. Tem que ser nosso segredo.

Mais uma vez eu a vejo concordando com a cabeça.

- Ótimo! Sei que deve estar querendo tomar um banho e com fome. Sugiro que você desça e coma primeiro até as roupas que pedi pra você cheguem. Você vai ficar por uns poucos dias aqui em casa, até meu pai vir te buscar.

Espero por ela se levantando e quando a vejo descalça eu olho pra seus pés e tiro os meus próprios chinelos.

- Usa esses, eu pego outros pra mim.

Ela se calça e depois diz:

- Obrigada.

Yuliya me acompanha depois que eu calço um novo par de chinelos e eu me sento dizendo a ela pra se sentar também.

- Pode comer.

Estranhamente a primeira coisa que ela faz é beber um copo grande de água. Depois ataca um brioche com voracidade.

Me percebe encarando e limpa uma migalha no canto da boca antes de dizer:

- Me desculpa, já faz uns dias que não como.

Ouvir isso me pega de surpresa. Angelus me disse enquanto estávamos indo buscar ela que o homem que a mandou sequestrar queria se casar com ela. Não faz sentido deixar a noiva passando fome.

E até onde entendi o que aconteceu com ela lá foi sem o conhecimento e autorização dele.

- Por que não estava comendo? Não se sentia a vontade pra isso?

Yuliya nega com a cabeça e deixa a xícara que estava segurando de lado. Ela abaixa os olhos envergonhada.

- Juarez tirou minha comida quando me neguei a deixar que ele me tocasse. Usou uma fala bem vulgar pra tentar uma espécie de acordo comigo.

Vejo a repulsa passando pelo rosto dela. Yuliya é delicada demais, pelo visto é cheia de pudores, lembrar disso está sendo um martírio pra ela.

Admito que olhar pra ela nesse estado me causa revolta.

- Entendi. Bom, come mais um pouco, você sobe e toma um banho depois. Acho que até lá suas roupas já chegaram, e Carmen te entrega depois.

********

Já é bem mais tarde quando minha mãe chega em casa. Vem trazendo um bolo de laranja pra tomar café da tarde comigo.

Ela me dá um beijo no alto da cabeça e se senta ao meu lado me observando rabiscando a ornamentação do altar do casamento de Álister.

- Está fazendo isso direito dessa vez, não é? Não me obriga a te dar um outro peteleco. Você e seu irmão estão me desgastando ultimamente.

Deixo o Charcoal por cima do Canson com os primeiros traços que fiz e não contenho a risada debochada.

- Ah, dona Isabel, você e seu marido não, né? Parece que vocês dois surtaram de uns dias pra cá. Olha só o que estão fazendo comigo e Álister!

Minha mãe bate no meu braço de leve.

- Vocês estão fazendo aquilo que foram designados a fazer. Não vão morrer por saírem um pouco da rotina de depravação de vocês dois. Sinceramente, eu as vezes pergunto a Aprisca se nunca vão tomar juízo.

Deus que me livre!

- E eu tenho perguntado a Angelus quando é que minha casa vai deixar de ser hotel.

Minha mãe perde a paciência comigo.

- Escuta aqui, garoto, não me faz te dar uma paulada! E eu espero que você esteja cuidando bem de Yuliya, ela precisa de conforto e paz.

É, isso é fato.

Essa garota sofreu um bocado naquele lugar infernal.

- Ela está sendo bem assistida. Comprei roupas pra ela e Carmen a ajudou com as coisas.

Dona Isabel concorda com a cabeça.

- Ótimo! Depois que o casamento de Álister e Lilibeth passar, nós vamos dar um jeito na vida dessa moça. Vai ser difícil, mas vamos conseguir.

Minha mãe vai embora depois do café e eu gasto o resto do início da noite terminando de ajeitar as coisas da decoração do casamento.

Quando a hora do jantar chega, Yuliya aparece.

Ela vem usando uma calça de um tecido mais leve e uma blusa fina de mangas compridas. O clima está um pouco quente, mas desconfio que esteja escondendo as marcas do corpo.

- Boa noite.

Envergonhada ao extremo na minha presença, fala baixo demais.

- Boa noite pra você também.

A vejo prestando atenção em mim. Estou arrumado pra sair, estava só esperando por ela.

- Vou sair daqui a pouco, mas Carmen vai te fazer companhia. Você pode ficar a vontade aqui e fazer o que quiser pela casa.

Não me dou ao trabalho de pedir pra ficar longe do meu quarto e da minha biblioteca. Yuli é uma moça tímida e muito bem educada, não vai mexer em nada que não possa mexer.

- Tudo bem, obrigada.

Me levanto colocando as chaves do carro no bolso, e quando estou de costas pra deixar a sala de jantar eu ouço ela me chamando.

- Gideon...

Ouvir ela dizendo meu nome me pega de surpresa.

Não sei porque, mas pega.

- Hum?

A encaro e vejo Yuliya ruborizando.

- Quando vou poder falar com meus pais? Estou com saudade deles.

Ah, que droga!

Lembro do estado deplorável em que a encontrei e não posso simplesmente contar que eles estão mortos. Ainda mais comigo de saída.

- Hãn... vamos deixar a poeira abaixar primeiro. Victor pode rastrear a ligação e não vai ser bom.

Ela concorda comigo e eu decido sair antes que ela pergunte mais alguma coisa.

*********

Chego no bar em que marquei de me encontrar com Lana. Ela é maravilhosa e quando me ligou hoje mais cedo eu não resisti.

- Meu Deus! Você destrói com meu psicológico!

Ela está usando um vestido justo destacando todas as curvas que tem e me dá um sorriso atrevido.

- E você acha que me faz cair no golpe com esse papinho horroroso.

Dou um selinho nela e me sento na banqueta do lado.

Papo vai, papo vem, eu não resisto:

- Vem pra minha casa. Passa a noite comigo que eu quero te ouvir gemendo do jeito gostoso que você sempre geme pra mim.

Ela coloca a mão direita na minha coxa e faz um carinho.

- Hum, não sei senhor Greco, preciso pensar.

Ajeito uma mecha do cabelo brilhante que ela tem.

- *Pensar no quê? Se vai aguentar g*zar a noite inteira pra mim*?

A risada sexy que me Lana me dá é o sim que eu precisava ouvir. Pago a conta e nós deixamos o bar em direção à minha casa.

Abro a porta e digo a ela:

- Hoje nós não vamos poder começar aqui na sala, estou com visita, então vamos pra meu quarto direto.

Imagina só se Yuliya levanta no meio da madrugada e pega nós dois no meio da ação?

Ela arqueia uma sobrancelha perfeitamente desenhada pra mim.

- *Está com visita e me trouxe pra f*der aqui? Se soubesse tínhamos ido pra minha casa*.

Nego com a cabeça.

- É um negócio paralelo, se é que entende. Não posso deixar a garota muito tempo sozinha.

Lana imediatamente entende o que quero dizer. O pai dela faz parte da irmandade.

- Ah, se é assim, tudo bem. Vamos logo, quero usar sua cama.

*********

É de manhã e eu Lana descemos pra tomar café. Minha convidada vestiu uma das minhas camisas sociais pra tomar café da manhã comigo e nós dois descemos as escadas rindo. É quando eu dou de cara com Carmen e Yuli arrumando a mesa pro café. As duas estão rindo também, a russa está à vontade com a minha governanta e eu me pego observando o sorriso lindo que ela tem e que automaticamente diminui quando ela me vê.

Yuliya com toda a certeza tem medo de mim.

Carmen interrompe o silêncio que se instalou.

- Bom dia pra vocês! Quanto tempo não te vejo, Lana.

Ela cumprimenta minha convidada e as duas trocam algumas palavras que não presto atenção. Estou observando Yuli que continua cobrindo o corpo por conta das marcas. Ela continua arrumando a mesa e tira de um carrinho uma travessa com um bolo bonito e diferente.

Carmen chama a minha atenção.

- Yuli fez Medovik. É um bolo de mel. Aprendi uma receita nova e com certeza vou reproduzir sempre.

Nos sentamos pra tomar café com Carmen nos fazendo companhia e eu dou graças a Deus por isso.

Estou constrangido, algo inédito pra mim, não pensei que ficaria assim por estar com uma mulher na minha casa tendo Yuliya aqui.

💭Você vai ter que dar um tempo na safadeza aqui na sua casa, meu caro💭

É um inferno ter que admitir, mas Angelus tem razão dessa vez.

💭Eu sempre tenho, você que não gosta de dar o braço a torcer 💭

Fico calado durante todo o café e quando vejo Lana interagindo com Yuli eu me contorço.

Que situação desagradável.

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Comments

Fatima Gonçalves

Fatima Gonçalves

eita. eita eita 🤣😂🤣🤣🤣🤣😂🤣😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂

2024-10-02

1

Renascida das cinzas

Renascida das cinzas

Affff... 🙄🤦🏽‍♀️

2024-08-21

1

Renascida das cinzas

Renascida das cinzas

Adoro essas governantas amorosas iguais mães e deslocadas ao mesmo tempo!!!

2024-08-21

2

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Atualizado até capítulo 45

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