a despedida do sítio das pedras.

Os dias foram a passar, eu ali naquele paraíso, eu evitava ir ao centro, ia somente o extremamente necessário.

Já havia saído do serviço, pois iria embora da cidade, então procurei ficar o máximo de tempo com as pessoas que eu mais amava.

Logo chegou as festas de natal, passamos juntos, o ano novo também, alguns vizinhos amigos do meu pai, vieram fazer uma visita, mas foi uma visita rápida.

Eu não tinha parentes por parte dos meus pais, e se tinha não sabia onde viviam.

Eu só sei que os meus pais saíram da pequena cidade no interior do nordeste e vieram para este estado, e acabaram vindo trabalhar de caseiro nessa cidade do interior, onde nasceu o meu irmão, e depois eu, além dessa história, não sei mais nada.

Também não pergunto, penso que é um segredo deles e não vou pertuba los com essa conversa, o dia que acharem de falar, amém, até la esperarei.

O mês iniciou-se, tudo tranquilo, Shirley mandou noticias através de uma carta, é estranho falar assim, mas eu ainda não tinha um celular, só usávamos o telefone do sítio, que ficava na casa dos patrões, e um ramal, na minha casa, mas só usava em caso de necessidade.

Shirley, escreveu que já estava a trabalhar e que tudo corria no planejado, e desejando-me um ano cheio de muitas bênçãos para mim e para os meus pais, e sentia muita falta de nós e do sítio, e dos nossos mergulhos e brincadeiras no lago.

Imagem da ‘internet’.

E quando eu estivesse na faculdade, mandasse o endereço para ela ou o número do celular, assim que comprasse um, e que o número dela estava na carta era só ligar.00××××.

Fiquei muito feliz por ela estar bem, chega o meu coração doeu de saudades, mas era para o bem dela, então eu estava feliz.

Já estava se aproximando o dia de eu ir embora para a faculdade, a minha mãe, com a ajuda da patroa, a dona Emília, deixaram tudo preparado, alguns semestres já pago, o dormitório bem perto da faculdade também já estava alugado, dona Emília só não iria à rodoviária receber-me, por que estava a viajar com a família para o exterior.

Então eu iria ter que me virar para chegar ate o dormitório, mas sobre as orientações dela tudo iria dar certo.

Fui para o meu quarto arrumar as malas, deixar tudo pronto, e ver o que eu iria levar comigo.

Eu já selecionara vinte desenhos marcados com números.

E os mesmos números estavam nas pedras, saberia o desenho feito para cada pedra, sem me perder, eu não levaria as pedras comigo, pelo menos não agora.

Depois quando começar o curso ‘desenhador profissional’ de joias e o de orives.

(os que trabalham na fabricação de joias e na lapidação de gemas, pedra preciosa, ou pedras comuns)

E ter um lugar para guardá-las, até poder trabalhar nelas, eu mesma gostaria de fazer a lapidação em cada uma delas, pelo menos vou tentar.

A única pedra que irá comigo, será a pedra dos sonhos, que o meu irmão deu-me um pouco antes de nos deixar, essa estará comigo, e já tenho o desenho pronto para ela.

Será um conjunto lindo, o nome desse conjunto será, pedra dos sonhos, e será o meu, não venderei.

Talvez venda o desenho, mas vamos ver como fazer para melhorar ele após aprender mais.

Até la ainda tenho dois dias para achar mais algumas pedras depois, só se eu for para algum lugar que tenha muitas pedras, vamos ver ate lá.

Como não tinha muitas roupas e sapatos, não que não gostasse de sapatos, sandálias.

Sei que toda a mulher é meio centopeia, gostam de ter mais sapatos do que podem usar, e eu não sou uma exceção, é que por economizar para ir para a faculdade, não me dei a esse prazer de ter vários, isso por enquanto, quando terminar a faculdade e firmar-me num emprego.

Ai comprarei, mas tudo planos para um futuro, e como aprendi com a minha mãe, a confiar em Deus, então tudo esta nas mãos dele, se permitir terei tudo que ele me preparou, assim eu creio.

Não tinha muita roupa e sapatos, só uma mala média, e uma mochila, coube todos os meus pertences.

Deixei algumas peças para quando eu viesse de férias, não precisaria trazer muita coisa.

No dia seguinte, fiz a minha higiene, tomei o café com os meus pais, e depois fui dar uma volta no lago, por que logo não poderia mais desfrutar daquele lindo lugar, onde me sentia em paz.

Imagem da ‘internet’.

Fiquei ali um bom tempo, lembrar de momentos que tive com o meu irmão, no lago do antigo sítio, onde me ensinou a nadar e a atirar pedras na água.

Imagem da ‘internet’.

Depois fui caminhar no sítio, claro com três pedras que achei no lago.

Andei a olhar tudo como se fosse a primeira vez, de certa forma, queria guardar cada imagem na minha mente, até poder voltar.

Imagem da ‘internet’.

O jardim entre muitas pedras, onde tudo ficava mais bonito.

Imagem da ‘internet’.

O pequeno fio de água, que na época das chuvas se formava uma cachoeira.

Todas as imagens já estavam guard as, o jeito é ir, e deixar toda essa maravilha, para quando eu voltar, vou sentir muita falta desse lugar.

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