O encontro na sala de aula.

Igor Molina.

Os meus pais para me dar um castigo por não estar a levar os estudos a sério, colocaram-me numa escola pública.

Eu que estudava numa escola particular, e mudar para essa escola que só tem meia dúzia de pessoas ricas, porque o resto ou é pobre assalariado, ou de classe média baixa, que para mim, é pobre do mesmo jeito.

Ainda bem que só falta poucos meses, para fechar o ensino médio, ai vou ver se consigo fazer a cabeça do meu pai para ir para fora do país para estudar, vai ser difícil, mas vou tentar, quem sabe consiga.

Aqui tem um monte de meninas até bonitinhas, mas todas as interesseiras, são pobres tentando namorar um cara rico, ai dá, o golpe da barriga, e fica com pensão gorda.

Mas comigo não vai acontecer, se quiserem ficar comigo e ir para a minha cama terão que correr atrás do papai aqui, e pelo menos terá que ser uma mina rica, compatível comigo.

E eu previno-me o máximo que posso, e se tiver que ser pai terá que ser uma mãe rica, não vão-me fazer de bobo não.

Mas por enquanto vamos ficar longe dessas pobres, que não tem nem onde cair dura.

Fui mandado para uma sala, e logo que entro vejo uma mesa vazia, e vou na sua direção, quando prestei a atenção na mesa do lado, ela era linda.

Os nossos olhares cruzaram, eu continuei andando, mas olhando-lhe, gente que olhos lindos, eram verdes, eu fiquei fixado naquele olhar.

Contudo ela mal olhou e abaixou o olhar novamente o livro como se eu não fosse ninguém, mas acabei a sentar ao lado dela, e olhei pelas roupas é uma mina pobre, e mesmo que seja uma das mais lindas da escola, mesmo com esses olhos, para mim, é um ponto negativo, e não serve nem para ser amiga.

De repente, o professor começou a chamar para apresentarem os trabalhos, e logo chamou aquela linda, ai fiquei a saber o nome dela, que era Dayana Lima, era um nome de princesa, é princesa pobre, igual à Cinderela.kkkk

Ela apresentou o trabalho super bem, o professor elogiou pelo trabalho bem-feito, e pela bela apresentação.

Quando ela estava a voltar para sua mesa, e olhei para outro lado também ignorando a sua passagem, eu acabei a fazer alguns comentários, rapaz do lado acabou a ouvir e falou:

O rapaz do outro lado, falou: pobre e lunática, penso que meio doida, ela coleciona pedra no lago.

Eu falei algumas palavras, ela passou, e fez de conta que éramos invisíveis, pensei ela deve ter escutado, mas é bom só assim, fica longe de mim.

Não quero ser contaminado com a doença da pobreza,kkkkk.

Coloquei na minha mente que não posso e não vou fazer amigos nesse lugar, principalmente amigos pobres.

Essas garotas que são pobres, não vou nem olhar, para que não fiquem a mandar cartinhas melosas para mim.

Terminou a aula, ela foi embora com outra pobretona, da para observar pelas suas vestes, são bonitas, mas para mim, sem hipótese.

Mas bem-feito, não levei o outro colégio a sério, agora vivo rodeado de gente pobre.

Dayana: Eu fui chamada a frente e apresentei o meu trabalho, após a apresentação o professor elogiou-me, pelo trabalho e pela apresentação, voltei para a minha mesa de estudos, o garoto novato chega virou o rosto para não me olhar.

Eu fiquei triste na hora com tanta arrogância, mais fazer o que, tem pessoas que só olha a aparência e pelos bens materiais, e não pelo que realmente somos.

Fiz de conta que era invisível, fui sentei e voltei a prestar atenção nas outras apresentações, sem fazer questão da presença daquele, rapaz lindo do meu lado, que ocasionalmente notava a olhar para mim.

Acabou a aula, encontrei a Shirlei na saída, ela estudava em outra sala.

No dia seguinte cheguei na sala de aula, notei que o rapaz novato, estava sentado bem longe de mim, umas três mesas de distância.

Entrei sentei, para mim, é até normal, os alunos, ficarem longe de mim, penso que sou estranha mesmo.

Não sou de conversar com ninguém, só com a minha amiga, que sempre me defendeu, e também prefiro, se for para ficar a conversar com que fica a fazer bullying, e melhor deixar do jeito que está, o importante e estudar, tem amigos que acaba a atrapalhar em vez de ajudar, então é bom que mais um fique longe para não pegar pobreza.kkkkkkk.

E eu não me contamine com a doença da arrogância e desprezo pelo ser humano.

E mesmo sentindo algo por esse garoto, vai passar, por que como diz a minha mãe, tudo passa na vida da gente.

É só uma, a paixonite de adolescente, e logo vou para a faculdade, outras paixões virão.

Bem isso é o que espero.

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