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Karoll espiou pelo corredor, certificando-se de que não havia ninguém por perto. Com passos silenciosos, ela deslizou pela passagem oculta, uma rota que poucos conheciam. Saindo pelas portas dos fundos do castelo, montou rapidamente em seu cavalo e galopou em direção ao lago Twilight.
A cada batida dos cascos do cavalo, o coração de Karoll parecia bater mais forte. As mãos dela ficaram úmidas com a emoção crescente. Quando o lago surgiu à sua vista, seu olhar foi imediatamente atraído por uma figura imponente à beira da água. Uma mistura de esperança e ansiedade tomou conta de sua mente enquanto se aproximava, ansiosa para decifrar quem poderia ser aquele desconhecido.
Os cascos do cavalo de Karoll ecoaram pelo ar, e o homem virou-se rapidamente, empunhando sua espada com uma agilidade impressionante. Mas o medo que ela sentia desapareceu instantaneamente ao reconhecer o rosto familiar de Gustav. Uma alegria indescritível a inundou, e ela saltou ágil do cavalo, correndo em sua direção com os olhos brilhando de emoção.
— Gustav! — exclamou Karoll, os lábios curvando-se em um sorriso radiante. — Você não faz ideia do quanto fiquei preocupada, pensando em você!
Antes que Gustav pudesse responder, Karoll o envolveu em um abraço caloroso, seus sentimentos transbordando em uma demonstração de afeto sincero que pegou Gustav de surpresa.
— Também senti sua falta, Karoll… — Gustav deixou escapar um sorriso terno enquanto retribuía o abraço.
— Eu senti tanto a sua falta, Gustav… — Karoll olhou nos olhos dele com uma sinceridade profunda, a voz vacilando ao recordar os dias solitários. — Esperei uma eternidade por uma carta sua, um sinal de que ainda estava vivo. Cheguei a temer o pior… imaginei que você poderia ter morrido.
Gustav esboçou um sorriso, como se quisesse dissipar a tensão entre eles. Deu um passo à frente e segurou as mãos dela com firmeza, mas com um cuidado que aquecia seu coração.
— Também senti sua falta. — Sua voz carregava um peso de cansaço e alívio. — Passei os últimos meses lutando no campo de batalha, protegendo o príncipe. Foram dias intermináveis... mal tive tempo para escrever. E então, meu pai soube sobre nossos encontros. Ele me deu uma condição: aproximar-me de você e do príncipe durante a guerra, ganhar a confiança de vocês e, assim, fortalecer nossa família.
Ele hesitou, desviando o olhar para o chão, como se buscasse as palavras certas. A tensão entre os dois se adensava no silêncio.
— Mas, Karoll… eu não sou apenas um oportunista. — Sua voz saiu mais baixa, carregada de algo indefinível. Ele ergueu os olhos para encará-la de novo. — Eu gosto de estar com você, de falar com você. Você é especial para mim… de uma maneira que vai além de qualquer convenção.
As palavras dele fizeram o coração de Karoll acelerar, um calor intenso se espalhando por seu peito. Ela ergueu a mão e roçou os dedos no rosto de Gustav, sentindo a pele quente sob seu toque.
— Você sempre me entendeu, sempre esteve ao meu lado… — sussurrou, com a voz embargada. — Mas tudo mudou com essa maldita guerra...
Um brilho úmido tomou seus olhos, e ela mordeu o lábio para conter as emoções que ameaçavam transbordar.
Gustav deslizou a mão até seu rosto, os dedos calejados acariciando sua bochecha, apagando uma lágrima solitária que escorreu.
— Fico feliz em ouvir isso de você… — murmurou, sua voz suave como uma prece.
Karoll respirou fundo, sentindo o peso das palavras que se acumulavam em sua garganta, uma avalanche de sentimentos prestes a transbordar. Ela olhou para Gustav, a intensidade da conversa fazendo seu coração bater mais rápido, e tentou manter a compostura.
— Tirando a nossa relação, ouvi dizer que você e o príncipe se aproximaram. Quando era menor, você o detestava... dizia que ele era um idiota mimado... — Sua voz tremia ligeiramente, entre a curiosidade e a dor das palavras não ditas.
Gustav sentiu um nó apertar em seu estômago ao ouvir isso. Ele sabia que aquela aproximação com o príncipe havia sido uma necessidade imposta, mas o peso do arrependimento ainda o acompanhava.
— Nunca gostei muito dele... — respondeu, a sinceridade em suas palavras revelando o peso das próprias escolhas. Ele desviou o olhar, como se tentasse esconder sua vergonha. — Só me aproximei para satisfazer meu pai e proteger nossa família. Isso faz de mim um péssimo cavaleiro... e pior ainda, um homem fraco.
Karoll balançou a cabeça lentamente, como se tentasse afastar a culpa que ele carregava, sentindo que não deveria ser assim. Sua voz se manteve firme, mas suave, um lembrete de que, apesar de tudo, ele não estava sozinho naquela luta.
— Não, Gustav, você está protegendo a futura imperatriz de rumores que poderiam destruir o Império. Meu casamento com o príncipe é uma das coisas mais cruciais para este país. Pense nisso como uma missão... — A palavra 'missão' ficou no ar, carregada de um significado que transbordava para muito além da política.
Gustav baixou o olhar, um peso no peito apertando sua respiração. Ele queria ser mais do que uma peça no jogo político, mas sabia que, de certa forma, sempre teria sido apenas isso.
— Apesar de tudo, você ainda está noiva... — murmurou, como se o fato de ela continuar com o príncipe fosse um fardo que ele não sabia como lidar. Ele hesitou antes de perguntar, o coração batendo mais rápido com a necessidade de entender. — Você realmente quer se casar com ele, apenas para governar o Império?
Karoll o fitou com uma determinação inquebrantável, seus olhos transmitindo uma força que Gustav nunca tivera a chance de ver completamente.
— Nunca quis. — A firmeza em sua voz foi como um golpe de realidade para Gustav, deixando claro que, embora seu destino fosse inevitável, ela nunca o escolhera. — Mas esse sempre foi meu propósito. Já tentei fugir disso tantas vezes... Mas não me deixam ir. Só me resta transformar este Império no maior e mais forte que puder, mesmo que seja ao lado do príncipe.
O silêncio que se seguiu estava pesado, e Gustav sentiu um aperto no peito, sua expressão tensa, marcada pela preocupação que ele tentava disfarçar.
— E se ele encontrar outra mulher? Se apaixonar por outra? Você quer essa vida, Karoll? Ele não é mais aquele menino mimado, e se apaixonar por outra é algo que ele faria. E você? Você não poderia se apaixonar por outra pessoa também?
Karoll o encarou com um olhar frio e resoluto, seus olhos brilhando com uma força que Gustav conhecia bem.
— Se ele encontrar outra mulher, vou me livrar dela. — A dureza nas palavras dela parecia cortar o ar entre os dois. — E se eu me apaixonar por alguém... vou querer que essa pessoa seja feliz, mesmo que isso custe a minha própria felicidade.
Gustav engoliu em seco, sentindo o peso daquelas palavras como uma lâmina afiada, cortando de maneira implacável a ideia da mulher que ele conhecera. A Karoll que ele lembrava não estava mais ali. Diante dele, estava a futura imperatriz, uma mulher que escolhera o destino em vez do amor.
— Você mudou, Karoll... — Sua voz estava carregada de tristeza, como se estivesse lamentando a perda de algo que nunca poderia ser recuperado. — Você está desistindo da sua própria felicidade por poder.
Ela arqueou uma sobrancelha, um leve sorriso jogando luz em seu rosto, mas seus olhos estavam imperturbáveis.
— Quem disse que o poder não pode ser a minha felicidade? — A ironia nas palavras dela parecia esconder uma verdade amarga, e ele podia sentir a dor por trás da fachada de indiferença. — Durante esses seis anos, aprendi que o destino que me colocaram nunca será mudado. Por isso, quero dar um futuro melhor para esse povo... mesmo que isso signifique sacrificar meus próprios desejos. Talvez eu até encontre felicidade nos meus dias como princesa herdeira.
A preocupação de Gustav aumentou, seu peito apertado por uma sensação de impotência. Ele queria proteger Karoll, queria que ela fosse feliz, mas sabia que sua felicidade agora parecia um sonho distante.
— Só quero que você seja feliz... — Sua voz falhou, incapaz de esconder o desespero que sentia por ela.
Karoll tocou suavemente o braço dele, o gesto simples, mas cheio de um carinho que ele não sabia como processar naquele momento.
— Eu também quero que seja feliz. — Sua voz estava mais suave agora, mas a determinação ainda estava ali, como um farol, tão claro quanto o destino que ela tinha pela frente. — Não fique preocupado comigo. Isso só te atrapalha.
Gustav franziu a testa, a paciência se esgotando diante da verdade que ela teimava em aceitar.
— Por que... por que você não entende? — Ele não podia mais conter a frustração em sua voz, e a dor no fundo de seus olhos era evidente.
Ela o encarou, confusa, como se tentasse entender o que ele queria dizer, mas a resposta não vinha.
— O que eu não entendo?
Ele suspirou profundamente, sem palavras para expressar a angústia que o consumia. Então, sem avisar, puxou-a para um abraço apertado, envolvendo-a com toda a intensidade de seu afeto. Ele a segurou com força, como se temesse que ela fosse se afastar para sempre. Seu beijo suave na testa era uma promessa silenciosa.
— Apenas saiba que estarei sempre com você nos seus momentos difíceis... — Ele murmurou, sua voz baixa e carregada de uma devoção que não sabia como transmitir de outra maneira.
Karoll fechou os olhos por um momento, sentindo o calor dele, o conforto daquele gesto, mas ao mesmo tempo, uma dor crescente. Ela sabia que o que ele oferecia era o que ela mais desejava, mas o destino não permitia que ela se permitisse.
— Tenho que ir. Gilda não conseguirá mentir para os guardas por muito tempo.
Gustav deu um passo para trás, assentindo.
— Desculpe-me... tomei muito do seu tempo.
Ela sorriu carinhosamente, montando no cavalo.
— Não precisa se preocupar, foi um tempo que valeu a pena. — Sorri carinhosamente para Gustav. — Espero te ver à noite no banquete de vitória.
— Não queria ir, mas já que estarás me esperando aparecerei por lá.
Gustav a pegou pela cintura e a colocou no cavalo que Karoll havia roubado.
— Vá em segurança — disse Gustav, seu olhar cheio de preocupação. — E lembre-se de que estarei sempre aqui, caso precise de mim.
Karoll assentiu com um sorriso reconfortante, sentindo-se grata por ter alguém como Gustav ao seu lado. Ela se virou para ir embora, mas não pôde deixar de olhar para trás uma última vez, enviando uma prece silenciosa para que ele estivesse sempre lá quando precisasse dele.
...⚜🔅⚜...
No interior de seu quarto, Karoll se depara com a figura assustadora de Gilda, cujo olhar parecia capaz de matá-la ali mesmo.
— Eu sei, desculpe-me ter ficado tanto tempo fora é que aconteceu tanta coisa que perdi a noção do tempo — diz Karoll fechando a porta devagar com a cabeça baixa.
— Eu não quero saber o que aconteceu a minha lady, mais o baile começa em três horas até você tomar banho, hidratar o rosto e o corpo, arrumar o cabelo, passar maquiag- A bronca de Gilda é interrompida.
— Pelo céus Gilda! Eu entendi, demorei muito, mas agora não quero levar uma bronca sua, já que estamos atrasadas é melhor começar arrumar-me agora.
Gilda pondera por um momento porque sua lady está tão irritada, mas decide perguntar mais tarde.
— Agora enquanto tiro a minha roupa, chame as outras servas para preparar o banho, é melhor andarmos rápidas.
— ...Tudo bem minha senhora, mais acho melhor contar-me tudo o que houve depois do banquete.
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Atualizado até capítulo 75
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