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Gilbert recuperou a sua postura, endireitando-se ao máximo, e seguiu diretamente para o final da escada do salão, ansioso para receber a sua noiva e compartilhar com ela a primeira dança como casal.
Enquanto isso, Karoll desceu a escada com uma graça e delicadeza que encantavam a todos os presentes. O seu semblante não denotava nervosismo, mas sim uma confiança digna de uma verdadeira princesa.
— É um prazer conhecê-lo, vossa majestade imperial, príncipe herdeiro Gilbert Quátez. — curvou-se levemente diante do príncipe, mantendo uma postura impecável.
Gilbert, tomado por uma ansiedade quase sufocante, gaguejou ao tentar responder:
— S-sim! O prazer é... é todo me-eu, Duquesa Karoll Sentiny. — a sua voz falhou em meio às hesitações, enquanto ele estendia a mão trêmula em direção à dela. — Go-gostaria de me conceder... uma dança?
Karoll, por sua vez, teve uma primeira impressão equivocada do príncipe, julgando-o de forma precipitada.
— Eu adoraria, vossa majestade imperial. — respondeu com um sorriso gentil, aceitando o convite.
Gilbert, aliviado por sua proposta ter sido aceita, soltou um sorriso tímido, acreditando ter causado uma boa impressão. Juntos, eles dirigiram-se ao centro do salão para realizar a sua primeira dança como noivos.
Apesar do nervosismo que ainda o consumia, o príncipe movia-se com graciosidade ao lado da sua futura esposa, demonstrando habilidade e elegância. Não houve erro em nenhum passo, e a dança transcorreu de forma fluida e harmoniosa, deixando os presentes encantados.
Ao final, foram agraciados com uma salva de palmas e uma série de elogios.
O imperador e a imperatriz também se aproximaram para parabenizá-los, irradiando orgulho.
— Vocês dançaram tão perfeitamente, parecia que já dançavam juntos desde que nasceram, ha ha. — elogiou a imperatriz, com um sorriso radiante.
— Muito obrigado, mamãe. — o príncipe alegre respondeu.
Mas a felicidade do momento foi abruptamente interrompida pela repreensão áspera da imperatriz.
— Meu Deus! Olha os modos, menino! Não me chame de mamãe na frente de tantas pessoas. Eu nem estava falando com você para começo de conversa. Não fez nada além de gaguejar na frente da sua noiva! — exclamou, com uma expressão de desaprovação clara em seu rosto.
Gilbert, envergonhado e magoado, abaixou a cabeça e não conteve as lágrimas, pedindo desculpas por seus “modos inadequados” diante de todos.
Em seguida, despediu-se apressadamente de Karoll e partiu correndo em direção à sala das crianças nobres, buscando refúgio.
Diante da cena desconfortável, a imperatriz lamentou o comportamento do príncipe.
— Meu Deus... Peço desculpas por presenciar esse tipo de comportamento do príncipe, Lady Karoll. Ele é difícil de ensinar boas maneiras. — disse, com um suspiro de frustração.
Karoll, embora chocada com a situação, manteve-se serena, controlando as suas emoções e mantendo um sorriso polido no rosto.
— Fico muito grata pelo elogio à minha dança, imperatriz. Mas agora, com sua permissão, gostaria de conhecer meus futuros amigos nobres. — disse, educadamente, solicitando permissão para se retirar.
— Ah, sim. Você é tão elegante que esqueço às vezes que é apenas uma criança. Tem a minha permissão para se retirar.
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Em outra sala, quando Karoll adentrou o ambiente, deparou-se com várias crianças devorando os quitutes dispostos na mesa, enquanto outras brincavam animadamente, imitando cachorrinhos.
O seu olhar percorreu a sala até avistar o príncipe, encolhido num canto, soluçando baixinho.
— O que você está fazendo, vossa majestade? — questionou, os braços cruzados em reprovação.
Gilbert tentou articular uma resposta, mas as palavras travaram em sua garganta, e ele voltou a chorar, envergonhado da sua própria fraqueza.
— Então, tudo o que o príncipe herdeiro pode fazer é chorar após ser humilhado diante de todos? — Karoll provocou, mantendo um olhar firme. — Você, o príncipe herdeiro, futuro imperador do maior Império já existente, não vai ficar aí chorando só porque aquela mulher insensível, que você chama de mãe, o humilhou diante de tantas pessoas arrogantes, né? Não quero casar-me com alguém que não sabe nem se defender de uma mulherzinha que pensa que pode humilhar o próprio filho, herdeiro do Império, apenas para alimentar o próprio ego. Ela praticamente não é nada, apenas uma velha que está próxima de perder o poder.
Karoll proferiu essas palavras com a intenção de incitar uma reação no príncipe, de encorajá-lo a se fortalecer. No entanto, aos olhos de Gilbert…
— Você quer morrer!? Se alguém ouvir isso, pode considerá-la uma traidora. Além disso, ela é minha mãe e esposa do imperador, não posso fazer isso.
— E daí? Não acredito que ela o considere como um filho pela maneira como o tratou. Como uma mãe pode tratar seu próprio filho dessa forma diante de tantas pessoas!? — retrucou Karoll, indignada.
— Ela pode não me considerar um filho, mas mesmo assim eu a considero como minha mãe... — Gilbert murmurou, com a cabeça baixa, as lágrimas brotando novamente.
— Ah, então faça o que quiser, mas pelo menos ouça meus conselhos. — Karoll virou-se, dirigindo-se ao jardim interno imperial, deixando Gilbert para trás, imerso em seus próprios conflitos emocionais.
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O jardim imperial interno revelava-se um refúgio tranquilo para relaxar e acalmar a mente, pensou Karoll ao adentrá-lo.
Sentou-se nas escadas, observando as rosas vibrantes e as borboletas que dançavam ao redor com uma calma reconfortante.
— É bem relaxante, não? — uma voz ecoou do outro lado do jardim.
Karoll virou-se, cautelosa, para encontrar um jovem se aproximando.
— Quem é você? — indagou, observando-o com curiosidade.
O rapaz aproximou-se, parando diante dela e fazendo uma reverência antes de beijar-lhe a mão.
— Prazer, chamo-me Gustav Elenorv, filho do Barão Elenorv. — apresentou-se com cortesia.
Karoll sentiu um rubor surgir em suas bochechas ao vê-lo mais de perto, desviando o olhar timidamente.
— O prazer é todo meu, senhor Gustav Elenorv. Eu sou Lady Karo-
— Eu sei quem és tu, futura imperatriz Karoll Quátez Sentiny. — Gustav interrompeu, demonstrando conhecimento.
Karoll sentiu-se envergonhada sem motivo aparente.
— Bem, posso me juntar à futura imperatriz?
— Claro que pode. E não precisa me chamar assim, não tenho certeza se me casarei com o príncipe herdeiro. — corrigiu-se Karoll, tentando disfarçar seu desconforto.
— Me perdoe por isso, fui muito lento em perceber minhas palavras, mas pensei que todas as damas deste Império gostariam de ser chamadas assim. — explicou-se Gustav.
— É que eu não sei se quero me casar com o príncipe, ha ha ha...
Gustav percebeu o desconforto em suas palavras e muda rapidamente de assunto.
— Eu gosto deste jardim, parece trazer uma sensação de paz indescritível.
— Parece que você frequenta muito este lugar, senhor Gustav.
— Na verdade, é a primeira vez que venho a este castelo.
— Ha ha, mesmo assim, compartilhamos a mesma opinião. Parece que aqui podemos esquecer todos os problemas e nos sentir relaxados. — disse Karoll, sentindo-se mais à vontade.
— Que bom que concordamos em algo. Sendo sincero, nem sabia o que dizer. — admitiu Gustav, rindo.
Os dois continuaram conversando animadamente por um tempo, até que Karoll questionou por que Gustav estava no jardim.
— Meu pai não para de pressionar-me em relação à sucessão do título de Barão, e minha mãe insiste em encontrar uma nobre rica para que eu me case e salve nossa família da pobreza. Eu só tenho 12 anos, sou apenas uma criança, mas parece que ninguém se importa.
— Então somos semelhantes nesse aspecto, ha ha ha! Neste Império, as crianças muitas vezes precisam ser mais maduras do que os adultos. Às vezes, isso até parece engraçado! — Karoll sorriu, compartilhando um momento de compreensão com Gustav.
Um silêncio se instalou entre eles, e durante esse momento, trocaram olhares, admirando-se mutuamente, até que...
— Karoll, o que estás fazendo aqui com Gustav Elenorv? — a Duquesa Sentiny apareceu, surpreendendo-os.
— Estávamos apenas nos conhecendo, mamãe...
A Duquesa lançou um olhar suspeito em direção ao jovem Barão por alguns momentos.
— É uma honra conhecê-la, Duquesa. — Gustav levantou-se rapidamente, envergonhado sem motivo aparente.
— Prazer, Gustav. Gostaria de ter mais tempo para conversar, mas agora estou com pressa. Nos vemos em outra ocasião. Parece que seu pai também está à sua procura.
A Duquesa puxou a mão de Karoll, apressando-se para sair do jardim. Karoll lançou um último olhar para Gustav antes de deixar o local, acenando-lhe com um sorriso esperançoso, ansiosa para encontrá-lo novamente em outro momento.
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No salão do baile...
— O que a mocinha estava fazendo com o Barão Gustav? — Duquesa cochichou no ouvido de Karoll.
— Só estávamos nos conhecendo, somos duas crianças normais! Agora não posso nem fazer mais amigos também?
— Minha filha, é claro que eu quero que você faça vários amigos, mas você sabe como é esta capital. Se alguém te ver com um nobre cavaleiro, vão pensar coisas erradas, e isso pode chegar ao imperador ou à imperatriz, prejudicando nossa família e principalmente sua autoridade, mesmo você sendo uma criança ou não.
— Ok, me desculpe mãe... Gustav é o meu primeiro amigo desde que vim para a capital. Neste breve momento que conversamos, percebi que ele é engraçado e me entende bem, sabe. — Karoll falou, desviando o olhar para o chão.
A Duquesa vislumbrou o futuro daquela relação e como terminaria, mas seu amor de mãe falou mais alto.
— Tudo bem então, você pode conversar ou mandar cartas para seus amigos, mas sem que seu pai ou mais ninguém saiba, ouviu?
Dito aquilo, Karoll colocou um sorriso no rosto e beijou a bochecha de sua mãe com amor.
— Obrigada mesmo, mamãe. Mas por que saímos correndo daquele jeito? E por que todos no salão estão com uma expressão preocupada? Aconteceu algo com o príncipe Gilbert!?
— Ah, esqueci de te contar... O imperador desmaiou no meio do salão. Servos e médicos entraram para ajudar, e seu pai foi junto para ver o que aconteceu. Ele está nos esperando na carruagem neste momento. Não precisa se despedir do príncipe, pois ele já se retirou.
Karoll ficou assustada com o que acabara de ouvir, então ela e sua mãe foram rapidamente para a carruagem.
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Atualizado até capítulo 70
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