Primeira impressão

...⚜🔅⚜🔅⚜🔅⚜🔅⚜🔅⚜🔅⚜...

A escadaria central parecia ter sido feita para esse momento.

Cada degrau que a jovem descendia era acompanhado por um silêncio crescente no salão. Os músicos ainda tocavam, mas ninguém mais ouvia. Os olhos de todos estavam voltados para ela.

Então essa é Karoll Sentiny...

Gilbert recuperou a postura, endireitando-se ao máximo enquanto se aproximava da escada do salão, sua mente atordoada pela expectativa da dança com sua noiva.

Karoll desceu a escada com uma graça que parecia desmentir sua juventude, os olhos fixos em Gilbert, mas sua expressão demonstrava apenas uma confiança tranquila, sem sinais de nervosismo.

— É um prazer conhecê-lo, vossa alteza imperial, príncipe herdeiro Gilbert Quátez. — curvou-se levemente diante do príncipe, mantendo uma postura impecável.

Gilbert, tomado por uma ansiedade quase sufocante, gaguejou ao tentar responder:

— S-sim! O prazer é... é todo me-eu, lady Karoll Sentiny. — a sua voz falhou em meio às hesitações, enquanto ele estendia a mão trêmula em direção à dela. — Go-gostaria de me conceder... uma dança?

Karoll, por sua vez, teve uma primeira impressão equivocada do príncipe, julgando-o de forma precipitada.

— Eu adoraria, vossa alteza. — respondeu com um sorriso gentil, aceitando o convite.

Gilbert, aliviado por sua proposta ter sido aceita, soltou um sorriso tímido, acreditando ter causado uma boa impressão. Juntos, eles dirigiram-se ao centro do salão para realizar a sua primeira dança como noivos.

Apesar do nervosismo que ainda o consumia, o príncipe movia-se com graciosidade ao lado da sua futura esposa, demonstrando habilidade e elegância. Não houve erro em nenhum passo, e a dança transcorreu de forma fluida e harmoniosa, deixando os presentes encantados.

Ao final, foram agraciados com uma salva de palmas e uma série de elogios.

O imperador e a imperatriz também se aproximaram para parabenizá-los, irradiando orgulho.

— Vocês dançaram com tamanha harmonia que parecia até que já ensaiavam juntos desde o berço — elogiou a imperatriz, exibindo um sorriso largo e gracioso.

— Muito obrigado, mamãe. — o príncipe alegre respondeu.

A alegria, no entanto, durou pouco.

— Por Cellestya, olhe os modos, menino! — cortou a imperatriz, em voz alta o bastante para ser ouvida pelas damas mais próximas. — Não me chame de “mamãe” em público, e muito menos diante de toda a corte! E, francamente, eu nem estava falando com você. Você mal conseguiu terminar uma frase sem gaguejar na frente da sua noiva!

O salão silenciou por um breve instante, desconfortável.

O rosto de Gilbert mergulhou num tom escarlate. O peito apertou-se de imediato, como se as palavras de sua mãe tivessem empurrado todo o ar para fora de seus pulmões. Ele tentou responder, qualquer coisa, mas a garganta travou.

Sentia-se ridículo.

Com a cabeça baixa, as lágrimas começaram a ameaçar seus olhos. "Eu sou um fracasso", pensou, e as palavras pareciam se repetir em sua mente como uma sentença implacável. "Sempre fui... E ninguém vai ver isso, exceto eu."

— M-me desculpe... vossa majestade — murmurou, a voz fraca e trêmula, sem conseguir erguer o olhar.

A vergonha ardia. O olhar de sua mãe o esmagava mais que qualquer castigo, e ele mal teve coragem de encarar Karoll ao seu lado.

Fez uma reverência apressada — ou algo próximo disso — e se afastou com passos nervosos, atravessando o salão em direção à sala das crianças nobres. Ali, entre móveis cobertos por cortinas, brinquedos de madeira esquecidos e o cheiro levemente adocicado de velas gastas, esperava encontrar algum tipo de refúgio. Não do mundo — mas dele mesmo.

No salão, a imperatriz suspirou fundo, passando a mão pela testa como se sentisse uma leve dor de cabeça.

— Oh Santa Cellestya... Peço desculpas por presenciar esse tipo de comportamento do príncipe, Lady Karoll. Ele é difícil de ensinar boas maneiras. — A Imperatriz disse, seu tom grave refletindo uma sensação de falha também, mas talvez mais pela sua impotência do que pela vergonha do próprio filho.

Karoll, embora chocada com a situação, manteve-se serena, controlando as suas emoções e mantendo um sorriso polido no rosto.

— Fico muito grata pelo elogio à minha dança, imperatriz. Mas agora, com sua permissão, gostaria de conhecer meus futuros amigos nobres. — disse, educadamente, solicitando permissão para se retirar.

— Ah, sim. Você é tão elegante que esqueço às vezes que é apenas uma criança. Tem a minha permissão para se retirar.

Karoll curvou-se com delicadeza, afastando-se com passos calculados, como se nada tivesse acontecido — ainda que, por dentro, já começasse a formar sua primeira impressão real sobre o império que a aguardava.

...⚜🔅⚜...

Quando Karoll entrou na sala, a cena diante dela era de pura indiferença infantil: as crianças se esbaldavam nos quitutes espalhados pela mesa, e outras brincavam alegremente, imitando cachorrinhos, com risadas despreocupadas. No entanto, seu olhar logo encontrou o príncipe, sentado encurralado em um canto escuro da sala, com os ombros sacudindo com soluços silenciosos.

"Que tipo de herdeiro se esconde assim?" Karoll pensou, irritada. Ela se aproximou dele, seus passos firmes ecoando no ambiente.

— O que você está fazendo, Vossa Alteza? — sua voz cortante preencheu o ar, e ela cruzou os braços, esperando uma explicação.

Gilbert tentou, mas a vergonha o impediu. Suas palavras ficaram presas na garganta, engolidas pela dor que o consumia. Ao invés disso, ele soltou um soluço abafado, mais uma vez envergonhado pela própria fraqueza. Ele queria se esconder ainda mais, mas sabia que não podia.

— Então, é isso? — Karoll continuou, o tom sarcástico emergindo. — O príncipe herdeiro do Império, futuro imperador, se encolhe no canto e chora depois de ser humilhado como um garoto qualquer? Uma pessoa com um título como o seu não pode se dar ao luxo de se esconder atrás de lágrimas, não quando o que está em jogo é o destino de um Império. Não é qualquer mulher que pode te derrubar dessa maneira, especialmente uma mulher que se acha acima de tudo e todos.

Ela falava sem filtro, esperando que suas palavras cortassem, que ele sentisse a pressão de ser alguém com uma responsabilidade além de suas inseguranças. Ela queria vê-lo reagir, queria tirar Gilbert daquele estado de vulnerabilidade. Mas ao olhar para ele, sentia que estava falando com um homem partido.

— Você, o príncipe herdeiro, vai se permitir ser destruído por uma mulher que se acha o centro de tudo? — ela continuou, seu olhar frio e determinado. — Ela, uma velha obsoleta que está mais próxima de perder tudo do que de controlar o Império, vai te humilhar assim, sem nem ao menos hesitar? E você vai simplesmente ficar aí, chorando como se não fosse capaz de se defender?

Gilbert ergueu a cabeça, mas ao invés de uma resposta desafiante, ele se encolheu mais ainda, como se o peso de suas palavras o esmagasse. Não era apenas o desprezo de sua mãe que o afetava; era a própria percepção de sua inadequação. Ele não sabia como agir, como ser o príncipe que todos esperavam que ele fosse.

— Você quer morrer? — Gilbert finalmente conseguiu murmurar, a voz fraca. — Se alguém ouvir isso, vão te considerar como uma traidora. Ela é minha mãe, lady Karoll. Ela é a esposa do imperador, não posso falar assim dela.

— E daí? — Karoll retrucou, sua voz fria como gelo. — Ela não te trata como um filho, vossa alteza. Que tipo de mãe trata seu filho dessa forma, especialmente diante de todos? Como pode permitir que ela destrua a sua confiança, humilhando você assim? Não estou pedindo que você a destrua, mas é hora de se levantar e lutar por si mesmo. Se você não conseguir se impor agora, como vai governar um Império?

Gilbert ficou em silêncio por um momento, o peso de suas palavras se aninhando em seu peito. Ele estava completamente perdido entre o desejo de ser o filho perfeito e a dor de ser tratado com desprezo pela própria mãe.

— Eu posso não ser tudo o que ela queria, Karoll, mas... eu ainda a vejo como minha mãe — ele murmurou, os olhos baixos, as lágrimas surgindo de novo, desta vez mais pesadas, mais implacáveis.

O coração de Karoll vacilou por um momento, mas ela se manteve firme, sua expressão intransigente. Ela não podia ceder, não agora. Não se ele quisesse realmente mudar, crescer e se tornar o homem que o Império precisava.

— Então, faça o que quiser - disse ela, o tom cortante agora suavizado por um leve suspiro. — Mas pelo menos ouça o que estou dizendo. Não vou ficar aqui para sempre tentando te proteger dos próprios fantasmas. Se quiser continuar sendo esse príncipe fraco, então, que seja. Mas o Império não vai esperar por você para sempre.

Karoll se virou e saiu, os passos ecoando na sala enquanto ela caminhava em direção ao jardim interno. Gilbert permaneceu ali, perdido em seus próprios conflitos emocionais, enquanto a distância entre ele e o futuro que deveria abraçar só aumentava.

...⚜🔅⚜...

O jardim imperial interno, com suas flores exuberantes e paisagens bem cuidadas, era um refúgio para aqueles que buscavam paz e silêncio. Karoll entrou com passos leves, deixando que a brisa suave da tarde acariciasse seu rosto. O céu se tingia de laranja e rosa enquanto o sol desaparecia lentamente no horizonte. O perfume das rosas preenchia o ar, criando uma atmosfera serena e acolhedora.

Ela se sentou nos degraus de mármore de uma escadaria, com as mãos repousadas no colo e os olhos vagando pelo jardim. Por um instante, sentiu-se mais leve, como se o mundo ao seu redor tivesse parado. Era bom não ser observada, julgada ou medida. Era bom apenas... estar ali.

Mas, inevitavelmente, os pensamentos retornaram à cena do salão.

Ela mordeu o lábio inferior, pensativa. Teria sido rude com o príncipe? Talvez. Mas ele também não havia dito quase nada, apenas ficado ali, parecendo perdido. Karoll não sabia o que esperavam dela — ainda mais quando ninguém lhe explicara o que fazer caso seu noivo corasse e fugisse.

"Ele só tem dez anos... Eu também", pensou, desviando o olhar para uma flor roxa que tremulava ao vento. "Talvez estivesse nervoso. Ou com medo, como eu."

Sentiu uma pontada incômoda no peito. Não gostava da ideia de ter contribuído para a humilhação dele — mesmo que não tivesse sido de propósito.

Estava ainda imersa nesses pensamentos quando uma voz suave atravessou o silêncio do jardim:

— É bem relaxante, não?

Karoll virou-se, surpresa e cautelosa, para encontrar a origem da voz. Um jovem estava se aproximando, seus passos leves e seguros. Ele tinha cabelos castanhos curtos e ondulados, que reluziam à luz do entardecer. Seus olhos azul-escuros eram intensos e penetrantes, quase hipnotizantes. O rosto triangular, com traços marcantes, dava-lhe uma aparência distinta e nobre. Embora ainda jovem, já era alto o suficiente para sugerir que, em alguns anos, ele se tornaria um homem de estatura imponente.

— Quem é você? — indagou Karoll, sua curiosidade crescendo à medida que o observava.

O rapaz parou diante dela com uma elegância natural, inclinando-se em uma reverência respeitosa. Em seguida, pegou suavemente a mão de Karoll e depositou nela um beijo leve, seus olhos nunca deixando os dela.

— Prazer, chamo-me Gustav Elenorv, filho do Barão Elenorv. — apresentou-se com cortesia, um leve sorriso nos lábios.

Karoll sentiu um calor subir por suas bochechas ao ver Gustav mais de perto. Seus olhos desviaram timidamente, tentando esconder o rubor que a surpreendeu. A presença dele era inesperada, mas também intrigante.

— O prazer é todo meu, senhor Gustav Elenorv. Eu sou Lady Karo—

— Eu sei quem é você, futura imperatriz, Karoll Quátez Sentiny. — Gustav a interrompeu com um tom de voz que demonstrava conhecimento e talvez uma pitada de ousadia.

Karoll sentiu-se estranhamente envergonhada, sem motivo aparente. Havia algo na maneira como ele a olhava, como se já a conhecesse de alguma forma. Ela mordeu o lábio inferior, buscando palavras para continuar a conversa.

— Posso me juntar à futura imperatriz? — perguntou Gustav, sua expressão serena enquanto aguardava a resposta.

Karoll hesitou por um momento, sentindo-se desconfortável com o título que ele usara.

— Claro. E não precisa me chamar assim, não tenho certeza se me casarei com o príncipe herdeiro... — corrigiu-se, tentando parecer casual.

Gustav se sentou ao lado dela nos degraus, mantendo uma distância respeitosa. O silêncio entre eles era preenchido pelo som do vento nas árvores e o suave canto dos pássaros. A presença dele, embora inesperada, trouxe uma nova dinâmica ao ambiente, e Karoll não pôde deixar de se perguntar o que aquele encontro significava.

— Me perdoe, fui muito lento em perceber minhas palavras, mas pensei que todas as damas deste Império gostariam de ser chamadas assim...

— É que eu não sei se quero me casar com o príncipe...

Gustav percebeu o desconforto em suas palavras e mudou rapidamente de assunto.

— Eu gosto deste jardim, parece trazer uma sensação de paz indescritível. — disse ele, olhando ao redor.

— Parece que você frequenta muito este lugar, senhor Gustav.

— Para dizer que verdade, é a primeira vez que venho a este castelo. — admitiu Gustav, com um sorriso sincero.

— Mesmo assim, compartilhamos a mesma opinião. Parece que aqui podemos esquecer todos os problemas e nos sentir relaxados.

— Que bom que concordamos em algo. Sendo sincero, nem sabia o que dizer.

Os dois continuaram conversando animadamente por um tempo, explorando temas leves e triviais. Karoll se sentia cada vez mais à vontade na presença de Gustav, que se mostrava um excelente ouvinte. Havia uma conexão inesperada entre eles, uma compreensão mútua que era difícil de ignorar.

— Mas por que você está aqui no jardim? — perguntou Karoll, curiosa sobre o motivo de sua presença.

Gustav suspirou, parecendo por um momento mais velho do que realmente era.

— Meu pai não para de me pressionar em relação à sucessão do título de Barão, e minha mãe insiste em encontrar uma nobre rica para que eu me case e salve nossa família da pobreza. Eu só tenho doze anos, sou apenas uma criança, mas parece que ninguém se importa... — desabafou, com um sorriso triste.

Karoll sentiu um aperto no coração ao ouvir isso. Ela sabia muito bem o peso das expectativas familiares e o fardo de responsabilidades que pareciam prematuras.

— Então somos semelhantes nesse aspecto. Neste Império, as crianças muitas vezes precisam ser mais maduras do que os adultos. Às vezes, isso até parece engraçado! — Karoll sorriu, compartilhando um momento de compreensão com Gustav.

Um silêncio se instalou entre eles, enquanto trocavam olhares significativos. Nesse momento, havia uma conexão genuína, uma troca silenciosa de empatia e compreensão. Ambos estavam presos em papéis que não haviam escolhido, mas que tinham de desempenhar. O entardecer se transformava lentamente em noite, e as primeiras estrelas começavam a aparecer no céu escurecido.

Nesse momento, as palavras se tornaram desnecessárias. Eles apenas se olharam, admirando-se mutuamente e encontrando consolo na presença um do outro, até que...

— Karoll, o que está fazendo aqui com Gustav Elenorv? — a Duquesa Sentiny apareceu, surpreendendo-os.

— Estávamos apenas nos conhecendo, mamãe...

A Duquesa lançou um olhar suspeito em direção ao jovem Barão por alguns momentos.

— É uma honra conhecê-la, Duquesa. — Gustav levantou-se rapidamente, envergonhado sem motivo aparente.

— Prazer, Gustav. Gostaria de ter mais tempo para conversar, mas agora estou com pressa. Nos vemos em outra ocasião. Parece que seu pai também está à sua procura.

A Duquesa puxou a mão de Karoll, apressando-se para sair do jardim. Karoll lançou um último olhar para Gustav antes de deixar o local, acenando-lhe com um sorriso esperançoso, ansiosa para encontrá-lo novamente em outro momento.

...⚜🔅⚜...

A Duquesa Sentiny, com uma expressão rígida, atravessou o salão com passos apressados, segurando a mão de sua filha firmemente, como se a puxasse para longe de algo perigoso. A pequena Karoll, ainda confusa, tentava acompanhar o ritmo rápido de sua mãe, os olhos arregalados observando as figuras ao seu redor que sussurravam e lançavam olhares curiosos.

— O que a mocinha estava fazendo com o herdeiro do Barão Elenorv?

Karoll sentiu o coração disparar. A vergonha queimava suas bochechas ao lembrar-se da breve conversa que teve com Gustav, o jovem herdeiro. Ele parecia ser sua única companhia amigável na capital até agora. Mesmo assim, ela sabia que sua mãe não estava satisfeita.

— Só estávamos nos conhecendo — retrucou Karoll, tentando manter a voz firme. — Somos duas crianças normais! Agora não posso nem fazer amigos também?

Sua voz saiu mais alto do que pretendia, ecoando em sua própria cabeça, e ela logo desviou o olhar, encarando o chão de mármore, evitando o olhar penetrante da mãe.

A Duquesa suspirou, observando a filha por um momento antes de suavizar o tom, mas sem perder a firmeza.

— Minha filha, é claro que eu quero que você faça vários amigos — a voz da Duquesa parecia mais suave, mas havia uma tensão subjacente, como se estivesse tentando encontrar as palavras certas para proteger sua filha sem assustá-la. — Mas você sabe como é esta capital. Se alguém te ver com um nobre cavaleiro, vão pensar coisas erradas, e isso pode chegar ao imperador ou à imperatriz. Uma palavra mal falada pode prejudicar nossa família, e principalmente sua autoridade. Mesmo sendo uma criança, você está sob o olhar de muitos aqui.

Karoll mordeu os lábios, sentindo uma mistura de frustração e tristeza crescendo dentro de si. Ela não queria causar problemas, mas parecia que tudo o que fazia tinha implicações maiores do que conseguia entender. Olhando para o chão, sentiu-se pequena diante de todas essas expectativas.

— Me desculpe, mãe... — respondeu baixinho, um nó se formando em sua garganta. — Gustav é o meu primeiro amigo desde que vim para a capital. Neste breve momento que conversamos, percebi que ele é engraçado e me entende bem, sabe?

Ela mal conseguiu segurar as lágrimas que ameaçavam surgir, sua voz vacilante e o olhar fixo no chão revelavam o quão perdida se sentia.

A Duquesa observou a filha com uma mistura de preocupação e ternura. Embora soubesse como o futuro poderia ser cruel, ela não queria sufocar a alegria momentânea que Karoll parecia ter encontrado.

— Tudo bem então. Você pode conversar ou mandar cartas para seus amigos, mas sem que seu pai ou mais ninguém saiba, ouviu?

Karoll levantou os olhos rapidamente, surpresa pela resposta da mãe. Um sorriso, ainda tímido, iluminou seu rosto, e ela se inclinou para dar um beijo na bochecha da mãe, sentindo uma onda de alívio.

— Obrigada mesmo, mamãe — sussurrou, tentando esconder o sorriso genuíno. Mas a curiosidade logo a tomou, e ela olhou ao redor, notando os rostos tensos dos nobres, a atmosfera do salão, de repente, parecia pesada. — Mas... por que saímos correndo daquele jeito? E por que todos no salão estão com uma expressão preocupada? Aconteceu algo com o príncipe Gilbert?

O rosto da Duquesa mudou levemente, a sombra de preocupação passando por seus olhos. Ela hesitou por um breve momento antes de responder, como se não quisesse alarmar a filha.

— Esqueci de te contar... O imperador desmaiou no meio do salão — disse a Duquesa em um tom mais grave, a seriedade das palavras ecoando entre elas. — Servos e médicos entraram para ajudar, e seu pai foi junto para ver o que aconteceu. Ele está nos esperando na carruagem neste momento. Não precisa se despedir do príncipe, pois ele já se retirou.

O coração de Karoll gelou, uma onda de choque percorrendo seu corpo. Ela ficou parada por um momento, assimilando as palavras da mãe. O imperador? Desmaiado? O medo e a ansiedade tomaram conta dela, suas mãos começaram a tremer levemente.

Sem dizer mais nada, ela seguiu a mãe em direção à carruagem, o som dos seus passos ecoando no grande salão, enquanto o mundo ao redor parecia subitamente muito maior e mais perigoso do que antes.

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Capítulos
1 O Nascimento dos Príncipes
2 Primeira impressão
3 Laços e Despedidas
4 Grandes mudanças
5 O que seria felicidade?
6 Encontros desajeitados
7 " Somente você "
8 Um destino duvidoso
9 Intrigas e Alianças: Decisões à Mesa do Império
10 Entre Rosas e Cravos
11 Promessas de um futuro incerto
12 Suspeitas perigosas
13 Confronto de Emoções
14 Véus de Nostalgia
15 Mostrando-lhe a " verdade"
16 Contrafação
17 Resiliência Imperial
18 Pouco para outra vida
19 Promessas e Incertezas
20 Paixões e Invejas
21 Núpcias
22 Repulsão
23 Lugar de fala
24 Encontros Proibidos
25 Conhecendo pessoas
26 Algo está por vir...
27 Correntes Invisíveis: O Dever da Coroa e o Campo de Batalha
28 O plano prossegue...
29 Um Passado Muito Distante
30 "Minha Linhagem"
31 Consequências do Estresse
32 Perdas e Vitórias
33 Sombras e Chamas
34 A Coroação
35 Sob o Peso da Coroa
36 Melancolia
37 Promessas não cumpridas
38 Escolha de Guarda
39 Ruptura
40 Esfriando a Mente
41 A Revelação que Queima
42 A Chegada de Tynes
43 Conhecendo os Tynes e as Ambições de um Conde
44 As Metáforas de Uma Estrangeira
45 A Intrusa Imperial
46 A Decisão da Ferida
47 O Começo do Caos
48 Confissões
49 Dois Destinos, Uma Herança
50 A Intimidade da Dúvida
51 Segredos
52 A Esperança Renasce
53 Ambição
54 O Bebê Rejeitado
55 Corações em Conflitos
56 Um Príncipe Apaixonado
57 No Limite do Desejo
58 O Jogo da Víbora
59 A Rosa na Fortaleza
60 Fragilidade
61 Ato de Rendição
62 Reconciliação
63 Toners: Despedidas e Revelações
64 Pressentimentos Estranhos
65 Viagem ao Templo Sagrado
66 A Bênção
67 Um Acordo
68 Ecos da Tempestade
69 Sombras da Verdade
70 O Retorno de Luz do Império
71 Sombras do Dever e Desejo
72 A Chegada a Capital
73 O Conselho e a Praga
74 Distância Proibida
75 Um Acordo Entre Serpentes
Capítulos

Atualizado até capítulo 75

1
O Nascimento dos Príncipes
2
Primeira impressão
3
Laços e Despedidas
4
Grandes mudanças
5
O que seria felicidade?
6
Encontros desajeitados
7
" Somente você "
8
Um destino duvidoso
9
Intrigas e Alianças: Decisões à Mesa do Império
10
Entre Rosas e Cravos
11
Promessas de um futuro incerto
12
Suspeitas perigosas
13
Confronto de Emoções
14
Véus de Nostalgia
15
Mostrando-lhe a " verdade"
16
Contrafação
17
Resiliência Imperial
18
Pouco para outra vida
19
Promessas e Incertezas
20
Paixões e Invejas
21
Núpcias
22
Repulsão
23
Lugar de fala
24
Encontros Proibidos
25
Conhecendo pessoas
26
Algo está por vir...
27
Correntes Invisíveis: O Dever da Coroa e o Campo de Batalha
28
O plano prossegue...
29
Um Passado Muito Distante
30
"Minha Linhagem"
31
Consequências do Estresse
32
Perdas e Vitórias
33
Sombras e Chamas
34
A Coroação
35
Sob o Peso da Coroa
36
Melancolia
37
Promessas não cumpridas
38
Escolha de Guarda
39
Ruptura
40
Esfriando a Mente
41
A Revelação que Queima
42
A Chegada de Tynes
43
Conhecendo os Tynes e as Ambições de um Conde
44
As Metáforas de Uma Estrangeira
45
A Intrusa Imperial
46
A Decisão da Ferida
47
O Começo do Caos
48
Confissões
49
Dois Destinos, Uma Herança
50
A Intimidade da Dúvida
51
Segredos
52
A Esperança Renasce
53
Ambição
54
O Bebê Rejeitado
55
Corações em Conflitos
56
Um Príncipe Apaixonado
57
No Limite do Desejo
58
O Jogo da Víbora
59
A Rosa na Fortaleza
60
Fragilidade
61
Ato de Rendição
62
Reconciliação
63
Toners: Despedidas e Revelações
64
Pressentimentos Estranhos
65
Viagem ao Templo Sagrado
66
A Bênção
67
Um Acordo
68
Ecos da Tempestade
69
Sombras da Verdade
70
O Retorno de Luz do Império
71
Sombras do Dever e Desejo
72
A Chegada a Capital
73
O Conselho e a Praga
74
Distância Proibida
75
Um Acordo Entre Serpentes

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