Uma Noite sem Fim

    Sarah é bem curiosa, fez tantas perguntas, sei que está me observando agora, mas não tenho coragem de encarar seus belos olhos. Os minutos passam, eu pego no sono e me viro de lado dando as costas para ela, depois sinto seu corpo encostar em mim, está quente e seus braços passam por minha cintura e abdome. Ainda estou longe de ser um mago classe A, quero me tornar um invocador e um elementalista, dizem que é quase impossível, mas não é impossível pelo jeito.

    - Rischter, Richter… Escuto sons na mata, parecem passos.

    Abro os olhos rapidamente, porém não me levanto, apenas me concentro para tentar escutar e pra piorar as coisas, parem passos organizados vindo em nossa direção, estão bem próximos, Sarah parece bem séria agora.

    - Sarah, me abrace forte, farei um feitiço.

    - Estamos tão próximos que sinto sua respiração em meu pescoço, ela é um pouco mais baixa que eu,

    “Ventos que se curvam e se transformam, dos quatro cantos venham e se tornem um escudo de vento!”

    Nossa barraca voa pelos ares ao nascer um pequeno furacão em volta de nós, nos protegendo dos três indivíduos encapuzados que se aproximavam, eram dois crinos e um homem, são perigosos e estamos com problemas.

    - Sarah, vamos ter de fugir, nossa única opção será para o sul, irei arremessar essa ventania neles e seguiremos.

    - Combinado

    “Espírito do vento que destrói e se desfaz, um tornado de ataque adiante!”

    Somos impulsionados pelo vento e corremos muito sem olhar para trás, porém, foi muito ingênuo da minha parte pensar que despistaria lobisomens em sua forma de Crinos desse jeito. Me preparo para conjurar mais um feitiço de vento para nos acelerar, assim como fiz para ajudar Sarah no começo.

    “Ventus force!”

    Rapidamente estamos no topo de uma cachoeira, não consegui controlar a direção do vento com precisão. Não irá demorar muito para nos alcançarem, preciso do elemento da terra,

    - Sarah, fique atrás de mim.

    - O que irá fazer?

    Cruzo os braços e os ergo acima da minha cabeça, sinto tontura, não posso falhar agora, usei muita magia e faço com minha própria energia misturada a da natureza, isso não me fará bem no futuro.

    A terra começa a tremer quando nossos perseguidores chegam, vi um mago junto deles, quem será?

    “A terra que engole e destrói, que abala e derruba, Terremoto destruidor!”

    Percebo a terra toda rachando e abrindo fendas enormes, é muito difícil manter uma magia desse nível sem o preparo adequado e pulando etapas, quando dou por mim tudo fica escuro.

    Acordo assustado suando em uma cama, coberto de um edredom macio.

    - Calma, calma Richter, estamos em segurança.

    - O que aconteceu? Meu feitiço.

    - Você desmaiou após lançar o feitiço, mas também nos salvou, a terra engoliu aqueles três.

    Estou confuso, um pouco ofegante, como estamos aqui? Espera, isso é uma casa, onde é exatamente aqui?

    - Onde estamos? Como chegamos aqui?

    - Após a sua queda, consegui te carregar por alguns metros e encontrei alguém, disse estarmos perdidos e consegui que nos pagasse um transporte de aplicativo para cá, estamos em um hotel fazenda chamado Cancã, em Joanópolis, consegui um quarto para nós aqui, por sorte havia duas vagas, expliquei nossa situação e nos deixaram ficar por um bom preço.

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