A presença de Vicente, inesperada e carregada de tensão, fez seu coração disparar. Outro grito escapou de seus lábios, seu corpo enrijecendo diante da visão do homem que, até pouco tempo, estava atrás das grades.
— Vitória, precisamos conversar. — A voz dele era calma, quase fria, em completo contraste com a tempestade de emoções que Vitória sentia.
Ela respirou fundo, tentando recuperar o fôlego.
— Você já saiu da cadeia!? — exclamou, os olhos arregalados. — E o que você quer aqui?
Vicente deu um passo à frente, esboçando um sorriso de autoconfiança.
— Sim, saí. E quero a minha parte do combinado.
Stella, até então silenciosa, observava a cena com olhos atentos, enquanto Vitória se forçava a manter a compostura. Sentou-se ao lado da irmã, cruzando os braços numa postura defensiva.
— No momento, eu não tenho esse dinheiro. Você apareceu de surpresa, Vicente. Eu... eu não tenho nada agora.
A risada dele foi baixa, quase debochada.
— Vocês sabem que nós fizemos coisas que precisam continuar em segredo, né? — Sua voz assumiu um tom insinuante, as palavras carregadas de ameaça.
Vitória estreitou os olhos. Sua voz saiu firme, mas não escondia o peso da situação.
— Não se preocupe. Eu prometi e vou pagar cada centavo... Quando o dinheiro estiver comigo, eu ligo para você. Agora vá embora! Não quero que ninguém te veja aqui.
Vicente inclinou a cabeça para o lado, analisando-a.
— Muito bem, vou esperar sua ligação. Mas espero que não demore.
E então, com um súbito rompante, sua voz ecoou pelo quarto:
— EU QUERO A MINHA GRANA NA MINHA MÃO!
Vitória se levantou num salto, olhos em pânico.
— Fale baixo! Meu marido está na fábrica, mas o meu filho está no quarto ao lado, descansando! Ele não pode suspeitar de nada!
Vicente cruzou os braços, seu olhar carregado de ressentimento.
— Então pague o que deve. Eu não passei anos na cadeia por um crime que não cometi.
Vitória sustentou o olhar dele, sua expressão agora impassível.
— Eu já falei que vou conseguir o dinheiro. Agora vai embora. Ninguém pode te ver aqui.
Vicente hesitou por um segundo, mas então recuou. Seu sorriso se apagou ao abrir a porta e desaparecer pelos corredores da mansão. O silêncio que se instalou após sua partida parecia sufocante. Vitória trocou um olhar carregado com Stella. Nenhuma palavra foi dita. Nenhuma precisava ser. Os segredos do passado ainda ditavam seu presente. E agora, mais do que nunca, o tempo corria contra elas.
Em seguida, Vitória se levantou da cama com um movimento brusco, seu olhar carregado de determinação. Sua mente fervilhava com pensamentos conflitantes, mas sua decisão já estava tomada. Ela atravessou o quarto a passos firmes, ignorando o olhar atento de Stella. Sem hesitar, abriu o closet e começou a revirar uma gaveta, os dedos ágeis afastando objetos até encontrar o que procurava. O único som no ambiente era o farfalhar dos pertences sendo empurrados para os lados, até que Stella quebrou o silêncio, sua voz baixa, mas carregada de curiosidade e receio.
— O que você está procurando? Você disse que não tinha dinheiro aqui...
Vitória manteve os olhos fixos na gaveta, sua voz saindo firme, mas carregada de impaciência.
— Quieta. Não diz respeito a você.
Stella cruzou os braços, observando a busca frenética de Vitória. Seu coração deu um salto quando a irmã finalmente parou, os dedos fechando-se em torno de um objeto metálico. Vitória ergueu a mão devagar. Uma pistola. O reflexo da arma brilhou sob a luz do closet, e por um instante, um silêncio pesado se instalou.
— Achei. — Sua voz saiu baixa, carregada de um significado oculto.
Os olhos de Stella se arregalaram.
— Você ficou louca? — Seu tom era uma mistura de incredulidade e temor. — Por que diabos você tem isso escondido? O que pretende fazer?
Vitória finalmente olhou para ela, os dedos ainda firmes na pistola.
— Por enquanto, nada. — Sua voz era fria como aço. — Mas se ele tentar alguma coisa… eu não vou hesitar em puxar o gatilho.
Antes que Stella pudesse responder, um som de passos no corredor fez ambas se virarem. Tomás entrou no closet. Ele parou na porta, os olhos fixando-se na pistola na mão de Vitória. O choque em seu rosto foi imediato.
— Vitória... — sua voz soou grave. — O que você está fazendo com a minha pistola?
Vitória sentiu o estômago revirar. Precisava de uma desculpa, rápido.
— Eu... eu... — As palavras se atropelavam em sua mente. — Eu estava só mostrando pra Stella! Ela nunca viu uma arma antes.
Stella percebeu o olhar desconfiado de Tomás e riu nervosamente.
— É verdade! Nunca vi uma de perto.
Tomás manteve o olhar fixo em Vitória por mais alguns segundos, como se tentasse ler seus pensamentos. Então, deu um passo à frente.
— Tá bom... mas é melhor você guardar isso. Agora. A arma está carregada e eu não quero que aconteça um acidente, a arma pode disparar.
Vitória segurou o olhar do marido e, sem discutir, colocou a pistola de volta na gaveta, fechando-a com cuidado. Ela seguiu Tomás para fora do closet, seu coração ainda disparado. Mas dentro do quarto, Stella não se moveu. Seu olhar deslizou até a gaveta recém-fechada. E então, com movimentos calculados, ela a abriu novamente. A pistola ainda estava lá, fria e silenciosa. Com um brilho enigmático nos olhos, Stella a pegou e a escondeu dentro de sua bolsa. Sem olhar para trás, deixou o quarto com passos rápidos e certeiros. Agora, a arma tinha uma nova dona.
O céu cinzento pairava sobre Cerro Corá, e o pequeno cemitério da cidade estava tomado por uma multidão silenciosa. A chuva fina começava a cair, como se o próprio céu lamentasse a despedida de Júlia. No centro de tudo, o caixão descia lentamente à cova, enquanto amigos e familiares observavam em silêncio, alguns com olhos marejados, outros incapazes de esconder o choque da tragédia. Miguel estava entre eles. Seu rosto estava pálido, os olhos avermelhados, a respiração entrecortada. Cada gota de chuva parecia misturar-se às suas lágrimas silenciosas. Ele deu um passo à frente, aproximando-se da cova, a voz trêmula escapando num sussurro quase inaudível:
— Hoje era pra ser o nosso dia... — Ele engoliu seco, os lábios tremendo. — A gente devia ter acordado casados. Devia estar na nossa lua de mel. Mas o destino... o destino me tirou você.
Sua mão trêmula segurou um pequeno buquê de flores brancas. Ele o soltou sobre o caixão, e o som das pétalas se chocando contra a madeira ecoou pesado em seu coração. Ao redor, alguns cochichos começaram a se espalhar, vozes baixas cortando o silêncio do luto.
— Comadre, você não vai acreditar... — murmurou uma senhora, inclinando-se discretamente para a amiga ao lado. — Dizem que a família do Miguel é rica e que estão indo embora ainda hoje para o Rio de Janeiro.
A outra mulher arregalou os olhos, levando a mão à boca.
— Nossa, comadre... a mulher mal foi enterrada e o noivo já quer fugir do interior.
— Ai, comadre... — respondeu a primeira, balançando a cabeça. — Ele é jovem, tem que seguir a vida... E você sabe que aquela igreja já fazia 50 anos que nunca era reformada.
— Cinquenta não! — corrigiu a outra, baixando a voz. — A igreja existe há mais de 50 anos, mas já fazia 25 que não recebia nem uma pintura!
Ela soltou um suspiro pesado, o olhar perdido no caixão de Júlia.
— Todo mundo sabia que ela queria casar com o Miguel... Mas quando aquele vento forte veio, as paredes começaram a ranger, os vitrais tremiam... todo mundo correu. Menos ela.
Um calafrio percorreu a espinha da outra mulher.
— Ela ficou... só para ver se a igreja aguentava. Mas não aguentou.
O silêncio entre elas foi quebrado apenas pelo som da terra caindo sobre o caixão. Enquanto isso, Joana e Marina se aproximavam lentamente de Miguel, sem dizer uma palavra. Apenas ficaram ao seu lado, compartilhando o peso da despedida. Ali, diante da cova aberta, a chuva continuava caindo, lavando as lágrimas, mas não a dor.
O ambiente tranquilo do flat de Pedro e Isaacs contrastava com o turbilhão de sentimentos que se desenrolava ali dentro. Sentado na cama, Isaacs observava Pedro, que segurava a carta com os dedos trêmulos. A tensão era palpável no ar. Num gesto repentino, Pedro rasgou a carta em pequenos pedaços, deixando-os cair ao chão como se estivesse tentando apagar qualquer vestígio daquela mensagem. Isaacs arregalou os olhos, sua respiração se acelerando.
— É sério isso!? Você nem vai ler o que está escrito?! — indagou, sua voz carregada de incredulidade.
Pedro manteve o olhar fixo nos restos da carta, sua expressão inabalável.
— Não quero ler... Se a mãe vier buscar o bebê, eu entrego. Mas, por enquanto, ele tem nome e tem dois pais. — Sua voz era firme, sem hesitação.
Isaacs passou a mão pelo rosto, tentando conter a frustração.
— Eu já falei pra você não dar nome a essa criança! — insistiu, seu tom oscilando entre preocupação e desespero.
Pedro, no entanto, não recuou.
— Tarde demais. Ele agora se chama Pierre.
O silêncio tomou conta do quarto por alguns instantes. O bebê, alheio à tensão dos adultos, respirava suavemente no na cama. Isaacs soltou um longo suspiro e abaixou a cabeça. Quando voltou a encarar Pedro, sua expressão havia mudado. Não era mais de revolta, mas de algo mais profundo.
— Eu só não quero ver você sofrendo. Porque eu te amo.
Pedro ergueu os olhos, pego de surpresa pelas palavras sinceras. Um sorriso sutil, quase hesitante, surgiu em seus lábios. Ele se sentou ao lado do bebê, acariciando-lhe a pequena mãozinha. Um afeto genuíno transbordava naquele gesto, como se estivesse prometendo a si mesmo que, independentemente do que acontecesse, protegeria aquela criança. Isaacs observou a cena por um instante, então, sem dizer mais nada, virou-se e saiu do quarto, respeitando o silêncio de Pedro e o peso de sua decisão. Mas uma coisa era certa: aquela escolha teria consequências.
Horas depois... o sol filtrava-se pelas amplas janelas da mansão de Tereza, lançando feixes dourados sobre os móveis elegantes. O ar carregava uma leve fragrância de madeira polida e flores frescas, combinando-se ao som distante das ondas quebrando contra a orla. Ao abrir as imponentes portas da mansão, Tereza recebeu os visitantes com um sorriso caloroso, os olhos brilhando de satisfação ao ver os familiares reunidos sob seu teto.
— Faz muito tempo que não coloco meus pés aqui... — murmurou Joana, observando a grandiosidade do ambiente, sua voz carregada de nostalgia.
Miguel e Marina, por sua vez, pareciam encantados com a opulência da mansão.
— Nossa, vó... Sempre soube que a senhora tinha dinheiro, mas nem tanto assim! — comentou Miguel, deixando escapar um sorriso surpreso.
Tereza riu, cruzando os braços com uma expressão divertida.
— Eu posso ser velha, mas tenho bom gosto! — disse ela, erguendo uma sobrancelha. Depois, apontou para a escada de mármore que levava ao andar superior. — Vão, subam! Escolham seus quartos.
Miguel pegou sua bolsa apressadamente e subiu animado, seguido por Joana, que trocava olhares discretos com a avó. Marina, no entanto, hesitou por um instante antes de se aproximar de Tereza.
— Vó, avisa pra mãe que eu vou dar uma volta. Já já eu volto.
Tereza franziu o cenho.
— Vai sair? Mas você nem conhece o Rio de Janeiro.
Marina apenas sorriu, despreocupada.
— Vou dar só uma volta. Nada demais.
Antes que a avó pudesse argumentar, Marina já havia se afastado, deixando para trás apenas o eco de seus passos. Em seguida, Joana voltou à sala, depois de ajudar Miguel com as malas, encontrou Tereza em pé, com os braços cruzados e o olhar distante.
— A Marina saiu. Disse que voltava logo. — comentou Tereza, antes de soltar um suspiro e encarar Joana com um olhar mais sério. — Já que estamos sozinhas... Quero que você saiba de uma coisa.
O tom de sua voz fez Joana estreitar os olhos.
— O que foi? Mãe...
Tereza hesitou por um instante, como se ponderasse a melhor forma de revelar o que estava prestes a dizer. Mas então, decidiu ser direta.
— Tomás fez um acordo financeiro comigo. Por muito tempo, ele tem sido meu sócio.
O silêncio que se seguiu pareceu se estender por um tempo maior do que realmente durou. Joana piscou algumas vezes, tentando processar a revelação.
— O quê?! — Sua voz saiu mais alta do que pretendia, refletindo seu espanto.
A mansão, antes um símbolo de luxo e conforto, agora parecia abrigar sombras de segredos não revelados. E Joana acabava de esbarrar em um deles.
Mais tarde. O calor da primavera envolvia a cidade, e as ruas vibravam com a agitação do fim de tarde. Marina caminhava distraída, seus olhos fixos na tela do celular, imersa em mensagens e notificações do Maps. O estrondo repentino de um freio ecoou pelo ar. O impacto foi evitado por um triz. Marina deu um pulo para trás, seu coração martelando no peito. Olhou para o carro parado à sua frente e, tomada pela adrenalina, chutou o asfalto em frustração.
— Olha pra onde anda, palhaço!!! — gritou, sua voz cortando o burburinho da rua.
A porta do carro se abriu, e João Victor saiu apressado, levantando as mãos em sinal de calma. Seu olhar encontrou o dela, e ele piscou, confuso com a reação explosiva.
— Me desculpa, moça, mas você tava atravessando a rua mexendo no celular... — tentou argumentar, mantendo a voz firme, mas sem agressividade.
Marina cruzou os braços, a raiva estampada no rosto.
— Ah, quer dizer que agora a culpa é minha?! — desafiou, seu tom carregado de ironia.
João Victor apontou para o semáforo.
— O sinal tava amarelo quando eu me aproximei. Você atravessou sem olhar!
Marina, impaciente, ergueu a mão e apontou para o sinal, que agora brilhava verde.
— Tá verde, meu querido! É pra atravessar! Quem tá errado aqui é você!
O motorista suspirou, admitindo a derrota.
— Tá bom, tá bom... Foi mal. Eu tava distraído.
O tom de voz dele mudou. Seu olhar, antes defensivo, se suavizou ao encarar Marina mais de perto. Um leve sorriso brincou em seus lábios.
— Mas eu juro, se tivesse acontecido alguma coisa com essa mulher linda... eu não ia me perdoar.
O elogio pegou Marina de surpresa. Mas ao invés de se derreter, seus olhos faiscaram. Um tapa estalou no rosto de João Victor. Não forte o suficiente para machucar, mas com impacto o bastante para fazê-lo arregalar os olhos.
— Me respeita! Eu não sou qualquer uma! — disparou ela, sua postura firme como uma muralha.
João Victor levou a mão ao rosto, sentindo a ardência leve do tapa. Mas, em vez de reagir com raiva, ele sorriu. Um sorriso de puro interesse. Marina virou-se e seguiu seu caminho, sem olhar para trás. João Victor ficou ali parado, vendo-a se afastar. Tocou o rosto onde o tapa ressoou e soltou um riso baixo, murmurando para si mesmo:
— Que mulher...
E naquele momento, ele soube que não ia esquecê-la tão cedo.
O silêncio do quarto era cortado apenas pelo som suave das roupas sendo dobradas. Nicole, sentada na beira da cama, de sua casa, passava os dedos delicadamente sobre cada peça de bebê, como se pudesse sentir o toque da criança em sua pele. O perfume impregnado no tecido fazia seu peito apertar.
— Como eu queria ter você nos meus braços... — murmurou, sua voz embargada de saudade e revolta.
Ela engoliu em seco, respirando fundo antes de continuar.
— O pai que você tem não vale nada. Mas um dia... se Deus quiser, eu vou trazer você de volta pra casa.
O peso da promessa pairou no ar. Um rangido na porta fez Nicole se sobressaltar. Seu coração disparou quando viu Vicente encostado no batente, observando-a com um sorriso enviesado.
— Você tá falando de mim? — perguntou ele, sua voz carregada de provocação.
Nicole reagiu no mesmo instante, fechando rapidamente a sacola com as roupas do bebê. Seus olhos, antes marejados, endureceram.
— Eu tava falando comigo mesma. Mas, se eu quiser falar de você, eu falo na sua cara!
Vicente riu baixo, balançando a cabeça, e então, com um movimento lento e calculado, ergueu um martelo diante dela. Nicole congelou. Seu olhar fixou-se na ferramenta, e um arrepio percorreu sua espinha.
— Pelo amor de Deus... o que você vai fazer com isso?! — perguntou, sua voz quase um sussurro de puro pavor.
Vicente girou o martelo na mão, brincando com o peso do objeto. Seu sorriso se ampliou.
— Você já vai descobrir... Não precisa ficar com medo.
Nicole pressionou a mão contra a boca, sufocando um soluço. Lágrimas começaram a escorrer, mas ela se recusou a desviar o olhar. Se Vicente queria vê-la frágil, não teria esse prazer. Ela piscou rapidamente, limpando a trilha molhada em seu rosto.
— Se você encostar um dedo em mim... juro que eu te mato.
O sorriso de Vicente não vacilou. Ele apenas inclinou a cabeça, analisando-a com interesse, como se estivesse diante de um jogo que acabava de ficar mais divertido. O martelo desceu devagar, sendo repousado contra sua perna.
— Gosto desse seu fogo, sabia? Mas será que ele vai continuar quando você souber o que eu vim fazer aqui?
Nicole sentiu a respiração falhar. Vicente não estava ali por acaso. E, pelo brilho malicioso em seus olhos, algo muito pior estava por vir.
O sol poente tingia o céu com tons alaranjados enquanto o burburinho dos táxis e passageiros agitava a saída do aeroporto. Erick desceu apressado os degraus, sua mente imersa em pensamentos, quando parou abruptamente. Ali, diante dele, estava Analú. Seu corpo congelou no mesmo instante. Os olhos dela também se arregalaram ao reconhecê-lo.
— É você... — a voz de Erick saiu carregada de choque e algo mais profundo... fúria contida.
Analú respirou fundo, tentando manter a compostura, mas não conseguiu disfarçar a tensão em seu olhar.
— Eu... posso ajudar? — sua voz traiu um leve tremor.
Foi a última coisa que Erick precisava ouvir. Num impulso, ele agarrou o braço dela.
— Como você pode me ajudar, sua assassina?!
As palavras caíram como um golpe. O corpo de Analú estremeceu. Seu coração disparou.
— Meu Deus... — murmurou ela, a voz quase sumindo.
O olhar de Erick se tornou ainda mais intenso. Ódio e dor queimavam dentro dele.
— Sim... sou eu. — Sua voz veio carregada de mágoa. — E eu não esqueci. Nunca.
Um silêncio ensurdecedor tomou conta do momento. Os dois ficaram ali, parados, os olhares travados num embate mudo. O passado que ambos tentaram enterrar acabava de ressurgir. E a partir dali, nada mais seria como antes.
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Atualizado até capítulo 27
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