Capítulo 16

Madison Muller narrando:

Olho para o grande hospital e suspiro sabendo que talvez eu possa encontrar Eliza ali, mas em um hospital tão grande, onde ela vive atendendo muitas crianças, acho que seria impossível a gente se esbarrar hoje.

Estou aqui a trabalho, fui chamada para fazer fotos de um parto. Os papais ansiosos querem registrar todos os momentos, e aqui estou eu para registrá-los.

Assim que entro no local, vou em direção a recepcionista e converso com ela, passo todas as informações. Depois de alguns minutos, o pai do bebê vem ao meu encontro e me leva até onde sua esposa está. Andando em direção ao quatro, recebemos a notícia de que a mulher já estava em trabalho de parto, que bebezinho apressado.

Seguimos até a sala de parto, mas antes tivemos que vestir aquelas roupas de hospital e também tive que higienizar as minhas câmeras. Assim entro na sala, ouço o grito da mulher, começo a arrumar minhas câmeras para esperar o momento certo de poder tirar a foto.

Fico ali cerca de uma hora até que finalmente aquela coisinha nasce, o marido da mulher enxuga o rosto dela para retirar o suor e arruma seu cabelo, a médica já tinha cortado o cordão umbilical e deixado a criança sobre a mãe que sorria de tanta felicidade.

Aproveito aquele momento para capturar em uma linda fotografia, logo o pai se junta e começo a fazer uma linda foto em família. Ficou perfeito.

Agora a mãe iria devolver o bebê para as enfermeiras, depois irá tirar a placenta para que finalmente possa ir para o quarto descansar.

O marido da mulher me acompanha e conversamos sobre as fotos, falo para ele que irei editá-las e irei mandá-las por e-mail. Ele diz que depositará o pagamento na minha conta e que todo mês, nessa mesma data, eles irão me contratar para fazer as fotos do bebê, até ele completar um ano.

Falo para ele que tudo bem, eles só precisam me avisar com antecedência para que eu possa me preparar. Depois de tudo acertado, finalmente vou embora daquele hospital. Mas na recepção acabo encontrando Cristian e Joana fitzy.

— Oi! — falo cumprimentando Joana e fazendo um rápido aceno para Cristian.

— Oi, o que faz aqui? — pergunta Joana, como sempre, sorridente.

— Vim fazer fotos de um parto. — falo. — e a senhorita?

A mesma sorri e coloca a mão sobre a barriga, só agora percebi o pequeno volume.

— Dia de consulta. — diz.

— Não sabia que estava grávida. — falo surpresa.

— A gente está fazendo de tudo para ser uma gravidez sem muita demonstração pública. — diz ela. — como a família do meu marido, nossa família, é bem conhecida diante da mídia, meio que os paparazzis ficam em cima e é muito chato, não temos privacidade.

— Oh, eu entendo. — falo. — A Eliza não comentou nada, por isso eu fiquei surpresa, pois, realmente, eu não sabia de nada.

— A Eliza sempre está ocupada com o trabalho dela e agora com você morando perto dela, a mesma quase nem sai de casa, e ela também é esquecida, só tem seus pensamentos em uma certa pessoa. — diz a última parte meio que insinuando alguma coisa. — aquela ali não é ela?

Olho para trás e vejo Eliza olhar para gente, na verdade, para mim. Ela logo vem na nossa direção. Não quero falar com ela, por isso invento uma desculpa qualquer e vou embora.

— Eu preciso ir, estou atrasada. — falo virando de costas e correndo para a saída, a última coisa que ouço, é Eliza chamando meu nome.

Suspiro quando vejo que já estou longe o suficiente daquele lugar, longe dela, pelo menos por algumas horas, logo ela estará indo para sua casa, e droga! Ela é minha vizinha.

Saiu dali indo para a empresa na qual trabalho, mas minha cabeça só pensava em uma coisa, Eliza.

[...]

Saiu do elevador e olho para o corredor, não tinha ninguém, saiu rapidamente e vou até o apartamento da Sophia onde a mesma abre e sorri para mim.

— Oi, Madison. — diz ela sorrindo.

— Oi Sophia, onde está Malu? — pergunto.

— Está tomando banho, a mesma se sujou de sorvete. — diz sorrindo, como se tivesse lembrando da minha filha toda suja de sorvete. — Entra, ela já está terminando.

Entro e a mesma deixa a porta aberta, fico no meio da sua sala e noto quando Sophia se aproxima de mim e me olha com intensidade. Olho nos seus olhos e suspiro surpresa quando sinto minhas costas baterem contra a parede.

— Sophia... a Malu... — falo ofegante quando ele beijar meu pescoço.

— Ela está tomando banho, irá demorar, iremos ouvir seus passos nas escadas. — após dizer isso, ela toma meus lábios em um beijo quente.

Sinto minhas pernas fraquejarem e busco apoio com a mão, acabo batendo em um vaso e o mesmo cai no chão fazendo barulho, me afasto um pouco de Sophia e olho pro chão, quando desvio meu olhar para a porta, vejo Eliza ali, parada me olhando.

Olho nos seus olhos e vejo... lágrimas?

Me afasto de Sophia rapidamente que me olha sem entender, mas quando olha para a porta, percebe quem estava ali. Olho para Sophia e peço para ela olhar para a Malu que eu já voltava. Quando olho para porta, para ir falar com Eliza, percebo que ela já não estava mais ali. Saiu pro corredor e vejo sua porta fechando, corro até ela e bato algumas vezes enquanto chamo seu nome.

— Eliza? — falo, mais nada ouço. — Eliza, fala comigo?

— Vai embora. — diz Eliza.

— Eliza, eu... foda-se. — falo. — nem sei por que estou te dando explicações, não temos nada.

Após falar isso, volto pro apartamento de Sophia e vejo ela sentada no sofá olhando pro nada, mas pensativa.

— Oi, desculpa. — falo e ela rapidamente me olha.

— Tudo bem... acho que a Malu já tomou banho. — diz se levantando. Mas antes que ela andasse em direção às escadas, seguro seu braço, a mesma para e me olha.

— Eu agi errado com você, a gente se beijou e depois eu corri atrás de outra. — falo. — sendo que nem temos nada, eu só...

— Você só ama ela. — diz Sophia. — eu entendo, eu sei como é amar alguém que nunca te dá uma chance ou percebe seus sentimentos.

Depois disso ela sai do meu aperto e sobe as escadas, me deixando sozinha e pensativa.

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