Capítulo 17

Eliza Fitzy narrando:

Chego no prédio e, enquanto subia pelo elevador, fico pensando na Madison, que mais cedo fugiu de mim e saiu correndo do hospital, enquanto eu chamava seu nome. Ela nem olhou para trás ao fugir, como se eu tivesse alguma doença contagiosa. Isso me deixa curiosa e aflita, porque ela começou a ficar assim depois daquela maldita festa, da qual eu não lembro de nada. Tenho certeza de que algo aconteceu, mas não me lembro e ela não me diz nada. Está fugindo de mim como o diabo foge da cruz.

Após as portas do elevador se abrirem no meu andar, saio e, ao chegar em frente à minha porta para abri-la, ouço algo quebrando. Vem do apartamento da Sophia, então, pensando que algo ocorreu, vou até lá e paraliso ao ver as duas se beijando.

Sinto meu coração quebrar em mil pedacinhos. Saio correndo para meu apartamento e fecho a porta. Me encosto nela e escorrego até o chão, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas.

— Eliza? — ouço a voz dela me chamar, mas não falo nada. — Eliza, fala comigo.

— Vai embora. — falo, fazendo de tudo para não demonstrar que estava chorando.

— Eliza... eu... foda-se. — diz ela. — Nem sei por que estou te dando explicações. Não temos nada.

Após falar isso, ouço seus passos se afastando da porta. Encolhi-me e abracei meus joelhos, colocando minha cabeça apoiada neles. Pior que ela tem razão... não temos nada, então, por que estou sentindo isso?

Sempre rejeitei ela, agora parece que ela está seguindo em frente e me esquecendo. Por que estou assim? Não deveria ficar assim.

A cena da Madison beijando Sophia se repete em minha mente várias e várias vezes, é torturante. Levanto e vou até o quarto, onde me jogo na cama. Preciso tomar um banho, mas não tenho ânimo nem vontade. Só quero ficar deitada e nunca mais levantar.

Faço um grande esforço e vou até o banheiro. Retiro todas as minhas roupas, deixando-as espalhadas pelo chão. Entro no Box, e a água quente do chuveiro cai na minha cabeça e desce pelo meu corpo. Rapidamente a Madison vem à minha mente e sinto um aperto no peito.

O que faço?

Oh, Deus... o que faço?

Após sair do banho, ando nua pelo banheiro e pego uma toalha. Depois ando até o quarto, quando chego aos pés da cama, meu pé entra um pouco para baixo e sinto algo. Era um tecido. Ao me abaixar, vejo que é uma calcinha preta de renda. Cheiro-a e sinto um cheiro familiar, mas não era meu. Essa calcinha não é minha. Me deito na cama cheirando-a e olho para o canto do quarto, onde vejo minha bota jogada lá. Rapidamente, uma memória de uma certa loira vem à minha mente. Balanço a cabeça ainda com esses pensamentos na mente e ao inalar o cheiro da calcinha novamente, uma cena de Madison à noite vem à minha mente. Essa calcinha é a mesma que ela estava usando na boate, lembro-me muito bem disso.

Mas por que ela está aqui? Será que transamos e não lembro?

Se transamos, por que ela não me disse nada? Pelo contrário, está fugindo de mim?

Vou atrás dela.

Levanto rapidamente e corro para o meu closet, onde pego a primeira roupa que vejo: uma blusa branca e um short de malha preto, juntamente com uma lingerie preta. Me visto rapidamente e já corro para o apartamento dela, descalça.

Bato na porta, e, depois de alguns minutos, ela abre, apenas de pijama. Olho para seus seios e vejo aqueles deliciosos piercings marcando sua blusa. Entro em seu apartamento e, quando paro no meio da sala, me viro para ela. Ela está me olhando confusa.

— A gente transou? — pergunto a ela, que me olha confusa. — Naquela noite da boate.

— Sim. A gente transou naquela noite. — Ela não diz nada, apenas fecha a porta e se aproxima.

— Madison, me responde! — falo, andando em sua direção.

— Fala baixo, minha filha está dormindo. — diz ela. — E sim, a gente transou naquela noite.

— Então, por que você não me falou? — pergunto. — Por que não me disse quando eu perguntei se eu tinha feito alguma coisa?

— Você não lembrava. Se eu falasse, você não acreditaria. — Ela diz. — E mesmo que eu falasse, você diria que seria apenas uma noite e me ignoraria, como sempre fez. Só fiz isso para evitar constrangimento.

— Madison... — Tento falar, mas ela me corta.

— Quer saber, Eliza? Estou cansada de correr atrás de você e de ser ignorada por você. Desde que te conheci, você faz isso comigo. Eu disse que gostava de você, que te queria... mas você sempre escondeu o que tínhamos. Quando chegávamos juntas no apartamento do Marius, naquela época em que ele e Victoria moravam lá, você sempre falava que nos encontramos por acaso na entrada, nunca nem disse que vínhamos juntas, embora todos pensassem que éramos só amigas.

— Madison... — Tento falar, mas ela novamente me interrompe.

— Ainda não terminei! O que nos impede de ficar juntas não é a sociedade. É seu próprio preconceito. Se você fosse corajosa o suficiente e me amasse o suficiente, lutaria por mim e mandaria a sociedade se foder.

— Eu... amo você. — Falo. — Mas, o que as pessoas irão pensar? Somos duas mulheres...

— Não me importo com o que as pessoas pensam. Apenas me ame. É tudo que eu preciso, apenas isso. — Ela diz, se aproximando de mim. — Apenas me ame.

Depois disso, ela toma meus lábios em um delicioso beijo. Sinto meu corpo quente e uma sensação incrível tomar todo o meu ser.

Estar com Madison era incrível, ela era incrível.

— Eu amo você, Eliza. — Diz ela ao se afastar, me olhando nos olhos.

A intensidade do seu olhar me deixou sem ar, eu estava hipnotizada, olhando para ela, e as palavras seguintes que saíram da minha boca foram de coração, com todo o amor que eu tinha.

— Eu te amo, Madison. — Falo beijando-a com todo o amor do mundo.

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Comments

Fatima Gonçalves

Fatima Gonçalves

é isso aí trate de se assumir Eluza

2024-04-25

1

odia Costa

odia Costa

Que lindos 😍😍😍😍😍😍😍😍😍😍

2024-02-09

1

liana

liana

Torcendo,para elas ficarem juntas💖💖

2023-06-11

4

Ver todos

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