Reencontro com o diário

Estava no meu quarto, escutando músicas antigas, anos 2000. São músicas muito boas - Não julguem meus gostos.

Vanessa arrumava seu jogo de baralho, já era meu quinto ganho consecutivo - Não querendo me gabar, mas sou boa em qualquer jogo, menos a da vida. - Começa a tocar Cazuza na minha caixinha. Exagerado, e uma perfeição de música.

- Seis.

- Cinco. Ganhei.

- Ahhhh porquê!?

- Nessa, vermelho e menos, o preto vale mais.

- Racista.

- Cala a boca.

Reiniciamos o jogo, ela embaralha as cartas. Nove cartas em cada mão, como sempre, uma mão muito boa para mim. Estico meu braço para pegar o cigarro e o esqueiro.

- Epa, não.

- Para, deixar eu fumar só um!

- Ainda está se recuperando.

- Já tô melhor, sério. Tô quase duas semanas em casa, sem fazer nada. Posso nem te ajudar no café.

- Eu tô me virando. Você tem que melhorar, e não vai ter nicotina até lá.

- Ahhhhh. Você pensou no que eu te falei?

- O que?

- Darwin.

- Kat esquece isso. Ele foi embora há nove anos sem se explicar ou se despedir de você. Só eu fiquei lá, te ajudando a procurar, e depois a superar.

- Eu sei. Mas, eu realmente vi ele.

- Você procurou o hospital inteiro não foi? Se você não achou ele, é porquê ele não tava lá. Para de paranóia, sério. Se concentra nessa sua vida de agora. Que tá horrível por sinal.

Pensei em suas palavras. Demorei muito para esquecer Darwin. E sua partida fez uma ferida em mim, uma ferida tão grande que até hoje sinto. Com mais dois oi três dias em casa, poderia voltar para as minhas atividades. É um alívio. Já estou com uma pilha de revistinhas de caça palavras e outros jogos sobre a minha mesa.

Sou uma pessoa muito elétrica, ficar parada me dar uma certa agonia. A ferida já estava bem cicatrizada. Ainda tomava os remédios, mas já estava muito melhor. Olhei para a cozinha. Os armários vazios, geladeira só ovo e água. Só agora tinha me dado conta que estava me abastecendo com marmitas da mãe, do pai e da Vanessa. Seis e meia da noite, o mercado ainda estava aberto. Peguei apenas o que eu iria fazer agora para jantar e para o café da manhã. Arroz com carne moída. Já estava de bom tamanho. Caminhava até o meu carro quando ouvi alguém me chamar.

- Katarina? - Um homem, perto de uns sessenta e oito anos. - Se lembra de mim?

- Mestre! - Avanço sobre o mesmo o abraçando. - Tem tanto tempo que o vi!

- Sim, estou velho. E bom vê-la assim. Crescida e forte.

Mestre Korodosaki, foi meu professor de karatê e Taekwondo. Mais tarde, aprendi box com ele também. Minha infância sendo resumida em escola e academia, todos os dias. Via o mestre como meu avô.

- Soube do que aconteceu no metrô. Você foi muito corajosa, mas, mesmo assim, não deixou de ser perigoso.

- Sinto muito por isso. Achei que poderia dar conta deles. Não sabia que um estava armado. O senhor ainda dá aulas?

- Não, como disse, estou velho. Não tenho mais o que ensinar. Agora você teria.

- Como?

- Lembro que quando era baixinha, dizia que queria ser mestre como eu era. Você é jovem, já participou de campeonatos e já possui todas as faixas. O que te impede agora?

Suas falas corriam minha mente. Ele tinha razão. Eu poderia ensinar crianças ou adolescentes a lutarem. Já fui campeã regional em peso leve, foi seis anos consecutivos. Já atuei até em outros países, duas ou três no máximo. Fiquei motivada. Ao chegar em casa, preparei a comida e foi com o prato para o quarto. Minhas paredes, com meus troféus e medalhas. Que vida eu teria seguindo esse caminho? Era algo que eu pensava com frequência.

Terminei de comer e fui para frente do meu computador. Pensei em organizar ideias sobre ser uma mestra, e com o que eu gastaria no processo. Sei que não seria pouco. Mexendo em algumas pastas, encontrei um arquivo. " Diário digital". Ahh, que merda. Dos meus dez anos até os quinze ou dezesseis, resolvi escrever tudo que me acontecia diariamente. Mas não queria um diário. Quis ser diferente e ter um diário digital, ou algo parecido com um blog. O bom é que realmente seria 100% secreto. Apenas eu tenho a senha do meu computador. Ou melhor ainda, apenas eu sabia mexer nele.

Clico nele, apenas por melancólica e curiosidade. Nessa época eu tinha tendência a ser uma adolescente desportiva, que tomava suplemento e caminhava toda manhã. Eu só não tomava suplemento, mas gostava muito de me exercitar. Tinha muitas páginas. Eu separava em capítulo de acordo com dia, mês e ano. Me dediquei mais a ele depois da separação dos meus pais. Outros registros mais logos, foram a partir dos quatorze anos. Quando Darwin apareceu. Começo a ler aquele capitulo.

Diário

Hoje cedo, umas cinco horas da manhã, levantei para fazer meus exercícios. Mamãe nunca me questionou esse hábito, só acha engraçado. Fiz seis quilômetros hoje, apenas correndo.

Aí não tem nada de interessante. Já é algo frequente. Mas a surpresa foi quando cheguei. Um carro da mudança na casa do lado a minha casa. Tinha muito tempo que eu via alguém naquela casa. Era um casal, com três filhos. Pareciam ricos. Ignorei eles e entrei. Mamãe já preparava meu café, subi, tomei banho e me arrumei para ir ao colégio.

Sai para o ponto de ônibus ouvindo música nos fones. O ponto sempre ficava vazio. Mas dessa vez, o filho mais novo dos meus novos vizinhos estava lá. Acho que é um ano mais velho que eu. Não conversei com ele. Seu rosto era tão sério. Mas não posso negar que era incrivelmente bonito. O ônibus chegou, entramos. Só tinha uma cadeira vaga com duas pessoas. Que raiva, teria se sentar ao lado dele. Vanessa também não tinha ido hoje. Quando sentamos, ainda não falamos um com o outro. Ele me ofereceu um chiclete.

- Obrigada.

- Posso perguntar seu nome?

- Katarina. E o seu?

- É Darwin.

- O pai da evolução? Que nome engenhoso.

- Garanto que não sou tão inteligente como ele. Eh, por favor, me deixa ser seu amigo?

- Hum? Isso é pedido que se faça?

- Eu estou com medo. Eu vivo mudando de cidade, aqui não conheço ninguém. Você mora ao lado da minha casa, então seria fácil fazer amizade com você.

Naquele momento pensei um pouco. Não sabia o que responder. A única amiga que tinha era a Vanessa, e aquilo para mim já estava de ótimo tamanho. Olhei para ele, realmente parecia confuso e perdido.

- Vamos ver se você merece. - Disse estendendo a mão, ele sorri e aperta. Nunca tinha visto um sorriso rosado tão fofo e lindo na minha vida. Darwin é muito bonito.

Não gosto do colégio. As pessoas gostam de te julgar demais. E isso é chato. Quase todo dia sou chamada de sapatão ou de menina-homem pelas coisas que gosto. São tão idiotas. Se eu seguisse as ideias da mamãe, ela estaria presa e eu no reformatório. Ainda bem que o papai e mais pé no chão.

Fiquei muito surpresa, Darwin estava na minha sala. Ele estava bem envergonhado, dava pra perceber o quão odiava socializar. Ele se sentou no outro lado da sala. Ele me viu, mas acho que teve vergonha de se aproximar de mim.

Era aula de educação física. Eu simplesmente amo. Até agora, sou a campeã de corrida em 100 metros do colégio. A maioria das meninas não gostam de esportes, tem algumas que até salvam. Eu adoro. Estava jogando futsal no time masculino, meu time ganhava de quatro a dois. Eu tinha feito um gol. Os meninos gostam de jogar comigo. O tempo acabou e fomos beber água e remontar os times. Eu olhei, e percebi que não via o Darwin. Queria ignorar, mas ficou na minha cabeça. Sai da quadra e fui em direção ao pátio, ia subir as escadas quando escuto xingamentos. Debaixo das escadas, tem um pequeno beco. O Darwin estava ali. E não estava sozinho. Tinha três meninos, bem famosos por serem bagunceiros e idiotas. Eles estavam mexendo com o Darwin. Entendia o por quê. Ele aparenta ser rico, e muito inteligente, mas nem um pouco forte.

- Parem de mexer com ele. E o primeiro dia dele.

- O que você quer sapatão? Vai lá, achar que pode fazer as coisas que nós homens de verdade fazem. - Eu já odiava aquele menino. Apenas me segurei.

- Katarina não se preocupa com isso. Eu não quero te arranjar problemas por minha causa.

Chega deu pena ouvi-lo dizer aquilo.

- Solta ele.

- E o que você vai fazer?

Aquele idiota me empurrou. Era tudo o que eu queria. Quando se aprende alguma modalidade de luta, a primeira regra é: Não usar para machucar pessoas inocentes, apenas para se defender. Eu fui atacada, poderia me defender. Sei que bati naqueles moleques, levei um ou dois socos. Mas cheguei a quebrar narizes, dedos, acho que um dente.

Agora a tarde, fiquei sentada do lado de fora da diretoria com minha mãe na sala da diretora. Minha mãe xingou ela, e pediu que os garotos fossem penalizados por começarem o bullying.

- A sua mãe não vem?

- Huhum. Nunca foram em nenhuma reunião minha. Acham que por eu já ter quinze anos, posso cuidar de tudo sozinho.

- Você não sabe dar nem um tapa, como vai se virar sozinho?

- Não sei....

Ele se encolheu e fechou os punhos, pareceu que seus olhos encheram de lágrimas. Senti pena dele, ao mesmo tempo que achei muito fofo. Como um rapaz de quinze anos pode ser tão inocente assim? Suspirei e deslizei minha mão nos cabelos dele. Eram bem macios. Hoje foi só isso.

...

Termino de ler, aquele era apenas o primeiro texto. Senti uma certa melancólica ao ler tudo. Senti uma saudade. Não sei dizer. Queria ler os outros que escrevi. Mas tive um pouco de medo. As memórias daquele tempo voltavam vagamente a minha cabeça. Aquilo me faria lembrar Estava no meu quarto, escutando músicas antigas, anos 2000. São músicas muito boas. Vanessa arrumava seu jogo de baralho, já era meu quinto ganho consecutivo. Começa a tocar Cazuza na minha caixinha. Exagerado, e uma perfeição de música.

- Seis.

- Cinco. Ganhei.

- Ahhhh porquê!?

- Nessa, vermelho e menos, o preto vale mais.

- Racista.

- Cala a boca.

Reiniciamos o jogo, ela embaralha as cartas. Nove cartas em cada mão, como sempre, uma mão muito boa para mim. Estico meu braço para pegar o cigarro e o esqueiro.

- Epa, não.

- Para, deixar eu fumar só um!

- Ainda está se recuperando.

- Já tô melhor, sério. Tô quase duas semanas em casa, sem fazer nada. Posso nem te ajudar no café.

- Eu tô me virando. Você tem que melhorar, e não vai ter nicotina até lá.

- Ahhhhh. Você pensou no que eu te falei?

- O que?

- Darwin.

- Kat esquece isso. Ele foi embora há nove anos sem se explicar ou se despedir de você. Só eu fiquei lá, te ajudando a procurar, e depois a superar.

- Eu sei. Mas, eu realmente vi ele.

- Você procurou o hospital inteiro não foi? Se você não achou ele, é porquê ele não tava lá. Para de paranóia, sério. Se concentra nessa sua vida de agora.

Pensei em suas palavras. Demorei muito para esquecer Darwin. E sua partida fez uma ferida em mim, uma ferida tão grande que até hoje sinto. Com mais cinco ou seis dias em casa, poderia voltar para as minha atividades. E um alívio. Já estou com uma pilha de revistinhas de caça palavras e outros jogos sobre a minha mesa.

Sou uma pessoa muito elétrica, ficar parada me dar uma certa agonia. A ferida já estava bem cicatrizada. Ainda tomava os remédios, mas já estava muito melhor. Olhei para a cozinha. Os armários vazios, geladeira só ovo e água. Só agora tinha me dado conta que estava me abastecendo com marmitas da mãe, do pai e da Vanessa. Seis e meia da noite, o mercado ainda estava aberto. Peguei apenas o que eu iria fazer agora para jantar e para o café da manhã. Arroz com carne moída. Já estava de bom tamanho. Caminhava até o meu carro quando ouvi alguém me chamar.

- Katarina? - Um homem, perto de uns sessenta e oito anos. - Se lembra de mim?

- Mestre! - Avanço sobre o mesmo o abraçando. - Tem tanto tempo que o vi!

- Sim, estou velho. E bom vê-la assim. Crescida e forte.

Mestre Korodosaki, foi meu professor de karatê e Taekwondo. Mais tarde, aprendi box com ele também. Minha infância sendo resumida em escola e academia, todos os dias. Via o mestre como meu avô.

- Soube do que aconteceu no metrô. Você foi muito corajosa, mas, mesmo assim, não deixou de ser perigoso.

- Sinto muito por isso. Achei que desse conta deles. Não sabia que um estava armado. O senhor ainda dá aulas?

- Não, como disse, estou velho. Não tenho mais o que ensinar. Agora você teria.

- Como?

- Lembro que quando era baixinha, dizia que queria ser mestre como eu era. Você e jovem, já participou de campeonatos e já possui todas as faixas. O que te impede agora?

Suas falas corriam minha mente. Ele tinha razão. Eu poderia ensinar crianças ou adolescentes a lutarem. Já fui campeã regional em peso leve, foi seis anos consecutivos. Já atuei até em outros países, três ou quatro no máximo. Fiquei motivada. Ao chegar em casa, preparei a comida e foi com o prato para o quarto. Minhas paredes, com meus troféus e medalhas. Que vida eu teria seguindo esse caminho? Era algo que eu pensava com frequência.

Terminei de comer e fui para frente do meu computador. Pensei em organizar ideias sobre ser uma mestra, e com o que eu gastaria no processo. Sei que não seria pouco. Mexendo em algumas pastas, encontrei um arquivo. " Diário digital". Ahh, que merda. Dos meus dez anos até os quinze ou dezesseis, resolvi escrever tudo que me acontecia diariamente. Mas não queria um diário. Quis ser diferente e ter um diário digital, ou algo parecido com um blog. O bom e que realmente seria 100% secreto. Apenas eu tenho a senha do meu computador. Ou melhor ainda, apenas eu sei mexer nele.

Clico nele, apenas por melancólica e curiosidade. Nessa época eu tinha tendência a ser uma adolescente desportiva, que tomava suplemento e caminhava toda manhã. Eu só não tomava suplemento, mas gostava muito de me exercitar. Tinha muitas páginas. Eu separava em capítulo de acordo com dia, mês e ano. Me dediquei mais a ele depois da separação dos meus pais. Outros registros mais logos, foram a partir dos quatorze anos. Quando Darwin apareceu. Começo a ler aquele capitulo.

Diário

Hoje cedo, umas cinco horas da manhã, levantei para fazer meus exercícios. Mamãe nunca me questionou esse hábito, só acha engraçado. Fiz seis quilômetro hoje, apenas correndo.

Aí não tem nada de interessante. Já é algo frequente. Mas a surpresa foi quando cheguei. Um carro da mudança na casa do lado a minha casa. Tinha muito tempo que eu via alguém naquela casa. Era um casal, com três filhos. Pareciam ricos. Ignorei eles e entrei. Mamãe já preparava meu café, subi, tomei banho e me arrumei para ir ao colégio.

Sai para o ponto de ônibus ouvindo música nos fones. O ponto sempre ficava vazio. Mas dessa vez, o filho mais novo dos meus novos vizinhos estava lá. Acho que é um ano mais velho que eu. Não conversei com ele. Seu rosto era tão sério. Mas não posso negar que era incrivelmente bonito. O ônibus chegou, entramos. Só tinha uma cadeira vaga com duas pessoas. Que raiva, teria se sentar ao lado dele. Vanessa também não tinha ido hoje. Quando sentamos, ainda não falamos uma com o outro. Ele me ofereceu um chiclete.

- Obrigada.

- Posso perguntar seu nome?

- Katarina. E o seu?

- É Darwin.

- O pai da evolução? Que nome engenhoso.

- Garanto que não sou tão inteligente como ele. Eh, por favor, me deixa ser seu amigo?

- Hum? Isso é pedido que se faça?

- Eu estou com medo. Eu vivo mudando de cidade, aqui não conheço ninguém. Você mora ao lado da minha casa, então seria fácil fazer amizade com você.

Naquele momento pensei um pouco. Não sabia o que responder. A única amiga que tinha era a Vanessa, e aquilo para mim já estava de ótimo tamanho. Olhei para ele, realmente parecia confuso e perdido.

- Vamos ver se você merece. - Disse estendendo a mão, ele sorri e aperta. Nunca tinha visto um sorriso rosado tão fofo e lindo na minha vida. Darwin é muito bonito.

Não gosto do colégio. As pessoas gostam de te julgar demais. E isso e chato. Quase todo dia sou chamada de sapatão ou de menina-homem pelas coisas que gosto. São tão idiotas. Se eu seguisse as ideias da mamãe, ela estaria presa e eu no reformatório. Ainda bem que e o papai e mais pé no chão.

Fiquei muito surpresa, Darwin estava na minha sala. Ele estava bem envergonhado, dava pra perceber o quão odiava socializar. Ele se sentou no outro lado da sala. Ele me viu, mas acho que teve vergonha de se aproximar de mim.

Era aula de educação física. Eu simplesmente amo. Até agora, sou a campeã de corrida em 100 metros do colégio. A maioria das meninas não gostam de esportes, tem algumas que até salvam. Eu adoro. Estava jogando futsal no time masculino, meu time ganhava de quatro a dois. Eu tinha feito um gol. Os meninos gostam de jogar comigo. O tempo acabou e fomos beber água e remontar os times. Eu olhei, e percebi que não via o Darwin. Queria ignorar, mas ficou na minha cabeça. Sai da quadra e fui em direção ao pátio, ia subir as escadas quando escuto xingamentos. Debaixo das escadas, tem um pequeno beco. O Darwin estava ali. E não estava sozinho. Tinha três meninos, bem famosos por serem bagunceiros e idiotas. Eles estavam mexendo com o Darwin. Entendia o por quê. Ele aparenta ser rico, e muito inteligente, mas nem um pouco forte.

- Parem de mexer com ele. E o primeiro dia dele.

- O que você quer sapatão? Vai lá, achar que pode fazer as coisas que nois homens de verdade fazem. - Eu já odiava aquele menino. Apenas me segurei.

- Katarina não se preocupa com isso. Eu não quero te arranjar problemas por minha causa.

Chega deu pena ouvi-lo dizer aquilo.

- Solta ele.

- E o que vive vai fazer?

Aquele idiota me empurrou. Era tudo o que eu queria. Quando se aprende alguma modalidade de luta, a primeira regra é: Não usar para machucar pessoas inocentes, apenas para se defender. Eu fui atacada, poderia me defender. Sei que bati naqueles moleques, levei um ou dois socos. Mas cheguei a quebrar narizes, dedos, acho que um dente.

Agora a tarde, fiquei sentada do lado de fora da diretoria com minha mãe na sala da diretora. Minha mãe xingou ela, e pediu que os garotos fossem penalizados por começarem o bullying.

- A sua mãe não vem?

- Huhum. Nunca foram em nenhuma reunião minha. Acham que por eu já ter quinze anos, posso cuidar de tudo sozinho.

- Você não sabe dar nem um tapa, como vai se virar sozinho.

- Não sei....

Ele se encolheu e fechou os punhos, pareceu que seus olhos encheram de lágrimas. Senti pena dele, ao mesmo tempo que achei muito fofo. Como um rapaz de quinze anos pode ser tão inocente assim? Suspirei e deslizei minha mão nos cabelos dele. Eram bem macios. Hoje foi só isso.

...

Termino de ler, aquele era apenas o primeiro texto. Senti uma certa melancólica ao ler tudo. Senti uma saudade. Não sei dizer. Queria ler os outros que escrevi. Mas tive um pouco de medo. As memórias daquele tempo voltavam vagamente a minha mente. Aquilo me faria lembrará do Darwin novamente. E eu iria contra todo o sermão que a Vanessa tinha me falado. Quando ia clicar, o telefone toca.

- Hum.

- Katarina, você está em casa?

- E onde mais eu estaria Vanessa?

- Certo, pergunta idiota. Preciso de ajuda.

- Fala.

- Não.... Não dá pra dizer pelo telefone. Só... me encontra na portaria do seu apartamento. Posso dormir ai hoje?

- Você tá me assustando.

- Sim ou não?

- Aqui a gente vê.

Vanessa deligou o telefone. Peguei o meu casaco e desci para a portaria. Ela já estava chegando. Eu ia perguntar mas ela saiu disparada para o meu apartamento.

- Eu não sei o que fazer!

- Como assim o que foi?

- Eu....perdi....

- Perdeu..?

- Eu.... perdi minha virgindade, Katarina.

Deve ser difícil de imaginar. Uma mulher de vinte e três anos ainda virgem. Espera, não é mais. Vanessa foi criada pelo pai, sua mãe morreu muito cedo, então sempre foi mais fechada e quase nunca namorava. Acho que o seu primeiro beijo foi com dezessete anos.

- Eu tô desesperada! Saiu sangue! De mim, saiu sangue! Eu fiquei assustada sujei a cama dele! Eu tentei limpar, então sai sem ele ver. Isso deve ser tão vergonhoso!

- Ei, calma. Não tem nada de errado perder a virgindade na sua idade. E algo louvável até. Não precisa se preocupar. Você não está machucada, e algo natural que ia acontecer. - Disse abraçando e a consolando. - Foi com o Alek certo? Sua primeira vez foi boa?

- Não sei dizer. Não sei o que eu tinha sentir. Fiquei com medo, ao mesmo tempo que sentia desejo, gosto e prazer. O que você sentiu na sua primeira vez ?

- Eu ... senti ... - Minha mente tentava reproduzir aquela cena, meu quarto, eu e o Darwin. - Não sei te explicar...

- Tudo bem. Eu não deveria ter perguntado.

- Vai tomar banho e usa minhas roupas. Vou mandar mensagem pro seu pai e você dorme agarradinha comigo.

- Gostei da ideia.do Darwin novamente. E eu iria contra todo o sermão que a Vanessa tinha me falado. Quando ia clicar, o telefone toca.

- Hum.

- Katarina, você está em casa?

- E onde mais eu estaria Vanessa?

- Certo, pergunta idiota. Preciso de ajuda.

- Fala.

- Não.... Não dá pra dizer pelo telefone. Só... me encontra na portaria do seu apartamento. Posso dormir ai hoje?

- Você tá me assustando.

- Sim ou não?

- Aqui a gente vê.

Vanessa deligou o telefone. Peguei o meu casaco e desci para a portaria. Ela já estava chegando. Eu ia perguntar mas ela saiu disparada para o meu apartamento.

- Eu não sei o que fazer!

- Como assim o que foi?

- Eu....perdi....

- Perdeu..?

- Eu.... perdi minha virgindade, Katarina.

Deve ser difícil de imaginar. Uma mulher de vinte e três anos ainda virgem. Espera, não é mais. Vanessa foi criada pelo pai, sua mãe morreu muito cedo, então sempre foi mais fechada e quase nunca namorava. Acho que o seu primeiro beijo foi com dezessete anos.

- Eu tô desesperada! Saiu sangue! De mim, saiu sangue! Eu fiquei assustada sujei a cama dele! Eu tentei limpar, então sai sem ele ver. Isso deve ser tão vergonhoso!

- Ei, calma. Não tem nada de errado perder a virgindade na sua idade. E algo louvável até. Não precisa se preocupar. Você não está machucada, e algo natural que ia acontecer. - Disse abraçando e a consolando. - Foi com o Alek certo? Sua primeira vez foi boa?

- Não sei dizer. Não sei o que eu tinha sentir. Fiquei com medo, ao mesmo tempo que sentia desejo, gosto e prazer. O que você sentiu na sua primeira vez ?

- Eu ... senti ... - Minha mente tentava reproduzir aquela cena, meu quarto, eu e o Darwin. - Não sei te explicar...

- Tudo bem. Eu não deveria ter perguntado.

- Vai tomar banho e usa minhas roupas. Vou mandar mensagem pro seu pai e você dorme agarradinha comigo.

- Gostei da ideia.

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