Meu Desejo

Meu Desejo

Cela, cigarro e afrodisíaco

Estava agachada no canto na minha cela, mijando na parede segurando minha calcinha para não molhar. Quase terminando, dou uma leve sacudida para secar, já que não tinha nenhum papel higiênico.

- Não faz isso aí, merda! - Grita o policial.

- Hum? Foda-se - Respondi subindo minha calcinha escondida no vestido.

- Que belo comportamento para uma moça que nem você. Agora vai ficar meia hora a mais. - Bateu na cela e saiu.

- Foda-se, meu pai logo me solta! Imbecil.

Sento-me do outro lado daquele maldito quadrado com grades de ferro e agora com cheiro do meu xixi. Eu amava esse vestido, agora está todo sujo de poeira. Antes que pensem, não matei ninguém ou assaltei um banco. Na verdade quem dera. Eu apenas expus meus sinceros sentimentos. Vou contar do começo - acho que é assim que começa - Minha mãe e meu pai eram casados. Mamãe sempre foi bruta, papai sempre muito calmo. Ele nunca me negou carinho ou atenção, ou qualquer outra coisa, eu era bem mimada, os dois eram bem românticos. Até que, acho que foi em uma quinta-feira, uma criança, seis anos mais nova que eu - acho que eu devia ter doze para treze na época - veio até a nossa casa. Insultou minha mãe de várias formas, de tantos palavrões que pensei " como uma criança conhece essa palavras?" Foi assim que minha mãe descobriu a traição de meu pai. Outra família, outra esposa, outra filha.

Mamãe congelou, estava em choque, nunca esperava isso do meu pai. Eu estava assistindo televisão na hora. Naquele momento, fiz a coisa mais óbvia que qualquer outra filha na minha idade faria. Levantei e dei um tapa no meio da cara daquele projeto de cadela. Ela saiu correndo, e eu fui consolar minha mãe. Depois do ocorrido, minha mãe conversou com papai, se divorciaram e ele foi embora de casa, mesmo depois de tudo, ele ainda cuidava de mim e me amava. A menina, era a minha meia-irmã. Era o verdadeiro capeta em forma de criança. Meus pais estavam resolvidos e tinham guarda compartilhada. Ela fazia questão de atormentar a vida da minha mãe, e a minha também. Mas como sou um pouquinho ignorante, sempre quebrava um dedo ou o nariz dela quando ela passava dos limites. Uma vaca racista, homofóbica e gostava de se vitimizar e humilhar os outros. Além dos ciúmes que ela tinha de mim e do meu pai. Uma vez, ela chutou um gato que sentou perto do seu pé. Eu chutei ela e parou no hospital. Não me arrependo. Jurei que quando ela morresse, eu ia sapatear sobre o seu caixão, e foi isso que eu fiz.

Ela morreu ontem, hoje foi o funeral. Causa da morte? Transportava drogas entre fronteiras para traficantes. Ela foi pega e denunciou seu grupo a polícia para se ver livre. Mas foi morta pelos seus "companheiros". Morte perfeita. No velório, subi em cima do caixão e comecei a dançar. Mamãe riu, e não foi pouco. Todos me olharam desacreditados. Eu não ligava, para mim, que ela quique no colo do capeta pelo resto de toda existência humana. A mãe dela, arrasada - outra vaca - ligou para a polícia. E agora estou aqui. Papai deve pagar minha fiança assim que o funeral terminar. Mesmo com os meus comportamentos, papai me amava.

- Pode sair - O policial abre a cela. - E vê se anda na linha.

- Se eu quisesse conselho eu pedia. Cadê minhas coisas?

- Na mesa.

- Beleza. Meus cigarros.

- Não estavam contigo.

- Meus cigarros.

Andava pela rua com meus sapatos nas mãos, e um cigarro na boca. Meu celular tinha várias ligações perdidas. Da mamãe e do papai, preocupados provavelmente. Minha mãe não tinha que estar lá. Mas achou certo ir. Ajudou a consolar meu pai, que estava desamparado, e sua esposa não se preocupava com ele. Era fria e arrogante. Ainda penso que papai e mamãe podem voltar um dia. Um dia.

- Depois ligo pra eles. Tô cansada. Eu quero beber.

Andei uns dois quarteirões. As ruas um verdadeiro cemitério. Não tinha nenhum bar aberto. Já estava ficando irritada. Achei um bar gay bem agitado. Entrei. Já tinha cinco se pegando no sofá. Meu Odin. Sentei no balcão e logo virá o garçom.

- Olá, do que gostaria?

- Algo forte. Bem forte.

- Pra já.

O homem saiu e voltou com um copo curioso. O copo era em forma de um pênis, de tamanho exuberante, um doce em forma de vagina com uma bolinha vermelha em cima. Inesperado.

- Para beber o drink, você tem que chupar. E para comer esse doce, você lambe e estoura a bolinha na boca.

- Que engenhoso.

- Sim, é para ambos os gostos.

Estava gostoso, e principalmente, forte. Eu queria dormir bem, mas, pareceu que aquele drink tinha algum afrodisíaco. Talvez na bolinha da vargina. Meu corpo começou a esquentar. E muito. O que eu faria? Eu tava em um bar gay! A menos que eu roubasse aquele copo "especial" e levasse para casa e resolvesse o meu pequeno problema. Resolver meu pequeno problema com uma grande revolução.Mas talvez, não fosse uma boa ideia, só talvez. Um fogo me consumia da minha garganta até os meios das minhas pernas. Me mexia inquieta, olhava para os homens engolindo a seco.

- Olá, nunca te vi aqui. Me chamo Rangel, qual o seu nome? - Uma rapaz alto senstou-se junto a mim. Alto, tatuado, cabelos ruivos e olhos levemente escerdiados.

- Katarina, prazer.

Aquele homem se aproxima de mim. Mostrava interesse e desejo. Conversa vai, conversa vem. Suas mãos já deslizavam pelas minhas coxas. É claro, dei mole para aquele sorriso de quem claramente quer me comer, e retribui com um sorriso de quem quer muito ser comida. Rangel era bixessial, explicava estar ali.

Maldito ou santo afrodisíaco que cada vez mais de tirava de mim. Rangel finalmente me leva até os quartos alugados de cima. Por mais que eu estivesse como uma cachorra do cio, tinha que tomar banho. A partir daí minhas memórias se tornam turvas e muito embasadas, sei que sai do banho nua e cai direto em seu corpo. Sei que transamos, e muito. Você sabe quando a noite foi boa quando suas pernas então fracas e seu cabelo como um ninho de mafagafos.

Acordei com tanta dor de cabeça, ele deitado ao meu lado. No puro efeito da ressaca, me perguntei:

- Quem diabos e esse doido?

Bem me arrumei e me mandei, quem comeu que pague. Não é?

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