Ladrões no metrô

Aii...

Acordei com uma dor de cabeça insuportável. Foi o copo de pênis, ou o doce de vagina, já nem sei mais. Só sei que minha cabeça latejava. Estava em um quarto que não era o meu, deitada em uma cama que não era a minha. A dor deu uma diminuída. Olhei para o meu corpo, completamente nua. Minhas pernas estavam grudentas e fracas, marcas e os cabelos bagunçados, não lembro o que houve na noite anterior. Mas, para que eu acordasse com os cabelos desgrenhados, chupões e completamente suja, com certeza, a noite foi muito boa.

O rapaz ruivo estava dormindo do meu lado. Um sono bem profundo. Lembrei que aquele era um dos quartos que poderia se alugado para diversão. Janelas grandes, cama redonda, e móveis por encomenda. Olhei meu relógio, vinte minutos para chegar no trabalho. Sai da cama silenciosamente. Não queria acorda ele - não leia de forma romântica, só não quero acorda-lo pois não lembro seu nome, não quero saber, e tão pouco quero papo. Apenas quero sair daqui!

Peguei todas as minhas roupas jogadas pelo chão. A primeira porta perto da mesa com um jarro de preservativos era a do banheiro. Seria nojento ficar no trabalho o dia inteiro sem tomar um único banho antes de ir. Tomei-me o banho rápido e vestir as roupas. Sai de fininho, no máximo para não ser percebida. Esqueci que estava sem meu carro. Agora era quinze minutos para chegar. Estiquei o braço o máximo que pude para chamar um Uber, até que consegui. Deveria chegar pelo menos uns dois minutos atrasada, melhor que meia hora.

- Você chegou, menos atrasada do que sempre é - Uma moça no balcão diz.

- Ehhh Nessa. Tô melhorando.

Essa é a Vanessa. Minha única e melhor amiga. Adoro como ela é fofa. Cabelos pretos, sempre em rabo de cavalo. E olhos tão negros como uma jabuticaba, puxadinhos mostrando sua herança sul coreana da mãe.

- Ahhh estou morta! E é apenas segunda ainda! - Exclamo pondo meu avental e a minha touca.

- Trabalhar não é ruim.

- Sério Vanessa? Você nem precisa trabalhar. É filha do dono desse café! Você só trabalha por que sua vida de riquinha é um tédio e você quer ver como os abaixo de você passam o dia.

- Exatamente. Não preciso trabalhar, mas gosto de ver você sofrer.

- Nhenhenhee, chata.

Trabalho nessa cafeteria já faz um tempo. Mesmo após terminar a faculdade, não e fácil conseguir um emprego na área que você sonha. Foi o trabalho que consegui para ser independente da mamãe. Eu a amo. Mas, quando você tem vinte anos e ainda mora com seus pais, percebe que você pode acabar sendo um estorvo. Quando se é criança, é obrigação deles cuidar, mas quando cresce... Vanessa e eu gostávamos de revezar. Uma hora eu ficava no balcão, e ela atendia as mesas, ou vice e versa. Não éramos as únicas garçonetes de lá, mas sempre que alguém entrava, em dois meses saia, nunca entendi já que era um trabalho calmo e de bom salario. E sempre era só eu e ela.

- Fiz a última nota! - Grito.

- Já terminei as últimas mesas! - Diz ela com uma bandeja de xícaras.

- Coloco a plaquinha e você fecha o caixa?

- Sim claro.

Já estávamos para sair. Estava bem frio, ambas de agasalho. Dou um virada e uns sete ossos da minha coluna estralam. Ahhh, que alívio.

- Você vai pegar o metrô?

- Sim eu esqueci o meu carro. Então não tem jeito. E você, sua casa não é para o outro lado?

- Huhuhu.

- Vanessa?

- Eu estou saindo com um rapaz.

- Isso é um milagre. Você namorando sem seu pai querendo matar ele?

- Estamos saindo, não namorando. O nome dele é Alek.

- Alek? Já não gostei.

- Quem é você para criticar nomes alheios, Katarina Vanklaus?

- Sabe nem brincar.

Nós despedimos e fomos em direção opostas. Andava de metrô em poucas ocasiões, tipo essa em que esqueci meu carro. Odiava por ser um ambiente muito lotado com pessoa cansadas e suadas...tipo eu nesse exato momento. Para minha sorte não estava tão cheio. Como as pessoas estavam cansadas, não havia barulhos ou conversas, apenas pessoas mexendo no celular ou cochilando. Sentei em um assento, meu corpo desmontou. Peguei meu celular, tinha mensagens do meu pai, ligações da minha mãe. Estava relutante em responder.

Dois rapazes vinham do vagão esquerdo, outro do vagão direito. Encapuzados e inquietos. Eu os ignorei, achei que eram adolescentes que iriam gravar Tiktok. Mas percebi sua movimentação hostil, um volume abaixo da camisa, e ficaram de frente as portas.

- Todo mundo, coloca o celular, a carteira e tudo que tem de valor dentro da bolsa. Ou todo mundo pipoca. ANDA PORRA!

Todos se assustam e entram em desespero. Colocando tudo que tinham na bolsa sob a pressão dos rapazes. Gritavam apontando algo na camisa. Continuei sentada ignorando a situação.

- Você vadia. Passa a merda desse celular.

Não mexi si quer um polegar.

- Certo, então você vai apanhar para aprender! Sua puta!

Ele avança sobre mim. Bem idiota da parte dele. Era um ladrão inexperiente. Segurei seu braço e o viro para trás. Ele grita agoniado em dor. Ele não estava armado, dava para perceber. Nenhum bom ladrão deixará sua arma embaixo da blusa e chamaria tanta atenção ao invés de saca-la. O joguei no chão sentando em cima de suas costas e apertando seu pescoço com o próprio braço. O deixando sem ar.

O segundo homem vem para cima de mim. Giro minha perna o derrubando, o outro já estava inconsciente. Pulei sobre ele dando uma cotovelada nas costelas, espero ter quebrado pelo menos uma. Ele tenta me socar, mas eu viro seu pulso, o mesmo se agonia em pura dor.

Os dois já estavam no chão, restava apenas o último. Não estava cansada. Monto uma base para lutar, fixa e reta. Ele recua, esse sei que seria difícil, ele também monta uma base. Espero ele avançar e desvio de seus socos. Dou lhe um gancho de direita que acerta seu queixo, seguindo de dois chutes altos. Ele me acerta uma joelhada em barriga. Quando o avanço para dar outro soco, ele tira um resolver da cintura e dispara. Aquilo me assusta, jurei ter desviado. Dou um chute giratório na sua cabeça e fazendo cair, dou outro chute e fazendo ficar inconsciente.

Todos olham para mim espantados. Achei que era pelo fato de eu ter derrubado três ladrões sozinha. Foi quando percebi que o espanto, era por causa do tiro de levei na barriga, eu não tinha sentido o disparo em mim. Cai no chão com a mão na ferida. As pessoas logo vieram ao meu socorro. Minha visão estava turva e mal escutava, apenas ruídos. Senti minha consciência se esvaindo, aos poucos. Até perder minha consciência.

- Que merda....

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