Capítulo 18, Eu te amo, mãe...

LORENZO...

Depois de toda a confusão com a minha família e a da Angel, ficamos conversando por um bom tempo, os meus pais me chamaram para o almoço e ela disse que ia ver se ainda encontrava algo para jantar antes de ir dormir, pois lá já era quase 22 horas. Depois do almoço os meus avós foram para as casas deles, e o meu pai foi para o hotel, a minha mãe sentou no sofá e me puxou para o colo dela.

MÃE: Como está se sentindo, filho?

LORENZO: Feliz, mãe... Muito feliz.

MÃE: Da pra ver no seu olhar, querido, quando fala dela, os seus olhos brilham.

LORENZO: Mãe, é verdade que estão tentando revogar o meu casamento com a Helena?

MÃE: Graças a Deus sim. Eu não suporto aquela garota... Da pra ver de longe o tipo fútil que ela é, por isso que eu lhe digo, fique de olhos abertos, o pai dela não aceitou nada bem quando o seu pai entrou no Conselho com a ideia de cancelar tudo.

LORENZO: Eu espero que ela não tente nada que me prejudique com a Angel, porque seria uma tortura perder ela.

MÃE: Não se preocupe meu amor, eu estou aqui pra te ajudar.

A minha mãe continuou fazendo carinho na minha barba, e nos meus cabelos loiros como os do meu pai, apesar de que tenho o rosto com muitos traços dela, de resto... Sou igualzinho ao meu pai, muitas vezes minha mãe diz que até mesmo o jeito desajeitado de sentar é igual.

LORENZO: Mãe...

MÃE: Oi querido.

LORENZO: Por que vocês nunca tinham me falado sobre eu ter sido sequestrado?

A minha mãe fica triste por um instante, e até mesmo para os carinhos, mas volta a fazer com ainda mais delicadeza enquanto fala.

MÃE: Por medo... Você e os seus irmãos sempre foram o meu ponto fraco, quando o Leo e a Laila nasceram, eu estava praticamente sozinha, o pai deles era um monstro e eu fiz de tudo pra me esconder... Aí cinco anos depois eu conheci o seu pai, ele me conquistou tão fácil... Cuidou dos seus irmãos como se fossem filhos dele. Uma vez os avós deles dois inventaram de dar corda ao filho e os tiraram de mim por uns dias, eu quase morri de tanta dor... Mas como sempre... O seu pai estava comigo me dando forças para continuar, ele quem os trouxe de volta pra mim, me pediu em casamento, e nesse mesmo dia eu soube que estava grávida de vocês.

"Eu me senti a mulher mais feliz naquele momento, porque eu finalmente iria ter um pai para os meus filhos... Você era o mais forte dos gêmeos, mesmo ainda estando dentro de mim, a sua irmã quase não mexia, eu só conseguia sentir você, e por incrível que pareça, você só se acalmava quando eu conversava com você (dou um sorriso enquanto abraço a barriga da minha mãe) até hoje você é assim pra ser sincera (soltei uma risadinha pois é verdade) Quando você nasceu, me rasgando toda (não segurei e gargalhei, arrancando uma risada da minha mãe) Eu olhei para os seus olhinhos azuis e vi neles o amor mais sincero que pude sentir no mundo..."

LORENZO: Eu te amo, mãe...

MÃE: Eu também meu amor. Eu também. Continuando kkkk todos os dias enquanto você estava nos meus braços eu me perdia do mundo ficava analisando cada traço seu, os seus fios loirinhos, a sua pele macia... E era isso que me fazia todos os dias sorrir.

LORENZO: A senhora falando assim até parece que me ama mais do que a meus irmãos.

MÃE: Não, nunca. Eu sempre dei muita atenção a todos quatro, fiz o meu possível e impossível para tratar os quatro igual, a diferença é que com você tudo era mais fácil, eu me sentia mais tranquila com você nos meus braços, a Larissa sempre foi mais a apegada ao seu pai, muitas vezes só parava de chorar quando ele pegava ela, enquanto você amava o meu colo.

LORENZO: Amava nada, eu amo. Não tem coisa melhor (falo ainda abraçado com a cintura dela)

MÃE: Foi por isso que quando sequestraram você e o Leo... Eu quase enlouqueci... Todos os dias durante quase um mês... Eu era mantida a base de calmantes... Pois quando estava acordada começava a chorar, gritar... Nada me acalmava... Eu dormia abraçada com uma roupinha sua... Foi o mês mais difícil pra mim... E quando voltaram trazendo você e o seu irmão... O meu grito de dor foi ainda maior... Os médicos disseram que seria um milagre conseguir te salvar, porque você estava muito frágil... Eu me recusei a acreditar... O meu menino doce, forte não era frágil como ele dizia.

"Mas... Você se foi duas vezes... E nas duas vezes eu fui junto... Senti o meu peito ser dilacerado quando um dos médicos chegou até mim e me disse que você tinha sofrido duas paradas cardíacas... A única coisa que eu pude fazer naquele momento foi me jogar no chão, no meio do hospital e gritar... Mas não gritei apenas "Aaah" e sim um "Volte para mim"... Uns dois minutos depois uma enfermeira chamou o médico as pressas e disse que você tinha reagido... Foi quase como se você tivesse ouvido o meu chamado... Tivesse obedecido o meu pedido para voltar para os meus braços como o menino obediente e doce que sempre foi."

LORENZO: Mãe... Eu estou aqui, eu voltei para você! E entendo o porquê da senhora ter feito tudo o que fez. Por favor, não chore... Me deixa aflito te ver assim.

Me levantei do colo dela e a puxei para os meus braços, a minha mãe já sofreu tanto nessa vida, e nem consigo imaginar o que ela passou nessa época em que fui tirado dela. Ficamos abraçados por um tempo, até que o telefone dela tocou em cima da mesinha de centro, era o meu pai.

MÃE: Oi amor... Tá sim... O quê?... Não Josh, eu não aceito... Nem morta que vou permitir isso... Se ela aparecer aqui eu chuto ela daqui... Faça isso e eu te coloco pra dormir no jardim lá na casa do cachorro (ela desliga e eu me viro pra ela sem entender nada da conversa)