Notícia Inesperada

Luana

As semanas passaram vagarosamente, faz exatamente um mês, desde que vi o homem por quem me apaixonei.

Hoje, não estou me sentindo bem, ao começar a escovar os dentes, comecei a ter ânsia de vômitos, e vomitei bastante. Sem conseguir me alimentar direito, vou para a empresa, mesmo não estando bem, tenho um projeto importante para terminar.

Ao chegar na empresa, vou direto para a minha sala, sem passar na sala da Isa, estou muito mal, preciso me sentar, e descansar um pouco.

Após alguns minutos tentando me concentração no trabalho, Isa entra com um expressão de preocupação na minha sala.

— Lu, fiquei preocupada com você, não passou na minha sala hoje, como faz todos os dias. Você está bem?

— Estou bem, só comi algo que não me fez muito bem.

— O que está sentindo?

— Estou com tontura, e tendo episódios de vômitos.

— Como pode vir trabalhar nesse estado?

— Sabe que não posso faltar.

— Vamos tirar o dia de folga hoje, eu vou cuidar de você, não vai trabalhar doente.

— Isa...

— Vou a minha sala organizar alguns documentos para irmos.

As vezes, Isa age como se fosse a minha mãe, ela exagera, é só um mal estar, logo vai passar.

Saímos da empresa, vejo que a minha amiga está seguindo um caminho totalmente diferente, não estamos indo para a seu ,ou, o meu apartamento.

— Isa, para onde estamos indo?

— Médico.

— Eu estou bem, é só um mal estar. Sabe que tenho pavor de hospital.

— Nós vamos ao médico, Lu. Quero me certificar de que é apenas um mal estar, você tem que se cuidar, e se for algo mais grave, não quero te perder.

— Você está exagerando.

Ao chegar no hospital, passamos na recepção, além seguida, fomos para sala de espera, aguardar o atendimento médico. Vinte minutos depois, ouço a doutora chamar o meu nome:

— Luana Almeida.

Entramos na sala, a doutora Kátia tem aproximadamente, uns quarenta anos, ela é bem educada e simpática.

— Em que posso ajudá-la, Luana?

— Doutora, é só um pequeno mal estar. A minha amiga que está exagerando ao me trazer aqui.

— A sua amiga está certa, quando não nos sentimos bem, é sinal que algo está errado com o nosso corpo. Um pequeno mal-estar pode ser de algum alimento que não te fez bem, mas, também pode ser por algumas bactérias, vírus, ou, alguma doença mais grave. Por isso, é sempre bom ir ao médico. Quais sintomas está sentindo?

— Tontura, vômitos, uma dor não muito forte, na virilha.

— Vou passar alguns exames, logo constataremos o que está a causar tudo isso. Mas não se preocupe, por experiência, não deve ser algo grave.

Vejo Isabela suspirar de alívio ao meu lado. Em seguida, seguimos para sala de exames, Isabela fica todo o tempo ao meu lado, ela sabe que tenho pavor de agulhas.

Após fazer os exames, ficamos novamente na sala de espera, aguardando os resultados. Uma hora depois, sou chamada novamente, para o mesmo consultório.

— E então doutora, o que a minha tem?

— Esses sintomas que está sentindo, são normais no seu estado.

— Que estado, doutora?

— Ahh! Não acredito! Você está grávida!(Isabela grita entusiasmada, antes que a doutora responda.)

Olho para a minha amiga, suponho que ela só pode estar ficando louca, eu sempre me preveni.

— Sem chance, eu me cuido muito bem.

— Bem, os exames não mentem, a senhorita está grávida.

As palavras da doutora ficam se repetindo na minha mente, como assim? Grávida?!

— Teremos que fazer outros exames, para certificar que está tudo bem com você e o bebê. Vou passar mais alguns exames de sangue, um ultrassom, uma tomografia computadorizada. Se possível, gostaria que fizesse hoje mesmo.

Eu não consigo respirar normalmente, estou em pânico, o meu mundo acabou de desabar. Como isso pode acontecer, eu sempre usei preservativos, nunca me descuidei.

— Doutora, eu... Só quero ir para casa, podemos deixar isso para outro dia? Não estou em condições. Desculpe, eu não esperava receber essa notícia.

— Precisa muito fazer esses exames, senhorita Luana. Vou liberá-la nesse momento, mas, tem que fazer esses exames, ainda essa semana.

Saio do hospital com Isabela, ao contrário de mim, a minha amiga parece feliz com a notícia. Enquanto ela dirige, olho pela janela, e deixo as lágrimas caírem. Estou com medo, apavorada, eu... Eu não... Sei que esse bebê não tem culpa, mas, esse não era o meu sonho, se mãe não estava nos meus planos. Estou muito assustada, estou vivendo um pesadelo, do qual, quero acordar.

— Lu, sei que não estava nos seus planos ser mãe. Mas, tem um bebê no seu ventre, um coraçãozinho batendo. Sei que vai ser uma mãe excelente, só está assustada. Sabe que estou com você, vou te ajudar, pode contar comigo.

— Obrigada, Lu. Eu estou com medo.

— Quanto tempo?(Isabela pergunta, me tirando dos meus pensamentos.)

— O que quer dizer, Isa?

— De quanto tempo está grávida?

Com essa pergunta, penso em algo que não tinha pensado antes. Sobre o pai do bebê.

— Bem eu... Fazendo as contas, as minhas regras não veio esse mês, e a última pessoa com quem me relacionei, foi a aproximadamente, um mês.

— Isso significa quê o pai do seu filho é...

— O Felipe, ele é o pai.

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