O Passado

Felipe

Acordo com uma terrível dor de cabeça, lembro de ficar chateado pela forma que Luana reagiu, me abandonado naquele quarto de hotel. Me senti usado, o pior, é que pretendia fazer o mesmo com ela.

Recordo que o Pedro me jogou de roupa e tudo no chuveiro, depois, não me lembro mais se nada.

Levanto-me, tomo banho, visto uma roupa para ir trabalhar, hoje o dia vai ser complicado no trabalho, estou com uma terrível ressaca.

Depois de muitos anos, o meu coração começou a ficar balançado por Luana, mas, o que ela fez, me trouxe a realidade, não vou correr atrás dela, e de nenhuma outra mulher, são todas iguais.

Sinto o cheiro de ovos mexidos, vou em direção a cozinha, pego um copo com água.

— Tem algum remédio para dor?(Pergunto ao meu amigo que me olha preocupado.)

— Bom dia! Para você também!

— Desculpa, estou com uma dor de cabeça terrível.

— Em cima da geladeira.

— Por que bebeu tanto ontem? Foi por causa da Luana?

— Melhor esquecer esse assunto, e essa mulher.(Falo pegando o remédio.)

— Você está apaixonado. Por quê não luta por ela?

— Você sabe que prometi nunca mais correr atrás de uma mulher.

— Todas as mulheres não são iguais. Existe alguém completo diferente da garota que te humilhou. Talvez, a Luana seja essa pessoa.

— Não acredito que seja, ela me deixou sozinho naquele quarto, após uma noite incrível, sem se despedir, ou dar qualquer tipo de satisfação.

— Sabe que ela não te deve nenhum tipo de satisfação. Talvez, ela só quis se proteger.

— Vamos esquecer isso, estou com muita fome, preciso de um café bem forte.

Passado de Felipe

Quando fazia o ensino médio, era apaixonado por uma garota, ela fazia parte da turma dos mais populares do colégio. Eu vivia a mandar flores, e presentes, mas, ela sempre me ignorava, as vezes, destruía as flores e rasgava as cartas na minha frente, o que deixava o meu coração em pedaços. Contudo, não desistia, acreditava que, com o passar do tempo, ela iria se apaixonar por mim.

Certo dia, Patrícia convidou-me para uma festa, ia ser na sua casa, fiquei muito animado, acreditei que, talvez, tinha conseguido conquistar o seu coração.

Tomei um banho demorado, escolhi a roupa melhor que eu tinha, minha família era simples e humilde, não tínhamos muito. Não conseguia encontrar um emprego, pelo fato de ser menor de idade. Fazia algumas diárias, lavando carros, ajudante de pedreiro, e o dinheiro que conseguia, a maior parte, era para comprar presentes para a garota por quem era apaixonado.

Após me arrumar, vou em direção do local da festa, muito feliz, ansioso, pensava que enfim, tinha conquistado a garota que dominava os meus pensamentos.

Ao chegar, Patrícia me recebe com um lindo sorriso, fazendo o meu coração se aquecer. Ela me leva para perto dos seus amigos, me apresenta, e todos me olham a sorrir, era muito ingênuo, ou até mesmo, burro, pois, não vi maldade naqueles olhares e sorrisos.

Quase todo colégio estava presente, havia muitos jovens naquela festa. Patricia me leva para o centro da sala, para dançarmos, ficamos um momento juntos, aquilo, era tudo para mim. Quando derrepente, ela me olha, levanta um dos seus braços, como se fosse um sinal para a música parar.

— VOCÊ É APAIXONADO POR MIM, FELIPE?(Ela pergunta alto para todos ouvirem.)

Olho para as pessoas em minha volta, estou envergonhado, seria uma prova para demonstrar que, realmente estava apaixonado, foi o que pensei, porém, estava muito enganado.

— Sim... Eu... Eu estou apaixonado por você Patrícia. (Digo envergonhado.)

— VOCÊS OUVIRAM?( Ela grita novamente, e o pessoal começa a fazer muito barulho.)

Ela me olha, dando um sorriso sarcástico.

— Eu nunca me apaixonaria como um perdedor como você, Felipe. Sou Rica, linda, e sempre tenho o melhor. Espero que apartir de hoje, você entenda! E nunca mais, me mande aquelas flores e presentes horríveis. Você faz parte da ralé, enquanto eu, estou no topo.

Patrícia faz um sinal, não entendo muito o que ela está fazer. Ainda estou tentando me recuperar de suas palavras duras e amargas, quando sinto um líquido gelado, verde, e gosmento, ser jogado em cima de mim.

Todos começam a rir, e Patrícia me expulsa da sua casa.

Saio arrasado, nunca fui tão humilhado, e tudo isso, por me declarar, e correr atrás de uma garota. Naquela noite, eu prometi para mim mesmo, que nunca mais, me humilharia para nenhuma outra mulher, a não ser minha mãe.

Segui a minha vida, mudei de escola, mesmo com a bolsa, não consegui ficar naquele colégio onde, os riquinhos menosprezavam tanto os outros alunos bolsistas.

Comecei a me arrumar e agir de forma diferente, após começar a agir friamente, as garotas começaram a cair aos meus pés, contudo, eu só queria diversão. Não irei cair na mesma armadilha.

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