Luísa
Hoje na tribo haverá uma caçada coletiva em que o grupo irá, até as lobas e seus filhotes participarão. Ethan me disse que essa caçada é uma caçada esportiva, pois ele, como líder, deve manter seu bando sempre alerta.
Está um belo dia ensolarado, e todos estão no bosque central, o mesmo lugar onde Ethan reuniu o grupo para falar da nossa união. Hoje estão organizando a caçada que acontecerá em alguns minutos. Ethan até me convidou para participar, mas eu recusei, pois não quero atrapalhar a diversão deles.
A Lupi está feliz em participar da caçada junto com seu parceiro Lucas, e Ethan também está animado. Ele me disse que é uma prática necessária para eles e que também é divertido para todos.
Percebi também que ele está frustrado por me deixar sozinha na tribo. Eu realmente não quero tirar isso deles, eles precisam desse momento como bando.
Se eu fosse com eles, seria um fardo e atrapalharia o desempenho do grupo. Vejo Ethan conversando com alguns membros de sua equipe, e logo ele vem até mim. Ao se aproximar, ele pergunta:
— Luísa, tem certeza que não quer vir? Acho que é melhor eu ficar com você.
— Eu ficarei bem, Ethan. Além disso, estou dentro da tribo, e ficarei bem.
Ethan me dá um beijo gentil e apaixonado, e percebo que algumas lobas nos olham com certo olhar de reprovação. Saindo, ele me diz:
— Farei o possível para a caçada terminar mais cedo.
Quero que Ethan tenha esse tempo com o bando, que sei que é necessário para o equilíbrio da hierarquia aqui, por ele ser o alfa. Eu digo:
— Leve o tempo necessário, Ethan. Eu sou bem grandinha e ficarei bem.
Ele então me dá um sorriso gentil e outro beijo e me diz:
— Eu te amo! Usarei esse termo que a sua espécie usa para expressar meus sentimentos por você.
Sem palavras, beijo-o de novo e, entre o beijo, digo a ele:
— Eu também te amo, Ethan. Adorei que você usará esse termo. Acho que estou te amando mais do que pensei que seria possível.
Nos despedimos, e ele se junta ao bando que estava se preparando para partir. Percebo que Ethan vivia um dilema entre ir e não ir.
Ao mesmo tempo que ele estava empolgado para realizar a caçada, ele também ficava um pouco frustrado por mim, talvez pelo fato de eu não poder participar disso ao lado dele, o que eu entendia bem, pois eu também me senti frustrada em não poder participar daquilo com ele.
De repente, vejo uma jovem se aproximando de mim. Ela é bem atraente, com curvas bem definidas, e deve ser uma bela loba quando se transforma. Ela chegou perto de mim e se apresentou:
— Olá, humana. Sou a Mila.
Logo percebi que Mila era uma das lobas que olhavam para mim e para Ethan enquanto nos beijávamos com aqueles olhares de reprovação, então eu me apresentei.
— Olá, Mila. Sou Luísa, como você já deve saber - disse eu com um sorriso educado.
Mila respondeu com um sorriso discreto e um pouco zombeteiro:
— Deve ser difícil para o nosso líder.
Confusa, perguntei:
— O que você quer dizer com isso ?
Mila respondeu com um tom mordaz:
— Quero dizer que deve ser difícil estar destinado a uma criatura tão patética e frágil como você.
Essas palavras me causaram um misto de emoções. Por um lado, senti raiva por ela dizer aquilo, mas, ao mesmo tempo, senti vontade de chorar, porque havia um fundo de verdade no que ela dizia.
Mila continuou, parecendo satisfeita por ter me abalado:
— Sabe, a caçada coletiva é um momento de puro divertimento entre o bando, onde os casais de lobos reforçam ainda mais os laços de união entre si, caçando lado a lado e se divertindo juntos. Mas você jamais saberá o que é isso e ainda tirou o direito do líder de vivenciar isso.
Com isso, Mila se retirou, pois o bando já estava partindo. Ela olhou para trás para mim, deu um sorrisinho cínico, se transformou em loba e se posicionou ao lado de Ethan. Quando Ethan uivou, ele disparou tão veloz para dentro da mata, com um verdadeiro bando de lobos correndo atrás dele.
Eu fiquei sozinha com meus pensamentos, que me torturavam graças ao que aquela loba, que mais parecia uma cadela, me disse.
Saber que eu nunca poderia vivenciar algumas coisas com Ethan quando ele estivesse em sua forma de lobo me deixava frustrada e irritada. Aquela loba tinha me deixado ainda mais irritada.
Andei um pouco por ali mesmo no bosque, tentando distrair minha mente. Não estava muito afim de voltar para casa, então andei em direção às árvores frutíferas que Ethan havia me mostrado uns dias antes e decidi colher algumas para mim.
Andei bastante entre as árvores frutíferas e acabei vindo parar perto da divisa de território entre os Sanguinários.
Peguei algumas frutas e quando estava retornando, me deparei com uma espécie de cobra diferente. Ela levantou seu corpo e ficou me encarando, pronta para me atacar. Fiquei paralisada.
Um enorme lobo preto pulou sobre a cobra, me salvando. Eu sabia bem que aquele lobo não era da matilha do Ethan, mas dos Sanguinários. No entanto, ele parecia menos assustador do que aquele que me encurralou alguns dias antes na floresta.
Ele se livrou da cobra e me encarou profundamente, refletindo meu próprio reflexo em seus olhos.
Logo, ouvimos um barulho alto de um bando correndo em nossa direção. Eu soube na hora que se tratava do bando do Ethan.
O lobo, então, correu para o seu território, me olhou uma última vez e desapareceu correndo por entre as árvores em uma velocidade que somente os lobos possuíam.
Assim, em apenas alguns minutos, Ethan e seu bando já estavam todos próximos de mim. Ele, em especial, parecia desesperado e preocupado.
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Atualizado até capítulo 82
Comments
Maria DA Gloria
sempre tem uma cadela para perturbar o juízo da Luna e o Alfa
2025-03-20
0
Sueli Parajara Bento
até aí tem essas infelizes
2025-03-25
0
Fátima Ramos
Afinal há cadelas nesse bando
2025-02-23
0