Descobrindo o segredo de Luísa

Ethan

Ontem, quando Luísa ficou estranha depois que eu disse-lhe que havia uma mancha de sangue no vestido dela, fiquei muito preocupado porque fiquei sem reação alguma. Quando a questionei sobre o que realmente estava a acontecer, ela disse-me que não era nada e que se tratava de coisa de mulher. Eu não fazia ideia do que poderia ser.

Mas hoje, à tardinha, quando Lucas me convidou para uma caçada, fiquei a saber o que realmente estava a acontecer com Luísa.

Enquanto nós dois, na nossa forma de lobo, perseguíamos uma capivara, ele chamou-me mentalmente e disse:

— Ethan, podemos ter uma conversa entre amigos, sem formalidades? — eu respondi:

— Claro, Lucas, você sabe que, apesar de eu ser o líder, antes disso, somos amigos.

— Eu sei o que a sua companheira tem.

Um pouco irritado, perguntei:

— Como você sabe o que ela tem?

Dando o bote final, eu matei a capivara e, em seguida, Lucas continuou a dizer:

— Não precisa ficar irritado, cara. Eu apenas sei sobre isso porque a lupi tem isso.

Olhei-lhe, agora na minha forma humana, à qual ele também retornou, e disse:

— Isso o quê? Seja mais claro, Lucas.

Ele explicou-me:

— É um sangramento que as lobas fêmeas têm. Pelo visto, as fêmeas da espécie da sua companheira também têm. Foi isso que aconteceu com ela. Eu fiquei a saber porque a Lupi disse-me que a sua companheira estava no período sangrento e que logo, logo, vocês dois iriam acasalar.

Quando ele disse isso, eu olhei-o espantado e disse:

— Mas o que isso tem a ver com o sangramento de Luísa?

Dando um pequeno sorriso, ele explicou-me:

— Tem tudo a ver, pois, o sangramento da sua parceira indica que ela logo entrará no período fértil, e você e ela entrarão num período chamado cio.

Lucas, como a maioria do bando, deve pensar que sou ingênuo e não sei sobre o acasalamento e o período do cio. Então, eu disse-lhe:

— Eu sei sobre o acasalamento e o período do cio, entre os companheiros. O meu pai conversou comigo brevemente sobre isso alguns dias antes de morrer.

— Como você não encontrara sua companheira até então, pensei que você não tivesse conhecimento sobre algumas informações. — Ele disse.

— Alguns dos poucos conhecimentos adquiri a ouvir os lobos mais velhos conversarem sobre as suas aventuras amorosas com as suas companheiras. Mas, para ser sincero, Lucas, o que me preocupa é a prática.

— Bom, sobre isso, não há muito o que fazer, apenas siga os seus instintos.

Com um olhar um pouco preocupado, eu disse-lhe:

— Realmente, isso parece ser o correto a se fazer, mas são justamente os meus instintos que me preocupam.

— Você diz isso pelo fato da sua companheira ser humana? — perguntou o meu amigo Lucas. Eu encarei-o com um olhar sério antes de responder.

— Sim, querendo ou não, nós lobos, em determinados momentos, podemos ter uma atitude mais bruta comparado aos humanos, justamente pelos nossos instintos. Afinal, você lembra-se do que aconteceu quando eu e Luísa selamos a nossa união? — respondi, relembrando o momento em que me transformei em lobo durante a mordida que ela me deu.

Lucas concordou, lembrando-se da situação.

— De fato, mas como você e a sua companheira são os únicos na tribo com uma união diferente, terão que descobrir algumas coisas, na prática mesmo — disse Lucas, com um sorriso malicioso.

Concordei com ele.

— Sim, isso será o único jeito.

Quando a noite já estava a cair, Lucas e eu retornamos à tribo. Durante o caminho, ele contou-me que o período sangrento ao qual Luísa estava a passar, deixava as fêmeas mais sensíveis e irritadas, pelo menos a lupi, segundo ele. E acrescentou colher as frutas mais saborosas e docinhas para sua companheira.

Apesar de não saber se com Luísa seria assim, decidi colher-lhe algumas frutas bem saborosas e doces. Quando chegamos à tribo, nos despedimos e cada um foi para sua casa com metade da caça.

Ao entrar em casa, vi que Luísa estava no banho e decidi fazer o jantar. Queria que ela tivesse um momento para ela mesma e pudesse descansar, já que não deve ser nada fácil ficar a sangrar.

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