Meu nome é Luisa e eu fui deixada na porta de um orfanato quando era apenas um bebê. Eu nunca soube nada sobre minha família de sangue, mas as freiras do orfanato foram minha família de coração. A irmã Maria foi como uma mãe para mim e eu sempre me senti segura e amada lá.
Minha infância não foi tão fácil, principalmente porque eu era uma criança gordinha e sofria bullying, mesmo no orfanato. As freiras faziam o que podiam para controlar as crianças, mas sempre surgia uma ou outra que me provocava. Com o tempo, eu aprendi a não me importar com as provocações e as freiras sempre me orientavam a ser bondosa mesmo com as pessoas más, dizendo que a maldade não valia a pena.
Eu passava horas na biblioteca do orfanato lendo livros e aprendendo coisas novas. Enquanto as outras crianças brincavam do lado de fora, eu me sentia feliz com meu nariz enfiado em um livro. Com o passar do tempo, todas as crianças foram sendo adotadas, mas eu não tive a mesma sorte. Quando completei 18 anos, não podia mais ficar no orfanato a não ser que eu fizesse parte dos funcionários que ajudavam ali. Foi isso que fiz e fiquei lá até os meus 26 anos.
Hoje, eu e alguns funcionários do orfanato fomos designados para levar suprimentos até uma instalação de um abrigo, e para isso teríamos que ir de navio. Me despedi das freiras e a irmã Maria, já avançada em idade, me deu um crucifixo e disse que Deus me guardaria. A abracei e disse que ele também a guardaria, e assim partimos: eu, mais uma moça, o capitão do navio e mais um funcionário. Éramos apenas quatro naquela embarcação.
Fazia algumas horas desde que partimos quando houve uma tempestade em alto mar e o navio começou a afundar. Foi um terror, o desespero tomou conta de todos nós. Lembro que ouvi um estalar alto quando o navio começou a afundar e a única coisa que peguei foi um colete salva-vidas, pois o navio estava sem bote salva-vidas, o que só percebemos em meio ao caos. Todos nós colocamos os coletes e pulamos na água, afastando-nos do navio para evitar enroscar-nos em algo do navio e acabarmos puxados juntos. Nadamos por mais tempo, mas uma tempestade veio e nos separou.
Eu fiquei em alto mar, não vi mais nenhum deles e gritei, mas nada. Nadei sem rumo gritando por eles, mas naquela tempestade e com o mar revolto era impossível. Até que fiquei sem forças para nadar e gritar, e foi então que levei a mão no bolso do meu casaco e, por incrível que pareça, o crucifixo estava lá. O peguei e pedi com todo meu coração e disse que estava nas mãos de Deus, pois não tinha mais força para nada. Então veio mais uma tempestade o que me fez começar a girar.
Olhei para cima e vi tudo embaçado, pensando que aquele era o meu fim. De repente, fui lançada em uma praia de uma ilha, incrédula de que estava em terra firme. Foi então que vi dois lobos enormes, de pelagem cinza e olhos amarelados, que me encaravam ameaçadoramente.
O primeiro lobo começou a rosnar e avançou em minha direção, mas o outro, de pelagem semelhante, mas mais escura, entrou na frente e começou a rosnar de volta para ele. De repente, o lobo que avançava em minha direção pulou em cima de mim, e eu achei que seria devorada. Mas, quando ele caiu na minha frente, se transformou em um homem.
Fiquei em choque ao ver um lobo se transformar em um homem na minha frente, e devido à minha fraqueza devido ao tempo que passei no mar e o choque do que acabara de ver, tudo ficou escuro e eu desmaiei. Quando acordei, estava em um galpão cercada de cobertores. Despertei e vi um homem extremamente atraente. Ele parecia uma miragem, com cabelos curtos e lisos, que pareciam tão escuros quanto a noite, e olhos azuis tão penetrantes que senti uma vertigem quando nossos olhares se encontraram.
Ele usava apenas uma calça grossa de um material que eu não consegui identificar. Ele começou a cheirar o ar em minha direção e seus olhos ficaram maiores e mais intensos, suas pupilas se dilataram. Foi então que me lembrei do lobo que se transformou em um homem na minha frente e soube que ele era um deles.
Estava perdida, nunca imaginei que lobos eram reais, apenas histórias estranhas que ouvi sobre eles. Mas o lobo que se transformou naquele homem em minha frente não se assemelhava em nada com o das histórias que ouvi, algo que eu nunca imaginei. Então esse belo homem atraente na minha frente me olhou uma última vez e saiu, me deixando sem saber como reagir.
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Atualizado até capítulo 82
Comments
Ana Regina Fernandes Raposo
GOSTANDO DE VETDADE. PARECE VOA A HISTORIA.
2024-01-16
12
Claudia Maria
a história começou muito boa
2025-03-28
1
Maria Do Carmo Vicente
mas cadê as imagens dos personagens
2025-03-14
0