Ligados pela perda.

Isla está em sua aula de cabeça baixa quando algo bate na direção dela, uma bolinha de papel. No começo, ela sorri e balança a cabeça, achando que é apenas um de seus colegas brincando com ela. Mas, a bolinha continua sendo jogada até cair dentro do colo dela, ela respira e vira os olhos rindo, e decide abrir quando percebe que tem algo escrito dentro. Isla surpresa e um pouco nervosa olha para Yafim, ele a encara de volta e volta a olhar para frente. Isla recebe um recado de Yafim na aula para se encontrem sobre o trabalho.

Yafim está em seu apartamento, sentado no sofá, mais uma vez ele toma dois comprimidos e bebe com uma cerveja, pensativo, distante, viajando em lembranças.

Yafim - Você não saiu daqui pra estudar. Até onde eu sei.

- É por isso que eu tô aqui. Eu quero que você vá também.

Yafim - Vá pra onde? Pra onde você tá?

- Não. Qualquer lugar. Só vai..

Yafim - Só vai..

- Abandona esse responsabilidade, você não precisa disso, isso aqui já foi família, um dia foi mas, agora, somos só nós dois.

Yafim - É..

- Sair daqui, estudar, crescer, aí se casar com alguém que te ature.

Yafim - Aí você pegou pesado. Eles riem.

- Eu tô falando sério, cara!

Yafim - Alguém precisava ficar. Eu fiz isso pra que você fosse! Você precisa disso mais do que eu.

- Não, isso não é justo.

Yafim - É, é justo sim. Nós já conversamos sobre isso.

- Eu não vou desistir. Eu quero ver você andar por outro caminho.

Yafim - Andar nos trilhos?

- Não, eu diria que sair dos trilhos antes que o trem te pegue e eu não possa ver você ser e fazer tudo que você pode ser e fazer.

- Porque tá falando isso agora?

Yafim - E quando eu você queria que eu falasse? Quando você morrer em um acidente, assassinado ou por overdose? É essa visão que você quer deixar pra mim?

Yafim abaixa a cabeça e respira fundo, cara, isso..

- Só fazer.. uma coisa diferente.. Eu quero ver você viver, irmão!

Isla chega em casa e caminha lentamente até o apartamento de Yafim, ainda um pouco nervosa. Ela chega na porta e para em frente a ela, esperando alguns segundos antes de levantar a mão para bater, o que não é necessário, já que Yafim abri a porta antes.

Isla - Ah, olha só ele, O camaleão! Não podia só ter falado comigo?

Yafim encara Isla ainda calado fazendo uma expressão de questionamento.

Isla - Tô cuspindo bola de papel até agora. Yafim se mantém sério tentando não rir de Isla falar. - Ou no corredor na escola, como dois colegas normais, ou sei lá, aqui no prédio, nós somos meio que quase vizinhos né.

Yafim se apoia com o braço na porta e continua encarando Isla se expressando, "Já acabou?"

Isla e Yafim fazem começam a fazer o trabalho juntos em uma lanchonete perto de casa.

Isla - Você ao menos sabe o meu nome?

Yafim - Por acaso eu já te disse o meu alguma vez? Isla - Kol. O cara que bateu no Garrett.

Yafim - Ah, sim, claro, seu namoradinho, Yafim diz zombando. Eu me lembro vagamente.

Isla - Tenho certeza que se lembra mais de mim! Yafim encara Isla sem saber se entendeu exatamente o que ela quis dizer e ela completa descontraindo, até porque fui eu que caí num poço, ela diz mostrando o braço.

Yafim - Ah, é verdade, eu me lembro vagamente de alguém achar que sabia voar. O que você tomou?

Isla - Engraçado, hilário, agradeça seu amigo por mim.

Yafim - Eu tentei te ajudar, Isla o encara surpresa e ele continua dizendo, mas, seu namorado e seus amigos não deixaram, o que era compressivo.

Isla - E é ex namorado, desde que eu vim pra cá. Yafim - Deixou ele pra trás? Porque?

Isla - Deixei quase tudo pra trás, diz Isla pensativa. Fase de muitas decisões e grandes mudanças. Eu precisava, ela diz um pouco distante por um segundo.

Yafim - Porque?

Isla - Hm não é interessante pra você, acredite. Eu duvido. Mas, olha pra você, aprendeu a falar, é um progresso, ela diz com muito sarcasmo, mesmo que seja pra encher meu saco! Yafim sorri disfarçando enquanto Isla escreve.

Isla - Vai ficar aí me olhando ou vai fazer sua parte do trabalho.

Yafim - Eu já fiz.

Isla - Eu já terei feito também, se tivesse aprendido a voar e não caído num poço, não é mesmo, diz ela com sarcasmo e Yafim continua sorrindo disfarçando.

Isla encara Yafim brava e ele levanta os ombros implicando com ela.

No final do dia, anoitecendo, eles se levantam para ir embora, Isla se dirige ao balcão e Yafim chega na frente colocando o dinheiro no balcão. Ela da um pequeno sorriso e ele diz, Yafim. Pode me chamar de Yafim. Ela o encara surpresa, e ele completa zoando com ela, só meus amigos me chamam de kol e ela sorri ironicamente e fazendo cara feia para ele.

Mas, é claro, que era ao contrário, as pessoas na rua o conheciam por kol e poucos o chamavam assim, apenas sua família e os mais próximos o chamavam de Yafim. E essa família e amigos próximos nenhum existe mais, mas, ele se apresentou assim. Por algum motivo ele fez questão de se apresentar a ela como Yafim.

Yafim sai do balcão e se encaminha até a porta de saída

Isla - Eu gosto.

Yafim para e a olha com uma expressão de questionamento.

Isla - Do seu nome. Yafim. Eu gosto.

Ele acena com a cabeça e sai.

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