Lados Opostos - The Series
Asleepcity 2368, cinco anos depois
O crepúsculo escarlate lentamente tomava conta de todo o céu, a penumbra álgida aos poucos ganhava mais espaço dentro daquele quarto, cuja única iluminação vinha da janela aberta.
No chão, roupas espalhadas; na cama, o lençol bagunçado denunciava que mais uma vez, eu fui fraco, cedi aos encantos do ser mais irritante desse planeta; Eduardo Lins, meu inimigo, só que não; desde que ele apareceu em Asleepcity, Edu se especializou em fazer da minha vida um verdadeiro inferno. Com ele, não existia essa história, de cão que ladra não morde, o zangado mordia mesmo; mas sempre acabávamos na cama, sem a menor vergonha na cara. Não, não havia tempo para falsa moralidade com o moreno de olhos amendoados.
— Edu! — Tento chamar sua atenção
Ele já estava a se vestir, pronto para sair.
— Eu já falei para não me chamar assim seu merda! Nós não somos amigos.
— Não é o que você diz, quando estou dentro de você, com força! — Sorrio de sua expressão raivosa.
— O QUE? REPETE SEU NERD INÚTIL
O moreno segura com força minha blusa, erguendo seu punho, já preparado para me bater.
— Qual é! Não está cansado de fazer sempre a mesma coisa? Admite que gosta de ser fundido por mim.
Ele não disse nada, suspirou e esbravejou rangendo os dentes; em seguida me jogou na cama e saiu, me deixando completamente só nesta casa. E o resto da noite passou sem que eu percebesse [...]
Acordei com os raios de sol tímidos, adentrando o quarto e aquecendo a pele exposta pela falta de cobertor. Eram cerca de oito horas da manhã, quando eu levantei para fazer minha higiene, me olhando no espelho, e me arrependendo de cada segunda da noite anterior.
Hoje seria o dia da minha formatura, meu pai insistiu que eu fizesse Biotecnologia, pois mais cedo ou mais tarde, eu acabaria tendo que assumir a Tellstar. E graças a isso, consegui uma vaga na melhor empresa de ciências e tecnologia do mundo, a Tellstar Corporation, com início na área de engenharia genética já na semana que vem; cuja a mesma só foi aceita por mim, com a condição de que eu pudesse continuar na companhia de balé a qual faço parte.
Assim que terminei meu banho, saí só de toalha, em direção ao meu quarto, vestindo logo em seguida um terno preto justo, com uma blusa social branca e gravata amarela. Após arrumar meu cabelo, e tomar um café rápido, desci as escadas em direção a garagem, pegando meu carro, também preto, indo em direção a SRU logo em seguida.
Foram cerca de trinta minutos de viagem, e assim que desci, avisto Edu, bravo e sério como sempre, a conversar com sua melhor amiga Jenny; apenas o ignoro, indo direito ao anfiteatro, onde se passaria a maior parte da formatura. O resto do evento ocorreu sem maiores problemas, Edu estava sentado do outro lado do anfiteatro, e entre sorrisos e gritos, ele me olhava.
A entrega dos diplomas já havia sido feita; todos conversavam alegres e comiam, na festa pós formatura, que ocorreu na Universidade mesmo. Eu estava sentado em uma mesa afastada, apenas a observar todos felizes, quando de longe, ouço os gritos de Edu; ao me virar para presenciar o que estava acontecendo, percebi, ser o moreno e Jenny a implicarem com um garoto chamado Igor, técnico de inteligência Artificial da Tellstar, desde que tudo acabou, e entramos na SRU, Edu pegou uma implicância boba com o menor que não se explica. Igor não faz parte desse nosso mundo, ele é um externo; mas as vezes aparece por aqui, graças a seu cargo na Tellstar, desde então, tenho que protegê-lo do cão raivoso.
— Aff! Ele não aprende mesmo — Falo levantando e indo em direção a confusão
— CALA A BOCA ANÃO DE JARDIM! Você nem deveria estar aqui, seu lixo.
O moreno encurralava o menor no canto da parede, juntamente com seu bichinho de estimação de cabelos vermelhos.
— Q-qual é g-gente, n-nós s-somos amigos...
— CALA A BOCA SEU MERDA, SUA VOZ ME IRRITA!
Eduardo se preparava para acertar Igor, que se escondia na parede, mas consigo segurar seu punho bem a tempo de impedi-lo de bater no menor.
— Comporte-se cachorrinho! Estamos em público — Sussurro por trás, em seu ouvido, ainda segurando sua mão
— Não se mete maldito Amarelinho — Ele esbraveja puxando sua mão para longe.
Devo conversar que fugi um pouco da realidade, vê-lo com esse terno preto Justo, sua camisa social branca quase transparente desabotoada, expondo seu peitoral definido; fora o suficiente para me fazer perder o fio da meada.
Nossos olhares se encontraram por alguns segundos, ver sua expressão de desagrado minutos antes dele se virar e caminhar enraivecido pelo enorme salão, me proporcionou uma satisfação exacerbada. Eduardo não era do tipo, que levava desaforo para casa, e com certeza isso me causaria alguns hematomas pelo corpo, mas dessa vez não, ele simplesmente recuou. Surpreendendo a todos.
O resto da festa passou sem maiores emoções, já estava ficando tarde, e eu já não tinha saco para aguentar toda essa chatice; então decidi ir embora mais cedo, por volta das sete e quinze da noite. Caminho lentamente, com as mãos nos bolsos, em direção a saída, desviando dos corpos alterados que dançavam ao meu redor. Quando passo pela porta, ouço uma voz familiar ecoar de atrás de mim.
— Finalmente saiu amarelinho, achou que ia se livrar dessa tão fácil, é?
Edu estava encostado na parede, ao lado da porta, com as mãos nos bolsos, cabeça baixa, e uma voz grave e suave.
— O que você quer agora, Eduardo Lins? Fala de uma vez, eu quero ir embora.
Mas ele não respondeu, caminhou repentinamente, sem dizer uma palavra; eu apenas o segui, rumo a parte de trás da Universidade, que quase nunca tinha gente; uma péssima decisão? Veremos.
Quando chegamos, ele parou subitamente; no segundo seguinte, estava eu, encostado na parede, com os braços de Edu, um de cada lado. Seu rosto estava tão perto do meu, que eu podia sentir sua respiração quente, bater contra minha pele gélida devido abaixa temperatura da noite. Seus olhos surfaram por cada detalhe de minha face, e com sua mão direita, ele ergueu meu rosto, apertando minhas bochechas, enquanto deslizava a outra até minha cintura.
— Quando foi que você perdeu o medo de morrer? — Ele suspirou suavemente
— Da primeira vez que você passou a noite todinha gemendo meu nome.
Ele sorri arrastado
— A é? Então é assim que você quer jogar? Vai se arrepender maldito amarelinho
Ele simplesmente avançou em meus lábios, com um beijo fervoroso e repentino, sua mão direita trilhou o caminho até meu cabelo, puxando com força os fios ali presentes, enquanto a outra apertava minha cintura. Nosso beijo logo ganhou uma intensidade perigosa, como se nossas vidas dependessem daquele momento, como se fosse a primeira vez, depois de anos sem nos vermos.
Sua mão, que antes repousava em minha cintura, logo deslizou até minha calça, apertando com força meu membro já duro, me fazendo arfar; enquanto deixava leves mordidas em meu lábio inferior; mas em seguida, nada, ele abruptamente se virou, e saiu, me deixando ali, excitado, e levemente desnorteado.
— Eu disse que ia se arrepender — Ele sorriu satisfeito, e saiu.
— Desgraçado! — Passo as mãos em meus cabelos os jogando para trás em completo desagrado.
Me agachei por uns minutos, até que eu estivesse recomposto, e logo segui na direção em que meu carro estava, indo embora em seguida. Não demorou muito para que eu chegasse em casa, ainda tentando não pensar no desgraçado gostoso de cabelos pretos.
Resolvi tomar um banho frio, para esquecer dos problemas, já passava das dez da noite, quando me joguei na cama e permiti que esse dia acabasse de uma vez.
O resto da semana passou rapidamente, eu não fiz muita coisa, e quase não saí de casa, não voltei a ver Edu depois da formatura, mas em breve o veria, pois trabalhamos juntos a partir de amanhã. E agora deitado nessa cama, na penumbra do quarto, não consigo evitar pensar em como tudo começou...
A quatro anos atrás
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Atualizado até capítulo 52
Comments
R M
Vai precisar de muito pra esse dai me descer, ou uma passado triste
2023-04-11
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