Conhecendo a verdade

O moreno permaneceu o observando de longe, suas costas doíam, e ele podia sentir um pouco de sangue manchar a faixa; atravessou a rua e se apoiou com dificuldade a um poste, quando Pedro o viu, correu em sua direção imediatamente, o reconhecendo na hora.

— Você voltou! — Ele o abraça — Está melhor agora?

— Aí! Não faz isso, me solta pelo amor de Deus!

— Nossa — Ele sorri — Você está bem?

— Estou.

— Mesmo? Você está com cara de quem comeu e não gostou.

— Só fique fora disso!

— Você veio ate aqui, só para me dizer para ficar fora disso? 

Edu o deixa, e caminha com dificuldade até um banquinho próximo.

— Tem certeza que está bem? Está caminhando estranho, se machucou?

— Aí Pedro! Quem é seu amigo? — Grita distante um de seus amigos

Mas Pedro o ignora.

— Vem! Vamos conversar em casa.

Após entrarem, Edu senta sem encostar no sofá; Pedro observa seus movimentos calado, esperando que o garoto tomasse alguma iniciativa.

— Você vai falar ou não? Precisa de ajuda? Quer que eu te leve ao hospital?

— Não, sem hospital. Só me ajude a limpar isso, não me faça perguntas.

— Tudo bem! Limpar o que?

Ele se levanta tirando sua jaqueta de couro preta, e logo retira a blusa, revelando seu tronco totalmente enfaixado e manchado pelo sangue. Pedro ao ver aquilo dá um pulo do sofá, arregalando os olhos espantado.

— Quem fez isso com você? — Ele pergunta baixinho.

— Sem perguntas.

— Mas, você não pode ficar assim, tem que ir para o hospital, e não importa o que você tenha feito, isso já é dê mais. Precisa denunciar quem fez isso.

— Não, não acreditariam em mim. Apenas me ajude.

Pedro retira a faixa cuidadosamente para não machuca-ló ainda mais, e conforme ela ia saindo, revelava diversos cortes aleatórios por toda sua costa.

— Meu Deus! Quanta maldade — Ele sussurra.

Seus olhos arregalados não podiam acreditar no que viam.

— Ai!

— Me desculpa — Ele se assusta

Ambos caminham devagar até o banheiro, onde Pedro paga uma caixa com remédios e afins, para tratar dos machucados do garoto; Edu vira de costas e se apoia na pia em frete ao espelho.

— Me desculpa! Mas vai doer um pouco.

Com tudo em mãos, Pedro pega um remédio líquido que servia para desinfetar feridas e passa em todos os machucados, o garoto se contorcia de dor, e apertava a pia com toda sua força. A todo momento o bailarino se desculpava por aquilo, e tentava passar o mais cuidadoso possível, e após terminar, ele percebe que não haveria tanta faixa para fazer os curativos.

— Que merda, eu não tenho faixa — Ele resmunga.

— Ta tudo bem, não precisa, obrigado por isso.

— Não! Ta tudo bem merda nenhuma, a gente não pode deixar isso assim, eu vou correndo na farmácia mais próxima e compro. É rapidinho, me espere aqui.

Edu nem teve tempo de argumentar, pois Pedro saiu em disparado, passou pela porta e sumiu; E ele ficou lá, pensando no que fazer, contaria a verdade ao garoto, que tem sido tão gentil com ele? Ou seria melhor, não envolve-ló? Fosse o que fosse, permaneceu perdido em seus pensamentos por vários minutos, virado agora de costas para o espelho, ele nem percebeu quando Pedro voltou com a sacola cheia de faixas e ofegante pela corrida.

— Eu disse que seria rápido. A farmácia é aqui perto.

Com o cuidado redobrado, Pedro passou uma pomada para facilitar na hora de retirar a faixa e logo a passou, rodeou todo seu troco, por cima do ombro e terminou em seu abdômen. Edu observava todo os seus movimentos, sem dizer uma única palavra, e quando o garoto cessou, seus olhos se encontraram uma vez mais, e perdidos ali, eles ficaram por longos segundos, até Edu desviar o olhar.

— Obrigado! — Agradece baixo.

— Disponha — Pedro ainda o olhava com semblante preocupado. — Você vai ficar bem, não vai?

— Não se preocupe — Sorriu forçado.

— Você tem uma tatuagem, legal. C355? O que isso significa?

— Eu disse sem perguntas!

— Qual é Edu! Eu não vou te entregar, me deixa te ajudar.

Ele para e pensa, suspira pesado então decide abrir o jogo com o garoto à sua frente, com a condição de que ele se manteria longe de tudo.

— Não posso te prometer isso.

Edu o olha sério.

— Ta bom! Eu prometo, talvez!

— C355, sou eu! É a minha identificação.

— Você? Como assim, você?

— Lá, nós não temos nomes, ta bom, nós temos números, o C é para identificar de qual ala você pertence. São 5, de A-E.

— Que coisa mais horrível. E onde exatamente é lá?

— Lá, em SleepVill.

— Espera, espera, espera. Ta me dizendo que é um Sleeper? Isso é brincadeira, não é?

— Por que você acha isso? — Ele estranha.

Pedro saí correndo até a sala, abre a gaveta da estante que ficava a TV, e retira de lá um panfleto e o entrega a Edu.

— Cidade dos sonhos? — Ele diz indignado — Que merda é essa? É essa mentira que ele conta para o mundo, para disfarçar o horror que acontece lá dentro? — Edu se irrita.

— É! Ele diz que é uma cidade segura, para vocês viverem com mais conforto e longe da miséria, do perigo e das ameaças constantes. Tem até propaganda na TV.

— Eu não acredito — Edu grita e rasga o papel — Desgraçado!

— Meu panfleto — Reclama — Então, você ta me dizendo que é tudo mentira? Isso na suas costas, foram eles? É tipo um campo de trabalho forçado?

— É mais como um centro de pesquisas, trabalhar não é obrigatório, nós só ficamos esperando a nossa vez de ser torturado.

— Caraí mano!

— Agora tudo faz sentido! Por isso tanta gente fala que entraram voluntariamente, eu não entendia antes, como alguém poderia querer aquele inferno, mas eles enganam as pessoas, atraem elas pra isso — Edu compreende subitamente

— Eu não acredito que é tudo uma farsa! O queridinho do povo, é um desgraçado. E como você consegue fugir de lá?

— Pela passagem de lixo! É a única saída por enquanto, mas se desconfiarem, não vai ter mais nenhuma.

— Por que você volta? Porquê não foge de vez?

— Porque não é fácil assim, eu venho com um código de rastreamento. Fugir não adianta nada.

— Me conta como você acabou assim?— Pedro diz sem saber se deveria perguntar.

Após muito pensar, Edu anda de um lado para o outro, depois senta no sofá ao lado de Pedro, passa a mão nos cabelos os jogando para trás, curva a postura, então começa a falar; tudo sobre SleepVill, as pesquisas, os remédios, o suposto conforto, o cárcere privado que eles viviam, falou até da hora da inspeção; contou sobre o Doutor Carvalho de quem fugira aquele dia, e sobre o seu dedo. Quando finalmente chegou no porquê estava todo chicoteado, olhou para o lado, e viu o garoto já em prantos.

— Você ta chorando? Por quê? — Ele estranha sorrindo.

— Isso é muito triste cara, eu não acredito que vocês sofram tanto assim, e a gente viva tão bem aqui fora. Isso não é justo.

— Ta! Primeiro para de chorar, eu não sei o que fazer, com você chorando assim — Edu diz se afastando para olhá-lo

— Me dá um abraço! — Pedro vai em sua direção.

— O que? Não! Saí daqui — Tenta afastá-lo.

— Me dá um abraço! — Enfatiza — Eu não vou te soltar, até você me abraçar.

— Caraí! Que Merda — Ele o abraça.

Enquanto Pedro e Eduardo se abraçavam no sofá, Jenny ia até a casa de Edu para cuidar dele, mas percebe que não havia ninguém ali. Confusa, ela saí por toda ala C, perguntando se alguém o tinha visto; um dos soldados ouve sua conversa com outro paciente, mas decide não dizer nada por enquanto.

Edu estava a pensar como agir daqui para frente, pegou os pedaços daquele panfleto amassado e o guardou no bolso como prova, para mostrar aos outros.

— Me deixa te ajudar! — Pedro faz bico.

— Não! — Edu responde rispidamente

— Me deixa te AJUDAR! — Ele grita e se balança no sofá.

— Eu disse não. Para de fazer birra, não é um parque de diversões, olha o que fizeram comigo, não quero que você se machuque.

— Que fofo! Você ta preocupado comigo.

— Preocupado meu ovo! Eu só não quero que se meta.

— Me deixa te ajudar.

— Oh porra! Para de ser tão teimoso.

— Para de ser tão chato, e me deixa te ajudar.

— Eu não sou chato — Edu retruca.

— E eu não sou teimoso — Pedro cruza os braços.

— Você vai calar essa boca, sentar esse bunda riquinha no sofá e fingir que não ouviu nada — Edu ordena — Você entendeu?

— Aff!

— Entendeu? — Ele pergunta novamente.

— Ta! Sim senhor.

Pedro senta no sofá assim como Edu havia mandado, e mesmo contra sua vontade ele fica, e resmunga consigo mesmo.

— Não acredito que vou ficar aqui enquanto você se arrisca sozinho — Sussurra consigo mesmo.

— O que que você disse?

— Nada! — Responde bravo — Eu só acho engraçado que...

— Você não acha nada — Grita o interrompendo — É para o seu próprio bem!

— Então você ta preocupado comigo! — O garoto sorri.

— Vai se iludindo.

— Você mente, que nem sente.

— Eu vou embora — Fala balançando a cabeça em negação

— Espera! Pelo menos deixa eu te levar?

— Não! Me promete que não vai chegar a um quilômetro perto daquela muralha maldita. Promete?

— Você me faz prometer muitas coisas.

Eles se olham por alguns minutos, então Edu parte, achando que Pedro o obedeceria, mas o garoto tinha seus próprios planos.

— Vai achando que eu vou ficar aqui sentado, esperando você morrer, seu maldito idiota!

Enquanto Edu voltava, Pedro o seguia, distante, para que não percebesse nada, e copiou desleixadamente todos os seus movimentos para conseguir entrar.

— Aff, como ele faz isso parecer tão fácil. Que merda de passagem podre.

Pedro consegue entrar, com alguns arranhões; depois de arrumar sua roupa, ele continua a seguir Edu até sua casa, o surpreendendo, quando o moreno pegava na maçaneta para abrir a porta

— Pegue você! — Ele gruda em seus braços

— Merda que susto! Espera — Ele se vira — Que porra você ta fazendo aqui? O que foi que eu te disse? — Edu puxa Pedro e se tranca em sua casa — Alguém viu você?

— Não! Relaxa. Foi moleza, ninguém me viu.

— Ótimo! Espere um pouco, na próxima troca de turno você vai embora. Entendeu?

— Não! Eu vim até aqui para te ajudar — Ele vai até a cama e senta cruzando os braços — E é isso que eu vou fazer!

— Isso não é hora para fazer doce mísera.

Enquanto Eduardo tentava inutilmente convencer Pedro a ir, barulhos na porta foram ouvidos, e movimentos repetitivos balançando a maçaneta da porta trancada podiam ser vistos.

— Merda! Viu o que você fez — Edu arrasta ele até o banheiro — Fica aqui e não dá um piu!

O moreno vai ate a mesma, destranca a porta e a abre, revelando Jenny do outro lado.

— É você! Caraí que susto. Entra logo.

Após trancar novamente a porta, Edu se certifica de que sua amiga não vai espalhar o que ele contaria a ela.

— Quando foi que eu te dedurei Edu? Toma vergonha na cara.

— Ta bom, me desculpa! Mas é sério, bico fechado.

— Ok!

Indo até o banheiro, Edu se perguntava se era a coisa certa a se fazer, deveria mesmo expor Pedro a Jenny? Logo ela, que era a mais distraída do rolê.

— Você tem um homem guardado no seu banheiro! — Ele se choca e tapa a boca em movimento surpresa.

— Engraçadinha! Você precisa me ajudar a levar ele de volta.

— Espera o que? — Pedro diz.

— Xiu!

— Levar ele para onde?

— Para AsleepCity.

— Você conseguiu sair? Merda Edu, porquê não me levou? Como é lá fora? — Termina com um largo sorriso.

— Foco, não é hora para isso.

— Eu já falei que eu não vou, eu vim aqui para te ajudar, e vou te ajudar — Pedro bate o pé.

— Te ajudar no que? O que você ta tramando agora, Edu? Dezessete chicotadas e um dedo arrancado não foram o suficiente?

— Dezessete? — Pedro pergunta.

— Isso não importa, a gente precisa levar ele de volta.

— Por que? Deixa ele te ajudar, coitadinho. Ele veio até aqui para isso.

— Viu! — Pedro concorda.

Todas as tentativas de convencer Pedro não foram nenhum pouco efetivas, pois Jenny tratava de falar ao contrário do que Edu queria.

— Você já se esqueceu o que fizeram com o último externo que entrou aqui?

— Droga! É verdade — Ela finalmente concorda — A gente precisa tirar ele daqui.

— Ei! Não falem por mim, como se eu não estivesse aqui. Eu não sou uma criança, eu quero te ajudar.

— Não, você não entende que é perigoso? E além disso, você só me viu duas vezes, o que te faz querer me ajudar tanto?

— Duas vezes? Edu, você saiu duas vezes? — A cacheada grita indignada.

— Isso! Grita para todo mundo ouvir.

— Desculpa.

Mas Edu tinha razão, havia um motivo a mais que fizera Pedro querer o ajudar tanto assim, mesmo sabendo dos riscos, motivo que ele não revelaria tão cedo, não queria que Edu pensasse mal dele. Então apenas disse que faria isso por qualquer um, e de fato era verdade, Pedro era do tipo de pessoa que ajudaria qualquer um, embora tivesse segundas intenções.

E com certeza não era moralidade que havia ali

— Eu gosto de você, ué! — Ele sorri — E quero te ajudar.

— Vai à merda!

Jenny observava a discussão dos dois, nunca havia visto Edu ficar tão bravo assim, com ninguém antes. Era estranho e engraçado; Edu geralmente não ligava se as pessoas ao seu redor queriam viver ou morrer, mas lá estava ele, discutindo para salvar a vida de um garoto que só vira duas vezes.

— Porquê você não entende, que é perigoso, seu merda.

— Porquê você não entende, que eu não vou deixar você se arrisca sozinho, droga!

— Jenny fala alguma coisa, por favor!

— Não sei não, os dois estão certos. Realmente é muito perigoso, e ele sabe disso, apenas deixe-o te ajudar. Você vai estar com ele o tempo todo, não vai? O que pode acontecer?

— O Que? Eu posso fazer uma lista infinita do que pode acontecer — Edu suspira pesado — Tudo bem, você venceu, pode ficar, mas escondido, nada de perambular por aí, se te virem sem registro você ta ferrado.

— Obrigada — Pedro sorri.

— Não saí daqui, e não abre a porta para ninguém, além de mim ou da Jenny. Entendeu?

— Ta bom, relaxa.

— Ta rindo do que sua maluca?

— Nada — Ela gargalha ainda mais — Você está tão diferente, nunca te vi tão preocupado assim, com ninguém antes, nem comigo.

— Eu não to preocupado com ele.

— Claro que não — Diz sarcástica 

— Quer saber? Acho que já ta na sua hora — Edu puxa a cacheada pelo braço — tchau Jenny — Fecha aporta.

O moreno se manteve pensativo, observava toda a casa, e se dera conta de que não tinha espaço para Pedro ali, nem sofá tinha para o garoto dormi. Só havia duas opções, ou dormia no chão, ou na cama com ele.

— O que você faz o dia inteiro aqui? Não tem nem TV — Pedro reclama.

— Ah, me desculpa se minha casa não lhe agrada, majestade — Responde sarcástico.

— Ei, pode parar! Eu não to reclamando. Eu posso ficar aqui numa boa.

— E só tem uma cama, você decide, pode dormir comigo, ou no chão.

— Dormir com você?

— É! Por quê? Ta com medo?

— C-claro que não. T-ta! Eu dormo com você, de boa.

Edu sorri, retira sua jaqueta e a joga no canto; depois vai até o banheiro para tomar um banho. Pedro observa seus movimentos, se sentindo perdido naquele ambiente, e enquanto o moreno tomava banho, ele se sentava na cama, e ficou a observar os cantos, balançando o pé pra lá e pra cá, logo depois levanta, vai até a janela e sobe a cortina um pouquinho, só para poder ver; e perdido, ele fica a observar o movimento lá fora, pessoas indo e vindo, tudo era cinzento, as casas mais pareciam barraquinhas, as construções inacabadas e as ruas sujas, e assim se mantém, perdido na nuance dos mundos, por muito tempo, sem se dar conta da hora que Edu saí do banho.

— Saía da janela, alguém pode te ver!

Ele aparece só de toalha, com sua pele ainda brilhante pelas gostas d'água espalhadas, passando a mão nos fios molhados de seu cabelo, os jogando para trás. Pedro paralisa, não sabia o que fazer, e sem perceber, estava a olhar descaradamente o corpo desnudo e definido do moreno a sua frente.

— O que você ta olhando? — Edu chama sua atenção.

— Ah! N-nada — Ele balança a cabeça rápido.

— Vá tomar banho, eu vou separar uma roupa pra você.

Pedro corre e se tranca no banheiro, olhando seu reflexo no espelho, ele balança a cabeça em negação, nunca havia ficado com vergonha de ver alguém sem camisa antes, via seus amigos quase sempre, na companhia de balé a qual fazia parte, a aclamada The Chaos Ballet Company. Mas Edu, Edu fora diferente, corou ao ver aquela pele exposta, as marcas deixadas pela terapia, Edu era como o mais complicado dos mapa, cheio de bifurcações e caminhos sem volta, suas cicatrizes eram como trilhas, trilhas que por um segundo ele desejou percorrer.

— Ah! — Ele grita e se joga em baixo do chaveiro.

Pensativo, Pedro deixa que a água afaste qualquer pensamento inapropriado com seu novo colega de quarto. E lá ele fica, por mais tempo que o esperado, perdido, mas tem sua atenção roubada com as batidas de Edu na porta.

— Ei! Você não morreu no meu banheiro não, né?

— Eu já vou sair — Grita em resposta.

Após sair, Pedro veste uma das roupas separadas por Edu, por sorte eles tinham o mesmo tamanho, mas as mesmas ficaram um pouco largas no corpo magro do bailarino, que ainda se sentia envergonhado; então evitou olhar Edu pelo resto da noite.

— O que foi? Você está bem?

— Nada, eu to bem...

— Mesmo? Então olha pra mim.

Mas Pedro não olha, estava envergonhado o suficiente com os acontecimentos recentes. Mas Edu era teimoso demais, para aceitar aquela recusa, então ele leva uma das mãos até o rosto do garoto e o vira em um movimento ríspido

— Eu disse para olhar pra mim.

Pedro se manteve assim, paralisado nas ações do garoto a sua frente. As vezes Edu falava de tal jeito, que ele nem ousava questionar, como antes em seu apartamento, e agora, com as mão em seu rosto, ele o deixava sem ação, e de uma certa forma, pronto para obedecer suas ordens, e o bailarino odiava isso, odiava se sentir assim, tão submisso.

— P-para de ser tão c-chato — Ele levanta rápido da cama.

— Qual é o seu problema? Porquê está tão tímido de repente?

— Eu não to tímido, vai à merda.

— Se não está, porquê ta correndo de mim assim? — Ele diz ido atrás de Pedro

— Eu não to correndo de você, me deixa em paz.

— Ah não? Então, você ta escondido no banheiro, porquê vai dormir aí, né?

— Você é tão irritante.

— Cala a boca e vem para cama logo — Edu ordena.

Pedro bate o pé mas obedece, se deita na cama com Edu, e vira para o lado oposto a ele.

— Idiota! — Edu sussurra sorrindo.

E assim ambos dormem juntos pela primeira vez.

Mais populares

Comments

Zezé Gomes

Zezé Gomes

muito boa estou amando essa história 😍😍

2023-06-21

2

Ver todos
Capítulos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!