Capitulo 5 Sou minha Chefe

Como prometido Flávio veio no dia seguinte, Luna o deixou na casa e saiu.

Na lanhouse pagoui para usar o telefone.

Liguei para a Juju, mas não atendeu.

Depois liguei para a escola, para pedir os documentos de transferência.

Quando voltei, Flávio já estava de saida.

Quanto é pelo serviço? Perguntei a Flávio

Não é nada, estou indo. Flávio respondeu e saiu sem olhar para Luna.

Alguns dias depois eu já tinha resolvido a transferência escolar. O antigo diretor teve pena de mim e veio pessoalmente assinar a matrícula, para poder continuar os meus estudos, na série do terceiro ano do ensino médio na escola do meu bairro.

Pensei que por estar próximo das festas de fim de ano conseguiria arrumar um emprego.

Mas não consegui nada, fui para o Centro, no Brás e até na Vila onde moro e não encontrei nada.

A minha idade não era boa, eu não tinha experiência e mais uma série de desculpas.

Depois descobri que fiquei famosinha na internet, O vídeo da noite do pesadelo foi exposto.

Mesmo sendo menor, muitas pessoas tinham o vídeo no celular, passados por um amigo de um amigo que passou para um amigo e assim por diante.

Vergonha, eu me sentia um lixo. Todos os dias tento me ocupar para não pensar.

Tenho medo da depressão me pegar, tenho medo de sucumbir ao desespero. Não quero pensar.

Na avenida tinha uma loja que vende artigos para festas, estava indo para lá.

Comprei forminhas, caixa de isopor com alça potes para doces e mais algumas coisas.

No mercado comprei o básico necessário, hoje iria iniciar o meu próprio negócio.

Em casa com as receitas que imprimi na lanhouse, coloquei na prática e comecei a cozinhar.

A noite estava feliz, mesmo com uma bolha no dedo, estava muito feliz.

Eram seis e meia da noite e consegui terminar a minha primeira produção.

Uma produção de 50 brigadeiros e 12 tortas de frango, diretamente assada na forma e depois fechadas.

Coloquei tudo dentro do isopor e sai.

Eu não podia ser tímida, tenho que lembrar que eu dependo de mim mesma e de ninguém mais para viver.

Na avenida, de ponto em ponto, nos bares, na frente da escola, aonde tinha gente eu ia.

Dez horas da noite voltei, cansada mais feliz.

Vendi 37 brigadeiros a 2 reais e as 12 tortas a 5 reais.

O meu primeiro dia de luta como a minha própria chefe.

Foi muito bom.

Guardei o o dinheiro.

Então peguei um caderno que comprei na loja de 1 real e fiz um planejamento simples.

Estabeleci um salário para mim por mês, fiz uma estimativa dos gastos fixos e variaveis, uma taxa de lucro e os ganhos para investir no meu negócio.

Tomei banho para relaxar, depois fiz mais brigadeiros, limpei tudo e fui dormir.

As quatro e meia da manhã levantei para fazer as tortas.

Saí faltando vinte para as sete da manhã e só voltei hoje depois que vendi tudo.

Já passava das duas da tarde.

Hoje foram 60 brigadeiros e 20 tortas..

Cansada, peguei um marmitex que comprei numa lanchonete na avenida principal e almocei.

A tarde fui fazer as compras, investi 350 reais do meu bolso, e fiz uma compra maior. Só o peito de frango que teria que comprar todos os dias porque não tinha geladeira.

O dinheiro do meu negócio eu juntaria tudo, e no dia 05 de cada mês faria retirada do meu salário, com o restante seguiria o meu planejamento.

Na anti-véspera de Natal, já tinha mais de mil reais ganhos com o meu negócio.

Estava muito feliz e realizada comigo mesma.

Fui a uma loja e como ainda tinha os meus 1000 reais que pouqei para emergências, comprei um celular do mais barato para mim, cerca de 429 reais, depois um chip, ativei e coloquei crédito, na loja de usados uma geladeira antiga e um sofá pequeno por 390 reais.

Entregaram no mesmo dia para mim.

Teria folga nos próximos dois dias, então hoje ainda tenho que trabalhar.

Nem arrumei nada quando as coisas chegaram.

Coloquei o isopor no ombro e minha bolsinha e saí, fechando a porta.

Já eram quase dez e meia da noite, o tempo estava fechando, parecia que ia chover.

Como vendi tudo, para não molhar minha bolsa com dinheiro e documentos a joguei dentro do isopor e acelerei os passos.

Cada trovão e relâmpago que soava no céu era um pulo que eu dava em terra.

Andei o mais rápido que pude e assim que entrei em casa a chuva caiu.

Tomei um banho bem quentinho, peguei a minha encomenda que chegou antes de sair para o trabalho.

Encomendei uns adesivos com a marca que criei.

Ah! Ficaram tão lindos, amei.

Limpei o isopor e colei o maior.

Dizia

A Garota do Vilarejo

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