Capítulo 2

Sebastian estava impaciente na porta de casa, batia o pé a espera do filho.

– Ciel que demora. - O homem saiu em busca do filho.

– Já vou. - Disse do banheiro.

O inglês parou na porta para observar o que uma criança de só 5 anos poderia estar fazendo de tão demorado.

O pequeno estava com a cadeira diante da pia do banheiro, estava com o pente de cabelo, tentando de forma insistente colocar os cabelos para trás.

– O que está fazendo? - O pai do jovem segurou o riso.

– Estou tentando parecer mais adulto. - soltava o cabelo que voltava outra vez a cair em sua testa.

– Porquê? - Perguntou pegando o filho no colo.

– Para a professora casar comigo. - Suspirou se deixando cair nos braços do pai.

– Olha, todos tem uma queda por uma professora uma vez na vida, você deveria ficar satisfeito por ser o aluno favorito e procurar uma namorada da sua idade. - Ria segurando o filho que estava com os braços abertos se fingindo de desmaiado.

– Alguém da minha idade tipo a Lizzie? - Se ergueu rapidamente olhando para o pai.

– Não agora, espera porque quer tanto uma namorada? - Ergueu as sobrancelhas olhando para o menor.

– Porque eu não aguento mais ficar sozinho. - Voltou a se fazer de desmaiado.

– Você tem a mim, tem a sua avó, tem o tio, o Agni, o Soma seus coleguinhas. - Sebastian pegava as chaves do carro carregando o pequeno com o outro braço e saindo do apartamento.

– Mas nenhum de vocês é como a professora. - Suspirou deitando a cabeça no ombro do pai.

– Gostosa? - Riu olhando para o filho.

– Pai! - Escondeu o rosto no pescoço do pai. - Porque não casa com ela no meu lugar então?

O britânico sorriu para o filho. - Sabe que já tenho namorada.

– Você tem péssimo gosto pra mulher. - Pequeno mostrou língua.

– Você odeia tanto a Beast assim? - Sorriu prendendo o garotinho na cadeirinha.

– Sim, ela é fresca. - Olhou para o pai movendo os ombros.

– Você jogando lesmas nela também não é legal. - Riu olhando para o menor.

– Eu não queria jogar, eu ia cuidadosamente colocar no cabelo dela, mas eu tropecei e acabou caindo nela. - Pegou o suco da mão do pai. - E sinceramente nem acho que você goste dela de verdade.

– Não gosto, eu acho que é impossível eu gostar de alguém como gostei da sua mãe. - Seguiu até o banco da frente.

– Então termina logo com aquela chata. - Disse bebendo o suco pelo canudo.

– Você puxou meu gênio difícil, isso tem se tornado um problema. - Riu saindo com o carro da garagem.

Depois de alguns minutos chegaram ao zoológico, todos estavam na entrada esperando pela professora.

– Só tem homens? - Sebastian desceu pegando Ciel no colo.

De fato só haviam pais ali, nenhuma mãe.

O inglês parou perto do loiro. - Estão esperando a professora do primário?

– Sim. - Olhou para o moreno.

– Oi Ciel! - Finnian estava com o loiro acenando para o amigo.

– Oi Finny! - Ciel acenou para o amiguinho.

– Não veio nenhuma mãe? - Sebastian perguntou curioso.

– Não, todos os pais se ofereceram para vir no lugar das mãe pelo jeito, você deve saber o porquê. - Bard piscou para Sebastian.

– Homens casados, atrás de uma professora, isso é errado. - Balançou a cabeça.

– Se é errado o que faz aqui? - O americano disse sério.

– Eu sou viúvo. - Retribuiu o olhar sério.

– Desculpe, eu não sabia. - Apoiou a não no ombro do mais alto.

– Não tem problema. - Moveu os ombros.

Acabei por me atrasar graças ao ônibus, levava comigo uma imensa cesta de piquenique, usava um vestido azul claro, justo até a cintura, do quadril para baixo solto e rodado que ia até os joelhos, sapatilhas da mesma cor e um laço azul, me aproximei de todos um pouco ofegante, corri bastante para não piorar meu atraso.

– Desculpe a todos, meu meio de transporte me causou um atraso. - Sorri de forma meiga para todos.

Sebastian ergueu as sobrancelhas por alguns instantes, ela era realmente muito bonita, muito mais bonita do que ele se lembrava.

Lá estava ela cumprimentando todos os pais e alunos.

– Eu disse não disse? A Beast parece uma bruxa perto dela. - Ciel sorria ao ver o olhar do pai para a professora.

– Você é terrível, bocchan. - Começou a fazer cócegas nele arrancando a gostosa gargalhada do garotinho.

– Fiquei com medo que não viessem. - Sorri me aproximando de Sebastian e Ciel.

– Eu disse que viriamos. - O moreno sorriu.

– Estou feliz do meu favorito estar aqui. - Beijei o rosto do Ciel com carinho. - Está lindo hoje.

– Obrigado. - As bochechas dele coraram.

Finnian olhava maravilhado pela chaves de casa que eu carregava, havia um chaveiro com uma flor. - Quer levar para mim?

O pequeno assentiu, entreguei as chaves a ele.

– Então vamos nós, começaremos pela ala dos primatas. - Sorri empolgada, segurando a mão de Finnian e caminhando.

– Me desce. - Ciel virava o rosto do pai para si.

Sebastian colocava o filho no chão e o pequeno corria para segurar a outra não da professora.

O britânico cruzou os braços olhando a cena, o filho havia o recusado sem nem pestanejar.

Durante grande parte do passeio Sebastian ficou seguindo o filho e a professora, até a hora do almoço, todos se sentaram diante de uma grande mesa no jardim do zoológico.

Ciel olhou para a mesa e percebeu que seu pai estava sentado ao lado de sua professora, mas havia um pequeno espaço entre eles, provavelmente esperavam que ele se sentasse ali.

O pequeno se aproximou tocando no ombro de ambos.

– Preciso de colo, não dou altura a mesa. - Olhou para aqueles dois.

– Venha se sentar no meu colo. - Ofereci sorrindo.

Sebastian olhava desconfiado para o filho, ele nunca foi do tipo que pedia por colo, Ciel desde de muito novo era muito independente e maduro, então a atitude do filho lhe era suspeita.

– Não posso deixar meu pai sozinho, vocês sentam juntos, e eu sento no colo dos dois pode ser? - Olhou sorrindo.

Eu e Sebastian sentamos com nossos ombros colados, Ciel então sentou-se metade em minha coxa e outra metade no colo do pai.

Sebastian sentia o braço da moça contra o seu, a pele macia, um cheiro de primavera que ela exalava, os cabelos delicados, quanto mais próximo dela mais bela ela se tornava, que mulher, que curvas, que rosto... Ciel tinha razão, Beast não se igualaria a beleza e a doçura dela nem em um milhão de anos.

Os pensamentos do britânico foram preenchidos com um belo: "Eu a quero" e quando Sebastian Michaelis desejava alguém, ele tinha, sempre foi assim, as mulheres nunca resistiram a ele.

Eu acariciava os fios azulado de Ciel, a lembrança de Vincent nessa idade sempre me trazia nostalgia a olhar para ele.

Meu braço estava em contato com o de Sebastian, a pele pálida e forte do local me causava arrepios, ele era como eletricidade, eu sentia o choque me percorrer quando nos tocavamos, de certo modo era uma sensação excitante, me fazia fantasiar com aquele belo homem... Céus o que estou a pensar? Ele é pai do meu aluno favorito, eu não poderia de forma alguma.

O moreno se aproximou aspirando forte próximo ao meu pescoço. - Que perfume é o seu? O cheiro me agrada.

Corei, podia sentir minhas bochechas queimarem. - L-Lavanda...

– Gostoso. - Sorriu de forma safada.

Desviei meu olhar, não queria que ele notasse seu intenso efeito sobre mim.

– Vocês estão saindo? - Bard disse nos olhando.

Corei imediatamente. - Não. - Disse desviando o olhar para o outro lado.

– Não, porquê ela não quer, se quisesse já estaríamos. - Sorriu de forma safada em minha direção.

Ciel sorriu vitorioso, o pai havia notado tudo que ele havia falado e sem dúvidas entrou com tudo em seu plano.

Sebastian admirava cada centímetro da doce professora, ele gostaria de saber o sabor que ela tinha, a suavidade dos gestos delas e o principal e mais importante, qual som saía dos lábios delicados, enquanto ele se movimentasse sobre ela.

– Me beije. - Aquelas palavras o despertaram das fantasias.

– O que? - olhou surpreso.

– O docinho, se chama me beije, você aceita? - Ofereci o docinho.

– Sim, claro. - Pegou o doce em mãos e agradeceu.

Depois do fim do zoológico, todos já havia ido, Ciel abraçava minhas pernas. - Peça a ele, por favor.

Ri olhando o pequeno, o peguei no colo. - Tudo bem, vamos pedir.

Caminhamos até Sebastian que estava distraído olhando os felinos.

– Senhor Michaelis? - Toquei no braço dele com gentileza para atrair sua atenção.

O olhar castanho avermelhado se encontrou com o meu. - Sebastian, por favor.

– Desculpe, Sebastian... Posso dar um algodão doce para o Ciel? - Usei meu tom mais doce possível colocando o pequeno no chão.

O britânico sorriu maldoso para o filho. - Recorreu a professora seu trapaceiro?

O pequeno fez cara de inocente segurando minha mão.

– Tudo bem, eu vou com vocês. - Se aproximou segurando na outra mão do pequeno.

– Se eu soubesse que havia negado a ele eu não teria pedido permissão, me desculpe. - O olhei arrependida.

– Não se preocupe, ele sabe como jogar com adultos, mas é um viciado com açúcar, estou tentando o forçar a ter uma vida mais saudável. - Sorriu. - Um algodão doce não fará diferença.

Caminhavamos os três até o vendedor, comprei um grande algodão doce para ele.

– Melhor eu ir então. - Me abaixei e beijei o rosto do Ciel. - Até segunda meu bebê.

Ele sorriu acenando.

– Tchau senhor... Tchau Sebastian! - Acenei.

– Eu não ganho um beijo também? - Cruzou os braços dando um sorriso maldoso.

Corei como um tomate.

– Estou brincando com você. - Piscou para mim. - Tenha uma boa noite professora.

Acenei e acelerei meu passo, meu coração estava disparado, Sebastian não sabia o efeito que tinha sobre mim.

Ciel olhava para o pai com um largo sorriso.

– O que foi? - O britânico olhou sério para o pequeno.

– Você gosta dela. - Sorria caminhando na frente. - Você foi tão cara de pau.

– Eu estava brincando. - Caminhava atrás do filho.

– Devia era ter pedido o telefone dela, Alois disse que devemos pedir o telefone das pessoas que queremos namorar. - Ciel apontava o palito do algodão doce para o pai.

Sebastian parou, por alguns segundos ele cogitou a hipótese de correr atrás da moça e pedir seu número de telefone. - Não acredito que estou caindo nos seus truques.

O pequeno sorriu de forma larga para o pai. Ambos caminharam até a saída, pararam ao ver a professora falar ao telefone com semblante preocupado.

– Professora? - Ciel a chamou deitando a cabeça.

– Olá! - Tampei o celular e o respondi com doçura.

– Aconteceu alguma coisa? - O inglês se aproximou.

– Sim, Finny acabou levando minha chave do apartamento para casa, estou vendo com zelador se ele consegue pegar a reserva, mas pelo que entendi, a salinha dos fundos onde estão as chaves extras, não tem eletricidade. - Suspirei.

– Venha dormir em nossa casa, Ciel te adora, e eu não me importaria de uma ajuda para cuidar dele. - As palavras fugiram da boca dele o fazendo se assustar com o que havia dito.

– Jamais poderia te incomodar dessa forma. - Neguei. - Muito obrigada.

– Por favor. - O pequeno dizia apoiando as mãos na barra do meu vestido.

– Não posso querido, é exploração. - acariciei os fios azulados.

– Venha como babá do Ciel, seu pagamento será o que necessitar nessa noite que passar conosco. - Sebastian sorriu de lado.

– Conosco? - Corei imediatamente.

– Com ele. - O moreno corrigiu.

– Tudo bem, não tem como algo ruim acontecer né. - Sorri pegando pequeno no colo.

Caminhei até o carro com eles, e seguimos até a grande casa em que só os dois e alguns empregados viviam.

Sebastian abriu a porta, atirando as chaves na mesinha ao lado da entrada. - Sinta-se em casa.

– Obrigada. - Entrei segurando na mão do Ciel.

– A penúltima porta no corredor é o banheiro, vou pedir pra arrumarem um quarto e roupas limpas para você. - Tirou o celular do bolso discando.

– Não precisa de tanto, eu improviso. - Movi os ombros sorrindo com sutileza.

– Não seja boba, são só coisas banais. - Sorriu e saiu pelos corredores com o celular contra a orelha.

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Comments

Sineia Soares

Sineia Soares

Será que vêm um romance

2023-09-24

6

Arilene Vicente

Arilene Vicente

Coloca fotos🥰

2023-08-08

0

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