Eu estava sentada na sala, batendo os pés de nervosismo, não deveria ter aceitado o convite.
Ciel havia ido buscar brinquedos para que brincassemos juntos, Sebastian havia se retirado para o banho, eu estava sozinha na imensa sala.
– Ciel, onde fica o banheiro? - Disse alto para que ele pudesse ouvir.
– Perto do quarto do papai. - O pequeno disse alto.
Óbvio que uma criança de cinco anos não daria uma localização mais exata.
– Já volto então. - Disse alto me erguendo sobre os calcanhares e seguindo até o corredor longo e bem decorado.
O apartamento era em tons de cinza, preto e branco, no fim do extenso corredor tinha uma porta dupla, deve ser o quarto do senhor Michaelis, então uma dessas portas laterais deve ser o banheiro.
Soltei um longo suspiro e abri a porta da esquerda, era um imenso escritório.
– Que casa imensa! - Fechei a porta e olhei para a do lado direito, certeza era aquela.
Abri a porta do cômodo, sem dúvidas era o banheiro, meu imenso problema foi não ter batido, lá estava Sebastian de costas para o box se banhando, as mãos deslizavam pela pele pálida com sabonete, balançava a cabeça para trás para afastar os cabelos negros da face, a água fazia o árduo trabalho de contornar todas as curvas dele, os ombros largos, as costas definidas e o traseiro, jamais imaginei ver tal traseiro, tão redondo e definido, podia se ver as covinhas nas laterais se formarem com seus movimentos, meus olhos acompanhavam as mãos do monumental homem em direção ao seu...
A ficha havia caído, eu havia invadido o banho do pai do meu aluno favorito e eu parei agora observar invés de fugir.
– Oh... - Disse surpreso.
– M-me desculpe senhor Sebastian, eu achei que estaria se banhando n-no seu quarto, então eu entrei sem bater, juro que não vi nada. - Menti descaradamente, coloquei as mãos no rosto e fiquei vermelha, vermelha como um tomate.
– Não tem problema, não me envergonho disso, só gostaria que ou entrasse ou saísse, seria estranho meu filho nos ver nessa situação. - Disse meio de lado ainda limitando a visão do principal e do que eu mais desejava ver.
– Perdão! - Sai correndo fechando a porta atrás de mim, estava tão vermelha que sentia que iria explodir, meu rosto queimava.
– Professora? - O pequeno me olhou preocupado. - Está doente?
– Não, desculpe meu amor. - Forcei um sorriso.
– Venha então. - O pequeno segurou minha mão, me puxando até seu quarto para mostrar seus brinquedos.
Passamos alguns minutos no quarto dele brincando, foi o bastante para me distrair instantaneamente do constrangimento.
Sebastian surgiu na porta do quarto. - Está na hora!
Corei e imediatamente desviei o olhar.
– Você prometeu que assistiriamos meu filme antes. - Olhou sério para o pai.
O de cabelos negros ergueu as mãos como rendição. - Você tem razão, mas temos visita.
– Ela assiste com a gente. - O pequeno se levantou e estendeu as mãos para mim, oferecendo sua ajuda.
Segurei nas mãos dele e me levantei, sorri, ele era terrivelmente gentil para sua idade.
Ciel segurou minha mão até a porta do quarto de seu pai, pode sentir minhas bochechas esquentarem.
– Qual filme será? - Sebastian abriu as portas do seu quarto liberando a passagem.
O pequeno correu voltando com o filme como treinar o seu dragão.
– Pela milésima vez.- Disse brincalhão o pai do jovem.
– Venha. - A criança sentou na cama, batendo as mãos de seus lados.
Era constrangedor estar no quarto de Sebastian, principalmente depois do ocorrido no banheiro, mas com Ciel ali acredito que não haveria problema.
Me sentei ao lado esquerdo do pequeno e Sebastian fez o mesmo ao lado direito.
Em metade do filme nós três já estávamos deitados de forma confortável, Ciel obviamente havia caído no sono, e eu acariciava os fios azulados de seus cabelos enquanto o observava dormir.
– Como pode gostar tanto dele? - Sebastian se deitou de frente para nós dois.
– Achava que era porque ele lembrava meu irmão na infância... Mas agora eu acredito ter algum tipo de elo especial com ele... Seu filho é um menino maravilhoso. - Sorri para ele sem parar o carinho no cabelo do pequeno.
– Creio que sim, para uma mulher incrível como você dizer isso dele... Eu tive um par de namoradas depois da morte da mãe dele e sinceramente nenhuma o tratou da forma que você trata. - Me olhava com um sorriso de lado.
– Talvez porque eu seja formada para saber lidar com crianças? - Ri o olhando.
– Não, porque você gosta dele de verdade, não de mim. - Se apoiou em um dos cotovelos.
– De fato eu adoro ele. - Sorri beijando a testa do pequeno.
– A algo que quero lhe perguntar. - Se sentou na cama.
– Claro, qualquer coisa. - Afastei os fios de Ciel de seu delicado rosto.
– Você gostou? - Sorriu de forma maliciosa.
– Do que? - O olhei confusa.
– Do que viu no banheiro mais cedo. - O sorriso cínico preenchia eu rosto.
Escondi o rosto com as mãos.
– Você ficou uns trinta segundos me olhando antes de sair e fechar a porta. - Ria me olhando.
– Me desculpe por isso, eu me sinto péssima. - Estava vermelha a ponto de explodir.
– Não tem problema, eu só quero saber se gostou. - Sorriu. - Serei sincero com você, eu realmente acho você uma mulher linda e incrível, eu sinto atração por você.
Me virei de bruços afundando o rosto no travesseiro, meu coração estava disparado.
– Somos adultos, se vire vamos falar sobre isso. - Riu. - Se gostou de me ver sem roupa porque provavelmente também sente atração por mim não é?
– Você não é nada discreto. - Disse abafado pelo travesseiro.
– Eu sei, é um dos meus charmes. - Riu. - Se você me achar atraente podemos sair não podemos?
Virei o rosto para o olhar com as bochechas vermelhas. - Assim que você marca um encontro com alguém?
– Na verdade nunca precisei, sempre fizeram isso por mim. - Sorria. - Isso é um sim?
Me sentei colocando os fios atrás da orelha.
– Você gosta do meu filho, meu filho gosta de você, eu gosto de você, então não vejo porque não. - Dizia me olhando com um sexy sorriso nos lábios.
– Tudo bem. - Corei ainda mais acariciando uma mecha de cabelo.
– Legal, segunda rola para você? - Se deitava outra vez e eu o acompanhava, vendo o pequeno Ciel mantendo a distância segura entre nós dois.
– Sim. - Minhas bochechas queimavam como fogo pela vergonha.
– Eu busco você e o Ciel na escolinha e de lá nós três vamos, tudo bem? - Sorriu.
– Sim. - Eu quem sorri agora, a ideia me deixava vibrante e radiante.
Pela manhã peguei um táxi ao me despedir dos dois e voltei para meu apartamento, zelador me enviou mensagem bem cedinho dizendo que havia conseguido a chave reserva.
Durante todo o domingo preparei as aulas da semana e ansiei o encontro, era a primeira vez na vida que havia sido chamada para um encontro. Durante anos meus relacionamentos foram péssimos de inícios, meios e fins desastrosos, homens realmente negligentes e indelicados, estava ansiosa para saber como seria.
Na segunda decide me arrumar um pouco mais para o trabalho, vesti uma calça preta justa ao corpo e botas que iam até pouco abaixo dos joelhos, vesti uma camiseta preta e uma jaqueta, soltei os cabelos e peguei todo material para a aula e minha bolsa.
Eu fazia o mesmo percurso todos os dias caminhando, o salário de professora não era o mais alto da Inglaterra então nada de carros para mim.
Entrei na minha salinha, abri as cortinas e janelas deixando a luz preencher a sala repleta de desenhos e enfeites agora.
Arrumei os papéis sobre a mesa e foi questão de tempo até meus amados alunos chegarem.
Pude ver o Mercedes preto estacionar e dele descer Ciel correndo em minha direção, acenei para o motorista que era quase sempre quem o trazia e peguei meu pequeno amado no colo.
– Como foi o domingo meu amor? - Entrei na sala o carregando.
– Depois que você foi embora tudo ficou um tédio. - Dizia me olhando com uma careta.
Gargalhei o olhando. - Tão dramático esse meu favorito. - Beijei o rosto dele com carinho.
– Papai disse que hoje a noite você vai vir jantar conosco no restaurante! Eu estou animado, espero que vocês dois se casem. - Deu um largo sorriso.
Me abaixei o colocando no chão. - Nem saímos e já quer que nos casemos?
– Claro, vocês não podem perder tempo, Grelle disse que tempo é dinheiro. - O pequeno dizia sério.
Apoiei a mão na boca rindo. - Quem é Grelle?
– Esposa da minha vovó. - Sorria.
– Vamos começar a aula então. - Beijei o rosto dele e segui para a frente da turma.
Logo a aula se iniciou junto com o caos, o dia dos Namorados se aproximava, então o plano era que cada aluno fizesse cartões para seus amiguinhos favoritos para entregar no dia de São Valenti, mas o caos de instaurou quando todas as garotas começaram a discutir para dar seus cartões ao Ciel.
– Meninas, todas podem entregar seus cartões a ele, todas podem fazer o quanto quiserem. - Me abaixei perto da mesa delas.
Elas acabaram se entendendo no fim, todas dariam cartões a todos os meninos, mas Ciel ganharia dois no fim ninguém sairia triste por não receber e isso me alegrava, mesmo que eu tivesse feito para quem não recebesse.
Os meninos por sua vez entraram no senso de entregar entre eles, dariam para os amigos mais próximos, menos Ciel, ele insistia em dar o dele para mim.
– A aula está acabando, amanhã continuaremos os cartões, o dia dos namorados é na quinta, então preparem frases fofas para dizer quando forem entregar. - Sorri. - Vamos nos limpar para ir para casa.
Me abaixei e logo formaram uma fila diante de mim, limpei as mãozinhas sujas de tinta e glitter com um pano úmido.
Conforme os pais chegavam, levavam seus filhos, eu e Ciel esperávamos por Sebastian.
– Porque as garotas brigaram tanto hoje? - me perguntou curioso.
– Bem... Elas estavam querendo entregar seus cartões de dia dos namorados para você. - Sentei o pequeno na mesa enquanto amarrava os cadarços dele.
– Precisa brigar por isso? - Ele não via o problema nisso, como todos os garotos da idade dele.
– Bem, elas esperam que você retribue da que gostar. - Me ergui o olhando.
– São muito novas para namorar, elas não deviam pensar nisso agora. - Balançou a cabeça com reprovação.
– E você não? - Sorria apoiando a mão em minha cintura.
– Eu sou maduro. - Disse sério.
Ri o pegando no colo. - Claro senhor maduro.
– Perdão o atraso. - Sebastian chamava nossa atenção.
Nos viramos para olhar.
– Como sempre papai, já estamos acostumados. - O pequeno riu.
Ri apoiando uma das mãos na boca enquanto carregava o pequeno com a outra.
– Ha ha. - Sorriu. - Vamos?
Sebastian se aproximou estendendo os braços para Ciel.
O pequeno passou para os braços do pai. - Porque o colo dela é mais legal?
Sebastian sorriu e automaticamente dirigiu o olhar para os meus seios, coloquei as mãos na frente. - Sebastian!
– O que? Eu só estava buscando a resposta para a pergunta dele e acho que entendi. - Gargalhou andando na frente.
Corei, inflando as bochechas com ar e o seguindo.
O moreno prendeu o pequeno na cadeirinha, deu a volta no carro e abriu a porta para mim.
– Obrigada. - Entrei me sentando.
Ele contornou outra vez e entrou em seu lado.
O silêncio preenchia o carro durante o caminho.
– Então vocês vão se casar? - Ciel soltou no ar.
– Que ansiedade pra ter um casamento é essa? Estamos saindo pela primeira vez agora. - Sebastian ria enquanto apertava as mãos no volante.
– Precisa de mais? - Deitou a cabeça contra a cadeirinha. - Adultos são tão complicados.
Ri com a mão sobre a boca. - Ciel, um casal só se casa depois de se conhecerem bem para ter certeza que o casamento deles dará certo.
– O de vocês vai, eu tenho certeza. - Disse confiante segurando na ponta dos próprios pés. - Então moraremos juntos... Todos vão ter inveja de eu morar com a professora.
Ri olhando pela janela.
Sebastian simplesmente sorria não dizia mais nada.
Estacionou o carro em um belíssimo restaurante, era realmente muito fino e chique.
Me senti realmente desconfortável, era um lugar muito diferente dos que sempre frequentei, temi envergonhar por não ser fina o suficiente.
Sebastian desceu, tirou a Ciel da cadeirinha e abriu a porta para mim.
Desci junto com eles, caminhamos até a entrada do restaurante, Sebastian deu seu nome e disse sobre a reserva feita, ele realmente havia preparado tudo.
A moça nos guiou até uma sala privada.
Sentou Ciel na cadeira alta e dirigiu seu olhar na minha direção. - Espero que não de importe de ficarmos um pouco afastados.
– Não, muito pelo contrário me tirou de uma forte pressão, eu já não me lembro a ordem certa para garfos e facas, se eu errar não será tão vergonhoso. - Sorri me sentando conforme ele puxava a cadeira.
– Não se preocupe com isso, pedi a mesa afastada exatamente para Ciel não precisar se preocupar com isso, ele não se alimenta bem quando é forçado a esse tipo de etiqueta. - Sorriu.
Respirei aliviada, ele era um melhor pai do que aparentava.
Fomos servidos, até a comida Sebastian se deu o luxo de escolher, uma bela entrada chegou para nós.
– Então professora, você mora com seus pais? - Segurava uma taça de vinho enquanto me olhava nos olhos.
– Não, meu pai morreu quando eu era menina e minha mãe está em um asilo, ela tem Alzheimer. - Suspirei, colocando os fios atrás da orelha.
– Desculpe... Eu não sabia. - Apoiou a taça na mesa desconfortável.
– Tudo bem. - Forcei um sorriso. - Mas me diga, com o que você trabalha?
Imediatamente ele aceitou mudar de assunto. - Eu faço prédios como se diz o Ciel.
O pequeno comia fazendo uma sujeira em seu rosto. - Ele tem caminhões, tratores e uma porção de operários, como nos legos.
Sebastian sorriu para o pequeno. - E quando você tiver o meu tamanho tudo aquilo será seu.
Os olhos do pequeno brilharam. - Uou.
Sorri, eu adorava admirar a relação que eles tinham.
Sebastian puxou o guardanapo para limpar o rosto de Ciel.
– Pai, para, ela vai achar que sou um bebê. - Empurrou as mãos do pai.
– Mas você é. - O homem riu, me arrancando uma risada também.
O jantar foi realmente divertido, eu saí do restaurante cobrindo Ciel de beijos pelo rosto enquanto o abraçava, enchia ele de marcas de batom. - Você é tão fofo meu amor.
O pequeno gargalhava em meus braços.
– Estou começando a ficar com ciúmes, não ganho beijos também? - Se aproximou apoiando a mão no fim das minhas costas, senti uma arrepio me percorrer, era a primeira vez que nos tocavamos.
Corei e virei o rosto em direção a ele, beijei sua bochecha rapidamente e andei em direção ao carro.
Sebastian sorriu me seguindo, dessa vez fui eu quem prendeu Ciel a cadeirinha.
Sebastian se apoiava na porta observando.
Beijei o rosto do pequeno e me afastei para que ele pudesse fechar a porta.
Entramos no carro e ele seguiu em direção ao endereço da minha casa.
Sebastian estacionou o carro ao chegarmos, desceu, abriu a porta para mim.
– Obrigada por me trazer em casa, a noite foi realmente divertida. - Caminhei até a porta segurando a bolsa.
– Que bom, espero que seja um sinal para um segundo encontro. - Sorriu.
– Com certeza. - Sorri e apoiei a mão em sua bochecha para limpar a marca de batom que eu havia causado.
– Não tem problema. - Segurou a minha mão e a beijou.
Ciel rapidamente se soltou da cadeirinha e apoiou as mãos na janela do carro para olhar a cena. - Por favor um beijo, por favor um beijo. - Cruzava os dedos.
Sebastian apoiou as mãos em meu rosto. - Posso?
Assenti de forma positiva.
Ele agarrou minha cintura e roçou seus lábios aos meus, eu abri a boca com cuidado e ele me invadiu, nos beijamos de forma intensa, nossas línguas se envolviam, passei os braços por seu pescoço pressionando meus seios em seu rígido peitoral, enquanto ele descia as mãos por meu quadril o pressionando contra o dele, nosso beijo estava cada vez mais intenso, nossas cabeças se moviam ritmadas, logo ambos estávamos sem fôlego.
Afastamos pouco mais de um centímetros para pegar ar e começamos outra vez.
Ciel comemorava dentro do carro. - Isso aí.
Nos afastamos recuperando o fôlego. - Preciso entrar. - Disse corada.
– Tudo bem, eu te ligo. - Mordeu o lábio inferior.
Sorri o olhando. - Vou esperar ansiosa. - Segurei a bolsa e entrei dentro do prédio.
Sebastian retornou para o carro e Ciel rapidamente se sentou fechando a cadeirinha outra vez.
– E então... - Pequeno disse olhando para o pai colocar o cinto.
– O que? - O moreno ligava o carro.
– Vocês se beijaram isso significa que... - Dizia ansioso.
– Estava espiando? - O pai ergueu as sobrancelhas para o pequeno.
– Não, vocês fizeram isso bem na porta. - Disse se fazendo de santo.
– Nos beijamos, e isso significa que o seu pai quer mais. - Riu.
– Ótimo, vamos começar os preparativos do casamento. - Sorriu.
Durante todo o caminho de volta o pequeno falou sobre o casamento deles.
– Eu vou ser o padrinho do casamento de vocês. - Dizia ficando na ponta dos pés e abrindo a porta.
– Você não pode ser o padrinho, vai ser quem leva as alianças. - Riu ajudando o filho a abrir a porta.
– É um papel menor, mas eu aceito. - Sorriu entrando em casa, mas o sorriso desapareceu ao ver quem estava na sala.
– Fico feliz de ver que já estão planejando nosso casamento. - Beast dizia sentada no sofá com um sorriso no rosto.
– Boa noite pai. - Ciel acenou e correu para o quarto.
– Merda. - Sebastian sussurrou para si mesmo.
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Atualizado até capítulo 53
Comments
Carli Silva
mini casamenteiro 🤣🤣
2023-10-18
0
Carli Silva
fios azulados?🤔 ele colorir o cabelo?
2023-10-18
0
Valéria Barbosa
não estou entendendo 😔😔😔😔😔
2023-10-11
0