Capítulo 18

— Não por favor! Não... Eu imploro. — Gioh batia no peitoral de Dante que a olha assustado com a mudança drástica em seu rosto que era de prazer, agora estava apavorado.

Dante tenta novamente beijar ela que pede baixinho por socorro em um delírio relembrando algo do seu passado. Empurrando Dante de cima dela, ele a encara confuso, vendo ela se cobrir com o lençol e se encolher na cama, abraçando seus joelhos com seus olhos cheios de lágrimas.

— Desculpa, por favor desculpa! — Giovanna fala entre lágrimas.

— Está tudo bem?

Dante se aproxima dela que se encolhe ainda mais na cama, ele sente todos seus músculos se enrijecer, um ódio percorre suas veias apenas em imaginar quem ou o que fizeram com a sua ruiva.

— Sou eu lindinha! Olha para mim. Eu não vou te machucar.

— Desculpa! Desculpa! — Ela murmura com seus olhos abertos, porém distantes.

Dante coloca sua cueca que estava pelo chão e aproxima se sentando próximo a ela e a puxa para seus braços.

— O que fizeram com você lindinha?

Giovanna fecha seus olhos e pode relembrar de toda sua dor e agonia que havia passado há alguns meses.

Ela chora abraçando forte Dante que sente uma pressão em seu peito, dificultando sua respiração apenas em imaginar o que ela havia sofrido.

Giovanna sente o carinho de Dante que era algo delicado se transforma algo áspero em sua pele, sua garganta se fecha sentindo algo diferente de conseguir engolir.

Rapidamente ela abre seus olhos e encara assustada Dante que a olha.

— Não me olha assim, por favor!

— Eu preciso entender o que aconteceu, o que fizeram para você ou o que eu fiz?

Dante retira ela de seu colo e se vira sentando virado para Gioh, que deixa suas lágrimas caírem sem se importar. Ela lembra o que o homem tentou fazer e respira fundo soltando um sorriso franco.

— Há alguns meses eu estava em uma festa com Alice e seu namorado, era a primeira vez que nós íamos sair juntos, eu não conhecia ele. — Gioh respira fundo e solta o ar como um pedido de socorro.

— Se não quiser contar, tudo bem. — Dante fala sendo o mais compreensível possível.

— Eu estava dançando e bebendo e ele chegou me oferecendo bebida, eu aceitei, pois era o namorado dá minha amiga, nos dançamos, eu perguntei onde ela estava, ele me disse que tinha ido embora, eu achei estranha, pois não fazia muito tempo que nós estávamos na festa eu tentei me afastar, mas ele me segurou forte.

Dante encara a mulher que olhava para suas mãos estralando seus dedos, ele escutava cada relato dela sentindo suas veias dilatarem, ele tenta controlar o ódio que percorria sua veia. O homem fecha suas mãos tentando conter toda sua raiva, ele queria correr dali e encontrar esse filho da pütä o mais rápido possível, mas ele se mantém ali parado escutando cada parava que ela dizia que parecia sair rasgando a garganta de Giovanna.

— Ele me drogou e quando percebeu que eu não tinha força para lutar me arrastou para o banheiro da festa, eu senti a malícia dele ao tocar minha pele, eu tive nojo de mim por muito tempo, eu acreditei que aquilo que aconteceu era minha culpa.

— Não lindinha não foi! — Dante sussurra em seu ouvido.

Gioh sente sua respiração ficar pesada, ela tenta se libertar desse maldito passado, mas era tudo tão recente para sua mente ainda. Ela fecha seus olhos e abraça forte Dante que segura ela firme em seus braços.

— Eu só senti ele levantando meu vestido e tentando retirar minha calcinha, fechei meus olhos e pedi para Deus alguém que pudesse me salvar daquela situação, senti ele desabotoando sua roupa e me virando bruscamente para a parede. “Fica quietinha ruivinha, não vou te machucar” foram as palavras que ele usou, eu chorei baixinho implorando para não fazer aquilo. Deus mandou um anjo que entrou no banheiro e me salvou de ser violentada. Eu não me lembro de tudo, pois desmaiei logo que ele entrou, mas me lembra de ter visto um rapaz diferente me levar para o hospital e ficar comigo por um tempo.

— Você conhece? — Dante a encara com os olhos escuros, demostrando todo seu ódio.

— Não, mas escutei ele dizendo no telefone que o cara havia fugido e ele tentaria encontrar mesmo que fosse ao inferno. Eu perguntei quem ele era, ainda estava meio drogada, ele falou “alguém que irá te proteger” eu não me lembro do rosto dele, mas nunca me esquecerei da sua voz.

Dante ouve cada palavra que sai da boca de Giovanna com atenção, ele aperta ela ainda mais forte em seus braços e beija seus lábios, um beijo calmo sem malícia apenas tentando confortar ela.

— Não se preocupe lindinha, eu irei resolver isso. Agora deita aqui e descansa, temos um final de semana para aproveitar.

— Desculpa por tudo. — Sussurrou em seu peito.

— Você não precisa se desculpar, eu deveria ter entendido os seus sinais.

Dante beija a cabeça dela, o silêncio domina o quarto, mas logo eles escutam um choro vindo do quarto ao lado.

— Vou buscar Meuzinho. — Ela fala e se levanta indo para o outro quarto.

Dante vai até o banheiro e entra debaixo do chuveiro na água gelada tentando diminuir seu ódio. Quando ele sai, Giovanna estava deitada com o menino na cama já dormindo, ele se abaixa e beija sua testa.

— Boa noite lindinha!

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