Entre Dois Mundos
Valen: Senti o cheiro dela por aqui.- Ele parou preocupado.- Íris.
Íris: Oi?
Valen: Estou sentido cheiro de sangue também. Está vindo de lá.
Íris: Meu Deus! Tomara que a Leonor esteja bem. - A fadinha saiu correndo.
Perspectiva da Leonor:
Estava ouvindo um barulho vindo de trás dos arbustos, então do nada vejo um ser vindo voando em minha direção. Era Íris
Íris: Leonor! - Disse com voz chorosa.
Leonor: Íris! - Levantei para ir ao seu encontro, mas me contive pela dor no tornozelo.
Assim que viu o sangue em mim, ela parou e ficou pálida.
Íris: S-san...gue. - A voz dela mal saía.
Valen: Íris, não saí correndo assim. - Valen apareceu.
Não achei que gatos poderiam ser expressivos em suas feições, mas Valen era. Ele olhou para mim e logo seu olhar desceu para o sangue que escorria do meu pescoço. Seus olhos encontraram o meu novamente, e pude ver o quão preocupado ele estava.
Valen: O que aconteceu? - Disse preocupado.
Leonor: É uma longa história...- Disse tentando não transparecer que estava com dor, já que os dois já pareciam que iam ter um treco.
Íris: C-curandeiro...Precisamos levar ela para o curandeiro! - Disse agitada.
Valen: A aldeia mais próxima é a uma hora daqui Íris.- Sua voz estava grave e preocupada.
Íris: Ent-então o q-que fazemos? - perguntou desesperada.
Leonor: Estou bem, gente. Eu aguento uma hora até chegarmos na aldeia.- Na verdade eu acho que não aguentava não, já havia perdido uma quantidade boa de sangue, o pedaço de pano que usei para enfaixar, já estava encharcado, ao passo que o sangue escorria pelo meu corpo.
Valen: Ah... Leonor, tira esse pedaço de pano, vou dar um jeito nisso. - Disse se aproximando.
Leonor: O-o que vai f-fazer?
Valen: Primeiro socorros, agora tira esse negócio e sente debaixo daquela árvore.
Fiz como ele havia pedido. Ele se aproximou, até ficar bem perto de mim, então ele começou a lamber a ferida no meu pescoço.
Leonor: Aii! - disse me afastando pela dor do contato da língua dele em minha pele
Valen: Não se mexe! Não queria estar fazendo isso aqui também não.
"Então por fazendo que está fazendo?!", pensei brava.
Leonor: Isso é o primeiro socorros do reino mágico? - Perguntei constrangida.
Íris: Saliva de elfos tem poder curativo, mas é a longo prazo, não imediatamente como a poção das fadas de cura, no entanto, é muito mais eficiente que uma poção, já que até às cicatrizes somem.
Leonor: Acho que já ouvi falar de algo assim...- lembrei do Teodor me falando sobre isso.- Todo elfo faz isso?
Valen: Não, só os da realeza. A algumas fadas e elfos, até anões, que conseguem fazer poções de cura, mas um poder que sai deles para curar os outros, somente a realeza possui.
Leonor: Por que os da realeza tem e os outros não?
Valen: É uma longa história. Quando esse mundo foi criado, Nir estabeleceu os elfos como seus representantes na terra, ou seja, responsável por cuidar das outras criaturas. - Disse dando uma pausa nos primeiros socorros.- No início isso era uma responsabilidade de todos os elfos, mas a maioria deixou o poder subir a cabeça, eles abusavam das outras criaturas, cobravam absurdos para usarem seus poderes de cura, entre outras coisas. Então Nir estabeleceu um representante direto seu na terra, que era o imperador élfico, o imperador e seus descendentes tem a responsabilidade de manter a ordem no reino mágico e cuidar das criaturas.
Leonor: Então vocês tem que ficar lambendo a feridas das outras criaturas assim.- Por mais que fosse uma atitude muito nobre, ainda assim era muito nojento.
Valen: Não! - Ele parecia ter achado a ideia tão repulsiva quanto eu.- Nossa saliva é coletada e enviada aos anões ou as fadas de cura, eles a transformam em poções que são distribuídas para os cidadãos. - Disse voltando a cuidar da minha ferida.
Leonor: Isso dói! - murmurei.
Íris: Mas Leonor, como você ficou nesse estado?
Valen olhou para mim, como se também exigisse uma resposta. Então expliquei tudo que havia acontecido.
Íris: Eram trolls! Tenho certeza! Essas criaturas repugnantes que ficaram do lado das bruxas!
Valen: Também acho que eram trolls, e provavelmente a "senhora" que eles falavam era uma bruxa.- Disse de forma sombria, "deve ser por causa da bruxa", pensei.
"Depois do que ele passou na mão das bruxas, deve ser difícil para ele sequer pensar nelas."
Valen: Íris, rasga um pedaço dessa capa por favor.
Íris: É pra já!
Leonor: Desculpa Valen, estou fazendo você fazer todo tipo de coisa ultimamente...- Pensando em tudo que ele estava fazendo por mim até agora, eu me sentia grata, mas também muito constrangida.
Valen: Você vai ser aquela que vai salvar meu povo, eu não estou fazendo mais do que minha obrigação cuidando de você.- "Ele realmente é da realeza", pensei.
"Ele só está fazendo isso porque sou filha da profecia", tentei afastar esses pensamentos, mas não conseguia não me sentir chateada, porque no fundo eu queria que ele fizesse isso porque me considera uma amiga.
Íris enfaixou meu pescoço e tornozelo com o pedaço de pano retirado da capa. Os "primeiros socorros" de Valen ajudaram a segurar um pouco do sangue, mas a ferida ainda estava bem ruim.
Valen: Isso deve fazer ela aguentar até chegarmos na aldeia.
Leonor: E você Valen? Como vai entrar na aldeia se ainda está na forma de gato?
Valen: Irei levar vocês até a entrada, depois tenho algo para fazer. Íris, você vai cuidar da Leonor, encontro vocês a noite.
Íris: Okay! - Disse a fadinha como quem estava encarregada de uma grande missão.
Valen: Vamos então. Consegue subir Leonor?
Leonor: Sim.- Montei em cima de Valen.
Paramos primeiro na caverna para eu comer, já que estava varada de fome. Embrulhamos alguns pedaços de servo e frutas e seguimos viagem.
Continua...
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Atualizado até capítulo 7
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