《Equipe Harley》

Capital de Garden: Laiden

A neve caía por todo o lugar, cobrindo de branco a paisagem da grande capital. O frio que a neve trazia não impedia que as pessoas saíssem de casa. Várias delas iam e voltavam das ruas frias e gélidas, com seus casacos compridos e chapéus que traziam certa elegância para a área burguesa da cidade. Um dos lugares onde a neve caia impiedosamente era o centro de operações da República de Garden, ou o QG central, onde vários soldados, vestidos com suas fardas azuis em detalhes vermelhos entravam e saíam do prédio, que era enorme, com uma estrutura que remetia ao Renascentismo. Dois desses soldados se dirigiam para a sala do coronel em exercício. Era visível a diferença de idade e patente entre ambos.

— O que o coronel quer, hein?

Harley tinha uma pele branca, que quase se igualava à neve que caía naquele dia, e que fazia suas bochechas e nariz ganharem um tom rosado. Ele segurava o quepe que fazia parte de seu uniforme, passando a mão na tentativa de tirar um pouco da poeira que havia.

— Saco! Nem deu tempo de pentear os cabelos — disse passando a mão em suas madeixas loiras, na tentativa de ajeitá-las para trás. Em seguida, coloca seu quepe, leva a mão a um de seus olhos turquesa, esfregando-o enquanto dá um longo bocejo.

— Se você parasse de perder tempo bebendo talvez tivesse tempo de dormir e, como consequência, teria tempo suficiente para se arrumar — diz Henry, que ajeita seus óculos de grau, parando em frente a uma porta de madeira com tom bordô. Ele bate à porta, e uma voz ecoa:

— Podem entrar.

Os dois, então, adentram a sala, avistando o coronel sentado à sua mesa. Em demonstração de respeito, Harley e Henry tomam posição de sentido, saudando o coronel Klaus com uma continência. Havia outro homem na sala; este era o major Roger Lock, o filho mais velho do falecido rei Alexander. Roger, que tinha longos cabelos pretos presos em um rabo de cavalo, olhos castanho-claros, lembrando os de seu pai, usava o uniforme do exército de Garden, com a diferença de carregar duas medalhas no peito. Harley percebe que o homem o encara fixamente.

— O que é, major Roger Lock?! — Harley cerra o punho.

Roger ajeita seu quepe para cima e olha nos olhos de Harley, tentando intimidá-lo:

— Oficial Harley Barnes!

Os dois prestam continências um para o outro, frente a frente, ficando mais que visível a diferença de altura entre ambos; Harley tem 1,63, e Roger mede 1,89. O clima pesado que paira sobre a sala é quebrado por Henry, que cumprimenta o coronel.

— Mandou chamar, coronel Klaus?

O homem mais velho da sala, que estava observando a situação com os cotovelos na mesa e as mãos no queixo, pronuncia-se ao perceber que Harley e Roger ainda se encaravam fixamente.

— Só vamos esperar o Chihuahua e o Pequinês pararem de arfar.

Os dois então se recompõem e prestam continência ao coronel, enquanto falam juntos e em tom uniforme:

— Desculpe senhor!

— Pois bem! Vamos começar a reunião.

Klaus abre uma das gavetas da mesa, tirando de lá alguns papéis e colocando-os sobre a mesa para que os presentes possam ler.

— São relatórios do forte South Desert.

Enquanto todos na sala liam os papéis, o coronel explicava a situação:

— Wolfsburg tem uma equipe especial, composta só de magos, sempre atacando juntos. — Ele vai até um mapa que havia na parede. — Nós posicionamos um mago em cada canto da batalha, o famoso “dividir para conquistar”, mas subestimamos o inimigo, e eles foram atacando mago por mago, em um combate de seis contra um.

— Mas e o forte? E os soldados que estavam lá? Havia mais de setecentos lá, e o forte é muito importante, pois fica ao lado de uma reserva de minério — Henry diz em tom de preocupação.

Coronel Klaus dá uma boa olhada para o mapa na parede, franzindo o cenho em reprovação.

— Agora pertencem ao inimigo. — Ele, então, anda até a janela, colocando as mãos para trás. — Mas não se preocupe, vamos pegar de volta, iremos montar uma equipe só de magos para contra-atacar. Já emiti um chamado para a população.

— Espere aí! — o major Roger se pronuncia, demonstrando sua impaciência e reprovação. — Eu já tenho uma equipe.

— Certo, mas a sua equipe é… Como vamos dizer isso… Fraca. Claro que você não é fraco, major Roger, mas os integrantes de sua equipe são. Eles dependem muito de você, e também não são bem preparados, mas nós iremos montar uma nova equipe com o comando do oficial Harley.

Harley fica surpreso com o que o coronel acaba de falar, e passa a prestar mais atenção na conversa.

— Pensei que o tenente-coronel Henry iria liderar essa nova equipe — Roger diz cruzando os braços com a feição de quem não gostou nem um pouco.

— O Conselho decidiu fazer umas mudanças. Vamos manter sua equipe, mas Henry irá para ela, e em troca a cadete Akemi irá para a nova equipe que será treinada.

— Quê?! Mas... Mas ela é minha secretária, é ela quem faz os relatórios, quem assina os pa…

— Tenho escolha? — Harley diz interrompendo o major Roger.

— Sim. — Mais uma vez Harley fica surpreso por ter escolha, já que ele esperava ser uma ordem do coronel. — Temos outros nomes, caso você se recuse. Você pode me dar uma resposta no final do dia, se quiser.

《♤♡◇♧》

Um garoto que aparentava ter uns dezessete anos estava parado em frente ao centro de recrutamento de magos; ele segurava um folheto com os dizeres “Garden precisa de você”. Suas mãos suavam e tremiam nas luvas que usava, pois estava nervoso e com medo do que viria a enfrentar na seleção. Ele guarda o folheto no bolso de seu casaco, pensando consigo mesmo:

— Vamos lá, Luke! Você consegue!

Luke não aparentava ser um nobre, ao contrário, sua aparência era a de um garoto do subúrbio de Garden. Seus cabelos ruivos combinavam com seus olhos castanhos com um tom vermelho. Certamente sua característica mais marcante eram as sardas em seu rosto. O garoto parecia estar perdido em seus pensamentos, que foram interrompidos pelo doutor Charles.

— O teste irá começar. Até o fim do dia teremos os novos recrutas.

O doutor Charles era uma figura um tanto inusitada, em torno de seus vinte e sete anos, com seus cabelos pretos, raspados no lado esquerdo. Seus olhos observadores tinham um tom esverdeado, e usava uns óculos redondos apoiados na testa, com um jaleco branco por cima de uma camisa social preta. Ele estava parado na frente de todos os candidatos, com as mãos nos bolsos e uma goma de mascar na boca, mastigando freneticamente enquanto observava um por um os que estavam ali presentes.

— Doutor Charles! — Henry com um tom de voz firme chama a atenção de Charles.

— Fale, tenente-coronel Campbal. — Ele ainda olhava em volta como se procurasse alguém.

— Vem cá, o oficial Harley não vem?

— O oficial Harley não participará dessa etapa.

— Ah! — ele contrai os lábios fazendo uma careta que demonstra sua desanimação. — Queria fazer alguns testes com ele; ouvi dizer que é conhecido como Ceifador Negro pelos inimigos, e pode matar mais de cinquenta soldados comuns sozinho. Escolheram-no para treinar essa nova equipe porque o Conselho quer mais soldados como ele.

Charles entrega alguns papéis para Henry.

— Pois bem! Vamos começar.

Havia mais de duzentos candidatos. Charles e Henry chamavam um a um para uma sala, onde o doutor Charles usava uma máquina que era quase igual a um toca discos, com a diferença de ter uma folha e fios que se ligavam à testa dos candidatos. Essa máquina servia para medir o nível de mana das pessoas. Ela mandava sinais para a ponta do grafite que havia na agulha, desenhando na folha ondas de mana ou energia vital.

— Luke Fallett! — Henry diz o nome na porta da sala, e o garoto vai até ele; nervoso ele mal olha para Henry. — Identificação!

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Ana Regina Fernandes Raposo

Ana Regina Fernandes Raposo

AUTORA O ROTEIRO SÓ FALA DE GUERRA. NÃO TEM ROMANCE.

2023-07-19

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