Capítulo V

Na tarde do dia seguinte, Sofia estava no carro com Marcus rumo ao escritório dele. O marido pegou a mulher no restaurante por volta de quatro horas da tarde, a reunião aconteceria às cinco horas. O homem permanecia calado, embora Sofia sentisse que ele lhe olhava de vez em quando. Os dois estavam sem se falar desde a noite anterior, ele tentara dizer algumas palavras, mas a mulher não quis ouvir, estava muito magoada.

O carro parou em frente a empresa e ela desceu, sem esperar pelo marido, Sofia entrou no prédio onde foi cumprimentada pelo porteiro e pela recepcionista. Ela sorriu para todos e foi para o elevador, onde Marcus a alcançou. Subiram juntos até o andar da diretoria, onde encontraram Eleno, o sócio de Marcus, esperando.

“Boa tarde, Sofia.” - o homem disse, sorrindo.

“Boa tarde, Eleno. Como vai?” – perguntou, séria.

O melhor amigo de Marcus parecia ter percebido a tensão entre o casal, por isso não falou muito.

“Bem, apenas preocupado com a empresa. Marcus já falou sobre esse ‘investidor’?

“Não, ele só disse que esse homem, de quem nem mesmo sei o nome, queria minha presença aqui.” – ela sorriu, amarga – “E insinuou que eu devo conhecê-lo de algum lugar.”

“Sofia...” – Marcus tentou dizer, mas a mulher o calou com um gesto de mão.

Eleno olhou para o sócio que mantinha sua pose carrancuda. Então, o homem explicou o problema que eles passavam e a necessidade que tinham de um acordo com o estranho. Sofia entendia tudo isso, só ainda não compreendia em que momento ela se tornara essencial naquele acordo, nem mesmo sabia quem estava propondo aquilo.

“Boa tarde.” - uma voz disse da porta e Sofia se virou. No mesmo instante sentiu o coração acelerado quando reconheceu o homem do restaurante, aquele mesmo que tentou falar com ela duas vezes. - “Olá, Sofia.” - ele disse como se fossem amigos e ela franziu a testa, estranhando a intimidade.

“Sente-se, Sr. Furkan.”

O homem se sentou de frente para Sofia e ao lado de Eleno. Marcus olhava para ela e para o homem, o tempo inteiro, estava à beira de perder a paciência.

“Por que o senhor quis minha presença aqui? Não tenho nada a ver com a empresa do meu marido.”

“Devo dizer que você é uma mulher difícil.” - o homem disse sorrindo, abertamente – “Marcus, tentei falar com sua esposa duas vezes em seu restaurante, mas sempre estava ocupada demais para conversar. Então, soube que a empresa Bianco estava em apuros e vi nisso uma maneira de juntar o útil ao agradável.”

“O que você quer de mim?” - Sofia perguntou, direta, sem tempo para as gracinhas do desconhecido – “Eu não o conheço, só o vi duas vezes em meu restaurante, nunca tive nenhum contato com você antes. Suas palavras e ações estão mexendo com meu casamento!”

“Simples. Desde o momento em que a vi, em seu restaurante, me interessei. A sua esposa é uma mulher muito atraente, Marcus.” - o marido ciumento apertou as mãos em punhos e grunhiu como um animal, o que só fez o outro rir – “Então, vendo que sua empresa está precisando de dinheiro pensei. Estou disposto a dar todo o dinheiro que Marcus precisa, desde que eu tenha uma noite com a sua esposa.”

Ela viu o momento exato em que Marcus entendeu a proposta. O marido se levantou e voou no outro que sorria abertamente. Eleno tentou separá-los, mas Marcus estava disposto a matar o abusado.

“MARCUS!” - Sofia gritava e tentava tirar o marido de cima do outro, mas sem sucesso.

A secretária chamou os seguranças e logo conseguiram tirar seu marido de cima do homem. Furkan tinha um olho roxo e o nariz sangrando, mas não perdeu o sorriso debochado.

“Eu vou deixar você pensar, Marcus. Eu sei que essa empresa é importante para você, eu sei que você construiu tudo sozinho e tem muito medo de perder seu império.” - e saiu, antes que Marcus conseguisse atacá-lo de novo.

O marido conseguiu se soltar dos seguranças e saiu da sala, sem nem mesmo esperar por ela. Sofia olhou para Eleno, sem entender o que estava acontecendo e o advogado parecia tão perdido quanto ela.

“Eleno… o quanto a empresa está precisando de ajuda?”

Então o homem explicou, bem mais detalhadamente, o que estava acontecendo, o valor que precisavam e o prazo que tinham para se recuperar: quatro milhões de dólares e um mês.

“Sofia, a proposta que esse homem fez é absurda.”

“Eu sei, Eleno, eu nunca dei nenhuma esperança ou razão para que esse homem aja assim.” - respondeu pensativa, enquanto pegava a bolsa – “Tenho que ir falar com Marcus.” - despediu-se do advogado e saiu.

Pegou um táxi no meio da rua, uma vez que o marido a abandonou ali e foi para casa. Conseguia entender que o marido estava chateado com o absurdo da proposta, mas que culpa ela tinha? Por acaso ela aceitara a proposta? Marcus, mais uma vez, agia de maneira impulsiva e a magoava.

Quando chegou em casa, procurou o marido por todos os cantos da casa, mas ele não estava ali. Sofia aproveitou o momento sozinha para pesquisar o quanto poderia levantar com a hipoteca no restaurante, queria muito ajudar o homem que amava e, se precisasse, abdicaria do seu negócio pela empresa do marido.

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Comments

Solange Coutinho

Solange Coutinho

Gente que homem ridiculo

2023-09-07

0

Alessandra Garcia não vi essa cena.

Alessandra Garcia não vi essa cena.

até eu mataria. cata sem noção. só espero q eles não aceite . mais duvido se for basear pelo título do livro

2023-09-05

0

Edy

Edy

Alguém aqui nos comentários já viu o filme com a Demi Moore que se chama Proposta indecente? Então, é mais ou menos isso. Muito bom!!!

2023-07-29

0

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