Capítulo IV

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Mais tarde, Sofia recebeu mensagens do marido, o homem estava tão arrependido pelo modo como agira que queria levar a esposa para jantar fora. A verdade é que a mulher preferia ficar em casa com Marcus, mas concordou em sair com ele.

Quando chegou em casa, encontrou o lugar vazio, aproveitou para tomar banho e trocar de roupa. Escolheu usar um vestido que ia até o meio das coxas, de cor verde-escuro, e alças fininhas. A mulher fez uma maquiagem leve e quando estava colocando os pertences na bolsinha, o marido abriu a porta do quarto.

Eles se olharam e Marcus sorriu para ela. O homem era sempre sério e sisudo, os sorrisos dele sempre eram dela e isso a maravilhava, porque quando o marido sorria seu rosto se iluminava, os olhos brilhavam e ele parecia muito mais bonito.

- Boa noite. – ele disse entrando no quarto.

Sofia observou que o homem tinha um buquê de rosas brancas nas mãos e não estava com as roupas habituais de trabalho, ele trajava camisa e calça sociais pretas.

- Você trocou de roupa antes? – perguntou enquanto ele lhe entregava as rosas e a abraçava.

- Eu cheguei mais cedo. – ele depositou um beijo no pescoço da mulher, causando-lhe arrepios – Eu queria que a noite fosse perfeita.

- Marcus... – ela acariciou o rosto do homem com carinho – Eu não preciso disso, só preciso de você, de nós, juntos.

O homem deu um beijo em sua testa e suspirou.

- Desculpe. Eu agi como um idiota.

- Tudo bem, só prometa que não me esconderá mais nada.

O homem assentiu.

- Então, antes de irmos, quero te explicar tudo o que está acontecendo. Vamos.

O casal saiu do quarto principal e Marcus levou a esposa para o escritório, ele mostrou o que tanto lhe afligia naqueles dias: faturas, extratos e outras provas que o contador da empresa havia lhe mostrado. A empresa estava em falência e só um milagre poderia salvá-la.

“Marcus, nós podemos hipotecar o restaurante, hipotecar essa casa e isso pagaria a sua dívida.” – Sofia propôs.

“Não, não quero isso.” - respondeu – “O restaurante é seu, você construiu com seus esforços.”

Sofia suspirou. Marcus não entendia que ela daria tudo a ele pela sua felicidade, nada mais importava, mas o marido era orgulhoso demais para aceitar sua ajuda.

“Marcus.” - Sofia puxou o rosto do homem para si, queria que ele a fitasse, que ele visse seus olhos quando falasse – “Tudo que é meu, é seu. Não me importa o restaurante, eu me importo com você.”

“Não.” - ele respondeu, sério – “Eu vou resolver. Só quero que você me perdoe pelo jeito que agi. Tive medo de te perder, de você me achar um fracassado.”

“Eu amo você, Marcus. Mesmo que você e eu não tenhamos mais nada de bens, pelo menos teremos um ao outro. Eu me apaixonei pelo homem, não pelos seus bens.” - ela disse e o marido, com um grunhido, juntou os lábios dos dois em um beijo desesperado.

Sofia ficou de ponta de pés e envolveu o pescoço do esposo com os braços. Marcus desceu as mãos pela lateral do corpo da mulher, descendo pelas coxas, puxando-a para cima, a mulher enlaçou a cintura dele com as pernas e, sem parar de se beijar, voltaram para o quarto.

Marcus deitou a esposa na cama e sem descolar os lábios, baixou as alças do vestido dela, distribuindo beijos pelo queixo, pescoço, colo. Quando ele tocou os seios dela, Sofia gemeu, cheia de desejo.

“Marcus…” - ela pediu, enquanto o homem descia a boca pelo corpo da esposa, saboreando cada pedaço dela, adorando-a com a boca e levando a mulher a loucura.

Sofia tirou a camisa dele com pressa, querendo sentir a pele dele contra a dela, ela arranhou as costas do marido quando ele substituiu a boca pelos dedos e a estimulou até fazer a mulher implorar.

“Marcus, por favor...” – ela repetia, em delírio.

“O quê?” – o homem perguntava enquanto movimentava os dedos com mais rapidez – “Diga que é minha, Sofia.”

“Marcus...” – a esposa gemeu, inebriada pelo prazer que se aproximava.

“Diga, Sofia.”

“Eu sou sua.” – ela falou e logo em seguida sua mente ficou nublada com o prazer.

Marcus a penetrou, ávido por ela, repetindo várias vezes que ela era dele e que ele a amava. Quando os dois chegaram ao ápice juntos, ele desabou em cima dela, exausto. Os dois caíram sono profundo, esquecidos do jantar especial e de qualquer outra coisa que não fosse eles mesmos.

Nos dias que se passaram, o casal tentou buscar alternativas para aquele problema, mas não tinha outro jeito, além de decretar falência. Sofia queria ajudar de alguma forma, mas não sabia como, além de hipotecar o restaurante. Falou sobre isso com o marido, mas ele estava irredutível, não queria que ela vendesse o lugar. Ele daria um jeito.

Quando chegou em casa naquela noite, Marcus a esperava na cozinha, trabalhando no laptop.

“Boa noite.” - ela abraçou o marido, mas sentiu que ele se retesava com seu toque – “O que aconteceu?”

“Sente-se.” - ele pediu, indicando a cadeira em frente a ele, mas Sofia sentou-se ao seu lado.

“O que aconteceu?”

“Hoje recebemos uma proposta de um empresário. Ele está disposto a nos emprestar o dinheiro necessário para nós.”

Sofia sentiu-se tão feliz que quis abraçar o marido, mas o homem a deteve com um gesto da mão.

“Mas ainda não sabemos em quais condições ele irá emprestar o dinheiro, pois quer que você esteja presente na reunião.”

“Eu?” - Sofia perguntou, assustada.

“De onde ele te conhece?”

A mulher olhou para o marido, incrédula.

Ele realmente estava duvidando dela?

Como ela poderia conhecer algum empresário, se Sofia só ia da casa do trabalho e vice-versa.

“Eu nem mesmo sei quem é, Marcus.” - respondeu, calma, pois estava com a consciência tranquila, embora o modo como o marido duvidava de sua honra sempre a deixava muito triste.

Os dois se encararam por longos minutos, Marcus com raiva e Sofia decepcionada. Não conseguia acreditar que o marido ainda duvidava dela, percebeu que talvez ele não a conhecesse bem.

Sofia quebrou o contato visual e levantou-se.

“Espere.” - Marcus disse, já com a voz um pouco mais suave, menos dura.

“Vou dormir, Marcus. Apenas me avise a hora que devo estar no seu escritório. Boa noite.” - e foi se deitar, sem querer nem ver a cara do homem com quem se casou.

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