Concubina Real: Uma família de porcos nunca se separam.

Depois de banhar-me, eu escolho um lindo vestido vermelho, sem colo, longo e volumoso. Pego o meu Batom vermelho. E passo o dedo no cubo minúsculo e o passo sobre os lábios, os pintando de vermelho. Depois uso o fino pincel nas pálpebras, fazendo linhas pretas.

(Ela está a falar do delineador. Que na época já existia, mas era tipo... uma vasilha pequena de madeira, com um líquido preto dentro. Pintavam os olhos com um pincel fino. E o batom, era também, semelhante a uma vasilhinha minúscula com um líquido grosso e cremoso).

Me olho no espelho e ajeito o longo cabelo negro. Eu suspiro.

Eles com total certeza estarão lá. Tenho até ânsia ao pensar que estarei no mesmo lugar que esses estrumes de gente, Mas como uma das concubinas preferidas do Rei estarei lá. Eu estou no puro ódio agora. Aff.

Me sento na cama. E as cenas das chicotadas, abusos,... vem na minha cabeça. Ponho as mãos na própria e suspiro fundo.

Não pense nisso agora. Não pense nisso agora. Não pense nisso agora.

Nada e ninguém vai me fazer esquecer cada segundo da minha vida passada. Todos que me humilharam, todos que riram de mim no dia da minha morte, que também era o Dia do meu aniversário, vão pagar por isso. Mesmo que eu tenha que matá-los. Eu matarei, sem hesitar.

Me levanto e saiu do quarto.

Estou pronta.

...****************...

CHEGO no salão de baile do castelo Black. Eu suspiro fundo, antes de entrar no salão. Fico uns minutos parada, no topo da escada. Depois, desço os degraus, delicadamente e sem fazer um mínimo som, com uma expressão séria e um olhar inexpressivo. Vejo o meu pai Zack e pela primeira vez em semanas, sinto uma alegria inexplicável. É sempre assim quando o vejo. Ele me criou sozinha, me ensinou tudo que sabia. Me ensinou a ser cautelosa.

E adivinha?

Eu sou uma filha ilegítima. Ele nunca se casou, mas já teve muitos casos. De um deles, eu fui feita. Eu me lembro de quando abri os meus olhos pela primeira vez. A primeira coisa que eu vi,...

Foi o lindo sorriso dele e as lágrimas molhando as bochechas do meu pai. Meu único e perfeito pai.

Papai vem até mim, sorrindo, e me dá um beijo na testa. Olho nos seus lindos olhos verdes. E ponho a cabeça no seu ombro, o abraçando.

- Apolo está cuidando bem de você, minha filha?

Pergunta, com a voz em um tom de preocupação. Eu sorrio para ele.

- Por que a pergunta?

- Você não é disso. Você parece uma montanha de gelo.

Ele solta uma risadinha da careta que eu fim. Esse velho está me chamando de gelo? Logo eu? kkkkk.

Só ele para me fazer ri por dentro.

- Ora, papai. Eu sou tudo menos uma montanha de gelo. Isso é exagero do senhor.

Digo e ele ri novamente e me abraça.

- Minha princesa das Almas.

- Shiii. Segredo nosso.

- Que segredo? Posso saber?

Me viro e dou de face com o Rei. O meu sorriso some e eu volto a ser a tal "montanha de gelo", como o papai sempre diz.

- Coisa de pai e filha.

Diz o meu pai, sorrindo.

Por que ele é tão amável e sorridente? Logo ele, que me ensinou a sempre ser séria e firme. Mas, ... eu sei o porque. Ele só é assim com pessoas próximas a ele, como eu que só sou amável e sorridente com ele e só com ele. O meu pai muda de expressão em uma fração de segundo.

- Entendo. Você está deslumbrante, Bryanna.

- Eu sei.

Ele sorri para mim. Enquanto o meu pai reprime uma risada. Eu solto um suspiro.

- Não te vejo à semanas. A Senhorita poderia dar-me, pelo menos, um sorriso.

- Não, obrigada.

Ele pensa mesmo que eu, Bryanna Castel, vou me jogar aos pés dele como todas as suas outras mulheres, só por que ele é O Rei? Ele está muito enganado. Nunca vou me entregar a homem nenhum. Quero distância desse ser inutilmente existente.

- O Duque Drummond chegou.

Diz meu pai. Faço um punho e escuto a voz dele, ainda de costas para eles.

- Majestade. Conselheiro Real.

- Mathel, como vai você e sua família?

Pergunta Apolo.

- Vamos bem, graças a Deus.

Esse miserável ainda tem a ousadia de falar de Deus. Ele vai pro inferno de carruagem, para que falar uma palavra tão sagrada, com essa boca porca?

- Essa é a Bryanna Castel. Filha do Zack.

Me viro e o olho, friamente. Esse homem _se é que podemos chamar esse monstro assim_ não mudou nada depois de tantos anos. Constato que ele está acompanhado de Gisela, Graziela, Mathias e Serafina. Uma família de porcos nunca se separam.

- Olá, Senhorita Castel. A Senhorita tem uma beleza exuberante.

Diz Mathias beijando a minha mão. Me seguro para não vomitar na frente de todos. Tiro a mão rapidamente. Vejo o olhar de fúria do Apolo.

- Lamento informá-lo, Mathias, mas essa dama aqui, é a minha concubina real.

Concubina real? Como assim, gente?

- Logo será a minha futura esposa.

Vejo o olhar de decepção do Mathias. Limpo as costas da minha mão, que ele beijou, com o meu paninho vermelho bordado a ouro.

- O que quis dizer com esse gesto?

A voz irritante da Serafina, faz os meus ouvidos doer.

- Que gesto?

- Não se faça de desentendida.

- É inapropriado uma dama de alta classe, como eu, ser tocada por um simples ralé.

— Ora, sua...

Mathias fica vermelho de ódio.

- Infelizmente, essa é a etiqueta que mulheres, semelhante à mim socialmente, aprendemos ao longo de nossa estadia no harém. Não lamento se isso tiver sido uma humilhação ao senhor, meu caro. Apenas quero que você se coloque em seu lugar. De preferência, a seis metros de distância de mim.

Me viro e saiu andando. Escuto cochichos por todo o salão.

"Nossa como a concubina Castel é fresca."

"Dizem que a Concubina Castel é a menos favorecida do harém, pelo rei."

"O que tem de beleza, tem de maldade. Parece uma rosa repleta de espinhos."

"Quando você menos espera, ela te fere. Tão bela e tão perigosa, ao mesmo tempo."

"Mas convenhamos. Ela seria uma rainha excelente."

" Realmente. A concubina não demonstra pontos fracos, é firme e não se deixa intimidar."

Eu suspiro fundo e viro-me, e novamente, dou de face com o peitoral do Rei. Parece uma montanha de músculos. Dou um passo para trás, massageando a testa.

— O senhor tem muitos convidados para conversar e se divertir. Então, por que está me perseguindo?

— Como o seu futuro marido, eu posso muito bem, segui-la onde a Senhorita for.

— Eu não sou a sua futura esposa.

- Eu e o seu pai já conversamos sobre isso. Em breve você será completamente minha. Minha esposa. Até lá, te darei o título de concubina real.

—*Eu não quero.

Esse homem não vai desistir?

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