Falsa e Usurpadora.

Encerrei meu dia no trabalho, ainda preciso arrumar minhas coisas para a minha mudança. Não quero mais encarar o Bernardo, sendo que não sou mais obrigada a isso.

Ao chegar no estacionamento um colega de trabalho me pede uma carona. A princípio penso em inventar uma desculpa, mas vejo que hoje não é seu dia e não custa nada ajudar.

No carro que até então estava em silêncio Pedro começa a chorar e falar ao mesmo tempo;

— Por que as mulheres fazem isso?

— Pedro, não sei sobre o que está falando, mas já adiantado minha resposta, não generalize!

— Milena, me casei há dez anos atrás com meu amor de adolescência. E essa semana a peguei na cama com o irmão adotivo dela! Nem o filho que está na barriga dela é meu! Eles têm um caso há dois anos pelas minhas costas.

Olho para ele sem acreditar no que está dizendo. Fiquei com pena, pois ele parece amar muito a esposa! Mas ainda chorando ele desabafa;

— Há três anos, em uma festa de fim de ano minha cunhada tentou ir para cama comigo. Ela entrou nua no quarto e eu estava dormindo na cama. Acordei com ela em cima de mim... Empurrei ela e sai do quarto. Na mesma festa a prima da minha esposa entrou no banheiro justo no momento em que eu entrei... Não vou negar, a prima dela era muito atraente e parecia muito gostosa. Mas não cai e sai do banheiro... Hoje me arrependo.

— Pedro, não seja sujo e sem caráter só porque ela foi com você! Infelizmente tem pessoas que não valem o nosso amor. Mas o coração é ingrato e ama quem não deve.

Nós conversamos bastante e ele disse que iria seguir meus conselhos. Pedro me contou que já pediu o divórcio e que está morando em seu antigo apartamento de solteiro e me convidou para beber algo e conversar mais um pouco.

Fiquei apenas vinte minutos, ele só queria desabafar e chorar por seu amor perdido e não queria fazer isso na frente da família para não o julgarem um homem fraco e incapaz.

Ao sair e entrar em meu carro decidi fazer o que eu gosto antes de entrar no edifício que morei nos últimos anos. Fiquei ali na orla apenas olhando para o mar, lembrando dos momentos felizes e triste. Mas alguém resolveu aparecer e estragar minha noite.

— Olá, Milena! Pensei que não a veria por aqui, já que não será mais a esposa de Bernardo.

— Então, por que está perdendo seu tempo comigo? Não represento perigo para você!

— Oras, não seja ridícula! Assine logo os papéis do divórcio e deixe o Bernardo livre para ser feliz ao meu lado!

Olho para ela sem entender o que está dizendo. Eu assinei os documentos do divórcio, pensei que o Bernardo iria dar entrada no dia seguinte para os trâmites legais.

— Aline, eu já assinei o que era preciso! Agora é com o Bernardo e não comigo!

— Deixe de ser sonsa e ingênua! Tenho certeza que você está fazendo algum tipo de chantagem com ele. Saia da casa do meu homem o mais rápido possível! Ele te despreza, tome vergonha na sua cara!

— Ai Deus, mas que inferno! Ok, Aline! Mas me faça um favor, não apareça na minha frente novamente ou vou passar por cima.

Caminho na direção do edifício sem olhar para trás. Não deixarei que pisem mais em mim! Ao entrar no apartamento sinto um nó em minha garganta, a escuridão da sala que é tão acolhedora para mim com pouquíssima luz entrando pela janela não será mais vista por mim.

As memórias das noites passadas aqui me afogam. Caminho lentamente para o quarto parece que meus olhos querem gravar cada detalhe do lugar que chamei de lar.

Entro em meu quarto e não posso me deixar passar mais uma noite aqui. Meu sentimento quer iludir a razão dizendo:

— "Fique mais uma noite, faça amor com seu marido, tenha um filho dele assim o divórcio será anulado."

Mas como vou seduzir um homem que nem sequer me tocou nesse tempo todo? Como irei fazer amor com alguém que não me ama e nunca vai ama?

Não me permito chorar enquanto arrumo as três malas que conseguirei levar. Depois de prontas coloco uma por uma no elevador, assim que as portas se fecham diante de mim meu corpo treme.

Ao chegar na garagem coloco as três malas no carro e em seguida dirijo por 15 minutos até meu novo lar. Quando abro a porta não sinto o calor que o meu antigo lar tinha.

Aqui é frio e solitário. Sei que lá não era um exemplo de lar, mas eu realmente me iludi pensando que o Bernardo iria me olhar com outros olhos e iria me amar um dia ao ver meus esforços para manter nosso casamento.

Mas é verdade o que dizem... O que é um casamento sem contato íntimo? Nada mais que uma amizade com um contrato assinado.

Porém nem meu amigo Bernardo conseguiu ser. Ele colocou toda a culpa mim, me desprezou o quanto pode. Agora não tem mais volta.

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Comments

Maria Aparecida Nascimento

Maria Aparecida Nascimento

Deixa o corno manso se ferra com a Aline

2023-12-13

6

Márcia Jungken

Márcia Jungken

idéia mais maluca 😁😁🤔🤔🤔

2023-10-23

6

Márcia Jungken

Márcia Jungken

Milena deveria ter dado uns tapas na cara dessa vagaba da Aline

2023-10-23

0

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