Será Que é?

Acordo me sentindo um pouco melhor, mas não imaginava acordar e ver Milena ao meu lado. Ela está um pouco estranha, mas decido me levantar e ir tomar um banho.

Quando volto do banho decidido a acorda-la não a vejo mais em minha cama. Acho melhor assim para não ter mal entendido entre nós, me arrumo e vou para a sala, ela não está aqui.

Ao se passar uma hora sem a presença dela me sinto incomodado, vou até o quarto dela e dessa vez bato na porta, mas escuto ela dizer;

— Vai embora! Hoje eu só quero um pouco de paz!

Mas o que eu fiz para ela agir assim comigo? Decido entrar no quarto dela, Milena está deitada na cama enrolada em 3 cobertores e eu pergunto;

— Está querendo morrer cozida? Já sentiu o calor que deve estar fazendo? Nem o ar condicionado está tão gelado como nos outros dias!

Mas Milena cobre a cabeça como uma criança birrenta e diz;

— A culpa é sua! Por que tinha que me colocar embaixo da água fria?

Quando ela diz isso me faz lembrar do beijo... E dela desmaiar depois. Não sabia que um banho iria deixá-la tão irritada, nesse momento vou até ela e tiro as cobertas.

Mas ao tocar em Milena noto como está quente. Ela está com muita febre... O banho frio causou um resfriado! A culpa é minha.

— Milena, tome um banho, vou levá-la ao médico!

Mas puxa as cobertas novamente e diz irritada;

— Eu não vou a lugar nenhum, seu... Seu... Seu mandão! Você não é meu Pai e não manda em mim!

Dou risadas, confesso que estou achando ela fofa, não tinha vista esse lado manhoso dela.

— Milena, você está adorável assim. Mas precisamos ir ao médico! Precisa fazer uns exames para saber se é está com um simples resfriado.

— Por favor, só quero ficar deitada aqui. Não quero sair e nem ir para lugar nenhum.

Olho para ela deitada e me lembro de ontem, ela cuidou bem de mim e foi gentil. Sem querer obriga-la a sair acabo chamando um médico aqui.

Assim que o Doutor Alencar termina de cuidar dela pergunto um pouco ansioso;

— Doutor, é um simples resfriado ou... Uma pneumonia?

Ele da um sorriso para mim e diz;

— Vocês jovens são muito ansiosos. Para saber se é uma pneumonia ela precisaria ir até o hospital para fazer um raio-x... Mas pela minha experiência posso afirmar com toda certeza que é apenas um resfriado forte.

— Fico mais tranquilo! Obrigado, Doutor Alencar!

— Senhor Góes, sua esposa precisa desses remédios que estão na receita e uma alimentação rica de vitaminas, também o mais importante... Muita vitamina C. Logo ela estará melhor!

Eu agradeço e pago a consulta médica. Sônia se oferece para ir comprar os remédios enquanto volto para o quarto de Milena. A ajudo a se levantar da cama, também incentivo a tomar um banho.

Ela não queria sair do quarto, mas consegui convencê-la a assistir alguma série na Netflix e ela escolheu "Vicenzo" não sou fã desse tipo de série, mas assisti com ela e acabei gostando.

Sônia chegou com os remédios e logo fiz Milena tomar os mesmo, apesar dela odiar remédios. Voltamos a assistir televisão até que noto que ela dormiu... Me perco em meus pensamentos:

— "Ela é tão frágil e ao mesmo tempo parece ser muito forte. Gostaria que tudo tivesse acontecido de uma forma diferente, mas não dá para mudar o que já aconteceu."

Ainda olhando para ela deitada no sofá decido levá-la para o quarto, não acho bom ela ficar aqui, vai dobrar a dor no corpo e a cama é bem mais confortável.

Pego Milena no colo tentando não acorda-la, Sônia vem até mim e diz;

— Senhor Góes, seu telefone estava tocando lá nos seu quarto, parecia importante então decidi trazê-lo aqui.

— Obrigado, Sônia!

Falo colocando Milena no sofá novamente e atendo;

— "Aline, não posso falar agora... É importante?"

— "Amor, estou te esperando fazem duas horas para escolher o bolo para o nosso casamento! Você prometeu!"

— "Eu... Acabei ficando preso com algo. Marque para amanhã cedo! Prometo que não irei faltar!"

— "Algo Importante? Pensei que eu fosse algo importante para você, Bernardo!"

— "E você é! Nunca duvide disso! Mas hoje estou mesmo ocupado!"

— "Vou marcar para amanhã no horário do almoço! Se você não for irá me magoar!"

— "Estarei lá, Aline!"

Desligo a chamada e pego Milena em meus braços novamente. Levo ela para o quarto a passos lentos, Milena não é pesada.

Assim que chegamos no quarto a coloco na cama e cubro seu corpo parcialmente. Mas ao arrumar seu travesseiro acabo me aproximando demais de seu rosto.

Tento me controlar, mas não resisto e acabo beijando ela. Foi mais forte do que eu, um impulso incontrolável.

Mas Milena acabou acordando, ficamos nos encarando sem saber o que dizer um para o outro...

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