Crimes & Rosas

Crimes & Rosas

Capítulo 1

Observo

boa parte da comunidade se estender diante dos meus olhos. Ruas iluminadas se

expandem e apresentam tudo o que conquistei ao longo dos anos. Respiro fundo

o ar frio da noite. Estou sentado em uma cadeira de plástico, em cima de uma

laje, com um cigarro na ponta dos dedos e a mente confusa demais para saber o

que devo fazer.

— E aí, chefe. O que vai ser?

Ao meu lado está meu braço direito, Rodrigo — ou melhor,

Texugo — segurando uma arma na direção do rosto de um homem ajoelhado. Ele me

deve alguma grana, muito menos do que preciso, mas essa é a lei que implanto.

Não quero que me veem como alguém fraco e sem atitude. Conquistei todo o

respeito que tenho por meio de guerras e disposição, e não posso perder por uma

simples distração.

No entanto, não estou confuso sobre o que fazer agora, sei

muito bem qual será meu comando: uma vida perdida.

Meu problema é outro.

E se minha mãe não gostar da casa que comprei para ela?

Finalmente posso tirá-la do barraco, e estou ansioso demais

para saber sua reação.

— Acaba com esse filho da puta — digo em um suspiro.

O homem chora. Uma corda está em sua boca, mas o desespero é

visível. Quando se deve ao crime, o crime te cobra de volta.

Segundos depois, enquanto sugo a nicotina para dentro da

garganta, escuto o disparo ecoar na noite. Sopro a fumaça para cima e o corpo

do homem cai no chão, inerte.

— Limpem essa bagunça — ordeno e me coloco de pé,

começando a caminhar.

Escuto passos atrás de mim.

— E aí, chefe. Quando será a mudança? — Texugo me

pergunta. Parece tão ansioso quanto eu.

— Ainda preciso de coragem para contar.

— O quê? Ela ainda não sabe o que fez pra ela?

— São mais de quarenta anos morando naquele barraco. Não é

como se eu comprasse um brinquedo. Estarei tirando dela tudo o que viveu.

Família, amigos, vizinhos... — Solto um suspiro. Jogo o cigarro no

chão. — Só preciso saber o momento certo.

— Então o chefe que comanda toda essa porra tem medo de falar

pra mamãe que comprou uma casa nova?

Não escondo o sorriso que se abre em meu rosto.

— Vai se foder, porra. — Dou um soco em seu ombro, e ele

me acerta de volta. — Ela vai saber. Mais cedo ou mais tarde. Agora trate

de cuidar do seu assunto pessoal, que

essa doida aí não dá um dia de sossego.

Observo uma garota a alguns metros de distância, grávida, com braços cruzados e batendo o pé no chão, impacientemente.

— Ai, merda. — Escuto Texugo resmungar. Ele inspira o ar

em volta e guarda a arma na cintura. — Isso é um aviso, meu camarada.

Nunca engravide uma porra de uma menina.

— É o preço por não usar capacete. — Isso o faz sorrir,

e eu sorrio de volta. — Depois nós trocamos ideia, cara. Até mais. —

O cumprimento com um aperto de mão e o puxo para um abraço. — E aí, Sara.

Vê se não dá trabalho para meu amigo hoje, em?

A garota me ignora, olhando diretamente para Texugo. Olhos

apertados e maxilar rígido. Parece que não sou o único a ter problemas em casa.

— Onde você se meteu ontem, seu filho da puta? — Escuto

a garota perguntar, e para não me intrometer, aperto meus passos e os deixo

sozinhos.

Desço as escadas e chego num beco escuro. Minha moto está

estacionada a alguns metros mais adiante. Cumprimento moradores que passam por

mim e crianças que jogam bola num canto a direita.

Subo em cima da minha Ducati vermelha e a ligo. Deixo o

barulho do escapamento ecoar na escuridão e saio pelos becos e vielas.

A noite sempre se tornou minha companheira. Metade da cidade

dormindo e a outra metade preocupada em acordar. A favela é a minha casa. Onde

cresci, onde reinei e onde conquistei meu respeito. Moradores me tratam como

rei, embora, uma vez ou outra, eu posso notar olhares desconfiados em minha

direção. Quando se senta no trono e toma o poder, você está sujeito a rejeição.

Mas não tenho o que temer. Se o apreço não surge por meio de educação, ela vem

por meio da força.

Em poucos minutos chego na casa de minha mãe. Posso sentir o

cheiro da janta sendo preparada. Desço da moto e dou uma olhadela ao redor. Uma

casa simples, colada com outros barracos por perto. Lugar que passei todos os

anos da minha vida. Onde fiz minhas amizades. Onde criei meu respeito. Onde

conquistei meu lugar na favela.

Abro a porta e entro na casa.

— E esse rango aí? Vai sair não? — pergunto e dou um

beijo na bochecha da mulher em frente ao fogão. — Benção, mãe.

— Uai, tô esperando seu pai chegar primeiro. Aquele velho não

sabe a hora de largar o serviço. Deus te abençoe, filho.

— Cadê o Tonhão?

— Saiu com sua irmã. Foram comer fora.

— Comer fora? Desde quando tão podendo gastar assim? Ele

arrumou um trampo?

— Disse que agora você pode pagar.

— Ele que não trabalha não pra vê. Vou tomar um banho,

qualquer coisa me dá um toque.

Minha mãe concorda com a cabeça e sigo em direção ao meu

quarto. Pego a toalha em cima da cama e vou para o banheiro. Ligo o chuveiro e

deixo a água escorrer em meu corpo. Fecho os meus olhos. Só preciso que todo

mundo fique reunido para ter a coragem necessária e contar o que fiz. Contar

sobre a casa que comprei e que minha mãe poderá morar. Nunca estive tão

orgulhoso de mim antes, e espero que ela sinta o mesmo.

Saio do banheiro com a toalha enrolada na cintura. Não dou

nem dois passos e vejo Bianca sentada no sofá da sala, com pernas cruzadas e me

dando uma piscadela como provocação. Minha mãe ainda está no fogão, o que me dá

oportunidade de piscar de volta e indicar o quarto mais adiante, mostrando

para onde Bianca deve seguir. Ela passa por mim e desliza a mão em minha

barriga. Sinto um leve arrepio. Seu perfume doce permanece presente.

Entro no quarto e fecho a porta. Não demora nem dois segundos

e ela coloca sua mão em meu pescoço.

— É assim que você gosta, não é? — Seus dedos retiram

minha toalha, que cai no chão. Morde meu lábio. — Seu safado. Gostoso.

Em um impulso eu a carrego no colo. Ela solta um gritinho e

rapidamente tampa a boca, abafando o som, sabendo que minha mãe poderá ouvi-la.

Eu a levo até a cama e começo a beijar seu pescoço. Escuto seu gemido baixinho.

Sinto gosto de perfume na ponta da língua, mas ignoro.

Bianca é baixinha. Não mais que 1,56. Cabelos longos e seios

pequenos. Vou retirando suas peças de roupas enquanto não deixo de beijá-la.

Clavícula. Seios. Barriga. Está usando uma calça jeans, que realça

formidavelmente sua bunda. Consigo tirá-la e começo a beijar suas coxas. Suas

mãos estão nos meus cabelos, bagunçando-os.

Eu a olho por um momento, e sua carinha me deixa com ainda

mais vontade. Ela morde o lábio. Dá uma piscadela. Mostra um sorriso. Subo meu

corpo e a beijo nos lábios, com mais intensidade que antes. Sinto seus dedos me

agarrarem. Ela faz um movimento para cima e para baixo. Suas mãos são pequenas,

encaixando perfeitamente.

— Agora eu quero que você me foda com força. — Ela diz

em meu ouvido, e sinto outro arrepio percorrer meu corpo.

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Comments

nisse

nisse

vá ter foda 😁

2024-03-10

0

LadySillver34

LadySillver34

gostando

2024-03-10

0

LadySillver34

LadySillver34

concordo, e quanto a você? quando será cobrado?

2024-03-10

1

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