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Sentado distraidamente no sofá luxuoso da mansão da família Sales, estava Elias de pernas cruzadas e fumando um charuto, a sua aura emanava morte.

—Marta, vá chamar aquele filhote de cruz credo-disse ele e logo sorriu de forma desdenhosa.

Marta não ficou surpresa com as palavras de Elias, era sempre assim, todo dia um xingamento diferente.

—Desculpe senhor Elias, mas eu havia me esquecido disso-disse Marta e logo tirou do bolso um papel com algumas palavras escritas a mão, era uma carta de Helena.

— Encontrei na penteadeira, eu acho que ela fugiu-completou Marta e logo saiu da sala praticamente correndo, pois notou que no olhar de Elias havia muito ódio e ela não queria provar dele.

—Leia essa baboseira-disse Elias enquanto entregava o papel a Consuelo, está por sua vez apenas revirou os olhos em total reprovação, mas alguns segundos depois enfim ela recebeu a carta e começou ler em voz alta:

“Oi papai e mamãe, agora posso chama-los assim sem ser repreendida ou mesmo agredida, se vocês estão lendo essa carta é sinal que eu consegui fugir dessa maldita casa, é engraçado, aqui está as pessoas que eu mais amo nesse mundo e também aquelas que já me feriram várias vezes, essas línguas felinas de vocês simplesmente estavam me matando e a tacada final foi essa ideia maluca de me forçar a casar com um homem desconhecido, por isso escolhi me jogar no mundo e sair em busca da minha felicidade.

Desde criança que eu tento ganhar o amor de vocês, mas é preciso reconhecer uma derrota, eu perdi o jogo para mim mesma, nunca ganhei nem mesmo um abraço ou uma palavra de carinho, mas mesmo assim eu amo muito vocês e quero pedir um grande favor, nunca mais me procurem, deixar-me ir é uma grande prova de amor.”

Ao terminar de ler aquilo, Consuelo se calou para pensar,  já Elias ficou com muita raiva e não fez questão de esconder isso.

Se levantou zangado, pegou um jarro de porcelana que estava ali por perto e jogou contra a parede fazendo um grande barulho e logo falou praticamente gritando:

—Aquela aberração não perde por esperar, eu não vou deixá-la ir, ela vai sim se casar com o senhor Medina e já vai com a obrigação de conseguir 100 mil dólares, aquela infeliz fez um rombo no meu cartão de crédito e ela vai ter que pagar-disse Elias e logo pegou o celular e fez uma ligação para um capanga e mandou que a procurassem por toda a cidade e também nas redondezas.

Já um pouco mais calmo, Elias sentou-se perto de Consuelo e apoiou a cabeça no ombro dela e logo começou a falar:

—Por que consigo manter vários assassinos em rédea curta, mas não consigo lidar com aquela pirralha? Será se estou sendo bonzinho demais com ela?- perguntou Elias enquanto colava ainda mais o seu corpo no de sua esposa.

Ouvindo aquilo, Consuelo deu um sorriso amargo e falou em seguida:

—Está sendo bonzinho demais? Você quebrou os dentes da Helena quando ela te chamou de pai na frente do prefeito, a deixou três dias sem comer quando ela postou uma foto sua em alusão aos dias dos pais, isso é ser bonzinho para você?-perguntou Consuelo e logo se afastou, fazendo Elias perder a voz por alguns segundos.

—O que deu em você? Não me diga que está com peninha daquela feiosa?-Elias falou já puxando Consuelo pelos cabelos e a deixando bem perto do seu rosto.

Ele passou a língua no rosto dela e falou novamente:

—Pare de tomar as dores daquela pirralha, caso contrário você irá sofrer junto com ela-disse Elias e logo deu um beijo na boca de sua esposa, mas o beijo era violento e ao finalizá-lo, Elias mordeu os lábios de Consuelo a fazendo gemer baixinho, não de prazer e,sim de dor.

—Se fossemos colocados frente a um juiz para sermos julgados por tudo que fizemos a Helena, quem de nós dois teria maior chance de absorção?-falou Consuelo já com os olhos lacrimejando e logo saiu da sala deixando a pergunta no ar.

Sabendo o real significado daquelas palavras, Elias voltou a ficar irritado, ele foi para o seu escritório, pegou uma garrafa de uísque e logo começou e relembrar o passado.

—Mas o que diabos está acontecendo comigo?-se perguntou Elias ao notar uma lágrima pesada caindo involuntariamente.

De repente o seu celular tocou e enfim ele saiu dos seus pesadelos, ele olhou na tela e não conheceu o número, mas mesmo assim ele atendeu a chamada.

—Alô, quem está falando-perguntou ele enquanto se ajeitava na cadeira.

—Aqui é o senhor Medina, estou falando com o senhor Elias?-perguntou o mais velho.

Como Elias havia conversado somente com um assistente do senhor Medina, ele estava confuso a cerca do motivo de tal ligação.

—Oi senhor Medina, aqui é o Elias, estou ao seu dispor-falou Elias tentando parecer um cara legal.

—Passe o telefone para a senhorita Helena, quero conversar com ela sobre os detalhes do casamento-falou Guilherme, com uma voz imponente, aquilo não era um pedido.

Ouvindo aquelas palavras cheias de autoritarismo, Elias quase chorou de desespero, já com um fio de suor escorrendo na testa, ele tossiu levemente e falou em seguida:

—Desculpe senhor Medina, a minha filha já está dormindo, ela estuda de forma integral e a noite ela dorme cedo, então façamos o seguinte, ligue amanhã nesse mesmo horário, eu vou me encarregar de mantê-la acordada e aí vocês conversam-disse Elias com uma voz carregada de receio, ele estava realmente muito nervoso.

—Combinado!-respondeu o mais velho e logo encerrou a chamada.

Nesse momento, Elias estava com o rosto vermelho de raiva de Helena.

—Você vai pagar caro por todo esse estresse que eu estou passando, eu vou te procurar até no inferno se preciso for, mas amanhã a noite você vai estar em casa para falar com o seu velho  rsrs- disse Elias e logo bebeu várias doses de uísque.

Elias enviou vários alertas para facções criminosas das redondezas e até ofereceu uma alta recompensa.

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