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Ouvindo aquelas palavras, Helena deu um pequeno sorriso e logo falou:

__A camisa eu pago, já as explicações eu vou ficar te devendo, assim que eu souber eu te conto “certamente aqueles homens não estavam cumprindo ordens do meu pai, pois sei que ele me quer viva para cumprir esse maldito contrato”, ela completou mentalmente enquanto esboçava um sorriso pequeno.

Só depois de ver as lindas caretas de Daniel, foi que Helena lembrou de que ele estava machucado, então ela se agachou próximo a Daniel, pegou uma garrafa de água em sua bolsa e logo começou a lavar o braço de Daniel.

Não tinha medicamentos, então depois de limpar a ferida, Helena cobriu o ferimento com um lenço branco que estava nas suas coisas.

__Você é uma ladra ou é uma fugitiva da polícia?-perguntou Daniel quase fazendo Helena se engasgar com um pouco de água que ela bebia naquele momento.

Enquanto falava, Daniel apontou para a bolsa de Helena, estava entre aberta e mostrava uma grande quantidade de dinheiro em notas de 100 dólares.

Helena fechou a mochila rapidamente, se levantou e logo falou:

—Nossa! Você é muito gentil, as suas palavras são doces e o som é encantador-ironizou Helena enquanto olhava fixamente para Daniel.

Isso porquê Daniel perguntou em um tom não muito agradável, aquele comportamento deixou Helena um pouco chateada.

—Esqueça sua pergunta idiota e foque em achar um caminho que nos leve para algum lugar-disse Helena enquanto ficava na ponta dos pés tentando buscar sinal de celular.

Nesse momento, Daniel se levantou com um pouco de  dificuldade e logo pegou Helena no colo, que de súbito ficou muito envergonhada.

—O que você está fazendo?-perguntou Helena com a confusão estampada no rosto.

—Seja rápida, você está muito pesada-disse Daniel e logo deu um sorriso tímido, mas na verdade ele sentia vontade de chorar,  pois o seu braço estava doendo muito e o tornozelo já  estava ficando um pouco inchado.

Então na força do ódio, Helena continua a esticar o braço em direções alternadas, mas infelizmente ela não encontrou sinal para pedir ajuda.

—Desisto, me coloque no chão-falou Helena enquanto olhava numa outra direção, ela não queria aceitar que estava afim de Daniel.

—O seu desejo é uma ordem, senhorita esquentadinha-respondeu Daniel sorrindo e logo permitiu que o corpo de Helena escorregasse lentamente pelo seu.

Os pequenos seios de Helena passaram bem perto do rosto de Daniel, ele não conseguiu disfarçar o seu olhar aguçado, vendo o semblante complicado de  Daniel, Helena ficou um pouco agoniada e logo falou:

—Vamos logo com isso, eu ainda consigo ficar de pé sozinha-disse ela dando alguns tapinhas em Daniel.

—É isso que você chama de tapa?-perguntou Daniel sorrindo enquanto colocava Helena no chão.

Como Daniel praticamente a soltou sem nenhuma delicadeza, Helena caiu sentada no chão de terra batida, ela ficou chateada, se levantou e logo deu um grande tapa nas costas de Daniel e falou sorrindo:

— É isso que eu chamo de tapa-disse ela e logo se afastou com medo de uma retaliação.

Mas Daniel apenas sorriu, sentou-se no chão, pegou um graveto planejando usá-lo como lápis e logo começou a falar:

—Chega de brincadeira senhorita esquentadinha, senta aqui comigo e vamos tentar nos achar-falou ele sorrindo.

Helena sentou-se e logo começou a falar, eles fizeram um tipo de mapa, tendo como ponto de partida o local onde o trem parou.

—Bem, estamos bem perto de Paris, já para Giverny, nós precisamos caminhar por pelos 7h, então é melhor a gente voltar-disse Daniel fazendo Helena ficar muito triste.

“Eu não posso voltar, prefiro ficar perdida nesse mato sendo devorada por pernilongos do que me casar com um velho escroto e rabugento”, pensou Helena enquanto se levantava.

—Então, de acordo com a sua análise, Paris fica naquela direção e Giverny naquela?- perguntou ela enquanto apontava para dois caminhos, com matas levemente fechadas.

Daniel assentiu e logo Helena caminhou na direção do caminho que ia para Giverny, vendo aquilo, Daniel deu um grito de dor fazendo Helena correr na sua direção parecendo muito preocupada.

—Você está passando mal? Diga-me aonde está doendo, eu vou tentar te ajudar-Disse Helena já segurando levemente no braço de Daniel.

Nesse momento, Daniel puxou Helena para mais perto e logo falou praticamente sussurrando:

—Sinto dor no coração, por saber que a moça bonita que eu ajudei a salvar, está me deixando sozinho, ainda mais estando machucado-ele falou e logo fez uma carinha de cachorro pidão.

Aquilo causou em Helena sensações estranhas, estando tão perto de Daniel ela sentiu o seu corpo esquentar de repente, ela planejou roubar um beijo, mas Daniel o fez primeiro.

Aquele era o primeiro beijo de Helena, ela não sabia como reagir, daí deixou que Daniel a guiasse, sua língua quente passeia por todo o interior da boca Helena, em um beijo calmo e cheio de uma ternura que Helena não sabia de onde vinha.

Nesse momento, Helena deixou escapar algumas lágrimas pesadas, pois nessa hora ela lembrou que nunca ganhou um beijo de seus pais, nem de boa noite e tampouco no dia de seu aniversário ou batizado, porque eles nem mesmo a olhavam no rosto.

Após encerrar o beijo, Helena ficou envergonhada e planejou pedir desculpas, mas Daniel sorriu lindamente para ela e logo falou:

__Daqui nós só sairemos juntos, então me leve para onde você for-disse Daniel e logo se apoiou no ombro de Helena.

Sem entender o que estava acontecendo ali, Helena deu um meio sorriso, pegou a bolsa de Daniel e logo saiu caminhando mata a dentro.

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