Capítulo 10 - Luz No Fim Do Túnel

Vitor passou a mão pelo rosto e pensou mais uma vez no dia em que Larissa tinha falado.

Sorriu.

Ela tinha razão! Quando ele se acalmaria?

Talvez!

Iria casar em breve, mesmo a noiva ainda não sabendo mas acalmar?

Jamais!

O telefone tocou. Graça não passava uma ligação direta a menos que fosse alguém realmente especial!

📱

— Alô?

— Olá meu querido.

— Martha?

— Onde está?

Perguntou se ajeitando melhor na cadeira.

— Não posso lhe informar. Liguei apenas para saber como está.

— Estou bem, a quase um mês que não da notícias!

-Se eu perguntar se irá responder o que quero saber?

— Não! Ainda não posso!

— Então por que me ligou?

— Liguei para saber como estava e para te avisar que o prazo está se acabando.

— Disso eu sei! Estou providenciando tudo, Martha!

📱

A linha ficou muda. Por que sua vida sempre fora tão cheia de mistérios?

E a morte de seus pais era uma coisa praticamente obscura para ele.

Lembrava-se de sua mãe vagamente. Era uma moça sorridente e bondosa.

Tinha cabelos loiros tocando a cintura.

Mas não sabia se era realmente ela ou uma criação da cabeça de uma criança desprovida dos pais.

De seu pai lembrava apenas às vezes que o pegou no colo e o acalentou.

Eram cenas provavelmente irreais!

Nunca tinha visto sequer uma foto deles para poder confirmar a sua imaginação.

Martha e Graça era o que conhecia como família!

Olhou para o telefone e o colocou no gancho.

A vida lhe parecia indiferente.

Tinha aprendido a não fraquejar jamais, pois ninguém teria pena.

O caminho que teria traçar dali para frente era totalmente incerto.

Não poderia planejar o que iria acontecer como tinha feito a vida inteira.

Teria que conviver com a insegurança e depositar um pedaço de sua confiança em alguém que mal conhecia.

De repente o celular começou a vibrar e apareceu.

📱

Estou bem! Entrei com facilidade.

A mãe dela está numa cadeira de rodas!

Não sei se isso ajuda.

Tudo sobre controle!

Ligarei assim que der!

G. D.

📱

— Isso sim são boas notícias!

Vitor disse com um sorriso no rosto.

*

Ana Clara chegou no trabalho respirou fundo.

Seria um dia complicado! Entrou em sua sala, nenhuma das companheiras de trabalho haviam chegado!

-Preciso me concentrar em alguma coisa!

Ana Clara murmurou, entrou na sala de projetos e pegou sua pasta.

Sentou-se na bancada para continuar a trabalhar na peça que começara.

Pegou o pequeno alicate e começou a abrir os pequenos aros de ouro que colocaria no colar.

Ouvi barulho de passos e pensou ser Larissa ou Carla.

— Licença?

O dono de uma voz grave perguntou.

Ana Clara sentiu o sangue subir rapidamente ao rosto.

Respirou fundo e virou-se. Não era o Vitor!

-Pode me informar onde é a sala de Vitor Muniz?

O homem loiro perguntou casualmente.

— É no andar de cima!

Ana Clara respondeu calmamente.

— Obrigado!

O homem respondeu já se retirando. Ana preparava-se para voltar a trabalhar em sua peça quando ouviu gritos.

Ana Clara levantou rapidamente e viu Carls sentada no chão com muitos papeis em volta.

-Me desculpe!

Respondeu o homem loiro que pegava os papeis.

— Estava distraído!

O homem entregou os papeis a Carla.

— Percebi! Deixa para lá!

Carla juntou suas coisas rapidamente.

-Acabei te atrapalhando e nem me apresentei!

O homem loiro coçou a cabeça sem graça.

-Me chamo Rodrigo Montez!

O homem sorriu.

-Me chamo Carla!

Carla levantou do chão com alguns papeis na mão.

-Bem.. eu já vou! Me desculpe!

Rodrigo saiu apressado.

Rodrigo Montez, 23 anos

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