O dia se passa e a noite depois do jantar, Uriel se tranca em seu escritório para atender mais uma ligação misteriosa das quais ele costuma receber. Nicole já estava subindo para o quarto quando o vê entrar no escritório e pensa que aquela poderia ser a oportunidade perfeita para entrar em contato com a Greta e suas amigas. Ela havia tentado a tarde inteira utilizar aquele telefone porém, o Uriel de igual modo passou a tarde inteira sentado sobre o sofá da sala mexendo em seu laptop e ela não quis que ele a observasse enquanto fazia a ligação afinal, apesar de tudo que havia ocorrido entre os dois, tudo que ela mais queria era sair dali o quarto antes. Não era mais o medo do Uriel que lhe impulsionava a querer fugir, apesar da sua aura extremamente intimidadora, arrogante e impassiva ela sabia que ele jamais lhe faria mal algum mas, existiam outras razões muito mais fortes e avassaladoras, como por exemplo; o temor, temor por ter que ficar ao lado dele a sós praticamente todo o dia, o dia inteiro naquela casa. Ela não sabia explicar mas tudo em seu corpo mudava quando estava diante do Uriel, a frequência dos seus ritmos aceleravam, suas mãos suavam ao mesmo tempo que o resto do seu corpo gelava, ela poderia ter um dicionário inteiro na cabeça mas esquecia e quando não, perdia o compasso das palavras. Então ainda que o Uriel não lhe fizesse mal algum ainda
representava um perigo; Uriel era como um campo magnético que lhe atraía pra si, era como uma tenebra hipnose que lhe jogava em conflitos ao mesmo tempo que a fazia esquecer o restante do mundo, era como um furacão raivoso que ao invés de destruí-la absurdamente lhe completava. E era esse o seu maior temor,
aquela vida não era a sua, aquele lugar não lhe pertencia, aquele espaço não era o seu, ela não era a pessoa que ele achava que ela era. Enquanto ela estava lutando para conseguir alcançar o auge da sua carreira como atriz ele não só já tinha uma profissão formada como praticamente era dono do universo; no mundo da fama todos o viam como um deus da engenharia moderna, alguém inalcançável. Estava mais que claro que os dois estavam em posições completamente diferentes no mundo, ele era um vencedor e já segurava o troféu enquanto ela estava começando os primeiros passos da corrida. O Uriel era dono da maior empresa de engenharia dos últimos tempos um homem de poder, nome, fama, dinheiro... Enquanto ela era apenas a Nicole, quem? alguém que ninguém além do seu convívio conhecia. É isso, os dois eram de mundos completamente diferentes e isso era nítido e apesar de nunca se achar inferior a ninguém, ela reconhecida o seu lugar, mesmo que não fosse uma mulher sensível tudo o que menos queria era se machucar; o Uriel era um caso raro, com ele ela teve a melhor transa da sua vida, mas esse fato foi um grande erro e esse erro jamais poderia se repetir então, agora tudo que mais quer é esquecer o que houve e retornar para a sua realidade o quanto antes.
Ela ainda estava paralisada em meio a um dos primeiros degrais da escada quando decidida sai dos seus pensamentos e caminha apressadamente em direção ao telefone. Ela disca o número da Greta e enquanto chama ela pensa:
_ "Vai Gre por Deus, atende logo esse telefone!"
Mas a ligação só chama e ninguém atende.
_ Droga! Pensa enquanto disca o número da Beatriz desta vez e ao contrário ela imediatamente atende:
Beatriz: Alô!
_ Oi Bia sou eu a Nick, graças a Deus você atendeu olha, eu não tenho muito tempo estou presa em uma casa de campo e...
Beatriz: Você não tem vergonha na cara? como ousa fazer trotes com um assunto tão sério? não sente empatia pelas pessoas não é?Ah, faça-me o favor, vai se f*** sua desgraçada! (solta furiosa do outro lado antes mesmo que a amiga termine de falar, desligando o telefone a seguir).
Nicole fica em estado de choque segurando o telefone na mão, ela nunca tinha ouvido sua amiga falar daquela jeito.
De repente o Uriel surge saindo da porta do escritório e franzindo a testa freia a encarando. Nicole não diz nada apenas devolve o telefone ao lugar e se apressando em sair dali começa a subir as escadas rapidamente em direção ao seu quarto. Ela está furiosa pela forma que a sua amiga a tratou mas pensa que há algo muito estranho em meio a toda aquela história. Porque a Greta não atendeu o telefone? talvez ela sim pudesse ter lhe dado ouvidos, ela é uma mãe para ela. Por outro lado, Nicole não deixa de ficar triste ao pensar que seu sumiço não significaria nada e ninguém estaria procurando por ela.
Quase uma semana já havia se passado e Nicole tentado ao máximo evitar encontrar o Uriel pela casa; durante as refeições ambos permanecem emudecidos enquanto apenas encaram um ao outro; como se soltar uma palavra fosse o ápice para se atracarem novamente ou que mencionarem seus nomes fossem uma faísca para entrarem em combustão. Não se sabe ao certo mas talvez o Uriel esteja com seu ego ferido por ela ter lhe resistido e fugido dos seus braços enquanto tomavam banho juntos afinal, nenhuma mulher ousou fazer isso antes. Na real tirando a Charlotte Fischer que era o seu passatempo favorito todas as mulheres as quais ele chegou a ficar não tiveram uma segunda chance; sim, elas corriam atrás dele como um cachorrinho adestrado que não desgrudava do seu pé loucas por um petisco porém, elas perdiam absurdamente a graça depois que as possuía mesmo que tivesse sido uma única vez; mas, se tem uma coisa que ele tinha certeza é que independente do que fosse se ele as procurasse elas jamais o recusariam mesmo que tivessem acabado de fazer sexo. Mesmo que por alguma razão não tivessem afim acabariam sedendo simplesmente para satisfazê-lo independente dele ser ou não um homem casado; simplesmente não havia razão que o pudesse superar, que fosse motivo o bastante para elas lhe rejeitarem. Mas enfim, Nicole foi a primeira mulher que fez com que ele quisesse repetir novamente logo em seguida, ainda com mais desejo. Ele poderia demorar uma eternidade com uma mulher na cama mas nunca, jamais depois de terminar quis repetir o ato com a mesma mulher novamente, com Nicole foi diferente ele quis; no entanto, o inverso inexplicavelmente aconteceu, ela lhe virou às costas. Ela era como um vício louco que surgiu do nada e o dominou mas parecia que Nicole não se importava com isso; mesmo sabendo o quanto foi bom ela parecia estar arrependida e fugia o tempo todo mesmo agora ciente de quem ele era. O que ele não sabia é que foi exatamente por saber quem ele era que a fez criar essa barreira de resistência.
Passeando pela casa Nicole havia descoberto uma biblioteca e era assim que ela distraía sua mente. Ela havia levado alguns livros para o quarto e lá passava a maior parte do tempo trancada lendo-os para tentar esquecer aquele momento quente que ela e o Uriel tiveram pois, as lembranças dos dois juntos sempre surgiam em sua mente como um flash para atormentá-la. Além disso, ela também tentava esquecer o quanto a sua vida derrepente tinha se complicado e se tornado difícil nos últimos dias, deixando-a perdida sem a mínima noção do que fazer. Nicole tentou falar com a Greta e suas amigas novamente porém, todas as vezes que ligava às três quando não lhe xingavam desligavam a ligação em sua cara imediatamente. Ela não sabia o que fazer para sair dali, poderia ligar para a polícia? Sim, mas também devido a estar ao lado de quem está poderia se ver envolvida em um enorme escândalo e se isso acontecesse poderia dar adeus a sua carreira como atriz, sem contar que com isso o Uriel saberia de fato que ela não é a Celina e com certeza a destruíria sem pensar duas vezes.
Já é um pouco mais de meia noite quando Nicole se senta sobre a cama. Ela não aguenta mais rolar de um lado para o outro sem conseguir dormir então, logo após acender o abajour decide ler mais um livro enquanto o sono não chega porém, ao pegar as obras que estavam em cima da cômoda percebe que já tinha terminado de ler a todos.
_ "vou ter que descer e pegar outro!" pensa enquanto se levanta.
Ela encaixa seus pés em uma pantufa e após olhar pela janela e ver a lua clareando o céu numa linda noite de outono e ouvir apenas o som dos grilos cantando lá fora sai de mansinho do quarto para pegar o livro. Todas as luzes da casa estão apagadas porém, com a lua clara a luz que entra pelo vidros das janelas iluminam um pouco seu caminho. Ela caminha até a biblioteca e, ao abrir a porta a mesma faz um leve barulho de rangido o que parece um som absurdamente alto diante do silêncio que paira sobre a casa. Ela entra deixando a porta aberta atrás dela e se vendo obrigada a acender a luz para procurar os livros, assim o faz. Ela passeia um pouco pelo espaço e ao enxergar o nome de um dos seus escritores preferidos num topo de uma prateleira decide subir em uma escada para pegar. Assim que alcança um exemplar, ainda sobre a escada ela abre para ler o índice; ao fazer isso, distraidamente pisa em falso em uma das beiradas do degrau da escada e o seu corpo despenca lá de cima automaticamente.
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Atualizado até capítulo 96
Comments
FBJ💞
Sabemos que é só estória, mas tem coisas que fossa, isso da todas amigas não reconhecer a voz é demais.
2024-07-12
1
Luisa Nascimento
Foge dele não Nicole!
2024-02-12
0