Capítulo 16

Nicole está extremamente sexy, com seus lindos e ondulados cabelos soltos, vestindo uma das camisas brancas do Uriel, suas mangas estão arregaçadas até os cotovelos e o comprimento segue até um pouco menos de metade da coxa, deixando suas lindas pernas a mostra. Ela está sentada em um banco de olhos fechados junto ao piano, enquanto seus dedos finos percorrem suavemente pelas teclas do grande instrumento musical, revelando uma linda e suave melodia romântica, trazendo calmaria. Encima da base do piano está uma garrafa e duas taças de vinho, sendo que uma delas já contém um pouco da bebida que havia sido apreciada por ela minutos atrás. Nicole está num ângulo perfeito, o senário é ludibriante aos olhos do Uriel que continua parado apenas a admirando.

Ao teclar a última nota da música, Nicole abre os olhos e percebe que o tempo todo estava sendo observada por ele.

_ Me desculpe eu atrapalhei a reunião? eu estava me sentindo um pouco entediada e então decidi tocar um pouquinho enquanto você não retornava mas, juro que tentei tocar no volume mais baixo possível!

Uriel não diz nada, apenas caminha sério em direção a ela. Ao se aproximar se senta no banco em posição contrária, segura com uma de suas mãos em uma das coxas de Nicole enquanto a outra entra por trás dos seus cabelos, acariciando sua nuca. Ele sente o seu perfume e a beija. A seguir, ainda sentindo o sabor e o cheiro do gloss de morango respira fundo, enquanto toca a ponta do seu nariz sobre o dela.

_ Você não para de me surpreender minha amada mulher!

Um mês e alguns dias após o casamento...

Nicole dormia tranquilamente sobre o peito do Uriel que já estava há um bom tempo acordado. Ele teve uma noite péssima cheia de sonhos perturbadores; se acordou quando ainda estava escuro e não mais conseguiu pregar o olho pelo resto da madrugada. Depois de um bom tempo alí, sentindo a respiração da Nicole enquanto olhava para o teto ele decide se levantar, após retirar a cabeça dela de sobre o seu peito com bastante cuidado para não acordá-la; se levanta, calça seus chinelos e veste seu robe branco que estava pendurado num cabideiro ao lado. A seguir, pega seu celular de cima de um móvel e pensativo caminha até a sacada do quarto.

O dia já havia amanhecido e a manhã estava tranquilamente calma, diferente do dia que se seguiria a partir dali. Os sonhos ainda surgem como flash em sua cabeça; tantos anos já se passaram e ele ainda não conseguiu se livrar dos pesadelos que desde os dez anos surgia para lhe atormentar. Segurando seu celular, ele olha para o nada, respira fundo e pensa:

_ Está chegando sua Hora Rogério Gonzalez, respire enquanto pode porquê sua hora está prestes a chegar!

Ele havia sonhado a noite inteira com seus pais lhe implorando e cobrando por vingança; o rosto do assassinado nitidamente apareceu para ele por diversas vezes não só aquele noite mas por todas aqueles longos anos, o impossibilitando de ser feliz. Rogério Gonzalez não destruiu apenas a vida dos seus pais mas a sua também o tornando um homem vazio e infeliz. A dor de ter perdido seus pais continuava intacta dentro de si. Porque o desgraçado do Rogério não simplesmente atirou nele também? se perguntava mas sinceramente isso já não lhe importava mais, o que importante era que o maldito assassino havia cometido um grave erro em tê-lo deixado viver e esse erro ceifaria sua vida por completo também. Agora ele havia crescido e a última frase que o diabo do Rogério ouvira seria, olho por olho e dente por dente. Ele era apenas uma criança indefesa quando viu seus pais desfalecerem mas agora era um homem destemido. A cena em sua mente de ver os corpos sangrentos nunca foi embora mas, ela agora seria substituída pela a do rosto do Rogério quando em extrema agonia e dor ele desse seu último suspiro.

_ Nesse momento você saberá que a morte dos meus pais não saiu impune seu cretino! (pensa já conduzindo seu telefone ao ouvido em uma ligação):

_ Sr. Uriel! (alguém responde sem demorar muito do outro lado).

Uriel: Já se passaram mais de um mês desde que te confiei a missão. espero que tenha boas notícias pra me dar, hoje retorno da minha lua de mel e pretendo colocar o plano em prática o quanto antes, só espero que não me venha com desculpas esfarrapadas!

E novamente do outro lado ouve:

_ Senhor! eu não quis mais ligar para não incomodá-lo em sua lua de mel mas... bem...

Uriel: Fala logo, você mais do que ninguém sabe que não gosto de suspenses!

_ Então... infelizmente o nosso plano não poderá ser concluído Senhor!

Uriel: O que? porque você está dizendo isso? você sabe que eu tenho pressa, não podemos mais adiar!

_ Senhor o plano não poderá ser concluído nem agora e nem nunca!

Uriel: Mas é claro que vai ser concluído, eu planejei essa vingança durante anos e você sabe disso; o plano é perfeito e infalível, aquele desgraçado jamais poderá escapar das minhas mãos, irei esmagá-lo como um verme, um rato desprezível; afogá-lo com seu próprio e imundo sangue, quero triturar cada pedacinho da sua pele até ele parar de respirar! (fala de punho cerrado trêmulo com muito ódio, revelando fúria através dos seus olhos).

_ Aí é que está Senhor, o miserável do Rogério Gonzalez já está morto!

_ O que? eu sabia que você era um imprestável e incompetente! se está usando essa mentira para me fazer desistir do plano esqueça! Eu vou seguir com o combinado, irei destruir aquele porco, nem que eu tenha que ir pessoalmente atrás dele eu o mandarei sem pensar duas vezes diretamente para o inferno...

_ Estou falando a verdade sen...

Uriel desliga a ligação sem lhe dar a menor chance para explicação e com seu sangue fervendo, troca de roupa às pressas.

_ Isso não pode ser verdade, eu esperei por tanto tempo, minha vida está baseada nessa vingança aquele idiota só pode estar mentindo para se ver livre do trabalho. Imprestável, farei eu mesmo tudo, estou cansado de pessoas inúteis e incompetentes ao meu lado.

Ele beija o rosto da Nicole e sai do quarto como um furacão e em questão de minutos...

Nicole: Uriel?? fala já se acordando com o barulho ensurdecedor do helicóptero. Ao abrir os olhos e não ver o rosto do Uriel às pressas Nicole veste o seu robe e sai correndo do quarto em direção ao pátio. Ao chegar, encontra o piloto perdido em meio ao gramado com ar de preocupado.

_ Cadê o Uriel? pra onde ele foi? porque ele saiu sozinho? me fala! (ela pergunta Eufórica).

E o piloto responde:

_ Eu não sei senhora ele só me disse que não queria que eu pilotasse agora!

Nicole: Ele sabe pilotar sozinho Mário? me diz logo, droga! ele sabe pilotar? (pergunta eufórica agarrada ao seu colarinho).

Mario: Sabe sim senhora m... (fala com os olhos arregalados).

Nicole: Mas o quê Mário?

Mário: É que há um bom tempo ele não faz isso sozinho, temo que ele esteja enferrujado!

Nicole: O que deu nele, ele contou o que aconteceu para sair desse jeito? (pergunta imensamente preocupada colocando dessas vez a mão na cintura inquieta).

_ Não ele não disse nada, senhora! mas não se preocupe, o senhor Uriel é um homem muito inteligente e sabe muito bem sair de uma enrascada!

_ Ah, agora você diz isso? eu já estou preocupada! (responde respirando e inspirando o ar).

Nicole retorna para dentro de casa, morrendo de preocupação. A lua de mel havia acabado? ele retornou para a cidade? porque ele não a levou junto com ele? porquê ele saiu sem se despedir? ele vai retornar? porque não quis que o Mário pilotasse? Sua cabeça agora está em uma enorme confusão, se misturando a um terrível nó. O Uriel por todo esse tempo em que estiveram juntos jamais lhe deixou sozinha, porque fez isso agora? Que droga de mal pressentimento é esse meu Deus? Nicole se questiona aflita caminhando para lá em pra cá com o coração apertado a ponto de explodir em seu peito com muito medo de que pudesse acontecer o pior.

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