O Uriel realmente, como ele mesmo disse, jamais foi de demonstrar afeto por qualquer pessoa que fosse e não há lógica para a reação que ele acabara de ter com a Nicole.Teoricamente as palavras mencionadas por ela não passavam de um relato de um mero personagem fictício criado pela mente fraca da Celina. Mas porque ele fez isso? Enquanto se questiona, novamente se sentindo um completo idiota por ter feito o que fez; seus braços envolvem o corpo da Nicole e o pressionam contra o seu peito. Ele respira fundo e nunca sentiu um perfume tão gostoso e que combinasse tanto com uma pessoa como aquele.
Enquanto ele a abraça, Nicole por sua vez tem a sensação de estar entrado em outro universo. Ela nunca antes sentiu uma sensação tão grandiosa de proteção; o que era no mínimo estranho pois há exatamente algumas horas, aquele mesmo ser indecifrável que agora lhe abraça lhe transmitia pavor e medo. O mais curioso de tudo é que ela nem se recorda quando foi a última vez que foi abraçada com tanto afago por um homem ou se alguma vez já havia sido; provavelmente porque os caras com quem já havia saído não eram tão másculos ou talvez porque todos eles já se aproximavam com segundas intenções. Nicole não os julgava quanto a isso porque, quando o cara era interessante esse interesse era mútuo; ela jamais cogitou qualquer relacionamento sério com qualquer um que fosse; pelo menos até então ninguém conseguiu despertar nela o desejo de querer entrar em uma relação.
Ainda tentando assimilar aquele abraço a algum outro, sua mente lhe conduz a uma vaga lembrança de quando tinha apenas cinco anos de idade e era abraçada por seu pai. Se recorda de ter sido abraçada pelo Matias quando os dois ainda eram adolescentes e que por diversas vezes sentiu o carinho dos braços da Greta quando em várias ocasiões chorou em seus ombros mas nada, exatamente nada se comparava com aquele abraço, inexplicavelmente ele era diferente de todos que já havia sentido na vida.
_"É, talvez você não seja exatamente aquele ogro ridículo que imaginei que fosse!"
Ela pensa e logo em seguida; do nada se recorda das palavras que ele havia lhe dito mais cedo:
_ Os Gays também são bem clichês você não acha? mas eu te absorvo afinal, se você soubesse o que sou capaz de fazer entre quatro paredes com as mulheres, você jamais estaria me fazendo esse tipo de pergunta!
Imediatamente num pulo, ela se soltando dos seus abraços passa a olha-lo desconfiada:
_ O que houve?
Nicole: Nada é que, como eu disse eu tenho que ligar para a Greta e para as minhas amigas para lhes dar notícias sobre mim e dizer que estou bem. O meu celular, documentos e tudo que eu tinha de objetos pessoais ficaram em meu carro depois que o seu segurança me arrastou pro seu mundo então; por favor, você pode me emprestar o telefone? prometo tentar não demorar muito!
O Uriel fica um pouco cismado. Ele teme que por alguma razão aquela ligação acabe lhe prejudicando de alguma forma. Se a mídia descobre sobre esse trastorno da Celina irá falar horrores e tudo que ele menos quer é sair de uma lua de mel e ser perseguido por um bando de jornalistas desocupados no seu pé pedindo por entrevistas. Mas, aquela seria a oportunidade perfeita para saber se por acaso a Nicole não é literalmente outra pessoa; Então, mesmo um pouco exitante ele decide liberar o telefone:
Nicole começa discando no telefone o número da Greta mas a resposta que tem é que o telefone da mesma está desligado ou fora da área de cobertura. Ela liga para a sua amiga Beatriz mas de tanto que ela ligou para as pessoas em busca de notícias da amiga seu celular havia descarregado e a ligação também cai diretamente na caixa postal.
_ Droga quais são os dois últimos dígitos do celular da Sofia? (Se pergunta após se esforçar para lembrar).
A Sofia havia trocado de número recentemente por causa de um incoveniente ex namorado e Nicole ainda não o tinha memorizado. Sua última esperança é que na fazenda alguém lhe atenda mas, o pai e a madrasta do Mathias estavam viajando, o Mathias e a Greta já haviam pegado a estrada e e os empregados da casa pela ausência dos patrões já haviam acabado de se retirar, cada um para os seus lugares.
_ Droga, porque ninguém atende esse maldito telefone? (Pensa efetuando nova chamada que novamente chama até cair, fazendo com que na sequência ela devolva o telefone ao gancho frustrada).
Uriel: É nítido que não deu certo a ligação! (fala enquanto está sentado em um dos sofás e em todo tempo lhe observara).
Nicole: Infelizmente não!
Ele então se levanta se serve de uma bebida e começa a beber.
Nicole: Você não vai me oferecer?
Uriel: E desde quando você bebe?
_ Desde sempre! e levando em conta que hoje perdi a melhor oportunidade de trabalho da minha vida, acabei me casando com um completo estranho e estou com ele trancada entre quatro paredes num lugar que é completamente desconhecido e ainda por cima sendo considerada como uma louca, digamos que é a oportunidade perfeita para encher a cara, porque sabe? tudo isso é uma droga!
Uriel: Eu não acho propício que você beba, ainda mais depois de ter ingerido tantos calmantes!
_ Malditos calmantes tenho certeza que foram eles que me fizeram chorar ainda há pouco, poucos me vêem tão vulnerável e pode ter certeza que você jamais me verá daquela forma outra vez!
Uriel não diz nada e Nicole olhando para ele que é um completo enigma, diz:
_ Ah pára de me olhar assim, já está me deixando constrangida! eu já disse que não sou a pessoa que você acha que sou e tem mais; me dá isso aqui, se eu não posso beber você também não pode! ( fala lhe arrancando o copo de whisky) Afinal, você é o único responsável por ter transformado a minha vida nessa terrível bola de neve!
Uriel: Ah e tomando o copo das minhas mãos desse jeito, você quer que eu acredite que não é louca?
Nicole: Com certeza, porque eu não sou! se eu fosse louca acabaria com a sua raça agora mesmo!
Uriel: E o que te faz pensar que eu não iria revidar?
Nicole: A sua consciência em saber que estou com a razão!
Uriel: Ok, já havia percebido que a senhorita é mesmo dona da razão. Por isso, bandeira branca da minha parte, eu entrego os pontos! E considere-se uma mulher de sorte porque eu nunca faço isso!
Os dois continuam conversando e por mais que ele tente manter a pose de durão acaba soltando alguns sorrisos involuntários com o jeito direto e espontâneo da Nicole. As horas se avançam até que em meio a conversa Nicole acaba retirando seus cabelos de um dos lados do seu pescoço e o deixando livre, o que faz com que Uriel se imagine o beijando e sentindo o perfume em contato direto com a sua pele. Ele força para que esse pensamento fuja de sua mente já puxado outro assunto e ela observando aquele seu jeito que exala poder, mistério, luxuria...
_ Aí meu Deus, isso é loucura eu preciso sair daqui!
Pensa e automaticamente finge um bocejo.
_ Aí que sono, desculpe acho que é hora de voltar para o quarto; boa noite Uriel!
Finaliza a frase já de pé e começando a caminhar em direção as escadas...
_ Espera!
Fala Uriel lhe agarrando pelo braço.
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Atualizado até capítulo 96
Comments
FBJ💞
Já ficando longa demais pra esse desfecho
2024-07-12
0
Luisa Nascimento
tomara que eles se entendam ❤️
2024-02-12
0