A simpatia

Três dias se passou desde que o rumo da vida de Jena foi decidido, ela iria continuar a trabalhar e morar na mansão Grey. Mas nem tudo após aquele dia conturbado ficou certo, Michael resolveu se distanciar um pouco de Jena, pois não queria prejudicá-la ainda mais. Jena por vez estava sofrendo pelo distanciamento do moreno, ele mal trocava poucas palavras, e quando trocava não era aquelas que Jena fica suspirando abobalhada. Eram automáticas meio robotizadas, nem parecia aquele Michael que falou ir até carambolas visitar a sua garota.

As crianças estavam na escola, e nesse período Michael evitava ficar na mansão, ele ficava conversando com o motorista ou com os seguranças. Às vezes auxiliava em pequenas tarefas na área externa.

Jena como não era mais a empregada, deixou de fazer as tarefas domésticas, e nesse tempo em que as crianças estavam na escola ela fazia companhia a Penélope. Enquanto as duas folheavam uma revista relacionada artigos de bebês, Penélope notou Jena cabisbaixa.

Penélope: Que cara de moribundo é essa?

Jena: Você sabe o Michael tá estranho, agora está fugindo de mim como o diabo foge da cruz. Eu não sei o que eu fiz de errado, Penélope.

Penélope fechou a revista encarando Jena entristecida.

Penélope: Você não fez nada, quem fez foi a Meg. Ainda bem que a dona Margareth foi embora para a fazenda, porque eu não estava mais aguentando essas duas juntas. Você percebeu que ultimamente a Meg está insuportável? Só pode ser fogo acumulado.

Jena sorriu.

Jena: Aí Penélope, se ela ouvir você falando isso vai te matar.

Penélope: Mas é verdade, não vou mentir. Deixa só aparecer um coroa pra ela, que eu vou ficar em cima para ela ver o que é bom pra tosse.

Jena: Hahaha! Eu ia fazer da vida dela um inferno. Mas enquanto isso ela que está fazendo da minha, o Michael está estranho de mais. Mas também não era pra menos, a Meg falou para ele duma promessa que fizeram quando nasci sobre namorar depois dos trintas.

Penélope: Hahaha! Seus pais são porretas, depois dos trintas acabou até a vitalidade. Se você quiser, eu posso ajudar o Michael ficar doidinho por você de novo.

Jena encolheu os ombros desanimada.

Jena: Penélope, mas seus planos de sedução dão tudo errado.

Penélope: Tá legal que um ou outro não funcionou, mas você até que se beneficiou deles que eu sei.

Simulou bitoquinhas com as mãos e empurrou Jena para o outro lado do sofá, que caiu dando risadas, envergonhada.

Jena: Aí... Penélope é tão bom beijar.

Penélope: Não só beijar, mas outras coisas mais Jena, você precisa experimentar.

Jena: Tipo o quê?

Penélope: Você sabe não se faça de tonta, transar minha filha.

Jena imediatamente corou dando risadas, ela logo lembrou do monte do Michael tocando no seu ventre, e sentiu um calor incomum lhe subindo pelas pernas.

Jena: Ai Penélope, eu morro de medo só de pensar naquela cobra sem olho.

Penélope: Medo sei... — Penélope deu risadas— Então vamos continuar ou não com o plano sedução agora nível 2. Vamos partir para às simpáticas.

Jena: Eu sou contra esse lance de magia e bruxaria, me deixa fora disso. Eu não quero ir para o inferno.

Penélope: Que inferno, tá doida? São só truques inofensivos para prender o homem em sete dias. Vamos ali no escritório, a gente pesquisa no computador. Antes que as crianças ou o Anthony cheguem, se bem que ainda dá tempo, pois a diretora da escola pediu a presença dos pais da Madeline.

Jena: Ela aprontou alguma coisa será?

Penélope: Não, parece que é coisa boa, mas só vou saber depois que eles chegarem. Eu até que queria ir saber de primeira mão, mas amanheci enjoando e não queria correr o risco de vomitar nos pés da diretora.

Penélope se levantou puxando Jena para irem até o escritório, Jena ficou de pé atrás, mas acompanhou a patroa nas suas ideias mirabolantes. Penélope sentou na poltrona, Jena puxou a cadeira para perto dela, de olho vibrado na tela e enquanto Penélope digitava.

Penélope: Como conquistar o homem ideal em sete dias, através de simpatias.

Falou alto e quando o resultado da pesquisa apareceu no banco de imagens, Jena deu um pulo para trás assustada.

Jena: Aí meu Deus eu não quero fazer isso não.

Penélope: Senta deixa de besteira, eu vou até fazer uma pro pãozinho ter mais fogo, porque as gemadas já não estão surtindo efeitos.

Penélope voltou sua atenção ao computador, Jena sentou ainda desconfiada dessa tal simpatia, essas coisas que mexia com sobrenatural ela morria de medo.

Penélope: Para deixar o homem desejado louco por você, subindo as paredes para te ter siga essa simpatia: Você vai precisar de um chuchu, uma pimenta caiena, um pedaço de barbante e um papel em branco. Para começar, corte o chuchu ao meio, pique a pimenta e escreva em letras garrafais o desejo que quer alcançar. Em seguida junte tudo, coloque dentro do chuchu amarre o barbante e coloque embaixo da cama.

Jena: Como eu vou conseguir entrar na casa do Michael com isso, Penélope? Ou melhor, como eu vou conseguir sair de casa e ir parar na casa dele, se a Meg não deixa nem eu ir até a esquina sem ela agora.

Jena bufou, porque se antes ela já era considerada uma presa em domicílio, depois daquela ida à boate então piorou tudo. Meg agora deu pra fazer rondas noturnas em seu quarto para se certificar que ela estaria dormido mesmo, começou até a dormir de calçados nos pés para não perder tempo os colocando.

Penélope: É verdade, vou procurar outra mais acessível pra você, essa deixa que eu faço pra mim já até sei o que vou colocar dentro do chuchu.

Disse animada, Anthony que se cuide porque se sem simpatia Penélope já era insaneável, com essa agora iria matar aquele homem.

Penélope: Achei outra legal escuta só. Em uma jarra de suco de uma fruta vermelha para simbolizar o amor, pegue uma tirinha de papel com o seu nome, pique em minúsculos pedacinhos, adicione uma colher de mel e de para o alvo beber. Em menos de uma semana você terás ele correndo aos seus pés.

Jena: Até que não parece ser muito assustador essa. E nem impossível.

Penélope: Eu gostei dessa também, vamos fazer agora essa sua?

Jena: Agora e se a Meg desconfiar?

Penélope: Vai nada, só vamos fazer um suco inofensivo. Pega coloca teu nome no papel e esconde no bolso.

Entregou um bloco de anotações para Jena, que tirou um pedaço da folha e escreveu o nome dela. Em seguida as duas partiram para a cozinha procurar as frutas vermelhas, e só viu morango na geladeira.

Jena: De vermelho só tem morangos, será se vai ficar muito azedo sem o leite?

Penélope que abria os armários a procura de algo, se virou para ela com um pote de mel na mão.

Penélope: Vai não, colocamos o mel.

Jena foi lavar os morangos e Penélope pegou a faca para corta-los, quando Meg apareceu olhando para a duas desconfiadas.

Meg: O quê vocês estão aprontando dessa vez?

Jena: Uer nada tia, a senhora também viu, só estamos fazendo um suco de morango para tomarmos ou não pode?

Meg: Hum pode, só não vão mexer nas panelas, que a cozinheira foi pegar salsinha na horta e já vem aprontar o almoço.

Disse saindo da cozinha, assim que elas viram Meg se cobrindo, se apressaram para terminar rápido.

Penélope: Joga tudo de uma vez, anda rápido antes que mais alguém chegue.

Jena colocou os morangos, Penélope despejou água gelada e cubos de gelo, em seguida Jena colocou o mel e pescou do bolso o papelzinho com o nome dela picotando jogando no refresco. Em seguida, passaram no liquidificador apressadas.

Penélope: Pronto, pronto! Vamos colocar na jarra e pegar a bandeja, aí você leva pra ele. Mas antes vamos ver se o caminho está livre.

As duas deixaram o suco na jarra em cima da mesa e foram ver se Meg estava rodando a sala. Quando iam voltar escutaram a voz das crianças que correm para contar alguma novidade do dia.

Lily: Mamãe mamãe, Jena olha o que a Madeline ganhou na escola.

Callie: Foi uma medalha mamãe Peh, eu também quero uma.

Pietro: Agora a Madeline é a melhor aluna da escola mamãe Peh, não é legal, ela é nossa irmã.

Jena e Penélope tentavam entender qual era o motivo da agitação das crianças, e logo foi descoberto quando escutaram a voz do Anthony ao entrar com Madeline com uma medalha no pescoço e um rapaz digamos um pouco familiar.

Anthony: Amor vem aqui, deixa eu te apresentar o novo tutor de matemática da Madeline. Você não vai acreditar, na olimpíada de matemática nossa filha tirou a melhor nota do estado, agora vai competir ao nível internacional, então vai precisar de aulas de matemática avançada e a escola recomendou o professor Andrew para auxilia a domicílio em contra turno.

Penélope sorridente foi parabenizar a filha pela conquista, Madeline estava com um sorriso de orelha a orelha mostrando a medalha para Penélope, Anthony então quase não segurava o orgulho.

Enquanto eles falavam do feito, Madeline mostrava a medalha para todos numa empolgação, Meg para comemorar foi pegar sucos e biscoitos na cozinha.

Jena ainda estava paralisada, parecia ter visto um fantasma, e teve certeza quando o fantasma a reconheceu.

Andrew: Suely?!

Todos olharam para Jena sem entender porque o motivo do tutor de matemática da Madeline chamar Jena de Suely, ela por sua vez pelo susto repetindo de ver o cara de novo, escureceu a vista e caiu no sofá passando mal.

Enquanto Anthony e Penélope foram tentar acudir a Jena, Meg vinha trazendo os sucos de morango e laranja entregando para as crianças e o convidado.

Penélope: Jena você está bem?

Jena: Tou, mas não vou ficar por muito tempo não.

Disse ao ver o homem do beijo bom, mas não era o seu preferido, ao lado do beijo proferido. Com um copo de suco cada um.

Jena: Aí meu Deus, Penélope!

Apontou arregalando os olhos quando viu os dois ao mesmo tempo virar o copo na boca.

Penélope: Ai não!

Pareciam estar vendo as coisas em câmera lenta, até que um deles se engasgou com o pedaço do papel ao engolir.

???: Coff! Cofff! Coff!

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