Helena
Sai do barco olhando ao redor, não queria ter causado toda essa situação com Luchesi mais é quase impossível não me sentir num cativeiro, a ilha é bonita com águas claras, entretanto, tem muita sujeira na orla da praia, algas, alguns bichinhos mortos e da para ver alguns galhos de árvore também, o que deixa entender é que Messina também foi afetado pelo furacão, Mirtes anda a minha frente com uma pequena mala na mão, a qual ela não aceitou ajuda para carregar, enquanto eu levo o restante das minhas roupas em uma mala minúscula, como desejava poder ir a um “shopping” comprar roupas novas e calçados.
- Estamos sem energia.- Luchesi apareceu na porta e comunicou Mirtes que olhou para mim, com toda a certeza esperando a pior reação, mas não sou mimada ao ponto de achar que ele também tem culpa das catástrofes naturais, mas claro não que passaríamos por isso se fossemos para o meio do estado ou para a cidade que não é litorânea.
- E o que vamos fazer senhor? - Mirtes perguntou, e eu continuei parada a alguns metros de distância.
- Temos algumas velas, e lamparinas, as casas têm lareira, vou pegar lenha, antes que escureça.
- Hum. E vamos ficar todos na mesma casa?
- Não, você ficará naquele, - Luchesi apontou para o pequeno chalé, parece aconchegante e tem uma sacada bonitinha, Helena fique onde quiser, o que não falta aqui é casa, - Ele me olhou sério, e entrou pra casa, senti um amargo na boca, até o estômago doeu de vê-lo tão frio, ele realmente acha que eu estava usando ele, arfei.
- Quer ficar comigo?
- Não precisa, - Olhei para o chalé ao lado direita a do Luchesi, Eu tenho pavor de ficar sozinha em uma casa, seria uma longa noite para mim. - Eu me viro.
- Menina não precisa ser assim, conversa com ele.
- Você viu como ele me olhou, nem se importou comigo, não vou mendigar atenção ou afeto, não preciso disso, - Meus olhos lagrimejaram - Passei uma vida inteira buscando atenção e amor Mirtes, não vou mais mendigar amor, foi ele que me sequestrou e me leva para todo lugar como uma boneca, se ele quiser que me peça desculpas por desconfiar de mim. Vou ir ver a casa.
Virei as costas e caminhei pela grama, tem uma pequena área de gramado, sentia uma angústia, a última pvez que fiquei sozinha numa casa, eu fui torturada e abusada, olhei pelo lado de fora o chalé " coragem Helena". A casa é de madeira, subi até a hall de entrada abri a porta, está um tanto quanto empoeirada, eu teria um belo trabalho para limpar, é pequeno, tem uma sala, um quarto e um banheiro e uma pequena cozinha, junto com a sala, estilo americano, fui até o quarto abri o pequeno guarda roupa de madeira, e vi lençóis limpos em sacos plásticos embalados a vácuo, eu troquei os forros da cama, fui a cozinha e achei produtos de limpeza, água sanitária e produtos para tirar poeira, um pano e um balde, quem trabalhava para o Luchesi sabia bem que iríamos precisar de tudo isso.
Demorei meio-dia para limpar o chalé, quando terminei estava suada e cansada, sai para ver onde pegaria água potável, pois peguei água do mar para lavar o chão do chalé, sai da pequena casinha carregando um balde nas mãos, vi Mirtes sair da casa do Luchesi.
- Sabe onde tem água para beber aqui?- Perguntei e Mirtes pareceu desconfortável.
- Só na casa principal, no caso essa aqui.- Respirei fundo, - Porque não vem pegar um pouco para você.
- Eu não quero vê-lo.- Digo na intenção de dar meia volta.
- Ele não está aqui, agora foi pegar lenha com o barqueiro.- Olhei para ela e pensei rápido, é melhor eu correr, ou ficarei com sede e fedendo o resto do dia.
- Está bem!- Fui até ela,- Vigie e avise-me quando o ver chegar.
- Certo.
Entrei e o chalé dele não é grande basicamente o mesmo padrão da minha, fui para a cozinha e coloquei o balde para encher, terminei e tive um pouquinho de dificuldade em tirar o balde da pia da cozinha, derramei água no chão, o que me fez demorar ainda mais para sair dali, tive que procurar um pano para secar o chão, quando terminei voltei a carregar o balde e caminhei para fora da casa, sim, derramou algumas gosta de água, e deixarei para o Luchesi secar, e quando já estava a descer as escadas da entrada da casa, eu vi ele, eu estava tão preocupada em chegar no meu chalé com o balde cheio que nem notei a presença dele. Luchesi estava sem camisa, e com uma calça, jeans e botinas, a camisa dele ele enrolou nas toras de madeira que carrega no ombro, provavelmente para não o machucar, o Suor descia pelo rosto e escorria pelo pescoço peitoral e abdômen, o barqueiro, é baixinho e gordinho e acredite a visão dele sem camisa anão é as mais bonitas, a barriga e o peito cabeludo, a barriga redonda e dura, prefiro continuar a olhar o Luchesi e o quanto ele é forte, está a carregar o dobro de madeira que o barqueiro.
- O que faz saindo da minha casa?- Luchesi diz com a voz grossa e cansada.
- Pegando água.- Ele olhou para Mirtes que correu para dentro.
- Rum, da próxima vez pede.
- Agora eu tenho que pedir água a você, vai-me deixar morrer de sede também. - Ele me olhou de cima a baixo e desdenhou.
- Não, realmente você precisa de água, está suja e fedorenta, é melhor ir se lavar.
- Grr- grunhi e sair a pisar firme carregando o meu balde completamente, desengonçada afundando o pé na areia quente. - Imbecil.
- Eu ouvi em!- Ele gritou.
Entrei no chalé, soltando fogo pelas ventas e cheirando o meu sovaco, e Jesus realmente estou a feder a bicho morto, porque Mirtes não me disse nada ou será que foi exatamente por isso que me permitiu pegar água. O problema de estar brava com Luchesi é que ficarei sem lenha para a lareira, vou ao fogão e pra a minha sorte tem gás, liguei uma caneca com água e fervi, abri a minha mala peguei uma camisola preta de renda e uma calcinha fio dental, ainda é as únicas coisas que tenho. Desliguei o fogão, peguei o caneco misturei a água fria com a água superquente para equilibrar a temperatura e tomei banho com o sabão de barra de coco que tinha ali, poxa vida Luchesi é um homem rico que esqueci de providenciar o básico nas suas casas?
Após o banho fui para o quarto, deitei na cama com o estômago roncando de fome, e tentei dormir o que foi impossível, tinha a sensação de ser observada, no escuro tudo era muito, pior, e quando cochilava começava a ter pesadelos, era levada a noite a qual Natasha me deixou. No meio da noite após um terrível pesadelo, levantei da cama, chorando muito e tremendo, estava escuro, caminhei pela casa com medo, e descalça, esbarrava nos móveis a medida que andava e tentava chegar afoita até a porta de entrada, estava apavorada, olhava ao redor, mesmo estando sozinha, estava desconfiada, no desespero ao enfim achar a porta e sair para o hall, mesmo com a lua no auge iluminando o chalé, eu não vi o prego solto, e ao assustar com o barulho do mar eu tentei correr e pisei num prego, o grito foi inevitável, joguei-me no chão e segurei o pé que sangrava, chorei baixinho, forcei-me a levantar a ignorar a dor no pé e corri na areia até a cabana ao lado, bate uma duas três vezes na porta, rápida e aterrorizada, o meu medo era maior que a minha dor.
-Luchesi por favor, por favor, abre a porta!- Implorei, quase desistindo quando enfim ele abriu, estava só de calção, sem camisa, parecia ter acabado de tomar banho olhou-me de cima a baixo surpreso, até perceber o óbvio.
- Está chorando, o que aconteceu? - Luchesi pós a cabeça para fora da cabana e olhou em volta. Só que ao invés de responder, agarrei-me a sua cintura, abraçando-o, coloquei o meu rosto no seu peito, e chorei baixinho, por inúmeros motivos, ele ficou receoso, parecia ponderar se devia retribuir o abraço e por fim os seus braços rodearam-me e apertaram-me num abraço aconchegante.
- Shhh, está tudo bem Helena, tá tudo bem! - Luchesi me acalentava, - Eu to aqui. - O meu soluço cada vez mais alto ele me pegou no colo, e me levou para dentro. Sentou comigo no sofá, pôs-me no seu colo e ficou a me ouvir chorar, e quando passou, acariciou o meu rosto enxugando as minhas lágrimas.
- O que aconteceu?
- Não me deixa sozinha!- Digo com a voz entrecortada, - Por favor, eu não estava-te usando, eu só não queria mais ficar isolada, e sozinha, preciso de roupas e sapatos, queria ver pessoas, e o fato de querer ver gente de novo de ver a cidade e ir às compras não significa que quero estar longe de você ou que não goste de você. Eu só…
- Tá tudo bem, fui um imbecil.
- Por favor, não me obrigue a ficar naquela casa sozinha, eu não suporto ficar sozinha.
- Fica calma, está bem, precisa respirar Helena, eu estou com você não vou te deixar nunca mais sozinha eu te prometo.
- tá... tá bom- Voltei a chorar.
- Porque ainda está chorando?
- O meu pé... Humm ele está doendo muito.-luchesi olhou o meu pé, e viu sangue nele.
- Helena, porque não me disse que estava machucada? - Apenas o olhei fazendo bico, o meu pé estava a latejar esta doendo muito.- Vou cuidar de você, posso?- Assenti com a cabeça ele levantou me carregando para o quarto, - Temos que lavar o seu pé, vou pegar uma água pra limpar. Ele me pôs na cama e saiu por alguns minutos, olhei o quarto ao redor, tem uma cama king size enorme, prateleiras de madeiras, tudo bem rústico.
( não revisado )
Meninas tô sem tempo pra escrever, me perdoem a demora, mas não tem como em final de ano escrever constantemente. Aos poucos quando der eu posto
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 35
Comments
Maria Monte
autora sua história e linda cativante não demora muito não linda
2024-12-14
1
Angela Maria Jaques Dos Santos
autora minha linda só não esqueça de nós por favor.
2024-12-14
1
Anonymous
Será que agora eles se acertam
2025-01-25
1