Capítulo 15

Julia: O Doutor termina o exame, me troco e volto para mesa dele, o Bernardo está todo desconfortável.

Então está tudo bem com o bebé?

Dr. Maurício: Está tudo ótimo Júlia, vou aguardar o seu retorno essa semana com o resultado dos exames de sangue. Não deixe de tomar as vitaminas e ler todos os informativos que lhe dei sobre a gestação. Ficou alguma dúvida?

Júlia: Não Doutor, obrigada.

Bernardo: Tenho só uma dúvida Doutor.

Dr. Maurício: Pode perguntar Bernardo.

Bernardo: Os pés da Júlia incharam ontem, é normal?

Dr. Maurício: Pode acontecer, mais devemos ficar atentos. Chegou a sentir dor Júlia?

Júlia: Não, só ficaram mais pesados. Era mais um incómodo do que dor.

Dr. Maurício: Vamos acompanhar, se inchar de novo coloca eles um pouco elevado e se sentir qualquer coisa diferente é só me falar. Esse aqui é o meu WhatsApp, caso suja dúvidas, podem enviar mensagem e se for emergência podem me ligar. Aqui está o CD da ecografia e também a receita com o remédio para enjoo. Toma ele pela manhã em jejum e se não melhorar com esse, tentamos outros.

Júlia: Pego tudo, Bernardo pega da minha mão e seguimos em silêncio para o carro.

Bernardo: Ficamos em silêncio durante o trajeto de volta para casa, passo na farmácia e compro todos os remédios da Júlia. Chegamos e ela vai direto para o quarto dela, fico com os papéis, leio atentamente a todos até que algumas horas depois Júlia bate na porta do meu escritório.

Julia: Posso entrar?

Bernardo: Não precisa bater Júlia. Tá tudo bem?

Júlia: Tá sim, eu queria passar o vídeo do CD para o celular para poder enviar para os meus pais.

Bernardo: Já passei, vou te enviar no WhatsApp.

Júlia: Posso pegar os informativos, queria ler.

Bernardo: Claro, já li todos. Quer fazer o exame de sangue amanhã?

Júlia: Quero, mas tem uma coisa. Eu passo mal com sangue e tenho pavor de agulha.

Falo constrangida.

Bernardo: Vou estar ao seu lado Júlia. Quer que peça que façam a coleta em domicílio?

Vejo o quanto a Júlia está envergonhada.

Júlia: Se puder acredito que pode ser menos stressante, fico muito ansiosa.

Bernardo: Tudo bem então, vou solicitar para amanhã. Tem que estar oito horas em jejum, que horas prefere?

Julia: Pode ser as 8:00 horas, na verdade, você tem que sair para trabalhar neh?! Então pode ser no primeiro horário.

Bernardo: Vou agendar para 8:00 horas, precisa descansar e não quero que acorde tão cedo. Não se preocupe com o meu trabalho.

Julia: Tudo bem, obrigada.

Vou até à mesa pegar os papéis e as minhas mãos tocam a do Bernardo, ele me olha de um jeito intenso que me deixa com vergonha. Pego tudo e saio rapidamente do escritório dele. Não posso mais me deixar levar pelo Bernardo, ele me fez muito mal e mesmo que esteja agindo diferente agora, aquele Bernardo é uma parte dele que não quero na minha vida!

Bernardo: Júlia pega os papéis da minha mesa e as nossas mãos se tocam, sinto o meu coração disparar e olho nos olhos dela. Vejo ela ficar vermelha e percebo que esse toque também a fez sentir algo. Penso em me levantar e ir até ela, mas ela sai rapidamente do escritório. Fico pensando em como a Júlia mexe comigo, perdido nos meus pensamentos, aquela consulta, aquela ecografia, são todos sentimentos muito novos para mim. Maria me avisa que o jantar foi servido e que a Júlia pediu para comer no quarto. Janto e passo no quarto dela para ver se ela está bem, bato e ela não responde. Entro e a vejo dormindo, vou até à cama pegar as louças do jantar. Cubro a Júlia e paro um pouco para observar o quanto ela é linda.

Júlia, Júlia o que você está fazendo comigo?

Falo, beijo o topo da cabeça dela, pego as louças e saio do quarto fechando a porta com cuidado.

Julia: Depois do momento que aconteceu no escritório do Bernardo peço a Maria para levar o jantar no meu quarto. Janto e deixo o prato e os talheres na bandeja do meu lado na cama, me deito um pouco pensando em tudo que passei com o Bernardo. Quando vou me levantar para levar as louças sujas, Bernardo me chama e bate na porta. Não quero ver ele hoje, me deito rapidamente e finjo que estou dormindo. Ele abre a porta e um silêncio ensurdecedor toma conta do quarto. Escuto os seus passos e me lembro que a louça está na cama, droga não pensei nisso. Sinto ele se aproximar de mim e o meu coração dispara fico quietinha e sinto ele me cobrir, posso jurar que ele está me olhando. Escuto o que ele diz e fico totalmente surpresa, ele beija a minha cabeça, pega as louças e sai do quarto sem fazer muito barulho. Solto o ar que estava segurando e tento acalmar o meu coração. Fecho os olhos e posso sentir o toque da sua mão na minha, tento pensar em outras coisas e acabo pegando no sono.

Cassandra: Vejo Bernardo descendo com os pratos da folgada da Júlia para a cozinha, entro rapidinho e torço a torneira ao contrário, hoje estou com o uniforme branco e um sutiã de renda meia taça branco, fico a frente da torneira fingindo que estou tentando parar o vazamento de água. Bernardo entra e vem rapidamente me ajudar. Ele arruma e a água para, vejo ele me olhar e engolir seco.

Senhor Bernardo, obrigada. Eu acho que fiz alguma coisa errada.

Bernardo: Entro na cozinha e a Cassandra está tentando arrumar a torneira que está jogando água para todo o lado, caminho rapidamente até ela e consigo desligar a água. Olho para ela e vejo que ela está com o uniforme branco todo molhando mostrando um sutiã branco de renda, com os bicos dos seios empinados totalmente a mostra. Engulo seco e desvio o olhar no mesmo instante.

Cassandra: Dou uma se sonsa, olho para o meu corpo como se fosse uma surpresa estar daquela forma, me desculpo gaguejando e saio correndo fingindo estar envergonhada.

Me... des... culpa... se...nhor.

Bernardo: Cassandra nota que tem algo errado e quando vê a forma que está fica envergonhada e mal consegue falar. Vejo ela sair correndo assustada. Que droga, desde a Júlia não fiquei com nenhuma mulher e nunca tinha visto Cassandra com esses olhos apesar dela ser bonita. Primeiro pego ela com a bunda para cima e agora bem dizer pelada. Só espero que isso seja uma coincidência. A Cassandra não tem nada de inocente.

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