Capítulo 11

Bernardo: Começo a descer o zíper do vestido da Júlia, a nossa primeira noite juntos me vem a mente, me distraio por um instante e acabo tocando o ombro dela. Ela se assusta e se vira de frete para mim rapidamente.

Júlia: Obrigada Bernardo, pode me dar licença por favor.

Bernardo desce o zíper só meu vestido devagar, ele me toca no ombro. Na hora me assusto e me viro de frete para ele segurando o vestido pela frente.

Bernardo: Claro Júlia, sinto muito. Licença, se precisar é só me chamar.

Saio do quarto e me sento na poltrona, peço uma dose de whisky e bebo tudo em um só gole. Em seguida dou um sorriso amargo me lembrando da reação da Júlia ao sentir o meu toque. É, eu mereço! Se passam alguns minutos e ela sai com outra roupa e se senta do meu lado.

Quer beber algo Júlia?

Júlia: Tem água com gás, gelo e limão? To um pouco enjoada, acredito que pode me ajudar.

Me troco e volto para minha poltrona, Bernardo tá estranhamente sério.

Bernardo: Vou ver para você.

Saio e pego o que a Júlia pediu. Entrego e ela toma aos poucos, ela parece que continua enjoada. Logo ela corre até o banheiro e vomita, vou atrás dela e ela tenta fechar a porta, não permito.

Júlia seremos nós dois de hoje em diante, precisa me permitir te ajudar.

Julia: Bernardo entra no banheiro que é pequeno e apertado, estou praticamente abraçada ao vaso. Ele segura os meus cabelos e passa as mãos pelas minhas costas. Me sinto um pouco melhor e me levanto, ele me dá apoio sem falar mais nada. Escovo os dentes, lavo o rosto e o Bernardo não sai do meu lado. Termino e quando saio do banheiro ele me pega no colo.

Não precisa Bernardo.

Bernardo: Eu sei Júlia.

Pego Júlia e levo até o quarto, deito ela na cama e a cubro.

Descansa um pouco, quando chegarmos eu te acordo.

Júlia: Bernardo me deita com cuidado, me cobre e sai. Acabo pegando no sono.

Bernardo: Volto para ver se a Júlia está melhor e ela está dormindo tranquilamente. Me sento na cama ao seu lado e fico encarando ela.

Ah Júlia, como errei com você. Fiz pior do que fizeram comigo, só lhe peço não deixe isso te consumir e te tornar uma pessoa fria e amargurada assim como eu me tornei.

Saio e volto a me sentar na poltrona, fico pensando no que fazer de agora em diante. Estamos chegando, vou acordar a Júlia, temo que ela se assuste e chamo ela um pouco distante.

Júlia... Júlia... Júlia...

Ela acorda aos poucos e a medida que pisca lentamente e os seus olhos vão se abrindo ela abre um pequeno sorriso, fico encantado. Assim que ela abre o olho completamente ela muda a expressão e fica seria.

Já vamos pousar, quer ajuda para levantar?

Júlia: Não, obrigada. Já estou indo.

Bernardo sai, fico constrangida, me levanto e vou até à poltrona. Dessa vez já me sento afivelando meu cinto, começamos a pousar, Bernardo pega a minha mão sem falar nada. Aperto de leve a mão dele quando tocamos na pista, ele continua em silêncio como se soubesse que é isso que eu preciso agora. Finalmente poussamos, tiramos os cintos e Bernardo muda a expressão quando um segurança fala com ele.

Tá tudo bem?

Bernardo: A imprensa invadiu a pista de pouso, teremos alguns flashs no caminho até o carro.

Júlia: Tudo bem.

Bernardo: Me dá a sua mão Júlia, as fotos estarão em todos os jornais amanhã pela manhã.

Júlia: Dou a mão em silêncio para o Bernardo, como ele disse descemos é uma chuva de flashs começa, fico um pouco desnorteada e apenas sigo o Bernardo. Os seguranças me cercam impedindo qualquer pessoa de se aproximar de mim. A situação sai um pouco de controle, Bernardo me pega no colo e apressa o passo enquanto os seguranças fazem uma barreira em nossa volta. Entro no carro com o coração disparado.

O que foi isso?

Bernardo: A notícia do casamento se espalho rápido Júlia, todos querem uma foto exclusiva.

Júlia: Você ficou tão famoso assim?

Bernardo: Nunca fui visto publicamente com nenhuma mulher e sou o jovem CEO mais rico do meu ramo.

Júlia: Engulo seco a última parte, o meu pai já tinha me falado que o Bernardo fez as empresas pararem em primeiro lugar de todos os rankings, mencionou brincando que não precisaríamos mais trabalhar pelas próximas 10 gerações e não levei a sério. As nossas vidas por escolha nunca mudaram. Vivemos muito bem, as mansões são as maiores e mais bonitas da cidade, mais o dinheiro nunca foi tão algo que demos importância. Fico calada o caminho todo e acabo pegando no sono, não dormi quase nada a noite passada, o casamento foi muito cansativo e a viagem não é longa então dormi pouco, além de tudo isso tenho sentido muito sono na gravidez.

Bernardo: Júlia dorme escorada na porta do carro, pego ela e coloco no peito, ela se aninha e dorme tranquilamente. Chegamos ao prédio, penso em acordá-la mais ela parece tão cansada. Pego ela em meus braços. Mais fotógrafos aparecem, os meus seguranças não permitem que se aproximem. Maicon vai na frente abrindo as portas, Júlia parece mais leve do que de fato é, chego ao apartamento e subo até o quarto dela. Olho o seu rosto aninhado ao meu peito e coloco ela na cama, tiro os seus sapatos e parece que o inchaço dos pés dela diminuíram, a cubro e saio. Dispenso o Maicon que será o segurança chefe da equipe que vai acompanhar a Júlia, além de motorista dela, pois não confio em mais ninguém para cuidar dela. Vou tomar um banho. Maria e Cassandra parecem já estar dormindo. Não demoro e pego no sono.

(Maicon, 39 anos. Ex-chefe da equipe de segurança do Bernardo, designado o chefe da equipe de segurança e motorista da Júlia).

Julia: Acordo atordoada, estou num quarto estranho e não me lembro como vim parar aqui. A minha barriga ronca de fome, me levanto na ponta dos pés olhando tudo a minha volta. Saio do quarto e vejo mais três portas nesse andar, acredito que estou no apartamento do Bernardo. É enorme, tudo em tom de cinza e preto, chega a incomodar o quanto a mobília dele é escura e a casa sem vida. Nem flores artificiais tem, passo pela sala e encontro sem dificuldade a cozinha, mexo em tudo, armários, geladeira, bancadas e vou pegando algumas coisas aleatórias que chamam a minha atenção. Estou passando pasta de amendoim no pão de forma quando uma senhora entra na cozinha.

(Maria, 50 anos. Governanta do Bernardo)

Maria: Oi senhora Júlia, tudo bem?

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