Capítulo 18

Osiris pegou os braços de Vale e envolveu seu pescoço, abraçando-a por um momento. Seu cheiro deveria aliviar seu desconforto e assim foi. Valéria agarrou-se com mais força ao sentir seu aroma embriagador, imediatamente, com suas poucas forças, ela enrolou as pernas em volta da cintura de Osiris, fazendo-o rir. Ela parecia um koala apaixonado pendurado nele. Isso era realmente bom.

Ele deveria aproveitar esse momento de dependência e levá-la consigo. Eles terão sete dias de viagem de barco até chegar ao irmão dele. Ele terá que convencer a rebelde Valéria a colaborar, ou as coisas definitivamente serão difíceis.

Loni viu Osiris passar com a bela Vele enrolada nele como se sua vida dependesse disso. Ela queria arrancar sua filha de seus braços ou garras, mas Talesa a deteve imediatamente. Elas precisavam ter uma longa conversa.

"Senhora Loni, precisamos conversar seriamente. Acredito que há coisas que preciso dizer a você e que você precisa dizer a mim", disse Talesa enquanto a olhava fixamente. Seu olhar era penetrante, e Loni imediatamente se sentiu tensa. Era hora de falar a verdade sobre a pequena Valéria, sua origem e o que iria acontecer dali para frente.

Loni assentiu. Parecia que as coisas tinham acontecido sem que ela percebesse, então era necessário esclarecer tudo imediatamente.

"Senhora Talesa, por favor, sente-se. Posso lhe oferecer um café ou outra coisa, se preferir", disse Loni desanimada.

— Um café está bom, obrigada _ disse ela sentando na modesta sala de estar, seu sorriso é agradável como sempre.

Ambas mulheres sentaram-se de frente uma para a outra, Loni olha para Talesa com humildade, ela tem certeza de quem é, embora já tenha saído desse mundo, eu posso ver essas coisas.

— Bom Loni, deixe-me te tuteá-la, devemos nos dar bem pelo bem de Osiris e Valeria _ disse Talesa enquanto coloca sua xícara de café na mesa com elegância como se fosse louça fina Limoges.

— Agora quero que sejamos sinceras, Loni, eu vi sua reação ao nos ver, é óbvio que você vê o que está acontecendo ou suspeita, então devo supor que há algo mais sobre Valeria que não sabemos _ disse Talesa olhando expectante para Loni que está tremendo neste momento.

— Bem, eu…, não sou a verdadeira mãe de Valeria, e efetivamente há algo que Valeria esconde, mas ela não sabe disso.

— Deixe-me apresentar, sou Lonaria Marotees, meu nome no mundo dos humanos eu mudei para cuidar da minha menina, é assim que eu mudei meu nome para Leonilda Ugarte, agora as coisas estão mais complicadas, sou uma bruxa do coven de Maritric, a mãe de Valeria era minha amiga, quase uma irmã, nunca entendi a razão pela qual ela se casou com um humano, ela estava tão apaixonada.

A mãe de Valéria era uma ninfa da floresta, um ser que se relacionava mais com os animais do que com as plantas, minha Vale herdou algo disso, é por isso que estudou veterinária, os animais a obedecem em tudo, embora ela diga que é sua boa energia, eu sei que é algo de sua mãe que ainda permanece nela.

Minha Vale é uma humana em toda a extensão da palavra, não herdou nada de seu sangue de ninfa, mesmo assim, uma amiga me disse que viu o destino da menina, um Lycan poderoso a reclamaria e minha Vale teria que liderar uma sangrenta guerra nesse mundo, sempre achei que era uma loucura e mais ainda quando ela me disse que você estaria por trás disso - disse Loni engolindo em seco, tentando ser o mais respeitosa possível.

Oh, então você sabe quem eu sou? - perguntou Talesa com um grande sorriso.

Eu sei, claro que sei, e sei que seus sobrinhos são... - mas ela parou, não queria dizer e ofendê-la.

Bem, fico feliz que saiba, agora Valéria vai precisar de você, então vamos arrumar suas coisas e as suas, vamos partir imediatamente, Valéria vai demorar um pouco, você a esperará na Alcateia Real comigo e com o Irmão de Osiris, deverá ajudá-la a compreender, é hora de ver o quão humana Valéria é - disse Talesa enquanto se levantava para ajudar Loni a fazer as malas.

Enquanto as mulheres concordam ou melhor, Loni obedece a Talesa, Valéria está agarrada a Osiris como uma trepadeira, eles vão no veículo direto para o cais onde partirão no iate de Osiris, ele é rápido e ideal para viagens longas, então não terão problemas.

— Minha Diabinha, faremos uma viagem, tudo bem? Não fique briguenta - sussurro no ouvido dela enquanto Valéria começava a se sentir muito melhor.

Estando tão perto daquele homem rígido, as dores quase desapareceram, ela não sentia mais falta de ar e a opressão no peito era quase inexistente. Ela estava começando a acreditar que aquele homem havia lhe dado algum veneno que só desaparecia quando estava com ele.

— Senhor Osiris, me dê o antídoto do veneno que me faz mal quando estou longe de você, eu sei que é você quem está fazendo isso, tudo isso aconteceu desde que o conheci - disse Valéria irritada, mesmo sem entender o que está acontecendo, ela tem certeza de que aquele homem está envenenando-a.

Osiris apenas soltou uma pequena gargalhada, quando ela descobrir qual é o antídoto, vai desejar não ter perguntado.

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