Capítulo 15

Nelson respirou fundo, precisava dizer a verdade ou estaria morto.

— Bem, eu passei alguns dias com ela e foi lá que os guardas da matilha Lua Azul me prenderam, me levaram para suas celas, primeiro me colocaram em uma cela úmida, era a última no final do corredor, fiquei lá por algumas horas, depois me tiraram mas aí percebi que me colocaram na cela de outra pessoa, só vi um trapo, era uma loba pequena e destruída, fiquei muito triste, não sabia se ainda estava viva, mas ela estava realmente mal, depois disso me interrogaram e eu aleguei ter sido enfeitiçado pela mulher e me libertaram, aqui estou, isso é o que aconteceu Majestade, eu juro - disse enquanto eu devia ter uma expressão de terror nos olhos, quase saindo fogo.

— Você está me dizendo que o último lugar onde esteve foi em uma cela enquanto a loba que estava sendo torturada não estava lá? - perguntou apertando os dentes.

Nelson engoliu em seco e respondeu imediatamente.

— Majestade, ela era uma criança, o lugar era uma sujeira, o colchão estava sujo e velho, havia lixo por todo lado, e o que me confundia era o sangue no colchão, parecia que a loba sangrava constantemente, deveria curar-se com a sua habilidade lupina, mas não o fazia, suponho que deve estar envenenada, não há outra explicação. - diz o sirenito e eu sinto que estou perdendo o controle do Cronos, meu Lycan está enfurecido, mal consigo segurá-lo, está a um passo de tomar o controle.

— Majestade, se for assim, não temos tempo, invadamos a alcateia Luna Azul de uma vez - diz Dani irritado e indignado, se eles estão na minha Lua, então estão cavando a própria sepultura.

Quando estava prestes a aceitar a proposta do meu Beta, ouço a voz da minha tia falando com convicção.

— Anubis, acalma-te, não faças loucura, não podemos arriscar que ela corra perigo, tiremo-la dali e vejam qual é a situação, envie alguém para saber por que a Lua Rainha do hemisfério Sul está naquela cela, coloque-a em segurança e depois vemos o que fazer com essa matilha - eu a escuto e ela está certa, minha tia sempre foi uma mulher sábia e não posso duvidar da sua palavra agora, só quero que a minha Lua Rainha esteja a salvo.

Eu olho para o meu Beta e Gama para dar a ordem.

Esta noite eu vou levar minha Lua comigo, quero que organizem tudo, entraremos sem sermos vistos, isso deve ser uma operação rápida - digo enquanto eles assentem e vão com Nelson para que ele dê um mapa do local, vamos lá tirar minha Mate de lá.

Meu Delta, Pietro, chega com informações enquanto me preparo para sair, o que ele me diz é uma loucura horrível. Thesaí Arente, uma jovem de 18 anos, está presa e sendo torturada por ser a Mate do jovem Alfa, mas, por ser rejeitada, ela aceitou o fato e foi punida pelo Alfa, sendo encarcerada e sofrendo punições diárias. Uma pequena Omega, de baixo escalão, uma garotinha de apenas 16 anos. A indignação quase faz com que eu perca o controle, mas acalmo Cronos, dizendo que precisamos manter o controle para tirá-la de lá, caso contrário, ela pode morrer.

E assim, partimos para a alcateia da Lua Azul. O helicóptero pousou relativamente perto, não queria chamar meu Lycan, pois ele destruiria toda a cidade, então, apenas o usaria em caso de emergência.

Na penumbra da noite, entramos nas celas, não foi muito difícil, os guardas desta alcateia são desastrosos. Quando chegamos à área que Nelson identificou, senti o aroma novamente, era aquele aroma delicioso, de flores do campo e ervas aromáticas que se combinavam perfeitamente.

Nós nos dirigimos ao local, mas dois guardas nos interceptaram. Eu os matei o mais rápido que pude. Apenas esperava que a situação não tivesse sido associada ao alfa deles. Mas, para não deixar rastro, precisava marcar minha companheira, eliminar o cheiro que a ligava a essa maldita alcateia e não levantar suspeitas se alguém visse ou se aproximasse demais. Aproximei-me e senti que ela estava viva, fraca, mas viva.

Dei um chute na porta, desesperado para vê-la, para tirá-la dali, mas o que vi me deixou realmente impactado. Ela vestia apenas trapos, estava ossuda e fraca. Senti seu medo e saltei sobre ela para tapar sua boca. Ainda não estava certo se ela gritaria, quando senti seu cheiro mais forte e quase perdi o controle. Era ela, minha companheira, minha Lua Rainha. Estava tão indefesa e maltratada, então apenas resignadamente mordisquei seu delicado pescoço e marquei-a. Ela deveria perder sua relação com a alcateia e agora era minha, somente minha. Quando senti que ela desmaiou, a peguei imediatamente para levar comigo.

Enquanto voávamos no helicóptero, Rafael me passou um pacote de lenços umedecidos. Com isso, limpei pouco a pouco seu rosto, seus braços. Ela era um desastre.

Descemos e imediatamente o médico foi vê-la, embora ela estivesse delicada, não queria que a sua presença fosse descoberta e muito menos nesse estado. Meu amigo médico deu à pequena filhote uma dose forte de antídoto, era óbvio que ela estava envenenada e uma dose de antibióticos, ela não estava se curando sozinha e suas feridas estavam infectadas. Ainda não compreendo como ela sobreviveu, depois de algumas horas, ela parecia melhor. Minha irmã e tia a limparam com toalhas úmidas, removendo a sujeira de dois anos de confinamento.

Eu não estava com ela, os Lobos Anciãos me chamaram para uma reunião. A felicidade era enorme, eles estavam felizes que minha companheira chegou, sabiam que meu Lycan estava cada vez mais incontrolável, então era uma boa notícia que a dona do coração de Cronos apareceu.

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