Contrato De Amor
Prólogo
Emily ao contrário de sua irmã Isy, nunca descobriu exatamente o que gostaria de estudar, mas também, nunca teve nenhum tipo de pressão em ser responsável. Ao contrário de Isy que saiu de casa assim que completou a maior idade, se esforçando sempre ao máximo para entrar em uma boa faculdade.
Emily nunca reclamou das regalias que lhe foram proporcionadas até o momento, mas ao decidir ir morar com Isy lhe causou um grande desentendimento com sua tia que mesmo detestando a ideia de tê-la fora de casa, optou por continuar lhe ajudando com as futuras contas.
Isy não gostou da ideia, pois conhecia a pior face de Hélia mas ter sua irmã novamente ao seu lado, sem dúvidas era perfeito. Desde que saiu da casa de sua tia, Isy continuou a conversar e se encontrar com Emily sempre que pode, pois eram tão apegadas uma a outra que era inevitável. Morreriam de saudades se fossem definitivamente separadas.
Então, para morarem juntas, Isy decidiu deixar para trás o apartamento antigo e ir em busca de algo com um pouco maior que pudesse acomodar as duas. E então, em um mês, estavam as duas em um apartamento não tão bonito, mas confortável e barato para começar uma vida juntas novamente. Aquele era definitivamente um achado e tanto!
Próximo da universidade de Londres, ocupação individual para as duas – Não algo exorbitante, mas um pequeno espaço particular para suas próprias coisas. — que podem chamar de quarto e mais perto ainda do trabalho de Isy.
Não era de fato um palácio e nem se aproximava da mansão enorme de sua tia Hélia, mas aquilo significava muito mais! Aquele era o cantinho, o conforto, o aconchego das duas! Elas estavam tão felizes em viver novamente juntas que se fosse por baixo da ponte, ainda estariam contentes.
Durante esses meses juntas, Isy decidiu incentivar Emmy a procurar algo de interessante. Emily realmente se sentia muito perdida nessa parte, mas era algo muito estranho tendo em vista que sempre soube muito bem o seu gosto pessoal para tudo. Porém, na hora de decidir o que estudar, parece que muitas opções surgem, mas no fim, acaba sempre desistindo.
E aquilo realmente mexia com Emmy que não queria viver uma vida às custas de sua tia para o resto da vida. Já não estava lhe fazendo bem e o tempo só ia passando, fazendo com que não tivesse mais do que cursinhos no currículo. Se sentia péssima, mas precisava parar de apenas se sentir mal com aquilo e tomar uma atitude.
Mas aquele seria o menor de seus problemas.
Após seis meses vivendo o sonho de morar junto a sua irmã, o depósito na sua conta aparece, mas não só ele, Hélia resolve fazer uma visita surpresa a suas sobrinhas que intuitivamente não esperam boas novas de sua tia.
—Eu vou fazer um chá! —Disse Isy indo depressa para trás do balcão que divida a sala da minúscula cozinha.
—Não há necessidade. —Disse Hélia que olhava com desdém ao redor. —Então é para isto que venho enviando os depósitos?
—Ainda estamos deixando com a nossa cara, mas... —Emmy ia dizendo, mas Hélia a interrompeu duramente.
—Não importa. —Emily engoliu em seco ao ser interrompida bruscamente. —Não vim aqui para falarmos sobre decoração. Na verdade, vim comunicar a nossa mudança de volta para o Brasil.
—Brasil? —Isy apertou o seu maxilar e desviou o olhar após a pergunta ligeira.
—Mas é temporário, certo? —Perguntou Emmy.
—Não. Na verdade, iremos partir sem previsão de volta.
—Oh, eu irei sentir falta da senhora e do Jack. —Disse Emmy, enquanto Isy se mantinha em silêncio um tanto pensativa.
—Oh... —Soltou uma risada nada cômica. —Não sentirá querida, pois estará de partida conosco! —Disse fazendo Emmy arregalar os olhos, enquanto Isy, aparentemente pouco surpresa, se colocou a frente da pia despejando água corrente dentro da chaleira.
—O quê? Não! —Emmy soltou de uma vez. —Isso deve ser alguma piada!
—Como se eu fosse uma mulher de piadas. —Hélia disse encarando firmemente Emmy mostrando-lhe certamente que não havia nenhuma brincadeira em suas falas anteriores.
—Ok. —Emmy se recostou no sofá e cruzou os braços. —Eu sinto muito titia, mas isso não irá acontecer. —Apertou o maxilar.
—Não vejo possibilidades disso já que se não for comigo, terá de abdicar dos meus bons depósitos em sua conta. —Disse e Isy quase deixou algo cair na cozinha.
—Está querendo me forçar a ir com você? —Emmy desencostou seu traseiro do sofá e ainda de braços cruzados, questionou a tia de forma incrédula.
—Não é uma ameaça querida! —Ela disse caminhando alguns passos. —Estou apenas dizendo que se não for comigo, não terá mais minha ajuda financeira para se manter. E isso é uma escolha que você poderá fazer.
—Pois bem! —Emmy estufou seus peitos como um galo de briga. —Faça as malas com Jack e aproveite as praias do Brasil por mim, pois eu continuarei bem aqui onde estou.
—É o que veremos meu amor! —Passou a mão no rosto de Emmy que soltava o ar pelas narinas como um búfalo. —Você não tem experiência em nada, muito menos um diploma nas mãos! Como acha que irá conseguir sustentar um apartamento no centro de Londres?
—Eu vou me virar!
—Oh céus! Em que mundo você vive criança? —Hélia parecia certa de que Emmy estava sem opções. —Isadora não tem o mínimo de condições de se sustentar no centro de Londres, imagine sustentar vocês duas!
—Eu não estou dizendo que isso irá acontecer.
—Se Emily deseja ficar comigo, farei de tudo por isso! —Isy disse saindo finalmente de trás do balcão. —Realmente não aceita uma xícara de chá? Fiz o mais calmante possível sabendo que essa visita seria apenas para abalar os nossos nervos. —Disse bebericando o líquido na caneca branca de porcelana.
—Sempre tão desprezível, Isadora. —Ergueu seu queixo para a sobrinha mais velha, olhando a com desdém. —Mas... Talvez mude de ideia ao saber que minha proposta é valida para você também, pois se Emmy decidir vir junto a mim, irei manter os depósitos em sua conta para que consiga manter esse apartamento chinfrim.
—... —Isy tossiu após a rispidez com que o líquido chegou a sua garganta. —Desculpe Hélia... —Ela disse ainda se recompondo do engasgo. —Mas reafirmo que se for da vontade de Emmy continuar a viver comigo, estarei disposta a fazer o melhor por nós duas. E se ela quiser ir para o Brasil, agradeço a oferta generosa de me mandar bons depósitos, mas eu prefiro que os mantenha para si.
—Sempre a mesma tola!
—Chega! —Emmy deu um basta. —Acho que já passou da hora de parar de me sustentar, então, fique com os seus depósitos e gaste com algo para o seu guarda-roupa. Sei que não repete roupas!
—Sabem que irão se arrepender de suas escolhas. —Hélia estava completamente descontente.
—Escolher a minha irmã jamais será motivo de arrependimento. —Emmy retrucou as palavras da tia.
—Estarei no Brasil caso queira sua mesada de volta. —Disse Hélia partindo a caminho da saída.
—Mande ao menos um cartão-postal por favor. —Disse Isy abrindo a porta para Hélia.
—... —Hélia foi porta á fora erguendo o seu queixo como a verdadeira esnobe que é.
Após mostrarem-se firmes e irredutíveis para Hélia, Emmy e Isy se jogaram no sofá salmão e soltaram a respiração de uma só vez. Olhando para a parede a sua frente, ambas se orgulhavam não só da firmeza com que trataram a situação, mas do fato de terem se escolhido perante a qualquer coisa. Entretanto, não podiam negar que estavam assumindo um enorme problema, pois Hélia havia sido má, porém, realista.
Emmy não tinha mais do que alguns cursinhos insignificantes e zero experiência para trabalhar. Não seria fácil arrumar um serviço com esse currículo vago, mas conseguiria em algum momento. O problema é que elas não tinham mais do que um mês, sabendo que o depósito era o suficiente para esse tempo.
—Eu vou tentar fazer algumas horas extras, fazer um tipo de bazar ou qualquer coisa para conseguir dinheiro até que consiga um emprego.
—Eu sinto muito por isso... Realmente eu não queria te forçar a isso tudo!
—Ei... —Isy colocou sua mão sobre a de Emmy. —Eu amo você e realmente irei fazer o meu melhor por nós duas! —Olhava para a irmã. —Realmente iremos nos apertar muito, mas vamos conseguir. Tenho certeza disso! —Apoiou a outra mão.
—Como eu poderia viver a minha vida sem os seus pensamentos otimistas? —Emmy sorriu emocionadamente para a irmã.
—Eu realmente não quero ficar longe de você! —Elas se abraçaram forte naquele sofá salmão que era de fato uma das coisas mais estranhas.
—Uh... —Âncora saltou para o meio delas, fazendo Emmy tomar um susto e soltar um leve gemido, seguido por uma risada. —Também não vivemos sem você, pequena! —Disse pegando-a por baixo das patas frontais.
Capítulo 1 – Detestável
Londres, 07h12 A.M.
—Isy... Isy! —Emmy chamara Isy várias vezes o mais perto possível de sua porta, mas nada de receber uma resposta, então, medidas drásticas resolveu tomar. —ISYYYYYYY... —Ela gritou tão alto que em breve saberia que teria uma notificação do sindico em sua porta mais tarde.
—Emily! —Isy disse dentre os dentes, abrindo a porta com os olhos mais murchos que uma laranja velha.
—Achei que iria precisar para medidas ainda mais drásticas para te acordar.
—Mais drástica que gritar como uma louca fora do hospício? —Perguntou indo em direção ao banheiro.
—O plano seguinte era arrombar a porta.
—Ok Chuck Norris, pelo menos já comprou os nossos pães? —Coçou os olhos enquanto tirava as meias dos pés e as jogando no canto do banheiro.
—Vou colocar uma roupa decente e estarei com os seus pães antes mesmo de terminar seu banho.
—Droga! —Isy disse enquanto Emmy vestia uma calça escura que usaria juntamente a blusa de alcinhas na qual dormiu essa noite.
—O que houve?
—Acho que não vai dar tempo de tomar café! —Disse ela entrando no chuveiro, mantendo a porta aberta. —Não vi a mensagem dizendo que hoje eu abro a loja.
—Eu vou correndo lá na padaria. —Disse Emmy pegando as moedas e correndo para fora. —Já volto!
—Pega a bicicleta do Billy.
—... —Emmy nem respondeu o que disse sua irmã, mas escutou e com toda pressa, desceu pelo elevador — Tal esse que em algum momento parece que vai quebrar de tão velho — e chegou a portaria do prédio indo em direção ao porteiro Billy.
—Bom dia querido Billy! —Disse de forma ainda mais doce do que a de costume.
—Bom dia menina Emily! —Disse devolvendo a simpatia como de costume.
—Billy, seria muito incomodo se eu pegasse a sua bicicleta por alguns minutos? —Perguntou Emily quase que suplicando. —Preciso ir à padaria comprar pão para Isy tomar café antes do trabalho.
—Claro! Ela está logo ali amarrada as grades. —Disse ele entregando-lhe a chave do cadeado.
—Obrigada Billy! Você é um anjo! —Ela disse pegando a chave de sua mão e indo depressa até a bicicleta. Por alguns segundos, Emily encarou aquele negócio e se recordou que há tempos não sabia o que era subir em uma, muito menos andar. Então estufou seus peitos e subiu naquela bicicleta sem pensar duas vezes. —Eu já volto Billy! —Disse passando para fora dos portões enferrujados do prédio. —Seja o que Deus quiser!
Emmy pensou alto ao se deparar com o caminho a seguir montada naquela bicicleta que mais parecia um camelo desengonçado.
No início do percurso eu realmente penei bastante, mas nada como algumas pedaladas para me sentir mais confiante. O problema que me atormentava era chegar à Avenida mais movimentada.
Estava andando normalmente e quando estava entrando na avenida, algumas moedas caíram do bolso da minha calça e não hesitei em dar meia volta. Não sei se havia sido falta de atenção minha, mas quando me deparei, eu já estava no chão ao lado da bicicleta e de todas os meus míseros trocados.
Por alguns segundos eu havia fechado o olho e quando dei por mim, já estava no chão após tudo ficar escuro. Senti os arranhões nos meus braços, bati minha calça um pouco suja e comecei a resgatar minhas moedas do chão até que os pares de sapato mais surrados que os que eu costumo usar, surgiram a minha frente.
—Você está bem? —Aquela voz familiar vinha junto de uma uma mão estendida a minha frente, tal que eu me apoiei para me desfazer da posição constrangedora na qual eu estava para juntar as moedas no asfalto.
—Estou, obrigada... —Disse tentando me recompor.
—Ótimo! Da próxima vez tente olhar por onde anda! —Disse ao mesmo tempo em que se afastava. —Quem foi o louco que lhe deixou andar de bicicleta?
—Como é? —Emmy franziu a testa automaticamente olhando para o imbecil que havia dito aquilo e quando percebeu que era o famoso Henry Dickens, já era tarde demais para desfazer a repulsa. —Henry Dickens não é? —Emmy o observou por alguns instantes.
—O próprio! —Suspirou enquanto abria a porta do seu carro. —Mas acho que não é hora e nem lugar para autógrafos.
—Concordo plenamente! —Ela disse erguendo a bicicleta. —Eu tenho coisas melhores para fazer do que pegar um autógrafo seu!
—O que? —Ele abriu um sorriso irônico de quem não havia aceitado muito bem aquelas palavras. —Como assim garota? Tá achando que é quem?
—Alguém que não faz questão de te conhecer! —Disse ela se posicionando para voltar a pedalar.
—AH! —Ele soltou quase uma gargalhada aos céus. —Até parece! Eu conheço pessoas como você e agora estou até achando que se jogou na frente do meu carro na esperança de realizar um tipo de “novelinha” de fã!
—... —Emmy olhou bem para a cara de Henry e naquele momento, ela estava tão incrédula em suas palavras que se pudesse entregar o papel de maior idiota, lhe premiaria dez vezes. —Nem se você fosse a própria Rainha Elizabeth eu me jogaria na frente do seu carro.
—Ah baby... —Ele abriu um sorriso malicioso e extremamente idiota. Mas antes que pudesse dizer algo mais, várias buzinas começaram a fazer barulho já que ele atrapalhava uma faixa de cruzamento. —Tchau docinho! Olhe por onde anda! —Disse ele entrando em seu carro de uma vez, mas sem antes estampar um sorriso irônico no rosto.
Emmy estava definitivamente irada, mas quando ele a chamou de docinho, certamente elevou seus nervos ao extremo já que qualquer apelido no diminutivo lhe revira o estômago.
—Barbeiro dos infernos! —Resmungou em um sussurro ao ver seu carro partir.
~
—“Alguém que não faz questão de te conhecer”—Repetiu a fala em tom de desdém. —Até parece! Como se eu não fosse o motivo dos sonhos de muitas por esse mundo! Quem ela acha que é? —Perguntou ele pensando alto, olhando para o retrovisor onde coincidentemente a via pedalando desengonçadamente.
Mais a frente, estacionei o meu carro a frente da padaria de Brian, um velho amigo que vende a melhor rosca de açúcar de Londres. Sempre passa ali quando está no em Londres, e é como visitar casa da avó aos domingos para Henry.
—Oi Brian! Como está? —Perguntei já retirando o trocado do bolso.
—Estou bem! —Disse contente em vê-lo. —Acabei de deixar uma fornada fresquinha de roscas de açúcar!
—Você nunca decepciona! —Abriu um sorriso simpático. —Trás uma água pra mim também, por favor.
—Deixa comigo! —Disse ele indo até o freezer um pouco distante, deixando-o por alguns instantes no balcão. Tempo suficiente para Henry avistar Emmy entrando na padaria por outra porta. —Parece um pouco cansada! Veio carregando sua irmã nas costas? —Perguntou Brian para ela. —Sua água e suas roscas!
—Sua padaria é no fim do mundo! —Disse soltando um suspiro. —Mas nada é pior do que ser atropelada por um imbecil!
—Quer dizer que me acha um imbecil? —Henry não conseguiu se segurar e se fez notado a poucos passos dela que ainda não o tinha visto.
—Ah... Para! —Ela enfiou a mão no rosto, quase explodindo de raiva. —Que inferno!
—Sábia que você nem tem tamanho para ser tão arrogante assim?
—Desculpe-me “oh deus maravilhoso e perfeito Henry Dickens”! —Debochou fazendo-o fechar a cara instantaneamente. —Mas o fato de ser um homem alto só o faz ser um idiota maior ainda!
—Eu sou idiota? Brian, foi muito bom te ver e agraço pelas roscas! —Disse deixando o dinheiro no balcão. —Já você, saia das fraudas e amadureça sua criança irritante!
—Arrrg! —Ela bufou irada ao perder a paciência com Henry quase como uma criança birrenta. —Você não é ninguém para me mandar amadurecer.
—Olha gente, isso aqui está começando a ficar feio! —Disse Brian.
—Ao menos sou maior e mais velho! —Ele se voltou até ela. —Você tem o quê? 20 anos? —Desdenhou.
—Não te interessa! —O encarava com rispidez. —Na verdade, quero que você e suas idiotices se explodam!
—É uma pirralha! —Continuou um pouco menos convicto. —Uma pirralha sem educação. Quando encontrar os seus pais, diga a eles para reverem a sua educação pois anda muito agressiva para uma garota!
— ... — Emmy até tentou revidar as palavras estúpidas de Henry, mas não conseguiu. —Você... Você... Arrg... —Seus olhos encheram-se de lágrimas de forma quase que instantânea e então com a voz embargada, Emmy lhe dirigiu uma última frase antes de ir embora. —Você não sabe o que diz!
Emmy nem se quer levou o que veio buscar. Ela simplesmente saiu pelo mesmo lugar em que entrou e subiu na bicicleta partindo desesperadamente.
—... —Henry não sábia ao certo o que havia sido aquilo, mas de fato se perguntava se havia ido longe demais mesmo com aquela garota impertinente.
—Não deveria ter dito aquilo. —Brian disse o olhando sério enquanto permanecia atrás do balcão.
—O que foi que eu disse? —Deu de ombros ainda sem entender o mau da situação. —Você viu ela me chamando de imbecil? —Ele tentava se defender.
—Realmente você não faz ideia!
—Não! Eu realmente não faço ideia porque eu conheci essa menina há uns dez minutos atrás! Quero dizer... —Engoliu seco desviando o olhar por alguns instantes. —Eu quase a atropelei, mas agora estou ficando preocupado de verdade. —Retornou seus olhos para Brian.
—Você simplesmente tocou em um ponto que não deveria! —Disse Brian. —Se você a odeia, acredite, nesse momento ela te odeia muito mais!
—E porquê? —Perguntou Henry enquanto Brian passava um pano sobre o balcão.
— Henry... —Brian pausou o pano sobre o balcão e lhe retornou os olhos. —Emmy foi criada pelos tios. Na verdade, ela e a irmã mais velha vieram para a Inglaterra quando pequenas e você ter tocado nesse assunto dos pais obviamente a deixou abalada, pois além de ser um assunto delicado, Emmy já estava nitidamente com os nervos a flor da pele!
—Hm... — Henry desviou o olhar por alguns instantes sem querer admitir que estava nitidamente se sentindo culpado por aquela situação. —E de onde ela é?
—Brasil.
—Engraçado... Ela veio criança para cá, certo? —Brian balançou a cabeça positivamente. —Mas ela realmente tem sotaque! —Disse ele olhando para o vazio enquanto se recorda de Emmy. —E o que houve com os pais dela?
—Morreram. Ela se acha culpada pela morte da mãe que morreu no parto. —Disse Brian tão diretamente que fez Henry ficar boquiaberto a ponto de engolir seco em seguida e ficar agora nitidamente sem jeito. —O pai faleceu anos depois, pouco antes da tia ter a guarda e as trazerem para cá.
—Eu... eu realmente não deveria ter escolhido aquilo para dizer. —Afirmou arrependido. —Mas como eu poderia imaginar? —Ergueu seus braços ao argumentar em sua defesa.
—É, não deveria! —Afirmou.
—Brian... —Henry olhou para o velho amigo um pouco de lado. —Como você sabe tudo isso? Por um acaso...
—Não continue! —Disse interrompendo-o sabendo da maliciosa mente de Henry. —Elas apenas vêm aqui com frequência desde que se mudaram para um prédio há poucos minutos daqui. São meninas simpáticas e gentis!
—Aquela menina? Simpática e gentil? —Henry olhou bem para Brian.
—Talvez porque simpatia e gentileza seja algo recíproco!
—Entendi... —Henry olhou de lado para Brian não gostando de sua resposta. —Até mais Brian.
—Não demore para vir novamente! —Disse Brian.
—O bairro anda muito mau frequentado! —Sussurrou e atendeu seu celular que vibrava no bolso sem parar.
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Atualizado até capítulo 89
Comments
Juuh Fer
Vou colocar meu telefone para carregar e vou iniciar mais uma obra da minha aurora preferida @Brenda Fernandes ❤️
2023-10-19
2
lucivania oliveira
quem é Âncora? ou melhor o que é ?
2023-09-23
1
Ana Karol Campos
poxa ele jogou muito baixo... com razão ela pegou ranso dele... e como no velho ditado " a primeira impressão é a que fica"... a dela pra ele é péssima!
2022-11-25
3