—Porque precisa ficar no telefone comigo? —Perguntou Isy do outro lado da linha. —Estou aqui no estoque escondida atrás das caixas por sua culpa!
—Eu preciso de apoio moral! —Disse Emmy. —Por favor! Sabe o quão repugnante é ter que pegar na mão de Henry? —Ela esperava na portaria do prédio.
—Ah claro... Aquela mão grande, forte, com dedos longos e... Ufa! Repugnante!
—Não seja tola! —Emmy disse revirando os olhos. —Ele chegou.
—Fique mais animada, é o seu namorado! —Gargalhou do outro lado da linha.
—“Ele chegou!”—Disse de forma irônica, fingindo animação. —Beijos!
—Beijos, te amo! —Disse Isy enquanto Henry abria a porta para Emmy entrar.
—Também te amo! —Desligou então.
—Coloca o cinto. —Disse batendo a porta do carro e dando a volta.
Hoje não parecia um dia muito feliz para Henry e certamente não estava para ser o melhor de Emily.
— ... —Colocando o cinto.
—Falava com quem? Seu namorado? —Perguntou ele após colocar o cinto.
—É o que? —Ela franziu o rosto em uma careta.
—Ouvi dizer que ama alguém pelo telefone. —Deu partida.
—Não que isso seja da sua conta, mas era a Isy. —Respondeu um tanto atravessado o fazendo soltar um sorriso que mostrou o chiclete dentre seus dentes.
—Eu sei!
—Que não é da sua conta a minha vida?
—Que não era um namorado! —Ela revirou os olhos. —Para de revirar esses olhos, que chatice!
Ligação da Jennete.
Transferência para o carro.
—Harry.
—Sim Jennete.
—Emily está com você?
—Olá Jennete!
—Ok. Preciso que você a leve em casa ao fim do compromisso de hoje!
—Se não tem outra opção! —Disse Henry.
—Não e tem mais uma coisa!
—Isso não me deixa surpreso! —Retrucou.
—Cale-se Henry! —Ordenou. —Preciso que fique na casa dela por algum tempo!
—O QUE? —Ambos soltaram a pergunta em voz alta, quase que em desespero.
—Qual a necessidade disso, Jennete? —Perguntou Emmy.
—Não é para fazerem nada, apenas fiquem juntos por algum tempo para gerar especulações! —Explicou. —No fim, acompanhe o seu “amado” até a saída de sua casa e se despeça dele carinhosamente!
—Com beijo? —Henry perguntou.
—Com um soco?
—Fique mansa gatinha, fique mansa... —Passou a mão na cabeça dela.
—Tire sua mão de mim! —Ela disse afastando a mão de cima da cabeça dela, o fazendo abrir uma risada empolgante.
—O beijo só irá acontecer se for...
—NECESSÁRIO! —Ambos disseram para Jennete e não conseguiram evitar se olhar seguindo de um sorriso.
—Boa sorte! —Desligou.
—Transferi aquela foto de lingerie para o meu celular! —Ele disse com um sorriso debochado.
—Cala a boca, Henry! —Emmy cruzou os braços e se manteve de cara fechada, olhando para a janela. —Só fale comigo fora desse carro! Aliás, é bom ver ele de dentro e não do para-choque!
—A visão do para-choque foi culpa sua!
—Ah claro! —Revirou os olhos e fechou a cara. —Falo com você novamente no mercado.
—Se é o que você quer...
~
Não demorou muito para chegarem ao mercado que nitidamente foi uma ótima escolha já que tem uma quantidade de gente considerável. “Market L. Center”. Henry olhou aquele mercado ao estacionar e recordou que jamais entrara naquele lugar em todas as vezes que vinha ao centro de Londres. E o motivo era exatamente por conta do movimento grande do estabelecimento, algo propício para vender a história de Jennete.
—É aqui. —Disse Henry se soltando do cinto.
—Aqui? Vamos ao mercado? Porque aqui? —Perguntou Emmy mas sem receber nenhuma resposta de Henry.
—Que lugar melhor que o mercado central de Londres?
—É... Deve saber o que está fazendo. —Disse ela se soltando do cinto e abrindo a porta.
—Não, não... —Ele disse fazendo-a parar no mesmo instante com uma afeição confusa.
Estava tão imóvel como se houvesse pisado em uma mina terrestre! —Fique onde está! —Disse e então deu a volta pelo carro, abrindo o restante da porta para que Emmy pudesse sair.
—Isso é realmente necessário? —Emmy espremeu seus olhos para Henry.
—Claro meu amor! —Disse Henry sempre em um tom preocupante de deboche. —Não se esqueça que devemos parecer “apaixonados”! —Enfatizou olhando-a bem nos olhos antes que ela revirasse os mesmos para ele.
—Como eu poderia ousar me esquecer!? —Deixou o carro então.
—Vamos! —Disse estendendo a mão para Emmy. —Me dê a mão!
—O que? —Ela engoliu seco um tanto sem jeito.
—A mão Emily. A mão! —Arregalou os olhos para ela esperando urgentemente que ela não o deixasse no vazio.
—Desculpe... —Ela recuperou o fôlego e juntou sua mão a de Henry.
—Saiba que está sendo tão difícil para mim, quanto pra você! —Soltou um suspiro colocando os óculos escuros no rosto.
—Acredito em você! —Disse ela fazendo Henry engolir seco por um momento. Esperava algo mais ácido que algumas meias palavras desconfortáveis.
Enquanto caminhavam para dentro do estabelecimento, não pode deixar de sentir a maciez da mão de Emily. Tal coisa que não esperava notar, mas imperceptivelmente, já havia notado quando se deu conta!
Além de macia, era quente e delicada. Poderia admitir a si mesmo que estava sendo prazeroso tocar a mão de Emily, mas seria como declarar-se insano!
~
Não havia como negar o desconforto. Emily e Henry estavam nitidamente sem jeito e duros como uma pedra para alguém olhá-los e dizer que eram de fato um casal apaixonado! Aquilo precisava mudar o quanto antes e ambos esperavam que ao decorrer do tempo naquele mercado algo pudesse começar a ficar mais natural.
—Eu não sei ao certo para onde ir... —Emmy murmurou como se estivesse em uma missão secreta.
—Que tal para a seção de biscoitos agente?
—Agente? —Emmy franziu o cenho olhando para Henry enquanto o mesmo tinha um sorriso de lado humorado.
—Vamos até os biscoitos! —Disse indo e a fazendo caminhar junto.
—Ok, ok. —Disse.
—“Ok” mesmo ou quer brigar comigo até pela seção do mercado? —Perguntou baixo enquanto iam até a seção.
—Você é o imaturo desse relacionamento! —Disse ela, curiosamente o fazendo rir. —Qual a graça? Eu queria te ofender! —Disse abaixando-se até uma prateleira baixa.
—Desculpe por te deixar frustrada! —Disse continuando com um sorriso no rosto até que algumas jovens surgiram na mesma seção.
—Amor... —Emmy se levantou rapidamente percebendo que Henry não havia captado a situação “necessária”. —Nós temos companhias bem jovens na seção. —Disse em um sussurro erguendo-se na ponta dos pés, inclinando seu corpo para o de Henry, deixando-os numa proximidade muito intima.
Nos pensamentos de Emmy, ela não pode negar que dizer aquelas palavras quaisquer no ouvido de Henry, precisando chegar tão perto, a fez sentir algo muito averso de repulsa. Por algum momento aquelas covinhas lhe pareceram... atraentes!
~
De fato, Henry a detesta com todas as suas forças, mas quando ele sentiu seus lábios tão próximos de sua orelha, algo o remexeu por dentro e não era do tipo ruim. Na verdade, era algo muito semelhante a prazer, tal sensação que Henry negaria até a morte naquele momento se alguém lhe questionasse.
Emmy não havia dito nada demais, entretanto, até os pelos mais finos de sua nuca se ergueram com rapidez deixando-o imensamente confuso.
De qualquer forma, ele ainda não a suportava.
—Ok... —Quando lhe deu por si, suas covinhas já haviam aparecido.
—Que tal esse? —Ela pegou tinha um biscoito nas mãos.
—Tem certeza? —Perguntou tentando uma conversa natural.
—Olhe o valor nutricional e confira o quão adequado esse é para a nossa alimentação! —Entregou-lhe a embalagem nas mãos. Henry passou os olhos em qualquer lugar e então concordou.
—Fico feliz que minha namorada é uma expert em alimentos saudáveis! —Henry disse e apertou levemente a bochecha de Emmy. Tal ação que fez a mesma olhá-lo um tanto atravessado.
—Elas se foram... —Disse Emmy soltando um suspiro.
—Definitivamente você não nasceu com o dom de nenhuma Angelina Jolie!
—“Minha namorada é uma expert em alimentos saudáveis”! —O imitou num sussurro. —Acredite, você também é de longe um Denzel Washington!
—Desculpe se isso foi o máximo que eu consegui chegar em um elogio para você! —Ele disse enquanto caminhavam para fora do corredor.
—Bom, acho que precisamos de uma cestinha “namorado”! —Disse ela soltando um sorriso assustador no fim na frase enquanto puxava uma cesta vermelha.
—Acho que você gosta em... —Ele disse desviando o olhar e colocando um sorriso cínico no rosto.
—Não ouse me irritar. — Disse ela num sussurro, olhando ao seu redor com receio de ser ouvida. —Pois tudo o que gostaria de fazer era enfiar essa cesta em sua cabeça e partir para um lugar onde você não esteja. —Disse dentre os dentes. Mas antes que ele pudesse responder, acabou sendo reconhecido por um rapaz que bateu de frente ao sair de uma seção.
Com isso vieram um, dois, três e quando Emmy se deparou, estava bem distante do namorado de mentira. Era como um enxame de abelhas ao redor de Henry e se ousasse estar ali, certamente poderia ser pisoteada. Escolheu então ir a uma seção de ervas e grãos, pretendendo procurar algo novo para um chá.
~
Ele ama todos os seus fãs, isso é incontestável, mas era sufocante quando se aglomeravam a sua volta esquecendo que ele ainda é uma pessoa e que oxigênio é necessário.
Quando a poeira abaixou, Henry conseguiu respirar e quando se deu conta, lembrou-se de Emmy e foi a sua busca pelo mercado o que lhe causou mais algumas aglomerações mesmo que se escondesse atrás de um disfarce básico de quem vai ao jogo de beisebol. (Óculos e boné.)
—Por um triz, acreditei que realmente tivesse ido embora para um lugar em que eu não estivesse! —Henry disse respirando afobado após percorrer por quase todo mercado a sua busca.
—Hm... —Ela disse tranquilamente pesando um saquinho de papel cheio de ervas para chá. —Acho que a multidão de fãs me deu esse prazer de encontrar um lugar nesse mercado livre da sua presença!
—Esquece! —Ele disse deixando de lado qualquer resposta atravessada que poderia retrucar. —Eu realmente estou exausto!
—Quando chegarmos em minha casa, prometo lhe preparar um chá! —Disse erguendo o saquinho calmamente como se fosse um monge.
Henry e Emmy circularam mais alguns momentos pelo mercado desfrutando o desprazer da presença um do outro. Até passarem a conversar novamente de forma natural.
—Posso te fazer uma pergunta?
—Você já está fazendo, Henry. —Disse Emmy enquanto escolhia algumas maçãs.
—Como se meteu nisso? —Perguntou. —Digo, como acabou no escritório da Jennete assinando um contrato como esse?
—Bom, não que eu goste de lhe contar sobre a minha vida, mas foi tudo um grande acaso! —Explicou. —Eu procurava por emprego e precisava o mais rápido possível! Encontrei Jennete exatamente no momento em que me candidatava a uma vaga de atendente para uma cafeteria. Ela tinha uma proposta misteriosa e bom, eu não havia tido muita sorte até o momento!
—Como confiar em uma pessoa desconhecida? —Henry se perguntava ironicamente.
—Quando você não opções e apenas esperanças! —Afirmou fazendo Henry acabar concordando. —Mas espera... Porque esse súbito interesse na minha vida em? —Ela o olhou um tanto encabulada.
—Nada, apenas acredito que em algum momento devemos nos comunicar sem acidez!
—Muito maduro da sua parte! —Elogiou. —Não esperava que algo assim viesse de você!
—Olha, eu realmente estou tentando! —Disse soltando a respiração de uma vez após ser elogiado e diminuído quase que ao mesmo tempo.
—Desculpe, as vezes é mais forte que eu te detestar! —Disse e por um segundo eles desviaram fortemente o olhar para bem longe dos olhos um do outro. Algo nessa frase certamente mexia em seus orgulhos.
—Então... Então me diga! —Henry parou com Emmy num corredor qualquer. —Havia alguma urgência especial em precisar logo de um emprego?
—Uhum... —Ela respondeu olhando os produtos na prateleira puramente para não o encarar. —É uma história complicada, mas resumidamente eu fiquei sem condições de ajudar a minha irmã com as contas depois de alguns meses morando juntas e para deixar de morar com ela, precisei arrumar uma fonte de renda que não fosse às custas da minha tia.
—Deixe-me entender melhor... —Estava raciocinando. —Sua tia sustentava a sua casa?
—Não, ela sustentava a mim! —Explicou. —Então ela decidiu ir embora para o Brasil e como eu não quis retornar, ela simplesmente disse que deixaria então de me sustentar. O que de fato acho até bom, pois já estou muito “velha” para ter tios me mandando mesada!
—Não gosta do Brasil? —Perguntou mais curioso do que poderia se permitir.
—Amo! Mas amo mais a minha irmã e definitivamente irei somente para onde ela for!
—E quando ela se casar? —Perguntou Henry pegando qualquer coisa e colocando na cestinha. —Essa cesta já está pesada, deixe comigo. —Disse pegando a cesta.
—Quando ela se casar, espero que o marido me aceite também! —Ela soltou uma risada que fez Henry erguer um dos cantos da boca.
—Mas você pode ter sua própria família, talvez até antes dela... —Disse sem nem saber para onde levava o assunto.
—Ah é? —Ela riu. — Olhe bem para mim, não sei o que estou fazendo da minha vida e para piorar, estou em um namoro que você sabe as condições.
—É... Parece que ela está enfeitiçando Nat!
—E o que poderia me dizer sobre isso? —Perguntou Emmy agora o fitando e indo para o caixa. —Quero dizer... Nathan é uma pessoa boa?
—Bom, somos amigos há um bom tempo e como todo mundo temos nossos altos e baixos... Mas Nathan é uma pessoa boa!
—Bom... Pois tenho medo que por conta de estarem próximos demais, algo ou alguém a machuque. E realmente quero acreditar que Nat não seja esse alguém.
—Olá, boa tarde! —Disse a atendente de caixa.
—Olá... —Henry disse juntamente a Emmy. —Acho que é só!
—Tem certeza, amor? —Perguntou Henry colocando-se um pouco atrás de Emmy a fazendo engolir seco. Ele havia perguntado de forma tão natural que a atendente logo esticou os olhos para os dois.
—Ah... Aquele chocolate que amo! —Disse Emmy com um tom de voz tão sutil e meloso que ambos poderiam ter adquirido diabete no exato momento.
—Adicione o de amendoim com chocolate por favor! —Apontou Henry.
—Obrigada! —Disse Emmy com um sorriso pouco espontâneo no rosto.
—Mais alguma coisa? —Perguntou a atendente.
—Não, somente isso! —Disse Emmy.
—O total de £67.
—... —Emmy abria a carteira, mas Henry a impediu com uma mão, levando a outra com dinheiro até a mão da caixa.
—Fique com o troco. Obrigado.
— Mas...
—Obrigada! —Disse a atendente enquanto Henry arrastava sutilmente Emmy para longe do caixa.
Henry e Emmy continuaram no papel encarnado, saindo de mãos dadas para fora do estabelecimento e indo em direção ao carro.
—Henry... —Ela finalmente lhe dirigiu a palavra quando entraram no carro. —Eu poderia ter pago aquela conta.
—E que tipo de namorado seria eu se não pagasse? —A olhou esperando-lhe uma resposta dentro de sua lógica.
—É sério! Eu poderia ter pago aquilo! —Ela estava incomodada.
—Olha, Emmy! Não fiz por mal, ok? —Disse dando ré no carro, prestando atenção na câmera traseira do carro. —Eu realmente só acho que aquelas poucas libras te possam fazer mais falta do que fariam para mim!
—Mas não é questão de dinheiro e sim de princípios! —Disse ela.
—Você era sustentada por mesada, Emily! —Afirmou a deixando nitidamente sem resposta. —Emmy... —Ele engoliu seco. —Eu...
—Não precisa se desculpar, na verdade, você está correto dessa vez. —Afirmou sem fita-lo.
— ... —Henry se calou. Não tinha nenhuma resposta na ponta da língua dessa vez! Emmy também não tinha mais o que dizer, mas ela o surpreendeu retirando a barra de chocolate de uma das sacolas. —Aqui...
—O que? —Henry desviou rapidamente seus olhos da direção. —Não, esse chocolate é seu!
— Não posso! —Disse ela o deixando confuso. —Eu detesto amendoim! —Sorriu o fazendo rir. —Você pegou justamente o chocolate que mais detesto! —Riam juntos da situação.
~
Chegaram enfim ao prédio de Emily. Aquele prédio comprido, antigo e precisando de reformas é onde fica o seu mais recente e verdadeiro lar. Na portaria estava Billy que ela cumprimentou tão docemente que Henry não pode deixar de notar.
Entraram então no elevador antigo do prédio que subiu até o quarto andar, deixando-os frente a frente de um corredor estreito com carpete marrom e portas verde escuro.
—Qual é o seu? —Perguntou Henry ao se deparar com seis portas ao redor.
—D-6. —Respondeu enquanto caminhava até a ponta do corredor, vasculhando a bolsa até retirar sua chave.
Assim que entraram no apartamento, Henry olhou ao redor. Se parou com um pequeno sofá salmão, uma tv a frente e uma mesa redonda num canto. Tudo em um espaço pequeno e bem aproveitado! Em alguns passos ele viu a cozinha que ficava inteira atrás de uma bancada fina que fazia a divisa dos cômodos.
Uma porta não muito grande levava ao que parecia ser uma sacada e três portas na mesma parede provavelmente se dividiam em mais três cômodos deduzidos perfeitamente por Henry como dois quartos e um banheiro.
Tudo em seu devido lugar até o momento que Emmy chegou colocando as bolsas no sofá, arrancando os sapatos e indo até a cozinha.
Henry estava bem observador, mas não foi capaz de perceber o momento em que uma certa gata de pelos pretos e branco, se aproximou dele, fazendo-se somente perceptível quando começou a aninhar em sua perna.
Ele não resistiu e se rendeu ao carinho dela e a tomou nos braços com ternura!
—Quem é você pequena? —Henry perguntou acariciando a parte inferior da cabeça da gata.
—Sente-se Henry, por favor! —Disse Emmy atrás do balcão. —Eu não gosto de você, mas já que terá de ficar em minha casa por algum tempo, espero que eu possa lhe deixar ao menos confortável!
—Não se preocupe comigo... —Disse ele sentando-se ainda rendido aos encantos de Âncora. —Aliás, você deve ser a única pessoa do mundo que não gosta de mim, pois até a sua gatinha me ama!
—Ah Âncora! —Disse Emmy indo até Henry para retirar a gata de perto dele.
—Não precisa! —Disse ele empolgado com Âncora. —Então... É fêmea!
—Sim! —Respondeu Emmy observando a folga de Âncora no colo de Henry.
—Mas porque se esse nome? —Perguntou deslizando a mão pelo dela.
—Henry, ela vai encher suas roupas de pelo! —Afirmou Emmy. —Eu estou sem o rolinho e...
—Não se preocupe com isso Emmy! É sério! Por favor! —Exclamou. —Eu gosto da Âncora e parece que ela também simpatizou comigo! —Ele então se levantou com ela nos braços e foi em direção a porta que dava para uma pequena varanda que era quase um beiral.
~
—Bom, quando Isy resolveu adotar um gato, fomos até um abrigo de animais onde uma gata havia tido alguns filhotes e um deles, veio até eu e minha irmã. —Explicou. —Era um filhotinho bem pequeno que agarrou na barra da minha calça! Assim foi o jeito que ela me impediu de sair sem leva-la junto! —Disse Emmy olhando para a gatinha tranquila nos braços de Henry. —Por isso decidimos que ela se chamaria Âncora!
—É uma história muito legal! —Disse Henry com um sorriso sereno.
—Só que tem uma coisa me deixando intrigada! —Emmy disse batendo a mão no queixo enquanto avaliava a cena dele com ela.
—O quê? —Perguntou retornando ao sofá em passos lentos.
—Ela não te estranhou nem um pouco!
—Pelo contrário! —Respondeu orgulhoso.
—E isso que me intriga, pois geralmente estranha qualquer pessoa que venha aqui e tente pegá-la!
—Ela simplesmente quis que eu a pegasse! —Disse ele, colocando-a no sofá delicadamente. —Acho que ela gostou de mim! —Disse se afastando do sofá e se aproximando do balcão.
—Realmente não sei porque justo você! —Implicou. —Tanta gente no mundo para gostar e ela foi escolher justo você!
—Mas é só você que não gosta de mim, Emmy! —Ele disse se vangloriando da popularidade. —Mas está tudo bem já que também não gosto de você! —Afirmou.
—Quer chá? —Perguntou ela abrindo o armário.
—Sem veneno? —Ergueu um canto dos lábios ao fita-la.
—Droga! —Ela disse. —Você descobriu meu plano! —Disse ela preparando uma xícara para ele junto a dela. —Com leite? —Perguntou assim que colocou a porcelana a frente dele.
—Está ótimo assim! —Disse pegando a xícara. —Então... Que horas a sua irmã chega?
—Não deve demorar muito! —Respondeu bebericando um pouco do chá após alguns assopros.
—É um bom apartamento!
—É sim!
—Emmy... —Henry retornou a xícara ao balcão após beber um pouco do chá. —Está contando com o dinheiro do nosso contrato para ajudar a manter esse apartamento?
—Essa é a intensão de todo esse sacrifício!
—E quando os três meses chegarem ao fim? —Perguntou ele fitando-a e percebendo-a engolir seco.
—O dinheiro dá para aguentar mais alguns meses depois do fim do contrato.
—Ah sim... —Disse ainda um tanto pensativo. —O que é aquilo? —Perguntou Henry ao avistar um par de luvas penduradas em uma parede.
—Luvas de Muay thai!
—Suas?
—Não. Da Katy Perry! —Ela revirou os olhos. —Sim, eu pratiquei bastante no passado!
—Bom, eu realmente poderia esperar mais de Katy Perry do que de Emily! —Respondeu.
—Talvez agora você entenda que não é bom me deixar irritada! —Ergueu os lábios em um sorriso convencido.
—Mas é sério... Por qual motivo luta e não algo como culinária?
—Tricô? Crochê? —Ela continuou e logo respondeu. —Eu sempre gostei de me sentir segura e saber lutar de alguma forma me fazia ter menos receio de ser mulher em um mundo tão maldoso!
— É... —Henry balançou sutilmente a cabeça em positivo. —Tem toda razão! —Ele então se aprumou. —Acho que está em minha hora, Emmy.
—Concordo! —Disse levando as xícaras para a pia da cozinha. —Já te suportei muito por hoje! —Disse indo até ele para acompanha-lo. —Eu te levo até a porta!
—Sinto em te lembrar, mas precisa ir comigo até a frente do prédio! —Disse abrindo um sorriso implicante.
—Que dia longo em... —Bufou. —Vamos então! —Disse ela calçando um par de sandálias chinelo e o acompanhando até a portaria do prédio.
—Mas já está de partida, jovem? —Billy perguntou fazendo Henry passar a mão na nuca juntamente a um sorriso sem jeito. —Está muito cedo!
—Ah claro! —Respondeu. —Mas tenho mesmo que ir, porém, eu irei voltar!
—Hoje? —Perguntou parecendo nem ao menos saber que Henry era um homem famoso.
—Não, não! —Respondeu Henry simpaticamente. —Mas eu volto qualquer dia desses!
Henry e Emmy já estavam nos degraus da portaria, o que o fazia pronto para ir embora de vez.
—Harry... —Emmy estava em um degrau acima do que Henry estava, o que fez com que a diferença de altura deles fosse menor. Então, ela se apoiou nos ombros dele, sussurrando bem perto de seu ouvido de um modo muito sorrateiro. —Tem um tipo de fotografo atrás de uma árvore na esquina.
Sugestão de áudio: IF I coldre fly - One Direction // 2:18 // tradução sugerida
—Ok. —Foi tudo o que Henry disse a Emmy antes de a puxar pelos quadris e beijá-la de uma vez.
Esperava-se deles que um beijo quando necessário fosse um selinho, mas nem nos melhores sonhos de Jennete, eles se sairiam tão reais como nesse momento. Henry tinhas as mãos presas nos quadris de Emmy, enquanto os braços dela envolviam as costas dele.
Quando tocou os lábios de Emmy, Henry parecia ter ido com vontade, mas foi ao longo que pareceu em desespero, pois beijava-a com tamanho apetite que certamente merecia um Oscar em tamanha representação de deleite!
Henry parecia tão absolutamente sem controle que mal viu suas mãos puxando sutilmente a parte traseira da blusa de Emmy. Algo que nem com a melhor câmera um fotografo seria capaz de captar!
Mas logo o ar faltou e o beijo desacelerando, até saírem lentamente dos lábios um do outro. Ainda com os rostos bem próximos, no primeiro olhar fixo entre eles após esse beijo, Henry se despede. —Tchau! Amor... —Ele apertou o maxilar e engoliu seco pouco antes de se afastar de fato dela. —Eu volto! —Disse fazendo Emmy ainda parada, apertar os lábios para dentro e engolir seco esperando que ele partisse de uma vez. —Eu vou voltar em! —Acenou para Billy ao falar agora escancaradamente. —Até mais senhor...?
—Billy!
—Senhor Billy! —Disse abrindo a porta do carro. —Não esqueço nunca mais! —Entrou no carro dando um último olhar de milésimos para Emmy.
—Volte logo! —Billy ergueu a mão.
Mesmo com toda a situação, Emmy ainda foi capaz de sutilmente avistar o fotografo e deduzir que possivelmente nada havia passado despercebido daquele homem.
Notas do autor *--*
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Atualizado até capítulo 89
Comments
Graciete Barbosa Silva
se empolgaram no beijo vamos ver qual dos dois cede primeiro
2024-04-13
4
Rosineli Barbosa
faltou ar hein!!😏😏😏😏😏😂😂😂😂😂
2023-11-03
3
lucivania oliveira
😂😂😂😂😂😂😂
2023-09-23
0