Capítulo 17

O Gael acordou todo dolorido pela posição desconfortável e pelo pequeno espaço. Ele sorriu ao ver a Angelina adormecida em seus braços e ele beijou seu rosto.

Gael: Você é linda! A coisa mais linda e pequena que já vi! -sussurrou e acariciou seu rosto.

Angelina: Ga?! -abrindo os olhos sorridente.- Não era sonho?!

Gael: Não! -beijando-a lentamente.

Lucia: Então é isso! Um minuto que eu viro as costas e você já fica com mais uma?

Ele parou o beijo e suspirou ao ouvir a voz dela. Eles sentaram no barco e ela arqueou a sobrancelha.

Lucia: Você tá com uma criança?

Gael: Parece né?! -olhando pra Angelina com um sorriso bobo.- Mas não é uma criança.

Angelina: Não sou criança. Você pela cara de mal amada deve ser a Lúcia. -fazendo o Gael soltar uma risada e tentar conte-la em seguida.

Lucia: Escuta aqui... Você está com um homem casado e que está com a mulher grávida?

Angelina: Você não me conhece mesmo né?! -saindo do barco e ficando na frente dela.- Posso ser pequena e ter uma carinha de criança mas minha atitude não. Você é vadi* que traiu o Gael e que mentiu ao dizer que estava grávida dele.

Lucia: Vadi*?! Olha bem com quem está se metendo, Gael.

Gael: Angel! -indo até ela e a puxando para abraça-la de lado.- Não se desgaste. Lucia, eu vou ser direto! Depois do que fez na casa... Não temos nada pra dividir. Hoje eu irei falar com o advogado para dar entrada no divórcio.

Lucia: Como pode fazer isso? Estamos há anos juntos e...

Gael: Sua cara de pau me surpreende. Como você pôde levar um homem pra nossa casa, na cama que dormia comigo... Você nunca foi quem eu pensei que era.

Lucia: Eu sei que me ama e está sentido por tudo aquilo mas agora com calma podemos conversar melhor. Superar isso. -se aproximando dele.

Angelina: Nem ouse chegar perto dele. -ficando na frente dele.

Gael: Lucia, estávamos juntos apenas por conta desse filho que nem é meu. Nada mais me prende a você. Eu estou apaixonado pela Angel e não havia ficado com ela por respeito ao casamento que eu achei que fosse importante pela gravidez mas me livrei de você e desse casamento de âncora.

Angelina: Não se preocupe... O cabeludo gostoso agora tem uma mulher no nível dele que vai o fazer feliz de todas as formas. Coisa que você não foi capaz.

Lucia: Você não tem cacife pra me enfrentar.

Gael: Nem precisa. Ela ganha de todas sem precisar fazer nada. Vamos parar com essa conversa. Estou com a Angelina e você não é bem vinda.

Lucia: Ah é?! E a máfia? A máfia que está atrás de você?

Angelina: Eu sou a máfia! Fui eu que o prendi. Angelina Green. Se procurar vai encontrar muita coisa sobre mim e minha família.

Lucia: Então era mentira? Você me traiu com ela e por isso sumiu?

Gael: Eu não sou como você mas foi nesse tempo que me apaixonei por ela mas não aconteceu nem um beijo se quer.

Lucia: Ela já sabe que você é doente?

Angelina: Sei e estou cuidando muito bem dele. Se era só isso... Pode ir. Temos muita coisa pra fazer.

Lucia: Você pegou meu bilhete?

Gael: Sim.

Lucia: Ótimo! Espere pelo pior. -saindo de lá extremamente irritada.

Angelina: Bilhete?! -se virando pra ele e cruzando os braços e arqueando a sobrancelha.

Gael: Ela só ameçou. Disse que faria da minha vida um inferno. -rindo.- Minha leoa! -segurando seu rosto e a beijando.- Você consegue superar sua própria beleza irritada assim.

Angelina: Rum! -tentando não sorri.- Pare de tentar me enrolar.

Gael: Não estou. -beijando seu pescoço, segurando seus cabelos e passeando com a barba em sua pele a deixando arrepiada.

Angelina: Ah! -fechando os olhos e se arrepiando.- Gael! -disse com sua voz falha.

Gael: Vou ajeitar um lugar pra gente ficar. -segurando sua cintura e voltando a beija-la.

Angelina: Pre-preciso... -se afastando.- Ir no hospital ver o Dom.

Gael: Vou encontrar o advogado.

Angelina: Vai comer onde?

Gael: Vou pegar na padaria aqui perto. Não se preocupe. Vou ao hospital depois pra reiniciar meu tratamento. Quero viver muito tempo. -acariciando seu rosto.

Angelina: Eu também quero isso. -abraçando-o forte.

Ela pegou suas coisas, se despediu dele e foi pro hospital.

Angelina: Dom?! -entrando no quarto.

Juno: Filha, vem aqui. -disse animada.- Toque nos pés dele.

Angelina: Não acredito! -tocando os pés dele.

Dominic: Estou sentindo... Bem leve... Não acredito que isso vai acabar logo! -sorrindo.

Angelina: Vai sim e vai voltar a andar de moto.

Juno: Não de corda pra essas loucuras. -abraçando a Angelina.- Queria vocês calmos como o Lorenzo!

Dominic: Mãe, não precisa ter medo. Estamos vivos e bem. Igual o papai.

Juno: Seu pai é outro que me deixava morrendo do coração.

Elas ficaram sentadas na cama perto dele e conversaram bastante. O Lorenzo foi com a Eloá no ensaio e a acompanhou até a porta.

Lorenzo: Prometo que depois de tudo isso, eu vou combinar um jantar legal pra gente com a minha família. -acariciando seu rosto.

Eloá: Enzo! -abraçando o pescoço dele.- Eu estou feliz de finalmente estarmos juntos. Já conheci sua família e podemos organizar isso com mais calma.

Lorenzo: Eu te amo! Não esquece.

Eloá: Quando terminar o ensaio vou pra casa e te ligo. -beijando-o.

Lorenzo: Me liga antes de sair daqui. Eu prefiro e se eu conseguir sair da reunião a tempo eu venho te buscar.

Eloá: Tudo bem. Eu ligo quando terminar. Eu te amo muito. -sorrindo.- Tão bom poder dizer isso te olhando nos olhos.

Ele segurou seu queixo e a beijou intensamente, sua outra mão deslizou pelo seu corpo e ficou entre o final de suas costas e o início da sua bund*.

Eloá: Enzo! -rindo e se afastando.- Até mais tarde. Bom trabalho.

Lorenzo: Bom ensaio. -sorrindo.

Ele voltou pro carro, buzinou e deu partida. Ele passou no hospital, encontrou lá a Esmeralda, Theo, Angelina, Juno e o Justin com o Dom. Ele foi pra reunião que tinha na empresa, almoçou e tentou ligar para a Eloá mas não conseguiu.

Lorenzo: Anne! -disse alto no telefone.

Anne: Senhor! -entrando na sala dele.

Lorenzo: A Eloá deixou algum recado?

Anne: Não senhor!

Lorenzo: Ligue pra companhia de dança pra saber dela, por favor.

Anne: Claro! -fechando a porta e voltando pra sua mesa.

O Lorenzo ficou pensativo e ligou pra Thalia.

~ Ligação on ~

Lorenzo: Boa tarde, sogra.

Thalia: Oi, meu querido. Como vai?

Lorenzo: Bem, a Eloá já chegou?

Thalia: Ainda não mas ela ia ensaiar mais um tempo hoje. Ela anda nervosa com essa última etapa.

Lorenzo: É, eu sei bem. Pode pedir pra quando ela chegar me ligar?

Thalia: Claro, peço sim.

Lorenzo: Qualquer coisa a senhora pode me ligar, ok?

Thalia: Muito obrigada! Até mais!

Lorenzo: Até!

~ Ligação off ~

Após alguns minutos preocupado e tentando contato com a Eloá a Anne entrou em sua sala.

Anne: Senhor, a moça que atendeu disse que ela já saiu.

Lorenzo: A quanto tempo?

Anne: Uns 10 minutos.

Lorenzo: Obrigado.

Anne: Por nada.

Lorenzo: Pode transferir minhas reuniões do fim da tarde pra amanhã?

Anne: Farei isso imediatamente.

Lorenzo: Obrigado!

Ela saiu e ele se arrumou para sair.

~ Ligação on ~

Angelina: Oi, Lo!

Lorenzo: Preciso da sua ajuda. Não quero que comente com ninguém, pode sair daí?

Angelina: Posso, o que foi?

Lorenzo: Eu não sou bom com isso mas você pode me ajudar. A Eloá não me responde, já saiu da companhia de dança mas não me ligou como combinamos.

Angelina: Já tá Ciumento assim?! -rindo.

Lorenzo: Tem um cara que ela ficou antes de mim e ele até hoje não a deixou em paz. Posso está errado mas ela nunca deixou de me ligar nem quando éramos amigos então...

Angelina: Passa a foto do cretino. Vou chamar a Mady e te encontramos no apartamento.

Lorenzo: Ok, chego em 10 minutos.

Ela avisou a Madeline que foi direto ao encontro deles no apartamento do Lorenzo.

Madeline: E aí? Qual o problema?!

Lorenzo: Preciso encontrar a Eloá. Ela ainda não chegou em casa.

Angelina: Vamos organizar isso melhor.

Elas começaram a traçar possíveis lugares de acordo com o que o Lorenzo até a casa do Conrado. Eles se dividiram e foram se comunicando pelo carro.

Lorenzo: Meninas, a mãe dela me ligou e ainda não chegou. Vamos agir, por favor!

Angelina: Ok!

Elas saíram começaram a seguir para o endereço da casa do Conrado. Lá na casa dele a Eloá estava em pânico.

Eloá: Conrado, por favor! -chorando.- Não faz nada!

Conrado: Cala a merd* dessa boca.- atirando pro chão.- Entendeu?

Eloá: Humrum! -disse muito assustada e se encolhendo.

Conrado: Você vai terminar esse seu lance com ele e vai ficar só comigo... Entendeu? -ela apenas assentiu apavorada tentando chorar sem fazer barulho.- Com o tempo você vai ver... Eu sou seu primeiro homem e você será minha e só minha. Entendeu? -ela repetiu o ação anterior.- Agora você vai me beijar e eu quero bastante vontade nesse beijo. Não quero te machucar mais, ok?

Ela assentiu ainda com gosto de sangue em sua boca dos machucados. Ele se aproximou e foi beija-la. Ela tentou imaginar o Lorenzo e ainda chorando não resistiu ao beijo por medo. A língua dele penetrou sua boca e ela tentou controlar a ânsia de vômito que isso a despertou e tentou retribuir.

Conrado: Eu sabia que você me amava. Estou com saudade de você. -tocando seu rosto.- Amanhã você não vai a companhia pra poder melhorar dos ferimentos mas logo estará ensaiando outra vez mas quero que desista de ficar se exibindo assim. Mais tarde eu trago comida e água. -dando um selinho nela.

Ele subiu as escadas e fechou a porta do porão. Ela ouviu a porta ser trancada e começou a cuspir.

Eloá: Pensa Eloá... -olhando pros lados tentando controlar o choro.

Ela se arrastou observando a porta até uma mesa e viu algumas ferramentas. Ela estava amarradas nos braços, pernas e mãos e não conseguiu ficar pé. Com cuidado ela foi batendo o corpo na mesa de madeira até uma das ferramentas cair sob seu corpo. Ela se virou devagar para a ferramenta escorregar sem fazer barulho ao tocar no chão, se arrastou até que suas mãos alcançassem a ferramenta e voltou pro seu lugar rezando pra ele descer rápido.

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