Encontros in-esperados I

Anne

Já fazia quase 2 meses que estava trabalhando, e o Natal estava próximo. O meu trabalho aqui é bastante reconhecido e eu confesso que me orgulhava muito desse reconhecimento. O salário era ótimo em relação ao que recebia antes. Recebi uma proposta de efetivação e estava pensando seriamente em ficar de vez por aqui. Minhas amigas estavam para me enlouquecer querendo que eu voltasse, mas aqui estava me adaptando tão bem... só o frio que ainda me atrapalhava um pouco, mas minha vida melhorou muito depois que vim para os Estados Unidos.

O hospital estava recebendo muitas visitas, parece que os empresários ricaços estavam aproveitando esse período para “fazer caridade”.

O garoto que vi quando comecei a trabalhar recebeu alta, mas soube que ele havia retornado. O caso dele parece bem grave agora. Resolvi passar no quarto para ver se encontrava o homem que vi da última vez e fiquei surpresa porque ele estava só.

Perguntei na recepção quem era o garoto e porque estava sozinho, somente uma enfermeira estava com ele. Fui informada de que ele é órfão, está muito doente e quem banca todo o tratamento é um bilionário que vem visitá-lo, e que estava fora do país

No dia seguinte, cheguei mais cedo no hospital e fui ver o garotinho. Ele se chama David, tem 7 anos e estava com câncer. Ele demonstrava tristeza no olhar. Mas ainda assim deixou que eu me aproximasse. Fiquei com ele até que deu meu horário de começar a trabalhar. O dia foi cansativo e no final do meu turno fui me despedir do David. Ele ficou feliz com minha presença e eu também fiquei, pois sei que é difícil ficar sozinho... eu já fiquei muito só quando estava morando com minha mãe.

Nos dias que se seguiram comprei brinquedos e todos os dias passava antes do meu turno para ver como estava o David e depois do turno para me despedir dele. Fizemos amizade muito rápido.

Soube que o bilionário que banca o tratamento do David estava de volta e que já deve estar chegando para ver o garoto. Ele estaria por volta das 20:00 e agora são 19:40. Bom, faltava pouco, resolvi esperar, mas ele não conseguiu vir, por causa da nevasca.

Eu voltei para casa, precisava descansar.

Meu pai insistia em me lembrar que depois da noite de Natal teríamos uma festa para irmos. Era festa da empresa e ele queria muito que eu fosse. Parecia que era muito importante para ele e disse que eu poderia recusar, então eu confirmei.

Faltavam poucos dias para o Natal. Era impressionante todas as decorações de Natal na cidade, eu ficava boba com tanta criatividade. Era uma fachada mais linda que a outra, nunca vi nada igual.

Fui para o hospital, como sempre mais cedo para ver o meu novo amiguinho e ao chegar, fui até ele e brincamos bastante. Ele já está se recuperando bem.

Mais tarde soube que ele tinha recebido alta e que deveria estar saindo naquele exato momento. Corri até a recepção e lá estava ele no colo do dono do par de olhos azuis que eu sabia que me era familiar.

David: Titiaaa, vou para casa.

Jason: Você aqui?

Ficou me encarando com cara de surpresa. e eu também, pois mesmo que eu já desconfiava eu não sabia que ele mesmo viria buscar o garoto. Mesmo tendo muita curiosidade em saber se era mesmo o Jason, eu não perguntei para David. Somente me preocupei em trazer alegria para aquele ser inocente.